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Tuesday, April 18, 2017

Degustar vinho engaja, e muito, o seu cérebro!

Em seu mais recente livro publicado, Neuroenology: How the Brain Creates the Taste of Wine, Gordon Shepherd, um neurocientista de Yale, argumenta que a degustação de vinho realmente estimula o seu cérebro mais do que atividades que supostamente exercitam o cérebro como ouvir música ou até mesmo lidar com um problema complicado de matemática.

Foto propriedade de Wines of Chile & Ch2A.

De acordo com Shepherd, degustar vinho "envolve mais do nosso cérebro do que qualquer outro comportamento humano". Seu livro - essencialmente uma extensão enológica de sua publicação anterior, Neurogastronomia: Como o cérebro cria sabor e por que importa - mergulha neste processo com detalhe extremo, a partir da dinâmica fluida de como o vinho é manipulado em nossas bocas ao efeito de sua aparência, cheiro e sensação na boca para o modo como nossos cérebros processam e compartilham toda essa informação. Ele sugere que, ao contrário de algo como matemática, que utiliza uma fonte específica de conhecimento, degustação de vinho envolve o cérebro mais completamente. Ele explicou como mesmo etapas básicas de degustação de vinho podem ser mais complicadas do que parecem. "Você não apenas coloca vinho em sua boca e deixa-o lá", disse Shepherd. "Você movê-lo e depois engoli-lo é um ato motor muito complexo."

No entanto, possivelmente a parte mais complexa da degustação de vinhos - um dos pontos centrais de Shepherd e o subtítulo de seu livro - é o argumento do que quando bebemos vinho, nossos cérebros são realmente necessários para criar os sabores para que desfrutemos totalmente a experiência. "A analogia que se pode usar é a cor", explica Shepherd. "Os objetos que vemos não têm cor própria, a luz atinge-os e ai a cor surge. É quando a luz atinge os nossos olhos que ativa sistemas no cérebro que criam cores a partir desses diferentes comprimentos de onda. Da mesma forma, as moléculas no vinho não têm aroma ou sabor, mas quando estimulam nossos cérebros, o cérebro cria sabor da mesma forma que cria cor ".

É uma filosofia bastante complexa para envolver nossa cabeça mas, ao final das contas, ao que tudo indica ainda não sabemos do total potencial que nosso cérebro possui. Quem sabe o que o vinho pode nos fazer?

Até o próximo!

Wednesday, March 9, 2016

Qual a diferença entre aerar e decantar o vinho?

Esta talvez seja uma dúvida muito comum que encontramos entre os enófilos, sejam eles novatos no mundo do vinho ou mesmo com alguma experiência. E existe muita confusão pelo fato de que o instrumento normalmente utilizado em ambos os casos, o decanter, é um só. Mas a necessidade de uma técnica ou da outra é que difere e também o tipo de vinho que normalmente necessita de uma ou outra. A seguir, descrevei brevemente cada uma destas técnicas e seus usos mais comuns.


Decantação: Uma técnica utilizada para remover os sedimentos de um vinho antes de consumi-lo. Depois de permitir que o sedimento se concentre no fundo da garrafa, deixando-a em pé por aproximadamente 24 horas prévias ao consumo, o vinho é derramado lentamente e com cuidado em um outro recipiente (normalmente um decanter), deixando o sedimento no frasco de origem. A visualização dos sedimentos pode ser facilita se utilizando uma fonte de luz auxiliar atrás da garrafa quando o líquido está sendo vertido no outro recipiente (normalmente utilizamos uma vela). Esta técnica é normalmente utilizada em vinhos tintos mais velhos e/ou que não tenham sido filtrados pois são estes que apresentam maior formação de sedimentos em suas garrafas.

Aeração: Este processo de incentivar um vinho a absorver o oxigênio também é chamado de respiração. O simples fato de se remover a rolha de uma garrafa de vinho pode não permitir o contato suficiente de ar e portanto, a decantação ou mesmo agitando o vinho em uma taça são os métodos preferidos. O objetivo é permitir que o vinho possa se abrir e se desenvolver, liberando seus aromas no ar. Dez a 30 minutos (pelo menos) de aeração podem ajudar a abrir vinhos tintos jovens mais fechados e "tímidos", que precisam de mais tempo de envelhecimento para evoluir, sendo estes os principais alvos quando falamos de decantação ao passo que vinhos tintos mais velhos (15 anos ou mais) são mais delicados e podem perder seus aromas mais frutados e expressivos, não sendo recomentada tal técnica recomendada; tais vinhos podem evoluir muito rapidamente a taça (vinhos mais velhos).

