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Monday, March 20, 2017

Castellani Chianti Classico 2014

O negócio da vinícola Castellani foi estabelecido em Montecalvoli no final do século 19 quando Alfredo, viticultor de longa data, decide começar o engarrafamento e venda de seu vinho próprio. O filho de Alfredo, Duilio, juntamente com seu irmão Mario, começa o período de expansão da empresa. A vinha mais importante é a de Santa Lucia, no fértil Vale do Arno, onde um vinho tinto, apto para o envelhecimento é produzido e engarrafado em frascos típicos cobertos de palha, ganhando o interesse dos mercados transalpinos. Em 1966, uma inundação causa grandes danos à adega de Montecalvoli. É então decidido transferir temporariamente o negócio para a Burchino Estate, nas colinas de Terricciola. A compra da vinha de Poggio al Casone coincide com a ampliação da adega da Fazenda Travalda em Santa Lucia. Durante a noite de ano novo de 1982, um incêndio queima quase completamente para baixo as premissas da empresa. Parece ser o fim, mas dentro de poucos meses os irmãos Castellani compram o Campomaggio Estate e, graças à contribuição de Piergiorgio, filho de Roberto, o negócio reúne forças novamente para prosperar.


Já sobre o Castellani Chianti Classico 2014, podemos ainda afirmar que é vinho feito com uvas Sangiovese e Cabernet Sauvignon (90% e 10% respectivamente) especialmente selecionadas cultivadas nas vinhas da denominação Chianti Classico, a mais antiga zona de Chianti. Passa por envelhcimento de um ano em madeira. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração rubi violácea de média para grande intensidade com bom brilho, boa limpidez e um toque granada nas bordas. Lágrimas finas, em pouca quantidade e quase sem cor se faziam notar também.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos silvestres com toques de tabaco e de especiarias mais picantes.

Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidez e taninos redondinhos. O retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração.

Mais um bom vinho italiano trazido pelo Grupo Pão de Açúcar e que deve agradar à todos os paladares. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Thursday, November 24, 2016

Il Mulino: cozinha vibrante em sintonia com a magia da Disney!

Se você é, assim como eu, grande fã de alta gastronomia e quando está viajando gosta de aproveitar a oportunidade e conhecer os restaurantes que podem deixar uma boa memória, esta é uma dica para você. Nós brasileiros estamos muito acostumados, em nossa maioria, a visitar a Disney, em Orlando, na Flórida, algumas vezes em nossas vidas e foi na minha última visita que conheci o Il Mulino, filial do famoso restaurante de mesmo nome em Nova Iorque, também nos Estados Unidos.

Costoletta Di Vitello

De gastronomia italiana tradicional da região de Abruzzo, a inspiração deste elegante restaurante multifacetado cobre todos os sabores da região. Localizado dentro de um dos resorts da Disney (Swan), une a magia da Disney com uma cozinha vibrante e moderna. Em vez de pensar que você se encontra em uma parte do parque de diversões, você se sente no centro da cidade. O local é muito bonito, moderno, bem decorado e com garçons altamente preparados para te proporcionar uma noite inesquecível. Antepastos tradicionais como caponatas, linguiças artesanais se juntam a pratos como pizzas, risotos, massas deliciosas e até pratos com carne. A carta de vinhos é um show a parte, recheada principalmente em se tratando de vinhos americanos e italianos.

Rigatoni con Funghi

Para começar, os antepastos cortesia fizeram as honras, com linguiça curada, berinjela assada com legumes e uma seleção de pães quentinhos e azeite extra virgem da mais alta estirpe. Os pratos que selecionamos para nossa visita foram: Risotto con Funghi, Rigatoni con Funghi e Costoletta Di Vitello. Todos muito bem feitos, frescos e com ingredientes de boa qualidade. A massa e o risoto se encontravam al dente e saborosíssimas, com um molho cremoso e delicioso. A oferta de queijo complementar foi instantânea e abundante. A carne era tenra e saborosa, assada na medida e servida sobre uma cama de batatas rústicas. Uma coisa interessante é que todos os pratos de massa podem ser pedidos na versão de meia porção, o que pode ser bom para pessoas com apetites menos glutões, diferentemente dos nossos. Ao final da refeição, o destaque é para a dose de Limoncello servida, altamente digestivo.

