Tuesday, June 30, 2015

Les Chèvrefeuilles 2013: Côtes du Rhône, agora na taça!

Em busca do prazer que o vinho e uma boa comida pode nos proporcionar, fui buscar um vinho de uma país que, apesar de ser um dos maiores produtores, tenho provado pouca coisa, que é a França. Muito se deve ao fato de que é mais complicado desenrolar bons vinhos a preços competitivos no nosso mercado. mas dia desses fiquei sabendo de um importadora, a de la Croix vinhos, que trás muita coisa boa e a preços interessantes. Fui lá com um objetivo: encontrar um vinho da região de Côtes du Rhône de um bom custo benefício para uma brincadeira de harmonização em casa. E eis que cheguei ao Les Chèvrefeuilles 2013


O vinho é produzido pelo Domaine de la Réméjeanne, que se encontra situado num ambiente natural exuberante, perto da cidade de Bagnols-sur-Cèze. Em 1960, os pais de Remy Klein se mudaram de volta para a França, vindos da Tunísia, e compraram uma pequena propriedade de 5 hectares em La Réméjeanne. Pouco a pouco, os vinhedos foram se expandindo e eles começam a engarrafar seu próprio vinho em 1975. Remy Klein assumiu os negócios em 1988 e continuou os expandindo também para oliveiras e figueiras, mantendo entretanto o foco no trabalho artesanal, tradicional e autêntico, gerando vinhos que expressam o terroir em sua plenitude. Atualmente a propriedade compreende 38 hectares de vinhas, 2 hectares de oliveiras e 0,5 hectares de figueiras. Os vinhos Côtes-du-Rhône são produzidos principalmente nas encostas orientais (Sol Nascente), entretanto, os Côtes-du-Rhône Villages são produzidos nas encostas orientais do Sul (mais quentes). Em 2007 foi iniciado o processo de conversão para agricultura orgânica, sendo que a propriedade foi certificada em meados de 2010. Em 2012, todos vinhos engarrafados já são certificados.

Sobre o Les Chèvrefeuilles 2013 podemos acrescentar ainda que é um blend de 70% Syrah, 10% Grenache,10% Mourvèdre, 5% Carignan e 5% Marselan. Segundo o produtor, somente a variedade Carignan passa por um processo de maceração carbonica. Depois de feita toda fermentação, o vinho é envelhecido em tonéis de madeira por cerca de 12 meses. Vale ressaltar que o vinho não tem adição de sulfitos e passa por leve filtração. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita coloração violácea de média para grande intensidade, algum brilho e alguma limpidez. Lágrimas finas, lentas, em pouca quantidade e coloridas se faziam notar também.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos e escuros e algo de grafite. Ao fundo, toques de mentolado.

Na boca o vinho tinha corpo médio, boa acidez e taninos finos e granulares. Retrogosto confirma o olfato e ressalta um toque mineral. Final de média duração.


A brincadeira de harmonização ficou por conta de maminha assada na cama de sal grosso com batatas rústicas e, particularmente, gostei do que aconteceu. Não houve competição entre prato e vinho, mas também não houve a mítica criação de um terceiro sabor. Ambos se complementaram bem. O vinho também pode ser consumido por si só pelo carácter mais frutado sem se tornar pesado. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Monday, June 29, 2015

Arunguá Tannat 2011: Tradição uruguaia posta em prova na taça!

A Bodegas Carrau tem mantido a velha tradição de uma família que a 10 gerações (desde sua Catalunha natal) trabalham em silêncio e com grande convicção na produção de grandes vinhos. Vem abrindo o caminho para um país, o Uruguai, que está se tornando um mistério internacionalmente devido às suas vinícolas familiares de pequeno porte e sua admirada jóia, a uva "Tannat". Em abril de 1752, Don Francisco Carrau comprou o primeiro vinhedo em Vilasar de Mar, na Catalunha, Espanha. O pontapé inicial das Bodegas Carrau havia sido dado. A tradição da viticultura é passada de geração a geração e, em 1930, o herdeiro Juan Carrau resolve se estabelecer no Uruguai. A primeira bodega em solo uruguaio – Santa Rosa – é construída e inaugurada entre 1930/1940, com tecnologia catalã. Hoje, a administração da bodega é feita pela décima geração da família Carrau. Seus vinhedos estão plantados em duas regiões distintas: Las Violetas (Canelones) e Cerro Chapeu.


Já sobre o Arunguá Tannat 2011, podemos acrescentar que o vinho é fruto de muita pesquisa e exploração sobre os melhores solos e parcelas de variedades melhor adaptadas em seus vinhedos cultivados em Las Violetas, tornando este vinho muito particular. Após o a fermentação alcoólica, o vinho é transferido para barricas de carvalho onde acontece a fermentação malolática e posterior envelhecimento por cerca de 18 meses. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita coloração violácea de grande intensidade, algum brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, lentas e bem coloridas também se faziam notar.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos silvestres, especiarias, chocolate e leve toque floral.

Na boca o vinho se mostrou carnudo, encorpado, taninos quase mastigáveis e uma boa acidez. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Um belo vinho uruguaio, que mostra toda a potência e elegância que os seus vinhos a partir da uva Tannat podem alcançar. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!



Informações sobre a vinícola retiradas do site do produtor e de www.seloreserva.com.br

Friday, June 26, 2015

Bovlei Cellar Brut: Espumante Sul Africano com Chenin Blanc!

Muito falamos dos espumantes nacionais, evidentemente pela qualidade que apresentam, mas de vez em quando é bom descobrir novos exemplares de outras regiões do mundo e com diferentes castas empregadas em sua produção, não é mesmo? E é nessa categoria que enquadramos o vinho espumante de hoje: originário da África do Sul e feito a base de uma casta que faz algum sucesso por lá, que é a Chenin Blanc. Hoje é dia de falarmos do Bovlei Cellar Brut.


