Não sei se já comentei alguma vez neste blog, mas não sou muito adepto de filmes comédia. Porém, ao ouvir algumas críticas positivas e por confiar no tato do ator Jack Black, resolvi arriscar e no último final de semana resolvi alugar o filme “Por favor, rebobine” (título original: Be kind, rewind) e confesso que mesmo com um pé atrás, não me arrependi. Vamos as impressões.
Dirigido por Michel Gondry (Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças) e estrelado por Jack Black, Mos Def, Mia Farrow e Danny Glover, o filme é , como dito anteriormente, uma comédia, com direito a muitos personagens caricatos. A história se passa em uma pequena cidadezinha em New Jersey, com direito a uma lenda de um famoso pianista de jazz tendo nascido lá e tudo mais. A premissa é um tanto quanto diferente: um cara (Jack Black) com fortes dores de cabeça acha que seu problema diz respeito a rede elétrica da cidade e planeja um ataque ao centro de distribuição para tentar diminui-la; após o ataque seu cérebro acaba sendo magnetizado e sem querer ele acaba apagando todas as fitas VHS da locadora na qual um amigo (Mos Def) trabalhava enquanto o dono estava fora (Danny Glover) tentando resolver as pendências antes que o prédio localizado num bairro antigo fosse demolido; neste interim a cliente mais antiga (Mia Farrow) da locadora resolve alugar um filme que ela nunca tinha visto (Ghost Busters) e para enganá-la e tentar esconder o acontecido a dupla de protagonistas resolve refilmar o clássico do cinema com alguns takes e figurantes da cidade e é claro que acabam sendo descobertos e a partir dai tudo começa a ficar muito engraçado pois as pessoas da cidade começam a gostar destas “versões” dos filmes famosos e diversas histórias acontecem a partir disto fazendo a dupla famosa pela vizinhança.
Porém, muito mais do que uma comédia, o filme se mostra uma celebração ao cinema e ao modo de se fazer e filmar os filmes no passado. Além disso, a contra posição das tecnologias (VHS x DVD), a suposta divisão da locadora em apenas duas sessões (comédia e ação) com a busca por filmes apenas por entretenimento escapista com a retirada dos filmes clássicos e documentários ilustram muito do que pensamos a cerca do que a indústria cinematográfica vem se tornando nos dias de hoje. A única ressalva acontece a meu ver com o final do filme, acaba sendo um pouco artificial e manjado, deixando o espectador com uma sensação de que algo faltou ao filme.
Altamente recomendado para quem, assim como eu, gosta de cinema e de filmes pouco convencionais e de idéias originais e que de vez em quando quer fugir dos block buster e da indústria cinematográfica moderna. Depois, voltem ao balaio e deixem seus comentários sobre o filme.