Risotto con Funghi

Para acompanhar a refeição, não poderíamos fugir de um vinho italiano, no caso o Tenuta Di Arceno Chianti Clássico 2014, que é Toscana por excelência. A propriedade abrange 1.000 hectares de colinas, florestas verdejantes, ciprestes antigos, campos ensolarados, olivais, vinhas e castelos de pedra medievais. O Tenuta Di Arceno Chianti Clássico 2014 é composto por 80% de Sangiovese e 20% de Merlot com amadurecimento de 10 meses em carvalho francês. Resulta em um vinho de coloração rubi violácea de média para grande intensidade com bom brilho e boa limpidez. Aromas de frutos escuros, especiarias doces, flores e algo de alcaçuz. Corpo médio, excelente acidez e taninos macios. Belíssimo vinho, sem sombras de dúvidas.

Tenuta Di Arceno Chianti Clássico 2014

Uma bela experiência numa viagem inesquecível. Mas vá preparado, a conta não será barata. Entretanto, valerá cada centavo. Eu recomendo.

Até o próximo!

Friday, June 10, 2016

Fèlsina Chianti Classico Riserva 2009

Foi em 1966, quando Domenico Poggiali Fèlsina deu um salto corajoso e comprou a propriedade, a Fattoria di Fèlsina, em um momento em que a viticultura italiana estava lutando para sobreviver, ainda mais em se falando de Chianti e a banalização pela qual a região havia passado, que tudo teve início. Ele optou por investir na qualidade do vinho e a experiência de uma equipa jovem. Sua paixão pelo vinho unida com as competências dos empresários, e sob a sua orientação, eles injetaram a modernidade necessária em seu plano de negócios, sem, contudo, abandonar o espírito da tradição. No espaço de alguns anos, os vinhedos já ocupavam mais de quarenta hectares, e a alma e organização da empresa mudou, também. Na segunda metade da década de 1970, Giuseppe Mazzocolin entrou no negócio da família com a tarefa de desenvolvimento comercial. Seu respeito pela Toscana e pela cultura italiana constituem a base para o crescimento da Fattoria di Fèlsina, abrindo o caminho para o início de seu reconhecimento internacional. Ao lado de produtores como Castello di Ama, Felsina foi uma das vinícolas responsáveis por colocar Chianti Classico no mesmo patamar de qualidade e prestígio do cultuado Brunello di Montalcino.


Sobre o Fèlsina Chianti Classico Riserva 2009, podemos dizer que é um vinho feito 100% com uvas Sangiovese oriundas de vinhedos de mais de 50 anos de idade na comuna de Castelnuovo Berardenga com passagem de 12 meses em barricas pequenas e médias de carvalho além de mais 6 meses em garrafa antes de ser liberado ao mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas e ligeiramente coloridas também se faziam notar.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos silvestres, flores, especiarias e toques minerais. 

Na boca o vinho tinha corpo médio para encorpado, excelente acidez e taninos macios e redondos. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo, elegante e incrivelmente saboroso.

Peço desculpas aos meus leitores mas, que puta vinho, impressionante. O vinho é elegante, complexo, saboroso, enfim. delicioso. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Wednesday, March 2, 2016

Villa Masti Chianti Classico 2011

Sempre que me vejo as voltas com um vinho italiano da região da Toscana, muitas boas recordações me vem a mente e eu fico a sonhar com o dia em que eu possa voltar aquele solo sagrado e poder sentir mais uma vez aquele clima indescritível, ver aquelas paisagens de tirar o fôlego e me fartar em sua deliciosa culinária, sem falar é claro de me ver envolto naqueles vinhos que se tornaram queridinhos pra mim. E é diante de toda essa magia que eu trago hoje aqui no blog o Villa Masti Chianti Classico 2011.


