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Friday, January 30, 2015

Lupé-Cholet Chablis Château de Viviers 2009: Queijos e vinho!

A França me encanta, não somente por todo romantismo e beleza por trás de suas cidades, mas também por que tem a maioria dos vinhos mais famosos do mundo sendo produzidos por lá e eu, em minha humilde ignorância, tenho certa dificuldade de separar o bom do ruim e muitas vezes opto em não comprar/beber um vinho de lá pelo medo de errar. Sim, este é um de meus defeitos, muitas vezes tenho medo do fracasso. Mas existem vezes em que, apostamos, e ganhamos as apostas. E foi assim com o Lupé-Cholet Chablis Château de Viviers 2009. Quer saber o por que? Fiquem com agente.


Este vinho é produzido por Lupé-Cholet na região da Borgonha, em suas propriedades desde 1903. Foi neste ano que Alexandre de Mayol de Lupe e Félix de Cholet decidiram unir forças para criar a marca por trás de vinhos que foca em deixar que o solo e a safra possam encontrar sua própria expressão. Possuem 25 hectares de vinhas em Chablis e Côte d'Or, também mantendo parcerias de longa data com vários produtores de vinho em toda Borgonha. O Château de Viviers está localizado a 12 km a oeste na região de Chablis, sendo este o ponto mais alto da vinhas de lá, o que proporciona um caráter muito forte e personalidade para os vinhos oriundos destas uvas.

Sobre o Lupé-Cholet Chablis Château de Viviers 2009, podemos dizer que é o vinho de entrada da vinícola mas que nem por isso peca em qualidade, pelo contrário. É de fato um 100% Chardonnay (conforme tradição e legislação) e passa de 6 a 8 meses em barricas "sur lie" previamente ao engarrafamento. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor amarelo dourada, brilhante e límpida.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos cítricos misturados a toques minerais e florais.

Na boca o vinho se mostra untuoso, fresco e delicioso. O retrogosto amplifica os toques minerais e confirma os demais aromas encontrados no nariz. O final é longo e saboroso.

Um belo vinho francês provado por aqui, este oriundo da Borgonha (Chablis) e que realmente me encantou. Não são vinhos baratos mas a meu ver, vale o quanto custa. Eu recomendo a prova. Este é da Vinea.

Para acompanhar, brincamos mais um vez de uma noite de queijos e vinhos, desta vez tentamos inclusive buscar mais quitutes de origem francesa como Gruyére e Brie, não esquecendo entretanto do Gorgonzola e provolone, por exemplo.

Até o próximo!

Tuesday, July 1, 2014

Chablis Morin Père et Fils 2012: A hora e a vez da França na #CBE

E chegamos aquela época do mês que é sempre bacana, no dia de mais um post da #CBE - Confraria Brasileira de Enoblogs, este para o mês de julho. Em clima de Copa, o tema foi escolhido pelo nosso goleiro, Marcello Galvão, do blog Agenda de Vinhos: "Cristiano, já decidi o meu vinho escolhido pra ser tema da ‪#‎CBE‬. Vamos continuar nos brancos, é um vinho que muito me encanta. O tema vai ser Chablis, qualquer faixa de preço e qualquer classificação." Então, segue o jogo, continuemos nos vinhos brancos! E o meu escolhido foi o Chablis Morin Père et Fils 2012.

Detalhes para os marcadores de taça: o vinho foi degustado enquanto assistia a partida entre Holanda e México!

Chablis é provavelmente o vinho branco mais conhecido em todo o mundo. Oficialmente parte da Borgonha, a região do Chablis está geograficamente afastada, localizada mais especificamente a 136 km a noroeste da cidade Dijon. Esta Appellation d’Origine Contrôlée (AOC) ocupa cerca de três mil hectares ao redor da pequena cidade de Chablis. O clima é continental, com verões secos e invernos longos e rigorosos, sendo que na primavera existe o risco de geadas e perda de parte das vinhas neste processo. Com isso as safras são altamente variáveis por lá. A Chardonnay é a única uva da região, a rainha, entretanto os vinhos podem variar muito de acordo com o terroir. Entre solos argilosos e calcáreos, uma característica marcante da maioria dos vinhos de Chablis é que são notadamente secos e minerais. Existem quatro tipos de Chablis que, em uma hierarquia crescente, seriam: Petit Chablis, Chablis, Chablis Premier Cru e Chablis Grand Cru. Os dois primeiros normalmente são fermentados em tanques de inox sendo que os dois últimos podem passar por fermentação em tanques e depois ir para barricas ou até passarem por fermentação diretamente em barricas.