Até o próximo!

Tuesday, March 8, 2016

Qual é o significado das diferentes formas de garrafas de vinho?

Nós, que gostamos de vinho, já notamos algumas vezes que existem diversos tipos de garrafas que armazenam o sagrado líquido, como por exemplo, as garrafas de Pinot Noir que em geral tem a parte inferior mais bojuda, lembrando uma lâmpada invertida ou mesmo a maioria dos vinhos feitos a partir da uva Riesling, que tem a garrafa com um pescoço mais alongado. Seriam essas diferenças apenas para diferenciar o tipo de vinho que as garrafas carregam?


Como via de regra, esses formatos de garrafa se perpetuaram ao longo do tempo exatamente com o intuito de indicarem algumas diferenças do líquido que carregam. Existem três formas principais e uma quantidade infinita de variações. A maioria destes formatos datam ainda do século 19 e existem até hoje dada sua utilidade em deixar os amantes do vinho saberem o que está dentro, pelo menos na maior parte do tempo. Notemos que, por exemplo, a maioria destes formatos facilita com que as garrafas sejam armazenadas na posição horizontal.

As garrafas estilo "Bordeaux" têm os lados retos e ombros altos e poderíamos esperar ver neste tipo de garrafa vinhos feito a base de Cabernet Sauvignon, Merlot, Sauvignon Blanc e Semillon, por exemplo. Já as garrafas estilo "Borgonha" por sua vez, se mostram mais bojudas e com ombros mais inclinados, usadas geralmente para vinhos feitos a base de uvas Pinot Noir e/ou Chardonnay, por exemplo, assim como os vinhos vindos do Rhône também. Este formato (Borgonha) é também semelhante ao formato utilizado para as garrafas dos vinhos espumantes, embora estas sejam um pouco mais grossas, resistentes e com uma reentrância profunda para lidar com a pressão interna. Por fim, as garrafas mais altas e finas, com ombros ligeiramente inclinados são identificadas com os vinhos mais aromáticos e das regiões da Alsácia e do Mosel da França e Alemanha, respectivamente, e uvas como Riesling e Gewürztraminer. Fora isso, podemos pensar ainda nas garrafas de vinho do Porto, por exemplo, que são semelhantes as garrafas estilo Bordeaux só que mais "achatadas" e com um leve globo no pescoço.

Entretanto, vale ressaltar que isto não é uma regra mas uma maneira encontrada pelos produtores de facilitar a vida dos enófilos e de pessoas que não conheçam muito sobre vinhos. Podemos encontrar vinhos diferentes e garrafas diferentes. dependendo de considerações regionais, mercadológicas e culturais.

Até o próximo!

Friday, November 15, 2013

Curiosidade: O que são os taninos?

Os taninos são um tipo de biomolécula de ocorrência natural encontrada em certas madeiras e outras plantas, como o chá, nozes, especiarias e frutas. O vinho recebe seus taninos a partir da casca e das sementes da uva, bem como a partir dos barris de carvalho. Mesmo que os taninos estejam presentes em todos os tipos de vinhos, eles estão em um nível mais elevado e, portanto, mais perceptíveis nos vinhos tintos do que nos vinhos brancos, porque os vinhos tintos são fermentados com suas peles e sementes (e os vinhos brancos são fermentados sem - usualmente).

Os taninos não têm um gosto específico mas sim muito mais como uma sensação que eles conferem quando os "degustamos". Eles são responsáveis por aquela "pegada" que sentimos principalmente em nossa gengiva e parte frontal do maxilar bem como uma sensação de tração em nossa língua. Se você reparar bem, quando ingerimos algum alimento e/ou bebida que faz com que tenhamos aquela sensação de amarramento na boca e automaticamente franzirmos o rosto, esta pode ser a sensação dos taninos.

Os taninos são apenas uma parte da estrutura de um vinho, juntamente com o glicerol, álcool e a acidez. Dependendo da quantidade de tanino de um vinho tem e sua relação com os outros elementos, os taninos podem ser descritos como empoeirados, aveludados, em borracha, firmes, redondos ou mesmo maduros.

Matéria original em www.winespectator.com

Thursday, October 10, 2013

Como o vinho pode ter aromas/sabor de baunilha, caramelo ou canela?

Começo afirmando que é bom que tenhamos em mente: o enólogo não adiciona canela, baunilha ou outros aditivos para atingir tais aromas/sabores (pelo menos os sérios). Depois é necessário entender que o processo de envelhecimento do vinho em barricas de carvalho, principalmente, tem grande impacto nos aromas e sabores que o vinho virá a apresentar quando abrirmos a garrafa.