O vinho é produzido pela Fattoria San Pancrazio, cuja sede está situada na prestigiosa Villa de San Pancrazio, no domínio de San Casciano Val di Pesa e na cidade de onde tira o seu nome, situado nas colinas suaves de Chianti, imerso no coração da Toscana e perto de Florença. A pequena e simpática propriedade familiar nasceu em 1388 como uma pequena horta com alguns pares de videiras e oliveiras plantadas pelos campos. Em 1978, a propriedade foi comprada e a partir dai que os vinhos começaram a ser o carro chefe por lá. Desde então a paixão e a filosofia de se fazer grandes vinhos se encontra enraizada nos alicerces da vinícola.

Sobre o Villa Masti Chianti Classico 2011 podemos ainda acrescentar que é um vinho feito a partir das uvas Sangiovese (90%) , Colorino e Canaiolo (10% juntas). O vinho passa então por 12 meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês e ainda, mais 6 meses em garrafa antes de ser liberado ao mercado. Vamos finalmente as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média intensidade com bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas e incolores também se faziam presente.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos frescos, ervas, flores e toques de madeira. 

Na boca o vinho apresentou corpo médio para encorpado, taninos sedosos e muito frescor em virtude de uma acidez gulosa, sempre convidativa ao próximo gole. O retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

O que mais posso dizer? Mais um belo vinho italiano da toscana degustado por aqui. Serviu de fiel escudeiro para uma bela pizza em família e fez muito bonito. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Tuesday, October 27, 2015

Olive Garden & Rocca Delle Macie Chianti Classico 2013

Quando se está na Flórida a passeio, provavelmente já deve ter cruzado com o restaurante chamado Olive Garden. Eles possuem diversas unidades por lá. Não a toa, afinal seu "quartel general" se encontra por lá. E eu sou um grande fã deles. Por isso em minha recente viagem de férias fomos não somente uma, mas duas vezes jantar por lá. E achei que deveria dar a dica e compartilhar as experiências com meus amigos por aqui.

O Olive Garden é uma rede de restaurantes americanos casuais que tem seu cardápio baseado na comida ítalo-americana, incluindo ai pratos de massas, carnes e saladas. O menu é enxuto e, a começar pelo famoso pãozinho da casa ou "bread stick" (sempre quentinho), tudo é muito farto e bem servido. Mais um exemplo claro é que a salada, sempre presente em qualquer prato que se peça, também é servida a vontade. É possível até dividir um único prato em dois adultos se levarmos em conta tudo que vem associado. Tem também boas opções de vinhos tanto em garrafa como em taça. 


Atualmente contando com mais de 800 unidades globalmente, o Olive Garden tem trabalhado cada vez mais para tornar sua marca reconhecida e forte quando se trata de comida italiana. Tanto que estão também investindo na remodelação de alguns restaurantes chave no intuito de torna-los parecidos a uma antiga casa de campo dos arredores da Toscana.

Nossas opções do menu foram o Ravioli di Portobello, recheado com os cogumelos que lhe dão nome e cobertos de um saboroso molho de queijo defumado e tomates e o o Carbonara de Frango e Camarão, massa do tipo spaghetti com frango temperado, camarão em um molho cremoso com bacon e pimentões vermelhos assados. Ambos estavam de se comer de joelhos. Nem deu tempo de tirar a foto do prato.

Como de praxe por aqui, era hora de escolhermos um vinho para acompanhar tamanha orgia gastronômica. E com toda essa ambientação italiana não nos restou outra opção a não ser escolhermos o Rocca Delle Macie Chianti Classico 2013.

A Rocca delle Macie foi criada em 1973, quando Italo Zingarelli - produtor de Ettore Scola de C'eravamo Tanto Amati, e também da série popular de filmes com a dupla de comediantes Bud Spencer e Terence Hill (incluindo They Call Me Trinity e Trinity is Still My Name) - decidiu realizar seu sonho ao longo da vida através da aquisição da propriedade "Le Macie" - que se estende através de 85 hectares no total, dos quais apenas dois possuíam videiras - a fim de criar uma vinícola no coração da região Chianti Classico. As propriedades da empresa agora se estendem por mais de 600 hectares, com um total de mais de 200 com vinhas plantadas e 80 como olivais, subdivididos em seis propriedades: Le Macie, Sant'Alfonso, Fizzano e le Tavolelle na zona Chianti Classico que se unem as recentemente adquiridas Campomaccione e Casamaria na região de Morellino di Scansano.