Na região de Wellington, na África do Sul, no sopé da majestosa cordilheira Hawekwa, uma jóia vínica nasceu em 1907 e é a segunda mais antiga adega cooperativa na África do Sul. Seu nome revela uma grande parte de sua receita para o sucesso, porque é certamente no solo que seus segredos se aninham - e que a diferença reside no vale. A Bovlei Wine Cellar, ou Boven Valley Wine Cellar como costumava ser conhecida, sabe muito bem como deleitar os enófilos com o fruto do seu trabalho a partir de seu vale. Os membros produtores de uvas (cerca de 32 membros) fornecem cerca de 9000 toneladas de uvas para a Bovlei Wine Cellar anualmente. Cada uma dessas fazendas, contribui com uvas para a fabricação de excelentes vinhos da Bovlei, e tem seus próprios tipos de solo e microclima especial. Uvas como Bukettraube, Sauvignon Blanc e Chenin Blanc são obtidas principalmente a partir dos declives mais frios das áreas de Bovlei e Leeuwrivier. Já as uvas Cabernet Sauvignon, Pinotage, Cinsault e Shiraz são cultivadas em solos quentes das encostas norte de Agter-Groenberg e também em partes das áreas de Bovlei e Leeuwrivier.

Já sobre o Bovlei Cellar Brut, podemos ainda acrescentar que esta é sua primeira safra (2012) e que é feito com 100% de uvas Chenin Blanc a partir do método Charmat (segunda fermentação em tanques de inox/autoclaves). Vamos finalmente as impressões?

Na taça o vinho espumante apresenta uma bonita cor amarelo palha com reflexos verde claros, bom brilho, ótima limpidez e uma formação consistente e duradoura de pequenas borbulhas (perlage fino).

No nariz o vinho espumante apresentou aromas de frutas tropicais e frutas cítricas, tudo bem fresco. 

Na boca o vinho espumante é leve, fresco, algo de cremoso e saboroso. O retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração. 

Um ótima descoberta de vinho espumante, de um local não tradicional pra este tipo de vinhos, mas que pode vir a ser uma boa opção para o dia a dia, para um papo com amigos ou mesmo para bebericar com uma boa companhia (meu caso). Eu recomendo a prova. Este é mais um vinho do clube de vinhos da Winelands, o clube que eu assino e recomendo.

Até o próximo!

Wednesday, June 24, 2015

Heresia em Bordeaux? Novas variedades de uvas sendo testadas por lá

Ao que tudo indica, as mudanças climáticas estão causando mais estragos do que se previam e, diante do quadro que se desenha, pesquisadores estão começando a testar novas variedades de uvas que possam vir a integrar os famosos vinhos de Bordeaux, na França. É isso mesmo, caríssimo leitor, num futuro não tão próximo poderemos identificar uvas como a Touriga Nacional (que heresia) em blends de vinhos em Bordeaux.


Durante a safra deste ano, pesquisadores em Bordeaux fermentaram pequenos lotes de vinhos de um vinhedo experimental, onde estão sendo cultivadas 52 variedades de uvas, em grande parte desconhecidas para a região. Seu objetivo será encontrar uvas que possam produzir vinhos ao estilo de Bordeaux quando, ou se, a mudança climática alterar significativamente a estação de crescimento em Bordeaux a um nível que impossibilite o cultivo das castas tradicionais da região. Executado pelo Instituto Nacional Francês de Pesquisa Agrícola (INRA) e apoiado pelo Conselho do Vinho Bordeaux (CIVB), o experimento é tanto quanto ousado e pragmática.

A necessidade nasceu de uma prolongada onda de calor que atingiu a França em 2003. Algumas uvas em Bordeaux pareciam cozinhar na videira, marcando muitos vinhos da safra com aromas de fruta madura, baixa acidez e uma menor capacidade de envelhecer saudavelmente me garrafa. Se o clima de Bordeaux continuar na direção que os dados mostram atualmente, os viticultores podem esperar cada vez mais invernos tempestuosos e molhados e verões quentes e secos, bem como colheitas que chegam antes da janela ideal que oferecia frutos maduros, acidez fresca e taninos maduros. As variedades com amadurecimento mais precoce como Merlot e Sauvignon Blanc são particularmente vulneráveis, mas todas as uvas usadas atualmente para os vinhos de denominação oficiais poderiam ser substituídas em um verão mais seco e quente.

Os pesquisadores vasculharam as regiões vinícolas mais quentes no globo como a Grécia, Espanha, Itália e Portugal, selecionaram as 52 candidatas e plantaram-nas em 2009 em um vinhedo experimental na denominação Pessac Leognan. Muitas das uvas estrangeiras vão soar familiares para enófilos em geral como por exemplo Sangiovese, Touriga Nacional, Xinomavro e Assyrtiko, para citar algumas delas que são estrelas em seu terroir de origem, mas estranhas para Bordeaux. Uma parte do desafio será aprender a retirar o melhor proveito dessas uvas em um novo clima/região.

Desde 2012, os pesquisadores vem reunindo dados sobre os níveis de fenóis nas uvas e a fase de amadurecimento para cada variedade. Cerca de 20 variedades foram selecionadas pela micro-fermentação deste ano em lotes single vineyard de 30 kg de uvas cada. A equipe de pesquisadores irá analisar os vinhos acabados. Em seguida, os sindicatos de viticultores para as muitas denominações de Bordeaux vão analisar os dados e escolher um punhado de castas que eles acreditam que possam produzir vinhos com características típicas de sua denominação. As denominações pedirão então para que alguns produtores, voluntariamente, cultivem tais castas experimentais, sabendo que os frutos não poderão ser usados para os vinhos AOC. Eles poderão ser vendidos como Vin de France.

Vale ressaltar que, fundamental para o projeto é o objetivo da manutenção, em vez da mudança, do perfil típico dos vinhos de Bordeaux. O Bordelais julga um vinho pela sua capacidade de envelhecer graciosamente, mesmo que o consumidor em geral não mantem seus vinhos guardados por longos períodos. Entretanto, esta é uma marca de qualidade enraizada na psique Bordelais.

Depois, há o sistema de denominações de origem francesa, regulamentada pelo Institut national de l'origine et de la qualité (INAO). O status de Appellation é concedido quando um vinho pode provar que tem uma qualidade única amarrado a um lugar específico. O cronograma para a introdução de uma nova uva nas regras de uma denominação de origem é longo. "É necessário analisar os resultados, prosseguir com os testes comerciais, e através de uma organização que faz o teste de degustação, justificar a manutenção da tipicidade dos seus vinhos. E, finalmente, eles devem participar do processo de regulamentação.

Apesar dos desafios, as pesquisas continuam, pois poderia salvar tanto uma região de vinhos e uma indústria que produz entre 600 e 800 milhões de garrafas de vinho por ano, embarcados para mais de cem países diferentes.



Matéria original em www.winespectator.com

Monday, June 22, 2015

Novidade no mercado: Familia Cassone Obra Prima Corte Reserva 2013!