Devemos entender que existe muita química por trás do que faz com que o vinho tenha determinado aroma/sabor. Primeiramente cada tipo de uva terá um tipo de sabor intrínseco e quando a mesma for fermentada e transformada em vinho estas características olfativas e organolépticas serão ampliadas. É portanto durante o processo de fermentação que os compostos químicos conhecidos como ésteres são formados. Se você sentir cheiro de pétalas de rosa em um vinho, pode ser porque você está sentindo os aromas dos ésteres que estão nas rosas também. Os vinhos podem ser feitas por dezenas destes compostos químicos, e a pessoa que descreve o vinho ou está sentindo estas notas de maneira mais evidente ou está tentando encontrar um jeito de diferenciar determinado vinho por uma dada característica aromática.

As barricas de carvalho podem ser grandes constituintes do perfil aromático de um vinho. Um barril pode infundir no vinho armazenado nele, sabores diferentes, dependendo da origem da madeira e de como é feita a tosta além de é claro, quanto tempo o vinho fica na mesma. Assim, um vinho que passa apenas alguns meses em um barril levemente tostadas vai ter um perfil diferente de um mesmo o mesmo vinho que fica por 18 meses em um barril altamente tostado. Um enólogo pode até querer fazer as duas coisas e, em seguida, misturar os dois para chegar a uma mistura complexa.

Devemos também sempre lembrar que cada decisão que um vinicultor faz ao longo do caminho vai ter algum tipo de efeito sobre a forma como os aromas e sabores em vinho se apresentam ao consumidor. Isso depende não só do tipo de uvas, mas como e onde estas uvas são cultivada, a variação decorrente da safra (ano) e quem sabe uma das maiores decisões tomadas ainda no vinhedo: quando são colhidas as uvas.

Um vinho tinto pode ser fermentado de diferentes maneiras, alguns enólogos resfriam o mosto das uvas enquanto fermentam, alguns utilizam os cachos inteiros e outros usam, por exemplo, leveduras nativas. O regime de envelhecimento em barricas, o envelhecimento em garrafa e a outra grande decisão - o corte - podem ter um enorme impacto sobre o produto final.

E você, caríssimo leitor, o que acha a respeito destes aromas que sentimos no vinho? Deixem seus comentários e idéias no blog ou na fan page.

Até o próximo!

Friday, October 4, 2013

Um pouco de história: sabragem, o que é e como surgiu.

Tomando um gancho em meu último post sobre a Confraria Pane, Vinum et Caseus (aqui), resolvi explicar melhor a técnica usada por nosso presidente para a abertura de uma das garrafas de espumante durante nosso encontro.


A sabragem consiste basicamente em uma técnica para a abertura de garrafas de espumante com a ajuda de um sabre, um tipo de espada que normalmente tem uma única lâmina curva e com empunhadura bem grande e vistosa que cobre a mão e os nós dos dedos. Usando esta técnica, a pessoa deve primeiramente remover a cápsula e a gaiola do espumante, deslizar o sabre por sobre o corpo da garrafa no lado em que a garrafa possui uma ranhura com força moderada a fim de quebrar o pescoço da garrafa com o impacto do sabre. Desta maneira, a pressão interna que o espumante possui ajuda a expelir o gargalo da garrafa bem como eventuais cacos de vidro que possam ter se desprendido na operação. Fisicamente falando, o motivo pela escolha do garagalo na região da ranhura da garrafa é que ali existe um grande ponto de tensão que diminui a resistência do vidro em mais da metade. Note que, se por algum motivo seu sabre estiver com o fio afiado, você deverá utilizar o lado contrário para efetivar a sabragem. 

Mas como surgiu esta técnica? Segundo a história, esta técnica surgiu e se tornou popular principalmente na França quando o exército napoleônico, logo após a revolução francesa, visitava as várias propriedades dos aristocratas da região e para celebrar as vitórias do exército, utilizavam sua espada (arma escolhida para a cavalaria leve das tropas de Napoleão) para a abertura das garrafas de champagne. Existem ainda lendas a respeito desta técnica, como por exemplo a que diz que os soldados de Napoleão visitavam com frequência a Madame Clicqout (um dos sobrenomes mais fomosos da região) e sua vinícola, que ela herdara do marido com apenas 27 anos, e para impressioná-la, se utilizavam também desta técnica para a abertura de suas garrafas de champagne.