Sobre o Rocca Delle Macie Chianti Classico 2013 podemos acrescentar que o vinho é feito com 95% de uvas Sangiovese e 5% de uvas Merlot colhidas e selecionadas manualmente da área de Chianti Classico. Depois de todo processo fermentativo o vinho estagia em carvalho eslavo ou francês por um período de 6 a 10 meses e refinado ainda mais na garrafa antes de ser liberado ao mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração rubi violácea viva, muito brilhante e de boa transparência. Lágrimas finas, rápidas e ligeiramente coloridas também se faziam notar. 

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos negros, balsâmicos, tostados e algo de tabaco. Depois de um tempo um pouco de especiarias doces também apareceram.

Na boca o vinho se mostrou encorpado, fresco e com taninos macios e redondos. O retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Um baita vinho de uma das regiões que mais admiro no planeta vinho: a Toscana. Eu recomendo a prova, do vinho e do restaurante.

Até o próximo!

Monday, December 8, 2014

Da Vinci Chianti Classico 2008: Direto da Toscana para a #CBE

É mais uma vez aquela época do mês em que os enoblogueiros espalhados por este Brasil (e mundo) afora se unirem em mais uma degustação virtual, a já conhecida por aqui #CBE - Confraria Brasileira de Enoblogs. Neste mês a gente teve que escolher um "Um Chianti, valendo Classico, Riserva e qualquer sub região e sem limite de preço". Desta vez o culpado foi o Jorge Alonso, do blog Contando Vinhos. E o vinho que nós escolhemos por aqui? O Da Vinci Chianti Classico 2008.


Ainda hoje existe muita confusão entre Chianti em geral e Chianti Clássico, e no passado a região chegou a sofrer por excesso de fama, por um lado (com uma superprodução de vinhos demasiadamente comerciais, engarrafados naqueles típicos "fiascos" de palha) e, por outro lado, pelas regras excessivamente restritivas da denominação de origem. Os acontecimentos em Chianti Clássico nas últimas décadas marcaram indelevelmente o vinho italiano pra sempre - com o surgimento dos supertoscanos, a transformação das exigências da DOCG e o ressurgimento de Chianti Clássico como uma das mais prestigiosas e elegantes denominações de origem da Itália. Lá a Sangiovese brilha em plena elegância, em contrapartida à potência dos Brunellos di Montalcino, produzidos mais ao sul. A área entre Florença até Siena, toda coberta de vinhas e olivais, é uma das mais famosas regiões vitivinícolas do mundo. Embora feito a partir da uva Sangiovese local, vinhos Chianti podem variar muito de um para o outro. Alguns produtores adicionam frequentemente outras variedades de uva com a Sangiovese, enquanto outros preferem métodos mais tradicionais . Existem alguns nomes famosos , mas a melhor coisa a fazer é explorar a região e provar vinhos diretamente de pequenos produtores de vinho.

A Cantina Leonardo da Vinci (produtora do vinho em questão) é uma espécie de cooperativa, que nasceu da união de cerca de 30 fazendeiros que tomaram esta decisão buscando enfrentar de forma mais racional e conjunta os problemas que passavam nos anos 60. A partir daí o que se viu foi o crescimento da cooperativa e a busca pela qualidade e foco em vinhos de mais alta gama. A cooperativa possui diversos vinhedos na região da Toscana sendo que a sede operacional da mesma se encontra nos arredores de Vinci, onde o famoso inventor italiano Leonardo da Vinci nasceu (dai o nome em sua homenagem). Sobre o vinho em si, é um vinho feito com 95% de uvas Sangiovese e 5% de uvas Colarino. O vinho é envelhecido em barricas novas e usadas porém sem maiores informações sobre proporções e tempo de envelhecimento. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média intensidade com alguma tendência granada (mostrando evolução), algum brilho e boa transparência. Lágrimas finas, espassadas, rápidas e incolores compunham também o aspecto visual.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos com toques florais e de madeira.