Eu já provei alguns vinhos da Bodega Familia Cassone e tive oportunidade de conhecer pessoas que trabalham pela bodega para o mercado brasileiro, como a Deca e o Marcelo Cassone. Assim sendo, pude verificar o quanto são sérios e colocam muito amor no que fazem. E para eles, o mercado brasileiro de vinhos é sem dúvida uma fatia importante de sua operação. E é por isso que eles estão trazendo mais uma novidade para nós, enófilos brasileiros. Vamos saber um pouco mais sobre isso?

Antes porém, um pouco da história da bodega: "A Bodega Familia Cassone foi criada em 1998 por seu patriarca, Eduardo Cassone, sua esposa mais seus três filhos. E esta veia pelo negócio vitivinícola se deu em Eduardo em consequência do empreendedorismo de seu pai, que começou a elaborar vinhos ainda em meados dos anos 50. E grande parte desta tradição veio ainda de seus antepassados, que chegaram na Argentina em meados do século XIX, vindos do Piemonte e arredores (Itália). Todos estes fatores em conjunto somados ainda a muito trabalho e dedicação colocaram esta bodega familiar no hall das mais importantes da Argentina. A Bodega Familia Cassone esta localizada no departamento de Luján de Cuyo e segue os padrões da região, sem deixar de lado entretanto os cuidados com o meio ambiente".


O novo vinho “Obra Prima Corte Reserva 2013”, um corte de Malbec, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon chega ao mercado brasileiro já para este inverno. O “Obra Prima Corte Reserva” foi elaborado com por 65 % de Malbec proveniente de vinhedos próprios de 103 anos, 20% de Cabernet Sauvignon de vinhedos de 85 anos, 15% de Cabernet Franc de vinhedos jovens. Segundo Federico Cassone, winemaker da vinícola, “Cada varietal contribui para a identidade global do vinho, e juntos, eles fazem um vinho único, como nenhum de vocês já provaram antes. É um vinho que merece muita atenção, promete uma longa vida e vai melhorar ainda mais nos próximos 3 a 4 anos”.

O “Obra Prima Corte Reserva” já chega premiado ao mercado antes mesmo de seu lançamento, pois participou da degustação para o guia Descorchados 2015 e obteve 91 pontos já em sua primeira safra. No Brasil estará disponível ao mercado ao final de junho e será lançado oficialmente ao público durante o evento “Wine Weekend no Ibirapuera”. “O lançamento de mais um novo produto reforça o comprometimento Familia Cassone em inovar e oferecer ao mercado novas opções - este já é o nosso 4o lançamento desde que abrimos a filial no brasil há pouco mais de um ano” explica Marcelo Cassone gerente-geral da filial brasileira. Para os ávidos consumidores, a bodega oferece uma promoção exclusiva de pré-lançamento através de sua loja online concedendo um desconto de 20% para compras do produto até dia 03 de julho http://loja.familiacassone.com.br .

Prezados leitores, se tiverem a oportunidade de provar os vinhos da Familia Cassone, aconselho que o façam. Não irão se arrepender. Eu vou logo procurar o meu!

Até o próximo!

Winebar com Maria Eugenia Chadwick e os vinhos Arboleda!

No último dia 10 de junho, tivemos mais um Winebar em parceria com a importadora Expand e com os vinhos Arboleda, do Chile. O bate papo foi conduzido pela Maria Eugenia Chadwick, embaixadora internacional da Viña Arboleda. A oportunidade foi muito boa para conhecer mais sobre a vinícola, seus vinhos e a história da família Chadwick.

A Viña Arboleda, fundada em 1999, é o projeto pessoal de Eduardo Chadwick na região do Aconcagua, cujo nome é uma homenagem às árvores nativas preservadas em suas vinhas. Além de Chardonnay e Sauvignon Blanc, também há Pinot Noir, Carmenere, Syrah e Cabernet Sauvignon sendo produzidos. O local especialmente selecionado para os vinhos Arboleda é o Aconcagua Costa, sendo o vinhedo nomeado Chilhué, que significa" lugar de gaivotas" na língua nativa local. O objetivo deste projeto, a Viña Arboleda, é encontrar o melhor terroir próximo ao mar para fazer vinhos que se destacam do resto, com características bem definidas de clima frio. Pouco depois, se embrenhando e se distanciando da costa, encontra-se o vinhedo Las Vertientes, nomeado em "homenagem"as nascentes naturais encontrados na propriedade. Aqui os vinhos tintos tem mais destque. Por fim, neste ano, a filha de Eduardo, Maria Eugênia Chadwick foi anunciada como embaixadora internacional da marca. Tendo crescido em um ambiente de vinhos e acompanhado seu pai em várias viagens que deram oportunidade de conhecer e interagir com personalidades da indústria, ela mantém a tradição da família e a paixão pelo vinho, passando a integrar formalmente a Viña Arboleda como Brand Manager desde março de 2015. Vamos aos vinhos?


Primeiro falaremos do Arboleda Pinot Noir 2013, vinho este que é produzido com 100% de uvas Pinot Noir da propriedade em Aconcagua Costa e foi envelhecido durante 12 meses em barricas de carvalho francesas, das quais 25% são novas. O vinho apresentou uma bonita e brilhante coloração rubi de média intensidade, boa limpidez e transparência. No nariz o vinho mostrou aromas de frutas vermelhas frescas, folhas secas, terroso, flores e algo de tostado. Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidez e taninos extremamente macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração. Um belo vinho, elegante, saboroso e extremamente agradável.


Depois passamos ao Arboleda Carmenére 2012, um vinho feito de 100% de uvas Carmenére de vinhedos provenientes do Vale do Aconcagua e após a formatação do blend final, passa por 12 meses de envelhecimento em barricas, 20% das quais são novas. Na taça um vinho de cor violácea intensa, profunda, brilhante e limpida. No nariz frutos vermelhos em evidencia, seguidos de muita pimenta, algo de chocolate e menta. Na boca é um vinho voluptuoso com boa acidez e taninos aveludados. Retrogosto confirma o olfato e o final era longo com uma certa picância. Outro vinhaço, este porém mais potente e que pede algo para acompanhar.

E assim fechamos mais um evento do Winebar, com mais vinhos interessantes e propostas diferentes. mais uma parceria bacana com a Expand que tem tudo pra dar muito certo. 

Até o próximo!

Friday, June 19, 2015

Cascina Del Monastero Barbera D'Alba Lepriè 2010: la bella Italia!