Eu particularmente nunca tentei esta técnica mas presenciei e achei muito interessante e divertido. E claro que brindamos com o espumante aberto desta maneira. E vocês, já fizeram alguma vez? Se não fizeram, espero que as informações aqui contidas sejam úteis. Se sim, mandem suas opiniões, comentários e dividam conosco.

Até o próximo!

Saturday, February 16, 2013

Qual a relação entre as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Sauvignon Blanc?

Mais um post para a série curiosidades do mundo vinícola, posso garantir. Em mais um de minhas leituras vitivinícolas por esta imensidão da web me deparei com um pequeno parágrafo sobre este curioso caso de parentesco entre as uvas citadas acima e resolvi compartilhar com meus amigos leitores. O artigo original se encontra no site da Winespectator.


"Mesmo muitas vezes é chamada de "rei" das uvas tintas, a Cabernet Sauvignon é um feliz acidente. Cerca de 15 anos atrás, um teste de DNA mostrou que a Cabernet Sauvignon é, na verdade, um cruzamento entre as uvas Cabernet Franc e Sauvignon Blanc. Como cruzamento entre determinadas espécies de videiras não era muito bem compreendido na época  em que a uva Cabernet Sauvignon apareceu pela primeira vez, no século 17, podemos assumir a sua criação não foi planejada. Mas mesmo assim, viva o rei!"

E ai caros leitores, o que acharam desta informação? Caso tenha mais curiosidades como esta e queiram compartilhar comigo e com os demais, peço que usem o campo de comentários do blog bem como a fan page no Facebook ou por fim o email deste blog. Eu e todos os outros leitores ficaremos imensamente gratos!

Até o próximo!

Wednesday, December 5, 2012

Qual a diferença entre barris de carvalho francês e americano?

Eu sempre tive esta curiosidade e aposto que muitos de meus leitores também a tem. Estava outro dia lendo artigos e notícias relacionadas a vinho pela rede quando me deparei com este pequeno artigo que, apesar de não satisfazer 100% a nossa curiosidade, pode ajudar a começar a entender um pouco melhor tal diferença. Espero que gostem e que as informações aqui contidas vos sejam úteis.

"A primeira diferença é bastante óbvia: barris franceses são feitos de carvalhos cultivados na França e barris americanos são feitos a partir de árvores de carvalho cultivadas nos Estados Unidos. Para ser mais específico, as duas espécies de árvores de carvalho usados ​​principalmente para barris na França são Quercus robur e Quercus sessiliflora, enquanto na América, o carvalho é tipicamente usado Quercus alba. Falando em traços largos, barris de carvalho francês são conhecidos por dar ao vinho notas mais sutis e picantes (especiarias), com texturas mais sedosas. Já os barris americanos tendem a ser mais potentes no seu sabor, muitas vezes descritos como aportando notas de baunilha e coco, com uma textura mais cremosa aos vinhos.

Dito isto, uma série de variáveis ​​podem afetar como o barril irá influenciar um vinho. Existem diferentes produtores de barril e diferentes níveis de "torra", que se refere ao aquecimento do interior da madeira para a moldagem da mesma. A influência também depende de como os barris são utilizados. Alguns vinhos são envelhecidos em barris por alguns meses, outros por alguns anos. Barricas mais novas (geralmente de primeiro e segundo uso) são mais fortes, enquanto barris mais velhos (terceiro e demais usos) são mais neutros. Muitos enólogos usam uma variedade de barris, incluindo uma mistura de francês e americano, ou barris de outras fontes, como a Hungria e Eslovênia."

E ai, será que ajuda a começar a entender as pequenas diferenças em seus vinhos quando sabemos qual tipo de madeira é aplicada no vinho? Você tem alguma coisa a acrescentar? Me ajudem a enriquecer o post colocando seus comentários ai embaixo do post!

Até o próximo

Matéria traduzida e adaptada de www.winespectator.com

Friday, August 24, 2012

Quer ter uma propriedade no Napa Valley?

É isso mesmo, se você dispor da pequena quantia de 35 milhões de dólares. O famoso ator hollywoodiano Robin Williams, responsável por grandes sucessos do cinema internacional tais como The Birdcage, Patch Adams, Jumanji, Aladdin e outros, colocou a propriedade de sua família a venda. 

Villa Soriso, a propriedade de 653 hectares situada nas montanhas Mayacamas, pode ser sua por US $ 35 milhões; regalias incluem uma casa de 20 mil metros quadrados no estilo de vila italiana, sala de cinema com 12 assentos em casa, uma piscina com borda infinita de 65 metros de comprimento, adegas com temperatura controlada para seus muitos vinhos e artes, instalações equestres, as vinhas e o conhecimento de que você compartilhou uma banheira com Mrs. Doubtfire, algo no qual você realmente não pode precificar. 

