Wednesday, April 6, 2011

A Rede Social: O filme

Só agora tive oportunidade de ver o filme que mostra em parte a história por trás do que houve quando da fundação do fenômeno das redes sociais na internet, o Facebook. E só tenho uma coisa a dizer, o filme é muito bom, aliando a complexidade do personagem de Zuckerberg com as histórias que permeiam as suas relações humanas. O filme em linhas gerais mostra como surgiu a idéia da montagem da rede social Facebook, quem foram as pessoas envolvidas, os problemas que surgiram desta formação e os como os relacionamentos podem ser alterados com a percepção do que é bom e o que é ruim em determinados momentos de nossas vidas.

Na nossa adolescência é comum querermos ser aceitos nos grupos que se formam, seja na escola, na rua, no prédio e assim por diante. Nasce então uma necessidade de mostrarmos algo que muitas vezes não o somos. E é assim que surge a imagem de Zuckerberg, na primeira cena do filme, verborragicamente citando pessoas famosas que se fizeram notar dentre os muitos universitários frequentadores da Universidade de Harvard e de suas fraternidades para sua namorada até então. É claro que ele não é nem um pouco sutil e quer se fazer notar por seu QI muito acima do normal, o que acaba por irritar sua parceira. Depois de tomar um fora da mesma, existe uma cadeia de fatos que levam Zuckerberg a imaginar a tal rede social. Mas é claro que nada é tão simples quanto parece.

As fraternidades são muito comuns nas universidades americanas e dentro delas, cada grupo tem afinidades em comum. Existe aquelas que reunem grupos de poder aquisitivo semelhante, as dos atletas, dos nerds, etc. Independentemente do tipo, o aluno deve sempre passar por provações para que seja aceito e a rivalidade entre elas faz com que a palavra bulying, tão atual, venha a minha mente. Além disso, cada fraternidade quer sempre provar que seus membros são melhores que os das outras, sejam se aproximando de garotas, vencendo competições, etc. E é também neste cenário em que Zuckerberg se encontra.

Ainda na adolescência e começo da vida universitária passamos por muitas transições físicas e psicológicas que podem afetar para sempre a formação de nosso carácter. Então é comum que os frequentadores destas fraternidades estejam sempre em busca de sexo fácil e de mostrar suas conquistas para os colegas. Neste cenário uma grande aliada é a internet, onde a disseminação de informação, seja ela boa ou  ruim, acontece de forma muito rápida. É por exemplo o que acontece quando Zuckerberg sai do bar em que se encontrava com a agora ex-namorada e vem para seu dormitório bloggar e dividir suas “experiências” com os colegas, criando inclusive uma rede para que as garotas da universidade fossem comparadas e recebessem notas.

Por último porém não menos importante, o fator “grana” entra na jogada. E todos sabemos que muito dinheiro está envolvido em empreendimentos como este e que, por este motivo muitas mudanças podem ocorrer em antigas amizades, sociedades, ou mesmo na cabeça dos mais fracos e gananciosos. E isto também se mostra presente quando o empreendimento Facebook começa a crescer e investidores começam a se mostrar interessados em aportar grandes quantias de dinheiro em troca de ações e valorização de suas marcas.

E é neste mix de emoções, narrativas, reflexões e muita, mas muita informação rápida e dispersa (assim como na internet) que o filme se desenvolve e paralelamente a tudo isso, vemos também a disputa judicial por trás dos direitos para os co-fundadores do Facebook. A trama é muito bem amarrada por David Fincher e os personagens e atores ajudam a tornar a atmosfera muito intrigante, fazendo com que fiquemos ligados até o último minuto, tentando então descobrir qual será  o próximo passo.

Eu recomendo!

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