Vez ou outra pinta por aqui um vinho diferente, uvas menos badaladas e produtores nem tão conhecidos assim. Bom, eu sempre estou em busca de algo nestes moldes e quando a indicação é boa, vamos atrás. Eu, como sonhador inveterado que sou, estou sempre sonhando com a Itália (palco do meu casamento e de uma das mais incríveis viagens que já fiz) e por isso mesmo, é sempre uma celebração quando vinhos de lá aparecem por aqui. Eis que hoje é dia do Cascina Del Monastero Barbera D'Alba Lepriè 2010.


O vinho é produzido pela "La Cascina Del Monastero", situada no sopé do Langhe (região do Piemonte), na aldeia de "Annunziata di La Morra", a poucos quilômetros de Alba e os principais centros do Langhe, e uma hora e meia de Milão, Gênova e Turim. A propriedade conta com uma fazenda B & B que oferece muito mais do que apenas alojamento. Em sua chegada, você é transportado no tempo, visitando a esplêndida adega do século 18, onde são produzidos os vinhos. A história de "La Cascina del Monastero" começou em 1926, quando Alessio Grasso, um produtor de vinho de Treiso, tornou-se o proprietário do Cascina Luciani e os vinhedos que cercam a fazenda. Um digno herdeiro do fundador foi encontrado no neto de Alessio Giuseppe, que administra o negócio hoje com sua esposa Velda, e eles estão prontos para um dia passar o leme para seus filhos Loris e Giada, o mais recente na linha de uma família dedicada às colinas do Langhe.

Já sobre o Cascina Del Monastero Barbera D'Alba Lepriè 2010, acrescentamos que é um vinho feito com 100% de uvas Barbera de um vinhedo antigo e que produz pequenas e selecionadas quantidades de uvas. Fica localizado em Perno, um bairro periférico de Monforte d'Alba. Por fim, o vinho passa 12 meses em barricas de carvalho seguidos 3 anos em garrafa. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor rubi violácea de média intensidade, algum brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas, bem separadas entre si e sem cor também faziam parte do aspecto visual. 

No nariz o vinho apresentou aromas de frutas vermelhas maduras, tons terrosos e florais e algo de tostado no fundo da taça. 

Na boca o vinho mostrou corpo médio, acidez bem marcante e taninos finos. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Um belo vinho sem duvida nenhuma, elegante e rústico e que deve cair bem com a culinária italiana, massas com molhos mais cremosos e risotos. Eu recomendo.

Até o próximo!

Thursday, June 18, 2015

Becker Landgraf Riesling Trocken 2013: jantar alemão no Balaio!

Apesar de achar que o dia dos namorados é muito mais comercial do que qualquer outra coisa, é gostoso estar ao lado da pessoa amada e, de alguma forma, fazer alguma coisa diferente neste dia. Nós aqui na sede do Balaio do Victor resolvemos que ficaríamos em casa e que aproveitaríamos a oportunidade para colocar em prática um antigo anseio: faríamos um jantar com inspiração na cozinha alemã. O vinho escolhido para a noite? Foi o Becker Landgraf Riesling Trocken 2013.


A vinícola Becker Landgraf está situada no coração de Rheinhessen, na Alemanha, ao longo de suaves colinas, onde nascem suas vinhas e também seus vinhos. Seus proprietários, Julia e Johannes Landgraf, lá escolheram viver com a sua família e é claro, construir sua adega, continuando a tradição de duas famílias já bastante conhecidas no mundo do vinho alemão. Assim, um dos motivos pelos quais vemos J2 nos rótulos de seus vinhos é para celebrar esta união com as iniciais de seus nomes, mas também para celebrar suas próprias convicções e abordagem com relação a produção de vinhos. Segundo os proprietários ainda, o diferencial de seus vinhos começa nos cuidados com a videira, desde a poda até a colheita, além é claro de trabalho mais próximo do natural possível, em harmonia com o meio ambiente.

Adicionalmente, o Becker Landgraf Riesling Trocken 2013 é um vinho feito com 100% de uvas Riesling e antes de ir pra garrafa, passou por 6 meses em contato com leveduras naturais para ganhar complexidade. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita e brilhante coloração amarelo palha com reflexos dourados além de uma boa limpidez.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos como pêssego e maçã verde, toques de mel e plástico além de uma leve lembrança de flores brancas.

Na boca o vinho tinha corpo de médio com certa untuosidade e uma acidez instigante. Retrogosto confirma o olfato e o final era longo e duradouro.


O vinho era excelente e fez frente aos pratos preparados para a noite: salsichas diversas grelhadas (Viena, branca, etc), farofa de páprica, salada de batatas e chucrute, todos habilmente preparados pela minha esposa. O prato seguiu os preceitos da receita da chef Rachel Codreanschi e seu famoso pf alemão.

Até o próximo!

Wednesday, June 17, 2015

Sino da Romaneira Tinto 2010: A força e elegância do Douro!

Já que o assunto do post anterior foi um vinho português, e quem me acompanha sabe do meu apreço por vinhos deste país, resolvi continuar por lá e mudar somente a região do vinho a ser comentado por aqui hoje. O vinho que irei comentar por aqui hoje é o Sino da Romaneira Tinto 2010 e foi degustado num jantar de comemoração do aniversário da minha sogra no meu restaurante português favorito, o Ora Pois. Vamos ver o que descobrimos sobre o vinho, já que sobre o restaurante já falei bastante (relembrem aqui)?


O vinho Sino da Romaneira é produzido pela Quinta da Romaneira, uma das mais grandiosas e históricas quintas na região do Douro, situada a norte de Portugal. A história da Quinta da Romaneira é bastante antiga, existindo inclusive, diversas teorias em torno da origem do seu nome. Em todo o caso, existem registos que atestam a existência de uma vinha na Quinta da Romaneira nos séculos XVII e XVIII, período durante o qual a propriedade pertenceu a três famílias distintas: Sousa Guimarães, cujas iniciais surgem na porta da Quinta com a data de 1854, Lacerda, D. Clara de Lacerda deu o seu nome a uma das casas da propriedade, e Monteiro de Barros, que, em 1940, ampliou a quinta para o tamanho que hoje conhecemos. Mas foi em 2004 que houve a grande retomada com a aquisição da propriedade por um grupo de apaixonados investidores, capitaneados pela dupla Christian Seely e Antonio Agrellos, responsável, nos últimos 18 anos, pelo renascimento de outra distinta propriedade do Douro, a Quinta do Noval.