Sobre o produtor do vinho, a Maison Morin Père et Fils, podemos dizer que é um tradicional produtor da Borgonha, França, que existe desde 1822 e hoje é um dos principais da região de Nuits-Saint-Georges. Preserva as tradições locais e contribui para a reputação dos vinhos da Borgonha, na França e no exterior. Atualmente Morin Père et Fils intergra o grupo empresarial Boisset La Famille des Grands Vins, um dos maiores negócios de vinho da França. Já o vinho em questão, não resta muito a dizer se não que é feito com uvas 100% Chardonnay e aparentemente não passa por madeira. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração amarelo palha com reflexos levemente esverdeados, com bom brilho e boa transparência. Lágrimas finas, rápidas e incolores também compunham o conjunto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos como abacaxi, pêssego com algo de floral. Toques sutis de pedra molhada também se faziam presentes.

Na boca o vinho se mostrou muito fresco, com uma acidez bem marcante e com um corpo médio. Retrogosto confirma o olfato com um final quase salina de curta para média duração.

Um vinho honesto, fresco e agradável que deve ser bebido em dias quentes. Aproveitei esta época de copa e tomei ele junto com um churrasco e não se saiu mal. Nada de carnes muito gordurosas e/ou pesadas. Mas de qualquer forma valeu. Provavelmente se sairá melhor com frutos do mar, pratos mais leves e entradinhas.

Até o próximo!

Wednesday, May 21, 2014

1o Cantu Day São Paulo: Um portfólio de respeito

Ontem, dia 20 de maio, mais um belo evento de vinhos agitou a cidade de São Paulo, já muito bagunçada e agitada em virtude de greves e manifestações. Deixando de lado os problemas e percalços enfrentados, a Cantu Importadora abriu as portas de seu depósito na Vila Leopoldina para apresentar seu vasto portfólio, onde ainda contaram com a participação de alguns produtores de diversas regiões vitivinícolas mais importantes do mundo. Uma oportunidade e tanto de conhecer vinhos que provavelmente não o faria em outras ocasiões. Além disso, em uma ação junto a sua força de vendas, a Cantu Importadora também apresentou seu site B2B para que seus clientes tenham mais facilidade para a compra de seus produtos.


Foram apresentados mais de 130 rótulos de regiões vinícolas tais como: Argentina, Chile, Alemanha, África do Sul, Brasil, Espanha, Portugal, França, Itália e Uruguai. O local fora dividido em duas áreas maiores, onde logo junto a entrada tínhamos o "Espaço Clássicos", que contava com os expositores de vinhos do velho mundo, e o "Espaço América", que contava basicamente com os vinhos da América do Sul e vinhos espumantes em geral. Em um evento desta magnitude e com um portfólio extenso como este, fica até difícil separar poucos vinhos para falarmos detalhadamente sobre eles. Mas de uma maneira geral, existiam vinhos para todos os bolsos e gostos. Para mim, no entanto, o grande destaque se deu com a Itália e França.


Começando a falar um pouco da Itália então, primeiro com os vinhos da Toscana. Aqui o produtor Folonari mostrou suas "armas" para o mercado nacional com um belo supertoscano de entrada, o Santa Martina Tinto, corte de Merlot com Sangiovese que é bem leve, fresco e extremamente frutado além de ser muito fácil de beber. Outro supertoscano que chamou a atenção e me lembrou de minha lua de mel na Itália foi o Campo Al Mare Bolgheri, um belo corte de Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Petit Verdot mais "sisudo" porém guloso e extremamente gastronômico. Passando agora para o produtor I Giusti & Zanza encontramos também dois supertoscanos de história curiosa: seus nomes remetem a personagens da ópera que narra a paixão de um plebeu (Nemorino) por uma jovem da nobreza (Dulcamara) e toda a epopéia em busca do "Elixir do Amor". Enfim, Nemorino e Dulcamara (Sangiovese & Merlot / Cabernet Sauvignon & Petit Verdot respectivamente) são belos vinhos, de uma gama intermediária  mas que também sugerem uma boa comida num almoço de domingo com a mama. Nos deslocando mais ao norte eis que chegamos a região do Piemonte e seus longevos vinhos. Aqui o destaque vai para a produtora Rivetto e seus vinhos: um Dolceto D'Alba incrivelmente saboroso, alegre e um Barolo Riserva 2004 de se tomar de joelhos, muito calmamente, pois estava no decanter já a 3 horas e ainda estava se abrindo. E por fim, se é que isso é possível de se dizer, já na região do Vêneto, o destaque foi para o produtor Montresor e seu belíssimo Amarone cujas uvas passam pelo processo de apassimento (secagem) por até 3 meses, perdendo cerca de 50% do seu volume. Um vinho denso, complexo, instigante e que requer também uma boa dose de tempo pra se tomar.