Williams recentemente se casou em uma propriedade vinícola, o Resort Meadowood em Santa Helena. Além disso, supõe-se que agora que Williams cumpriu alguns de seus desejos, sobriedade ("Eu fiz reabilitação no país de vinho, para manter minhas opções em aberto", disse à CBS), um casamento sob as treliças entre outros, não há muito que o Napa possa oferecer-lhe. Presumi-se agora que ele deva voltar a alguma de suas antigas propriedades.

E ai, algum de meus leitores se habilita?

Até o próximo!

Friday, August 3, 2012

Marimbondos e vespas podem ajudar no processo de fermentação?


Mais um artigo que pode entrar para facilmente para o marcador de curiosidades do vinho. Eu achei até certo ponto interessante, mas eu ainda fico um pouco cético quando a mudanças no vinho ou no seu método de fermentação, pelo menos a curto prazo. Vejamos o que diz este estudo retirado originalmente do site www.thedrinksbusiness.com .



Pesquisadores da Universidade de Yale descobriram que as vespas e marimbondos transportam a levedura responsável pela fermentação da cerveja, do vinho e do pão.

O estudo, publicado recentemente na revista Proceedings of National Academy of Sciences Journal, constatou que a levedura pode viver no intestino da vespa enquanto ela hiberna durante o inverno. Quando as vespas mordem as uvas na videira, deixam para trás traços da levedura Saccharomyces cerevisiae, o que ajuda a iniciar o processo de fermentação dos bagos. Os pesquisadores usaram o sequenciamento de DNA para analisar os genes da levedura, rastreando-os de volta ao intestino das vespas.

Outros insetos e pássaros também carregam o fermento, mas as vespas desempenham um papel especial, uma vez que o transportam a levedura durante o inverno e podem transmiti-la aos seus descendentes. O estudo descobriu que as vespas também introduzem outros microorganismos para as uvas, que adicionam sabores ao vinho. De acordo com Duccio Cavalieri, professor de microbiologia da Universidade de Florença e um dos autores do estudo, o vinho não teria o mesmo sabor sem o fermento deixado para trás.

"As vespas são os melhores amigos de um amante do vinho", disse Cavalieri, que vem de uma família de produtores de vinho em Chianti. "O estudo mostra que é fundamental olhar para a conservação e o estudo da biodiversidade - tudo está ligado", acrescentou.

Os antigos romanos pareciam conhecer o papel que os insetos desempenham no processo de vinificação. Eles freqüentemente plantavam jardins ao lado de seus vinhedos para atrair vespas e outros insetos que gostavam de uvas para as vinhas.

E você leitores do Balaio, o que pensam a respeito? Deixem seus comentários e impressões sobre o assunto depois de lerem este artigo!

Até o próximo!

Friday, July 13, 2012

Sexta feira 13 e as superstições do mundo do vinho

Hoje é sexta-feira 13, mas a má sorte não está conosco, ao menos eu espero. O vinho é produzido há milhares de anos então naturalmente existem muitas superstições e tradições associados a ele. Aqui estão algumas delas. Desobedecer a estas é por sua conta e risco.

Na Itália, se você derramar o vinho, você deve esfregar um pouco do vinho derramado atrás de cada orelha. Esta superstição deve ter sido propagada pelos Romanos, que pensavam que derramar o vinho era um mau presságio.

Em Varnhalt, na Alemanha, as últimas uvas colhidas em cada estação devem ser trazidas por um carro de bois, ou a colheita toda da temporada vai azedar. Também na Alemanha, quando uma pessoa morre, o vinho na sua adega deve ser agitado o mais rapidamente possível.

Os romenos tradicionalmente derramam um pouco de vinho no chão, como uma libação para que os seus amigos mortos possam beber junto a eles.

No antigo Egito, membros da realeza eram enterrados com cinco frascos de vinho para levar com eles na vida após a morte. Isto acontecia para que eles tivessem boa sorte na passagem e para que pudessem usar o vinho para divertir-se na presença de outros membros da realeza.

Na Lituânia, existe a crença de que, exatamente à meia-noite na véspera de Natal a água se transforma em vinho e  os animais  começam a falar quando os  humanos  não  estão em torno para ouvir.