Falando sobre a estrela do nosso post, o Sino da Romaneira Tinto 2010, podemos ainda dizer que o vinho é composto pelas castas Touriga Nacional (25%), Touriga Franca (25%), Tinta Roriz (30%) e Tinto Cão (20%). Além disso passa por 14 meses de envelhecimento e afinamento em barricas de carvalho francês. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor rubi violácea de média para grande intensidade, bom brilho e limpidez.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos escuros, azeitona, flores e especiarias. Fundo de taça com toques tostados.

Na boca o vinho se mostrou de médio corpo para encorpado, acidez gulosa e taninos macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração.

Mais um belo exemplar de nosso patrícios, um vinho português que foi o fiel escudeiro de uma refeição a base de bacalhau que o Ora Pois sabe servir como ninguém. Eu recomendo a prova, do restaurante e do vinho. é claro.

Até o próximo!

Tuesday, June 16, 2015

Vale do Chafariz Tinto Reserva 2009 & Pinhões: Festa junina em casa!

Aproveitando esta época do ano em que muito pensamos em festas juninas e este tipo de entretenimento e também levando em conta que em São Paulo as coisas andam meio complicadas, seja por motivos financeiros, de segurança e outros, resolvi deixar aqui uma dica que eu coloquei em prática em casa e foi sucesso total: um "arraiá caseiro" com direito a pinhões e, aqui uma diferença, ao invés do vinho quente disponível nestas festas, um vinho alentejano delicioso, o Vale do Chafariz Tinto Reserva 2009. Vamos ver o que descobrimos sobre ele?


O vinho é produzido pela Herdade da Ajuda, uma vinícola que esta situada num dos melhores “terroir” do Alentejo. Dentre os cerca de 120 ha de vinhas plantadas em microclima excepcional, encontram-se as castas Cabernet Sauvignon, Syrah, Touriga Nacional, Aragonez, Alicante Bouschet, Castelão e Trincadeira. Mas engana-se quem pensa que a Herdade da Ajuda é um velho player no mercado: o empreendimento começou em 2007 com a aquisição da propriedade de mais de 400 ha e com a coragem e determinação de seus proprietários em produzir vinhos de alta gama. Assim sendo, com a aplicação de modernas técnicas de viticultura sob a batuta do enólogo Antonio Ventura e do viticultor João Maria Correa, a Herdade da Ajuda tem conquistado os mais exigentes consumidores mundo afora.

Sobre o Vale do Chafariz Tinto Reserva 2009, podemos ainda acrescentar que possui em sua composição as castas Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah e Alicante Bouschet que passa ainda por estágio em barricas de 225 litros de carvalho francês e americano durante 6 meses. Sem mais delongas vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou um coloraçao rubi violácea de média intensidade, algum brilho e limpidez. Lágrimas finas, rápidas e incolores também se faziam notar.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos e escuros, especiarias, flores e algo de baunilha.

Na boca o vinho é de corpo médio para encorpado, belíssima acidez e taninos que são um veludo de tão macios e redondos que se encontram. Retrogosto confirma o olfato e o marcante final é longo e saboroso.

Um belo vinho português do alentejo, e eu como fã incondicional do país e da região, não poderia deixar de indicar! Está prontíssimo para o consumo e, junto dos pinhões cozidos, fez a alegria aqui em casa.

Até o próximo!

Monday, June 15, 2015

Solandes Cabernet Sauvignon Colección Roble 2013: Orgânico hermano

Eu já devo ter dito por aqui que eu não entendo muito de vitivinicultura orgânica, biodinâmica e demais correntes similares mas que, tenho buscado conhecer mais. Até existe muita informação a respeito, mas é preciso filtrar grande parte disso (como quase tudo na internet). De qualquer forma depois de ler e me informar um pouco resolvi conhecer aos poucos estes vinhos "diferentes" do que estamos acostumados e foi ai que me deparei com o Solandes Cabernet Sauvignon Colección Roble 2013. Vamos ver o que podemos falar sobre ele?


A Bodegas Solandes, produtor do vinho, é uma pequena e jovem bodega mendocina, fundada em 2005, que tem como foco principal a produção de vinhos de qualidade, com respeito ao meio ambiente, se utilizando de técnicas de cultivo orgânico. Segundo o produtor, o grande diferencial da bodega foi ter encontrado um lugar único para produzir vinhos de alta qualidade, livre de contaminação, com terra nobre, irrigada pelo rio Atuel (em idioma mapudungún significa "lamento"), rio que nasce puro e de águas limpas advindas do degelo da neve da Cordilheira dos Andes. A área é constituída por pastagens semi-áridas, estepes arbustivas altas e florestas localizadas a 540 metros acima do nível do mar. O canyon do rio Atuel e a biosfera de Ñancuñán circundam e protegem as vinhas e a adega. A área inclusive foi declarada uma Área de Preservação Natural em 1961, juntando-se a rede mundial de Reservas da Biosfera (UNESCO) em 1986. Hoje, uma variedade de castas, como Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah e Chardonnay são cultivadas.

Sobre o Solandes Cabernet Sauvignon Colección Roble 2013, podemos ainda acrescentar que apesar de ser denominado varietal, possui em sua composição 95% de Cabernet Sauvignon e 5% de Carmenére e, após fermentação (alcoólica e malolática), passar por 12 meses de envelhecimento em barricas francesas. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média intensidade, bom brilho e alguma limpidez. Lágrimas finas, rápidas e ligeiramamente coloridas compunham também o aspecto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos maduros, pimenta, baunilha e leve mentolado ao fundo.

Na boca o vinho mostrou corpo médio, boa acidez e taninos aveludados. Retrogosto confirma o olfato e adiciona um que mineral ao conjunto. Final de média para longa duração.

Um bom vinho, orgânico ou não, mostrou muita qualidade pelo preço pago (algo em torno de 57 reais) e eu recomendo muito a prova. Preciso me aprofundar mais no assunto (vinhos orgânicos) e provar mais.

Até o próximo!

Thursday, June 11, 2015

Espumante Splendore Brut: Uma boa pedida para o dia dos namorados!

Com o dia dos namorados chegando ai, normalmente os casais apaixonados buscam fazer da comemoração uma noite inesquecível, com direito a jantar, noite romântica e afins. E uma bebida que simboliza muito bem tal data é o vinho espumante, dado seu carácter festivo e que tende a agradar aos mais diversos paladares. E eu aproveito a oportunidade e vou deixar a dica de um vinho espumante que provei a pouco tempo e que, embora desconhecido até então, deixou uma boa impressão. Estou falando do Espumante Splendore Brut.


