Estudo constata que um polifenol encontrado no vinho tinto provoca algumas mudanças na maneira com que o corpo metaboliza os alimentos gordurosos.
Este novo estudo descobriu que uma substância química no vinho tinto pode impedir que alguns dos alimentos gordurosos que comemos sejam convertidos em tecido adiposo. A pesquisa, publicada na edição de março do Journal of Biological Chemistry, descobriu que piceatannol, um polifenol encontrado na casca da uva e no vinho tinto, efetivamente bloqueia a formação de células de gordura em laboratório.
Na pesquisa anterior, o polifenol resveratrol havia sido associado a níveis mais baixos de gordura, mas as suas implicações clínicas são limitadas. O resveratrol é rapidamente metabolizado por seres humanos e pode passar rapidamente pelo corpo com benefícios pouco perceptíveis com relação a ingestão de gordura. O piceatannol é semelhante ao resveratrol, mas com uma diferença chave. Sua estrutura contém uma molécula adicional de hidrogênio e de oxigênio que torna mais difícil para o organismo digeri-lo, fazendo com que sua presença no corpo seja um pouco mais longa que a do resveratrol. "Um certo número de estudos anteriores indicaram que o piceatannol tem fortes atividades antioxidantes, anti-inflamatórias e anti-tumorais", disse o co-autor Dr. Kee-Hong Kim, nutricionista do departamento de Ciência Alimentar da Universidade Purdue. Mas suas interações com o tecido adiposo permanecem inexploradas. Quando o corpo humano consome gordura, as calorias ou são convertidas em energia ou são armazenados como tecido adiposo no corpo, dependendo de vários fatores. Kim e sua equipe observaram que, quando eles recriaram esse processo em laboratório, o piceatannol impediu o corpo de converter células de gordura em tecido adiposo (Kim e sua equipe obtiveram o composto químico a partir de uvas Monastrell).
Mesmo com doses menores, piceatannol foi um bloqueador eficaz de gordura, produzindo uma redução de 20% em formação de gordura. Em doses mais elevadas, a formação de gordura era quase inexistente, com 80% menos células de gordura formadas. E a boa notícia é que o piceatannol é abundante na natureza. "Você encontra piceatannol em bagas, uvas e vinho tinto, enquanto o maior teor de piceatannol pode ser encontrado no maracujá", disse Kim.
No entanto, Kim advertiu sobre colocar o piceatannol em um plano de dieta em breve, "a pesquisa foi uma simulação de laboratório". Mais estudos em animais e humanos são necessários no futuro para apreciar a alegação de que um composto no vinho tinto pode realmente ajudar na metabolização e absorção de gordura pelo organismo", disse Kim.
Esta matéria foi originalmente publicada no site da revista WineSpectator, sendo traduzida e adaptada por mim. Se quiserem maior fidelidade, sugiro acessarem www.winespectator.com.
Até o próximo!