Hora de pegarmos o avião e seguirmos rumo a França e seus belos caldos. E por coincidência, todos meus destaques ficaram para os lados da Borgonha. Primeiro, do produtor LGCF temos o Pasquier Desvignes Chablis, muito mineral com fósforo em harmonia com fruta madura, gordo em boca e suculento com um final longo e delicioso. Depois, mais um branco só que desta vez do Château De Santenay, o  Château De Santenay Hautes-Côtes de Beaune Clos de La Chaise Dieu, outro grande representante da Borgonha que estagia por 10 meses sur-lie e apresenta um belo corpo, acidez viva e sabores e aromas difíceis de descrever. Para finalizar nosso tour pela França vem um belo tinto,  o Nuits Saint-Georges (que te o mesmo nome da apelação aonde é produzido) do Domaine Michel Noellat e Fils, um vinho tinto classudo que passa mais de ano em barricas de carvalho, mantendo toda sua elegância com aromas de frutos vermelhos e cedro além de um ter um bom corpo, acidez na medida e um final quase mastigável. 

Sem dúvidas os vinhos aqui listados são poucos em comparação ao apresentado no evento, mas para não me tornar retórico e chato, resolvi resumir o que vi e gostei a estes aqui. Vale ressaltar que o evento foi muito bacana, organizado e ainda contava com uma mesa onde era servidas pizzas das mais variadas assadas na hora, uma tentação. Sem dúvidas de alto nível. Aguardemos novas edições.

Até o próximo!

Monday, February 6, 2012

Confraria, frutos do mar, vinhos e amigos!

Este final de semana tivemos mais um encontro da Confraria Pane Vinum Et Caseus e foi mais uma noite digna de rememorar por um bom tempo. Entre muita boa comida, bons vinhos e amizades, é sempre bom participar destas reuniões. Sem dizer que sempre somos muito mais do que bem recebidos pelos anfitriões, o que por si só já vale a visita.


Já na chegada fomos recepcionados com dois vinhos rosés interessantíssimos, com propostas bem diferentes e de regiões bem diferentes: um da Ilha da Córsega e um do calorão lá dos patamares do Douro, em Portugal. O primeiro era o Terraza D’Isula Sciaccarellu-Gris de Cinsault, se mostrou mais austero e com toques minerais, mais leve e com uma sensação mais tânica enquanto que o segundo, o Rosé Caves Santa Marta Duro 2008, muito mais macio, aromático, muita fruta porém com um pouco menos de acidez, nada que faça entretanto o vinho ser pior ou melhor. Dois vinhos interessantes e que servem como bons vinhos para aperitivo, recepcionando seus convidados ou para comidas mais leves.


Logo depois a coisa começou a ficar um pouco mais sério e a ala portuguesa da confraria (sim, a confraria conta com uma legião de lusitanos) começou a mostrar seus dotes mais uma vez. Se utilizando de um "equipamento"vindo diretamente da terrinha (que mais uma vez eu esqueci de fotografar) começaram a preparam um chouriço autenticamente português, flambado em álcool. Por fora ligeiramente tostadinho e por dentro uma bela e tenra porção de carnes de caça deliciosa. Foi aqui que começaram a servir alguns vinhos tintos interessantíssimos e começamos a assistir um embate Alentejo x Douro. De um lado um vinhaço da Herdade do Esporão, o Esporão Private Selection Tinto 2007, feito com uvas Alicante Bouschet e Aragonês, o vinho se mostrava carnudo, volumoso, com compota de frutas, floral, tudo muito exuberante e final longo e do outro o Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Grande Reserva 2007, feito com touriga nacional e o restante de vinhas velhas, trazendo aromas que remetem mais ao velho mundo, couro, baú, corpo médio, boa acidez com um grande final. E fomos assim, curtindo o chouriço e os vinhos enquanto aguardávamos as pessoas que ainda não haviam chegado. Eu confesso que preferi o Douro, mas a maioria foi de Alentejo. De qualquer maneira, dois baita vinhos só pra começar a noite.