O vinho espumante é produzido pela LPG Wines, que fruto do amor pelo vinho, foi fundada por três amigos, um renomado Enólogo Português e dois brasileiros, outro Enólogo e um Engenheiro Agrônomo. O trabalho iniciou em 2008, com a implantação do projeto de Agricultura de Precisão e Segmentação de Colheita com alguns produtores parceiros na região de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. O projeto de produção utiliza o mesmo sistema adotado em mais de 15 países do velho mundo, tendo como foco a melhoria da qualidade da uva para a produção de um bom vinho. São produções únicas e exclusivas com a baixa tiragem por hectare.

Sobre o Espumante Splendore Brut, podemos ainda acrescentar que é um vinho espumante produzido com uvas 100% Chardonnay onde o vinho base passa por 6 meses em carvalho. Posteriormente é feita a segunda fermentação, já em garrafa (método tradicional), e o mesmo fica em contato com as leveduras por cerca de 15 meses. Vamos as impressões?

Na taça o vinho espumante apresentou uma bonita coloração amarelo palha com reflexos esverdeados, bom brilho e limpidez. Boa formação de uma fina e duradoura perlage. 

No nariz o vinho espumante apresenta aromas de frutos cítricos, panificação e toques de mel. 

Na boca o vinho espumante é muito fresco e cremoso, com um retrogosto que confirma o olfato. O final era de longa duração.

Mais um belo vinho espumante brasileiro, que a meu ver é um coringão e vai com quase qualquer tipo de prato. E é claro que vai agradar seu par nesta data especial. Eu recomendo a prova. O Splendore Brut é mais um vinho do clube de vinhos da Winelands, o clube que eu assino e recomendo.

Até o próximo!!

Wednesday, June 10, 2015

Aves del Sur Reserva Cabernet Sauvignon 2013: O típico BBB!

Voltando a saga pela procura de vinhos que possam caber no orçamento cada vez mais exprimido de nós, trabalhadores brasileiros, chega um bom exemplar chileno com importação exclusiva da rede de supermercados Pão de Açúcar, um BBB (bom, bonito e barato), que é o Aves del Sur Reserva Cabernet Sauvignon 2013. Vamos ver o que podemos falar sobre ele?


O vinho é produzido pela Del Pedregal Family Wines, grupo chileno que possui algumas marcas sob o seu guarda-chuva, a saber: Since, Origem, G7, Carta Vieja e Aves del Sur. As instalações da família estão localizadas em Villa Alegre, na região chilena do Vale do Maule, com uma adega que tem resistido ao teste do tempo e que tem se modernizado ao longo dos anos. Como resultado, tem sido capaz de alcançar progressos significativos no mundo da vinificação. A adega tem uma capacidade de mais de 15 milhões de litros, com 2.500 barris, a maioria dos quais são feitos de carvalho francês. A área de engarrafamento é capaz de encher 9.000 unidades por hora. Apesar das demandas de novas tendências na indústria, e os diferentes desafios que têm surgido, a família Del Pedregal tem sido capaz de continuar e aperfeiçoar a sua gestão desta empresa de cunho familiar.

Já sobre o projeto da marca Aves del Sur, a Del Pedregal Family Wines diz ser uma homenagem a todas as espécies de aves que prosperam pelo Chile e que voam sobre suas vinhas, exibindo seu espírito livre. Essa característica é então incorporada nas do vinho, através de toda sua expressão jovem, fresca e frutada. Finalmente, sobre o Aves del Sur Reserva Cabernet Sauvignon 2013 podemos ainda acrescentar que é um varietal 100% Cabernet Sauvignon com passagem de 10 meses em barricas de carvalho francês e posterior envelhecimento de 8 meses em garrafa antes de serem liberados ao mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor violácea de média para grande intensidade, bom brilho e limpidez. Lágrimas finas, espaçadas e ligeiramente coloridas também se faziam notar.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos escuros, baunilha e algo de tostado. Ao fundo algo de herbáceo bem delicado.

Na boca o vinho tinha corpo médio, boa acidez e taninos finos. Retrogosto confirma o olfato e o final era de média duração.

Um bom vinho que entra com boa vantagem numa lista de bom custo benefício, sendo encontrado por volta de 38 reais no Pão de Açúcar. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Tuesday, June 9, 2015

Atelier Lagorthi Riesling 2013: vinho grego e comida japonesa!


Aqui em casa todos gostam muito de comida japonesa e, dia desses, aproveitamos para irmos ao nosso restaurante japonês preferido, o Kazami Sushi, pertinho de casa, para comemorar o aniversário da patroa. E olha, aqui em casa também não podemos fazer uma comoração sem um bom vinho e por isso aproveitamos a oportunidade de levar o vinho grego Atelier Lagorthi Riesling 2013 para escoltar a refeição oriental.


O Kazami Sushi (unidade Mandaqui) é uma casa muito interessante de comida japonesa que apresenta um extenso cardápio de pratos a la carte além de dois tipos de rodízio: o básico, que nos dá direito a pratos quentes, sushis e sashimis variados (peixe branco, atum e salmão), shimeji, tempurá, guioza entre outros; já o rodízio especial conta ainda com frutos do mar em adição aos pratos já citados no básico. O local é muito bem decorado, limpo e climatizado, criando uma boa sensação para todos presentes. Além disso, o serviço é muito atencioso e o gerente sempre presente para verificar a satisfação dos cliente.

A Cavino Winery SA, produtora do vinho em questão, é um grupo grego que tem sua fundação ainda em meados dos anos 50 na região do Peloponeso, na Grécia, mas que passou por algumas grandes modificações em todo este caminho. Aparentemente o ano de 1999 é o que detém a marca mais recente na vinícola, quando começa a introduzir no mercado local e nos mercados internacionais vinhos de alta gama no quesito qualidade. De lá pra cá contou com uma expansão forte em mais de 26 países e construiu uma linha de engarrafamento que dizem ser o estado da arte no quesito tecnologia, com capacidade de produção de 7000 garrafas por hora.

Já sobre o Atelier Lagorthi Riesling 2013, podemos ainda acrescentar que o vinho faz parte da linha premium da Cavino Winery e que é feito a partir de um corte das uvas Riesling (55%) e a autóctone Lagorthi (45%). Passa por um período de 2 meses em contato com as leveduras em tanques de inox antes do engarrafamento. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor amarelo palha com reflexos de tendência dourada. Lágrimas finas, ligeiramente mais lentas e espassadas também se faziam notar nas paredes da taça. 