Durante uma tempestade, os pescadores tem o costume de derramar vinho no mar para acalmar as águas. Ou ainda durante os casamentos judaicos, o noivo dá vários pisões em um copo de vinho, a fim de trazer um casamento feliz.

E você querido leitor, tem alguma superstição ligada a sexta feira 13 que inclua vinhos? Compartilhe conosco!

Até o próximo!

Curiosidade sobre vinho & rock n'roll!

Para os que não se atentaram ou mesmo não são muito chegados em música, a data de hoje pode passar despercebida. Acontece que hoje, 13 de julho, é o Dia Mundial do Rock. E eu sou muito grato por ter vivido na transição da década de 80 para a de 90, onde o rock vivia praticamente o auge. Bandas como Guns n'Roses, AC/DC, Iron Maiden, Metallica e por aí vai ainda estavam com uma pegada firme e criando verdadeiros hinos que eram entoados ao redor do mundo. E não é que, lendo alguns artigos sobre a data, acabei descobrindo uma curiosidade que envolve o mundo dos vinhos? Você, caro leitor, sabia que a música Night Train, do Guns n'Roses, faz referência a uma bebida que era considerada um vinho? Sim, a música não diz respeito a drogas, aventuras sexuais ou algo do gênero, comumente retratadas nas letras da banda. 


O tal "Night Train" era um vinho fortificado vagabundo e barato, que continha tipicamente grau alcoólico entre 13% e 20% e, entre seus elementos constituintes principais, estavam o açúcar e colorantes/aromatizantes artificiais. Esse vinho teria surgido na década de 30, com o advento da grande depressão e da lei seca nos EUA, uma vez que as matérias-primas eram mais fáceis de serem adquiridas pelos produtores. A partir daí, surgiu uma vasta gama desses vinhos fortificados, que foram se tornando cada vez mais populares devido aos preços acessíveis e à escassez de outros tipos de bebidas. Mais tarde, em meados dos anos 2000, algumas dessas marcas foram banidas do mercado, uma vez que se comprovaram diversos malefícios para a saúde de seus consumidores. Além disso, grandes movimentos de organismos da área da saúde engrossavam a campanha contra eles. Hoje, ainda existem algumas poucas marcas à venda, mas muitos entendidos no assunto dizem que é apenas uma mudança de aromatizantes das marcas que foram banidas do mercado.

E vocês, caríssimos leitores, conhecem mais alguma lenda do rock que possa ser confundida com vinhos, para comemorarmos a data de hoje?

Até o próximo!

Friday, April 20, 2012

Evoluído, terciário, vivo ou em declínio? Mas o que isso quer dizer?

Sempre que nos deparamos com descrições sobre características dos vinhos, podemos encontrar uma ou mais destas palavras sendo utilizadas, entre muitas outras, mas que as vezes podem causar certa estranheza para uma pessoa menos acostumada a estes termos "vinícolas". Mas o que eles querem dizer?

Quando um vinho é descrito como vivo (ou com os termos relacionados como vibrante, fresco, brilhante, suculento ou picante) normalmente associamos à acidez de um vinho. A acidez é um dos fatores que dá uma estrutura ao vinho e amplifica os seus sabores. É também uma forma de destacar sabores de frutas que são particularmente exuberantes. Este termo quase sempre descreve os vinhos que são jovens, antes da percepção de acidez e sabores de frutas subsequentes começarem a desaparecer.

Os outros termos que dão título ao post de hoje - evoluído, terciário e em declínio - são normalmente utilizados para um vinho com alguns anos de garrafa, e que normalmente suportam tal envelhecimento. E cada vinho tem o momento em que estas notas começam a se mostrar, mas normalmente podemos dizer que um vinho tenha perdido a sua vida por volta da marca de 10 anos, se não mais cedo. Isto é o que eu chamaria de um vinho evoluído.

Enquanto um vinho continua a envelhecer, a cor desbota ou torna-se marrom e se o mesmo é um vinho de guarda e tenha sido bem armazenado, seus aromas de frutas passam a ficar em um segundo plano enquanto outras notas tornam-se mais evidentes. As notas que se desenvolvem durante o envelhecimento são chamadas de notas "terciárias" e incluem aromas florais, de terra, especiarias e sabores minerais que se desenvolvem mais tarde na vida de um vinho.

Quando um vinho passa seu pico - os sabores de frutas perderam seu frescor e as notas terciárias são menos proeminentes, dizemos que um vinho está em declínio.