Algum tempo depois, todos já haviam chegado e o jantar iria ser servido. Aqui realmente subimos de patamar. Para o jantar tínhamos de entrada mousse de salmão e cuscuz de camarão. Ambos incrivelmente preparados e saborosíssimos. O mousse com uma consistência incrível e o salmão podia ser sentido a cada mordida, já o cuscuz muito saboroso, camarões em profusão com uma leve sensação de pimenta dando alma pro prato. Já o prato principal era composto de camarão na moranga com arroz branco, muito cremoso e fresco, com catupiri dando um toque mais do que especial e o leve dulçor da moranga contrapondo com os sabores fortes do prato. Para acompanhar os pratos foram escolhidos dois vinhos: os Chablis 1er cru Fourchaume 2006 Château de Maligny e o Chablis 1er cru Monteé de Tonnerre 2006 Château de Maligny, ambos do Domaine Jean Durup et Fils e feitos como manda a tradição/legislação da Borgonha, exclusivamente com uvas chardonnay. Confesso que minha pouca experiência com Chablis e 1er Crus além do nível alcoólico que já me encontrava a esta altura impediam de uma análise mais precisa, mas ambos os vinhos tinham uma vivacidade ainda interessante pela idade, já apresentando coloração tendendo ao dourado e traziam aromas de frutas brancas e algo de mineral, lembrando giz e talco. Além disso eram bem gordinhos e preenchiam a boca ajudando a limpar as papilas gustativas entre uma garfada e outra. Eu sinceramente adorei ambos os vinhos.


Para fechar a noite viria a sobremesa, ah a sobremesa, esta não poderia faltar. Um belíssimo e delicioso mousse de chocolate com nozes, incrivelmente tenro e com sabores inenarráveis aqui. Para acompanhar ainda teríamos uma linda surpresa: um belíssimo Porto LBV Taylor's 2005 servido em copinhos de chocolate, simplesmente atingimos os céus!!!


E assim fechamos mais um belo encontro da confraria com louvor. Agradeço a todos pela receptividade e aguardo ansiosamente os próximos encontros.

Até o próximo!

Tuesday, April 12, 2011

Domaine Ellevin Chablis 2008

Esta é minha primeira incurssão pelo mundo de Chablis, na Borgonha (os vinhos provados e usados nas aulas de sommellerie não contam). Talvez este seja um dos mais famosos vinhos brancos do mundo, se não o mais famoso. E preciso dizer que, como iniciante e munido de grande curiosidade, não me decepcionei.

Falando um pouco sobre a região em si, a Borgonha pode ser considerada uma das regiões vinícolas mais elegantes do mundo e Chablis, a mais emblemática para vinhos brancos. A uva utilizada se resume na Chardonnay. Solos calcários, muito limestone e clima continetal com seus verões secos criam um ambiente rico em drenagem, auxiliando a maturação das uvas. Por outro lado,alguns percalços tem que ser combatidos, dependendo da safra, como as geadas no inverno e as constantes variações nas quantidades de sol e chuva durante as demais estações. De qualquer maneira, podemos dizer que ao lado de Bordeaux, a Borgonha (e por que não Chablis) é uma das mais conhecidas regiões vinícolas do mundo e a variação do terroir (inclinação dos terrenos, exposição ao sol, etc é quem dita as características mais marcantes em seus vinhos. Além disso, a classificação de seus vinhos é também bastante vasta, variando de uma denominação comunal Chablis até seus vinhos tops nos grand crus e premier crus (qualquer dia faço um post tentando explicar como funciona estes critérios de classificação na França).

Deixando de lado um pouco da teoria, vamos as impressões sobre este vinho. Na taça ele apresentou uma linda cor amarelo tendendo para dourado, com lágrimas finas, abundantes e incolores.

No nariz o vinho começou a se mostrar. Bastante complexidade abrindo com aromas de pêssego, muito mel e alguma coisa de amendoas, nozes, não sei ao certo. Como pano de fundo muito mineralidade, lembrando giz e arreia de praia. Muito interessante, me deixou muito otimista para o que viria na sequência.

Na boca o ataque inicial foi de muita fruta, lembrando o pêssego do nariz, mas também alguma coisa cítrica, que eu não consegui identificar. Depois o mel apareceu e deixou o final com muita mineralidade, como se eu tivesse comendo areia de praia. Muito engraçada a sensação, mas ao mesmo tempo espetacular. Acidez muito bacana, fazendo com o que o final fosse de média duração. Vinho bastante untuoso, preenchia bem a boca como um todo. Pedia sempre o próximo gole.

Não sei se foi sorte, falta de conhecimento ou seja lá o que for mas a verdade é que eu gostei muito desta minha primeira incurssão no mundo de Chablis e seus vinhos. Este exemplar foi adiquirido na Cave Jado, e como sempre, valeu e muito o investimento!!

Saúde.