No nariz o vinho trouxe aromas de frutos tais como abacaxi e pêssego bem maduros, toques de flores brancas, plástico e algo de mineral ao fundo.

Na boca o vinho se mostrou untuoso, bem gordinho mesmo e com uma ótima acidez. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração. 

Conforme o esperado, o vinho se saiu muito bem ao lado dos pratos servidos no sistema de "rodízio" do restaurante. Mais um vinho do clube de vinhos da Winelands, o clube que eu assino e recomendo.

Até o próximo!

Monday, June 8, 2015

Outback Steakhouse e seus vinhos de marca própria!

Eu, como fã confesso do Outback Steakhouse, sempre que posso, aproveito para passar por lá e comer uma boa costela de porco ao molho barbecue. E qual não foi minha surpresa neste último final de semana, quando resolvi fazer uma boquinha por lá: O Outback Steakhouse Brasil lançou uma linha de vinhos própria. Eu não poderia deixar de experimentar esta novidade! Foi então que provei o Outback Red Selection 2014. Vamos ver como foi a experiência?


Do próprio site do Outback: "Em um projeto inovador, o Outback Steakhouse Brasil lança dois vinhos em parceria com Bodegas Salentein, vinícola argentina conhecida por seus projetos de vanguarda na produção de vinhos de alta qualidade. Os rótulos Red Selection e White Selection foram desenvolvidos no Vale de Uco, em Mendoza, especialmente para harmonizar com os sabores marcantes do cardápio do Outback. Os vinhos Outback foram desenvolvidos com exclusividade para harmonizar com os pratos da culinária farta e sabor marcante da rede, e o responsável pelas duas seleções foi o enólogo Pepe Galante, responsável por famosos vinhos argentinos, em conjunto com seu braço direito na vinícola Gustavo Bauzá, criando um vinho feito a quatro mãos."

A Bodegas Salentein tem como objetivo fazer vinhos argentinos alta qualidade, respeitando e apoiando o povo, a natureza e a comunidade da qual os vinhos são criados. O magnífico projeto arquitetônico da Bodega em forma de cruz foi pensado com o objetivo de permitir a manipulação delicada e personalizada das uvas, reduzindo a distância que o vinho precisa percorrer entre as etapas de vinificação. Cada uma das asas é uma pequena vinícola com dois níveis; o nível do solo que abriga tanques de aço inoxidável e tonéis de madeira francês para fermentação e armazenamento, e um nível subterrâneo para o envelhecimento do vinho em barricas de carvalho. As quatro asas convergem em uma câmara central circular, que se assemelha a um anfiteatro e foi inspirado por antigos templos clássicos.

Já sobre o Outback Red Selection 2014, me resta acrescentar que é um vinho feito a partir de uvas Malbec, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. Não encontrei informações sobre envelhecimento em barricas mas continuarei pesquisando, se encontrar mais alguma informação acrescento por aqui. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração violácea de média para grande intensidade, com bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, abundantes, rápidas e coloridas tingiam também as paredes da taça.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos e escuros, algo de especiarias, floral e chocolate.

Na boca o vinho tinha corpo médio, boa acidez e taninos bem fininhos e macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de média duração. 

Um vinho simples, gostoso, e bem fácil de beber. Combinou com a costela ao barbecue. Acho que é a cara da casa. Achei ainda a aposta interessante e ousada para o estilo de casa e o mercado pequeno que o vinho ainda tem no Brasil mas ganhou minha simpatia e ajuda na divulgação. Portanto, eu recomendo.

Até o próximo!

Wednesday, June 3, 2015

Penedo Borges: Linha de vinhos faz 10 anos e quem ganha somos nós!

Como eu já havia dito por aqui anteriormente (aqui), a linha de vinhos Penedo Borges, da Otaviano Bodega & Viñedos, de Mendoza, na Argentina, completa 10 anos. E para comemorar a importante data, em parceria com a importadora Wine Lovers, o sócio brasileiro da Bodega, Euclides Penedo Borges (que dá nome à linha de vinhos), veio a São Paulo e ao Rio de Janeiro para um circuito de jantares harmonizados e palestras. Euclides Penedo Borges é um apaixonado por esse universo do vinho e professor-diretor da ABS-RJ. Estive presente no lançamento do evento, que aconteceu no Terraço Itália, no dia 27 de maio e vou comentar por aqui os vinhos que nos foram apresentados.


Primeiro, como de costume por aqui, um pouco de história. A Otaviano Bodega & Viñedos possui vinhedos situados a 1.050 mts acima do nivel do mar, ao pé da Cordilheira dos Andes, onde as amplitudes térmicas e a excelente insolação criam condições propícias para o cultivo de uvas viníferas e para a consequente produção de vinhos de qualidade. Mais precisamente, estamos falando do município de Luján de Cujo, conhecido como "a terra do Malbec", em Mendoza, Argentina. Concebida inicialmente com foco no mercado brasileiro, afinal é constituída de 5 sócios brasileiros, a Otaviano Bodega & Viñedos direciona atualmente 70% de sua produção para o Brasil, sendo que esta é comercializada em restaurantes e supermercados. O restante segue para Estados Unidos, México e Europa. A intenção da Bodega é expandir seus mercados, principalmente nos EUA. Possui basicamente 4 linhas de vinhos, começando pela linha Clássico, depois pela Reserva, Gran Reserva e finalmente o Ícono, top da Bodega.

Voltando ao evento que abriu o circuito de comemorações pelos 10 anos da linha Penedo Borges, fomos recebidos para um bate-papo e degustação por ninguém menos que o sócio-diretor Euclides Penedo Borges, diretor de enologia da Otaviano Bodegas & Viñedos, degustação essa que apresentaria os vinhos que mais tarde fariam parte do jantar harmonizado a quatro mãos que mais a frente falaremos sobre. Vamos as impressões sobre os vinhos?


Começamos o alegre e descontraído bate papo com o Espumante Brut Penedo Borges, um espumante produzido pelo método charmat e 100% de uvas Chardonnay. Com coloração amarelo palha e boa formação de perlage, fina e delicada, o vinho espumante apresentou também aromas de frutos cítricos e tropicais, toques de panificação e algo de mel ao fundo. Na boca é muito fresco e algo de cremoso. O retrogosto confirma as sensações olfativas e o final é de média duração mas muito saboroso e de muito frescor. Ajuda a limpar o paladar.