Espero que esta matéria possa ajudar um pouco a elucidar tais termos utilizados nas descrições dos vinhos que encontramos por ai e é claro, deixo este canal aberto para que os meus queridos leitores possam colocar sugestões, descrições e significados para estes e outros termos com os quais nos deparamos no dia a dia vinícola. Lembrando que este texto foi retirado, traduzido e adaptado do site da revista WineSpectator.

Até o próximo!

Thursday, March 15, 2012

Os aromas dos vinhos e as mais diferentes percepções

E chegamos a mais um post com curiosidades sobre o vinho. Mais uma vez o texto foi retirado e adaptado do site da revista WineSpectator, caso queiram ler o mesmo na íntegra ou prefiram o original. Espero que gostem, pois o assunto é muito interessante, ao menos pra mim.

Conforme um vinho evolui, seus aromas de frutas irão evoluir, e como nós os descrevemos irá também refletir isso. Por experiência própria, aromas de frutas desaparecem ao longo do tempo ou assumem características de frutas secas ou cozidas (notas de cerejas frescas podem se tornar mais parecidas com compota ou mesmo kirsch de cereja, por exemplo). Ou eles simplesmente tendem a ir para o fundo da taça trazendo outras características para a superfície do vinho, como temperos ou aromas terrosos.

E quando lemos duas descrições diferentes sobre um mesmo vinho, feitas por pessoas diferentes? Como por exemplo quando um descreve o vinho com aromas de frutas vermelhas e a outra com aromas de frutos negros? Neste caso, não é apenas uma questão de um vinho em evolução, mas também de duas pessoas diferentes que descrevem o mesmo vinho. Cada um de nós irá utilizar o seu próprio vocabulário e pontos de referência para descrever o vinho, fazendo com que os "frutos vermelhos" de um possam se tornar os "frutos negros" do outro, e ainda assim nenhum deles estar errado. Se você provar regularmente com alguém (ou ler as suas opiniões regularmente), você pode encontrar uma maneira para triangular o seu vocabulário.

Um exemplo vem do próprio jornalista, que cresceu com uma árvore de sassafrás no seu quintal, então ele tem uma memória forte associada com essa nota olfativa ao passo que uma de suas colegas de degustação de vinhos sabe o que ele tenta transmitir descrevendo a tal nota de sassafrás, mas não é uma nota que ela esteja emocionalmente ligada, e ela não pensa nisso como muitas vezes ele o faz. O que ele quer dizer é que a nota olfativa de "sassafrás" para ele pode vir a se tornar uma nota de "root beer" ou "cola" para nós. Note que estaríamos descrevendo o mesmo detalhe, apenas com nossas próprias palavras.

E você, caro leitor, quando lê notas de degustação de vinhos normalmente concorda com as descrições olfativas ou por muitas vezes não as entende e associa a outros aromas totalmente diferentes? Deixem suas contribuições nos comentários do blog.

Até o próximo!

Saturday, February 11, 2012

Da onde vem a palavra "sommelier" ?

Mais um capítulo da série sobre curiosidades do mundo vinícola. Hoje, iremos desvendar (ou não) a origem da palavra sommelier, que todos nós enófilos e envolvidos neste universo estamos sempre em contato. Matéria original retirada do site da revista WineSpectator.

Da onde é que a palavra "sommelier" vem? É a partir da palavra francesa "someil", que significa "dormir"? Afinal, o vinho amadurece e "dorme" na adega. O sommelier deve cuidar dela.

Teoria interessante (e romântica), mas parece que "sommelier" vem da do palavra do francês "saumalier", ou "soumelier", que era alguém que estava encarregado do transporte de suprimentos, ou a cargo de animais de carga. Estas palavras foram, provavelmente, alterações da palavra "somier" ou "sauma" que eram os animais de carga em si.

Tão linda como a primeira versão da etimologia, depois de todas as horas organizando minha adega me levaram a crer que a palavra tem mais sentido quando comparamos a pastoreio de animais do que assistir ao sono de alguém!

E vocês, prezados leitores, tem mais alguma teoria sobre a origem da palavra "sommelier" ? Caso tenham, utilizem o espaço de comentários do blog e deixem as suas!

Até o próximo!

Friday, February 10, 2012

Os vinhos realmente sofrem um "tranco" com a viagem?