Depois partimos para a linha clássica com o Penedo Borges Sauvignon Blanc 2014. Um vinho jovem, sem passagem por madeira e 100% feito com uvas Sauvignon Blanc. É de uma coloração amarelo palha muito claro, reflexos verdeais. No nariz é clássico com maracujá, lima e algo de herbáceo. É menos cítrico que os hermanos chilenos e a acidez também não é tão agressiva, o que o torna leve e extremamente versátil. Ótimo para bebericar sem compromisso.


O terceiro vinho começou a deixar tudo um pouco mais sério, tratava-se do Penedo Borges Reserva Chardonnay 2013. Além de ser meu preferido entre os brancos, e possivelmente entre os vinhos apresentados, este vinho é 100% Chardonnay sendo que 30% do vinho passa 4 meses em barricas de carvalho francês e americano. O resultado é um vinho que apesar da coloração amarelo palha jovial, mas com tendencias ao dourado, demonstra boa complexidade aromática, passeando por frutas como abacaxi, pêssego além de mel, baunilha e fósforo. É untuoso em boca, sem perder o frescor e a fruta. Trás algo de mineral no final, que é longo e saboroso.


Entrando agora na área dos tintos, fomos então com o Penedo Borges Reserva Cabernet Sauvignon 2013, um vinho que embora seja rotulado como varietal (de acordo com a legislação local) recebe em seu corte final um toque de 10% de Syrah e passa por 8 meses de estágio em barricas de carvalho francês e americano. O resultado é um vinho de uma coloração violácea profunda e com um nariz recheado de frutas vermelhas, alcaçuz, couro e especiarias doces. Em boca tem corpo médio, boa acidez, taninos macios e redondos. Retrogosto confirma o olfato e o final é de longa duração.


Como não poderia deixar de ser, o encarregado para fechar a degustação foi o Penedo Borges Ícono 2012. Vinho de topo de gama da vinícola, também leva em sua produção pequenas proporções de Petit Verdot, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon. É claro que o resultado dá um vinho complexo, de coloração violácea muito profundo e escura, aromas de frutos vermelhos e escuros muito maduros, toques florais, chocolate, café e algo de mentolado. Em boca é grande, encorpado, com boa acidez e taninos sedosos. Retrogosto confirma o olfato e o final é longo e saboroso. Talvez junto ao Chardonnay, meu preferido da noite também.


Em seguida, passamos ao jantar harmonizado a quatro mãos, pelo chef Pasquale Mancini do próprio Terraço Itália e pelo chef da Bodega Otaviano, o mendocino Jesus Cahiza, que veio ao Brasil especialmente para a semana de eventos. Entre os destaques, um gostoso risotto de frutos do mar e o cordeiro com redução de vinho escoltado pelo curioso acompanhamento chamado humita, prato este de origem mendocina que é quase um purê de milho com cenoura e abóbora, temperado com alho, pimentão e manjericão em seu tempero.


Em resumo, bons vinhos, uma aula apaixonante do grande Euclides Penedo Borges, show de simpatia das meninas da Wine Lovers, da assessoria de imprensa Le Comunica, boa comida e uma vista deslumbrante. Precisava dizer mais?

Até o próximo!

Monday, June 1, 2015

Marqués de Villa de Leyva Cabernet Sauvignon Gran Reserva 2010: #CBE!

E chegamos àquele dia que sempre esperamos com entusiasmo todos os meses, que é o primeiro dia do mês quando os membros da #CBE - Confraria Brasileira de Enoblogs - numa gostosa brincadeira postam todos sobre um mesmo tema, relacionado ao vinho evidentemente. Neste mês, o tema foi ainda mais desafiador do que o do último post (relembre aqui), e quem o propôs foi o Ewertom Cordeiro, do blog Vinhos de Minha Vida. Vejam só que interessante: "Um vinho tinto de país que você nunca degustou harmonizado com um prato típico". Mas como por aqui o lema é desafio proposto, desafio aceito, fomos de vinho colombiano Marqués de Villa de Leyva Cabernet Sauvignon Gran Reserva 2010 harmonizado com empanadas.


Antes de mais nada, não me chamem de louco ou coisa parecida pela harmonização escolhida. A empanada é um importante marco, não só para a cozinha colombiana, mas, também, para os demais países da América Latina. A história desse prato é antiga, suas primeiras origens datam da Idade Média, porém a sua introdução nos países latinos se deu com a colonização espanhola. Por isso escolhemos este acompanhamento para o vinho, afim de criarmos algo próximo de um menu típico da região.

O vinho é produzido pela Aim Karim em um local chamado de Villa de Leyva, localizada na Colômbia, a uma distância de 180 km da capital Bogotá. Fundada pelos espanhóis em 1572 no vale Saquenzipa, esta pequena cidade foi o centro de culto para as tribos Chibcha para os seus deuses sol e da lua. Mais tarde, a região tornou-se o berço do assentamento dos conquistadores espanhóis. Ali, a 2100 m acima do nível do mar, encontram-se os vinhedos de uvas Chardonnay, Cabernet Sauvignon e Sauvigon Blanc trazidas da França na década de 90 e que produzem cerca de 5 mil litros de vinho a cada safra, aproximadamente. Sua linha de vinhos é composta de 5 exemplares, compreendidos entre tintos, brancos e rosés, e entre eles encontramos o Marqués de Villa de Leyva Cabernet Sauvignon Gran Reserva 2010. Seus vinhos tem um engraçado apelido, "vinhos finos dos trópicos".

Sobre o Marqués de Villa de Leyva Cabernet Sauvignon Gran Reserva 2010 podemos ainda acrescentar que é um vinho 100% Cabernet Sauvignon com passagem de 12 meses por barricas de carvalho americano. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita coloração violácea de média para grande intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas, espaçadas e ligeiramente coloridas também compunham o aspecto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de coco, frutas vermelhas, mentolado, alcaçuz e algo de especiarias. 

Na boca o vinho tinha corpo médio, boa acidez e taninos macios. O retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração.

Um vinho gostoso, simples e fácil de beber. Não espere complexidade, mas se surpreenda com a qualidade do vinho. Ele ainda foi um bom escudeiro para empanadas de carne e de queijo. Eu recomendo a prova. De qualquer forma foi uma ótima experiência e mais uma missão cumprida com louvor para a #CBE.

Até o próximo!