Mais uma da série curiosidades sobre o vinho. Todos já nos deparamos com esta questão, ao menos uma vez, seja por experiência própria ou leituras sobre o assunto. Seria realmente necessário colocarmos os vinhos para um período de descanso após traze-los em uma viagem ou mesmo quando compramos on-line ou por telefone e os mesmos são entregues seja pelo modal terrestre, aéreo ou marítimo? Bom, outro dia estava lendo uma revista especializada em sua seção de perguntas e respostas e veja o que eles disseram:

"Consideramos o "Bottle Shock" (às vezes chamado de "bottle sickness") uma preocupação legítima para os vinhos que acabaram de ser engarrafados, ou que apenas viajaram, ou ambos. Há uma abundância de evidências anedóticas e histórias de amantes do vinho que tenham sofrido com um vinho que parecia flácido/mole por um período de tempo após uma viagem. Mais frágeis, os vinhos mais velhos parecem ser mais suscetíveis a esta condição, ao passo que os vinhos mais jovens e mais robustos seriam menos suscetíveis. O que uma viagem pode fazer a um vinho? É quase como o jet lag que judia dos amantes do vinho quando viajam de avião e mudam muito de fuso horário, por exemplo. Realmente não há qualquer evidência científica sobre o assunto, apenas uma teoria de que o movimento e o calor podem destacar todos os elementos diferentes do vinho, como os compostos fenólicos e os compostos químicos e tal. Esperamos que você possa deixar os vinhos que foram recentemente enviados para você descansar por alguns dias ou algumas semanas antes de abri-los.

Como não há maneira científica para medir como um vinho vai se mostrar pra o consumidor ou se houve algum efeito do bottle shock, este é o máximo que podemos te esclarecer. Uma vez que o vinho chega à sua casa, faça o seu melhor para mantê-lo imóvel e nas condições ideais de armazenamento como temperaturas constantes e frias, longe da luz, calor e vibração. Mesmo nos casos mais graves de bottle shock que já vivenciamos, o vinho estava bom duas semanas depois."

Agora deixo para vocês leitores me relatarem suas experiências e opiniões sobre o bottle shock.

Até a próxima!

Wednesday, February 8, 2012

O que realmente acontece quando você decanta um vinho?

Quando você abre uma garrafa de vinho, duas coisas começam a acontecer: a oxidação e a evaporação. Nenhuma delas entretanto fazem com que os taninos se suavizem por si próprios (pelo menos, não nesse período de tempo). Mas outras coisas podem acontecer para fazer com que o vinho pareça mais harmonioso e seus taninos mais integrados com o restante do vinho.

A primeira coisa que acontece é a evaporação. Depois que um vinho é vertido em um decanter, os componentes altamente voláteis irão se mover para o novo espaço disponível para eles e, em seguida, dissolvem-se na superfície do vinho. Quanto mais você girar ou derramar um vinho mudando a superfície de contato vinho-ar, mais isso pode acontecer. Tipicamente, os compostos voláteis de um vinho tendem a ser as notas menos desejáveis, de modo que a evaporação vai ajudar notas como a de palitos de fósforo queimados ou álcool, por exemplo, a se dissiparem tornando o vinho mais suave e mais atraente.

Quando se trata de vinho, os efeitos da oxidação acontecem durante horas e dias, não segundos ou minutos. Claro, a oxidação pode rapidamente transformar uma maçã cortada para uma tonalidade marrom, mas  não é provável que você venha a sentir todas as alterações efetivas dos taninos do vinho após apenas poucas horas em um decanter. Eu verifiquei com o professor Roger Boulton, da U.C. Davis,  sobre isso e ele diz: "Não há nenhuma evidência que qualquer um dos componentes do tanino sejam alteradas por tal exposição ao oxigênio dissolvido. Os compostos fenólicos menores que reagem muito mais rápido, e podem ser consumidos, mostram uma mudança insignificante na concentração. Nenhuma delas pode explicar as mudanças que são atribuídas ao ar como "suavização dos taninos."

Isso não quer dizer que os taninos não mudem sua estrutura ao longo do tempo. Certamente, durante a vida de um vinho na garrafa, taninos formarão ligações químicas com o oxigênio, serão formados polímeros de tanino e estes deverão cair para fora do líquido, criando sedimentos e fazendo com que a cor de um vinho tenda a ir clareando ou mesmo desapareça. Mas isso leva anos para acontecer.

Eu acho que a maioria das pessoas vai concordar que 2 ou 3 horas em um decanter, como normalmente fazemos quando decantamos um vinho,resultam em um vinho diferente e, normalmente, para melhor. Ambas a oxidação e evaporação parecem suavizar arestas, e elas podem fazer um vinho parecer mais expressivo, mais aromático e melhor integrado. Nós simplesmente não podemos dizer que os taninos se tornam mais suave.

Matéria original retirada do site da WineSpectator, seção "ask dr. vinny"