Na boca o vinho apresentou corpo médio, acidez ainda viva e salivante e taninos finos e macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Mais um ótimo vinho que provamos para a  #CBE - Confraria Brasileira de Enoblogs, este proveniente de uma das regiões que mais gosto do mundo, a Toscana na Itália! E que venham os próximos pois este eu recomendo.

Até o próximo!

Tuesday, October 8, 2013

Ormanni Borro Del Diavolo Chianti Classico Riserva 2008

Tem dias que depois de muita tensão, correria, desgastes, você só quer chegar em casa, comer uma boa comida ao lado de sua companheira e tomar um vinho? Além disso, 6 meses se passavam desde que a grande mudança em minha vida aconteceu. Por isso, resolvi tirar este da adega, vindo diretamente da Toscana em nossas malas da lua de mel, o Ormanni Borro Del Diavolo Chianti Classico Reserva 2008.


A Vinícola Ormani é como muitas na região, parte de uma grande propriedade que possui também outras atividades, entre as quais se destacam a agricultura, turismo e claro, vinicultura. Fica entre Poggbonsi e Castellina in Chianti, sendo que possuem mais de 60 hectares de uvas plantadas dentro da DOC que compreende a região de Chianti Classico. 

O vinho em questão é um exemplar puro sangue 100% Sangiovese com uvas colhidas na região de Chianti Classico. Ainda segundo o produtor passa por cerca de 12 meses em barricas de carvalho, quando é engarrafado e passa ainda cerca de mais 6 a 8 meses em garrafa antes de ser liberado para o mercado. Possui 14,5% de álcool. Vamos as impressões.

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor rubi violáceo com poucos toques atijolados nas bordas. Lágrimas finas, rápidas e ligeiramente coloridas completam o aspecto visual.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutas vermelhas, toques de coco e leve lembrança de bosques. Um vinho bastante fragrante eu diria.

Na boca o vinho tinha corpo médio, boa acidez e taninos redondos e macios. Um vinho muito equilibrado e harmônico. Retrogosto confirma o olfato. Cresceu ainda mais com a comida. Final de média duração.

Um grande vinho associado a uma grande lembrança e que só confirmou a qualidade percebida quando o provei lá na Itália. Eu recomendo. Uma pena não existir por aqui.

Até o próximo!

Wednesday, May 2, 2012

Marchese Antinori Chianti Classico Reserva 2006

De vez em quando temos que nos dar ao direito de provar vinhos um pouco mais legais, certo? Este por exemplo foi provado com uma pizza especial da 1900 num sábado desses , em conjunção com um clima frio e agradável, que criou condições típicas para que a harmonização fosse perfeita.

A Marchesi Antinori é uma das gigantes italianas, famosa por seus vinhos IGT Toscanos e entre eles podemos citar o Tignanello, só pra mostrar a força deles. Entre todas estas preciosidades é que nasce o Chianti Classico Riserva, segundo eles somente produzido em anos de colheitas excepcionais e que possui em sua composição 90% de uvas Sangiovese proveninentes de vinhedos espalhados entre Tignanello, Badia a Passignano, and Pèppoli, na comuna de Mercatale Val di Pesa que são complementadas com outros 10% de Cabernet Sauvignon e alguma outras uvas tintas, dependendo de cada colheita, todas plantadas na região de Chianti Clássico. Além disso, os vinhos são fermentados separadamente, completando a fermentação malolática em barricas de segundo e terceiro uso, permanecendo ainda por 14 meses em barricas para envelhecimento. O vinho finaliza sua vida na adega em mais 12 meses de envelhecimento em garrafa antes de ser liberado ao mercado. Vamos as impressões.


Na taça uma bonita cor rubi de média intensidade, brilhante e com lágrimas finas, rápidas e quase sem cor. 

No nariz é um vinho muito frutado, remetendo a cerejas e morangos, além de exibir notas de café com leite e algo levemente herbáceo ao fundo. Tudo muito elegante e integrado entre si.

Na boca um vinho encorpado, de boa acidez e com taninos macios, suaves e bem redondos. Confirma o frutado e o café do nariz num final de longa duração.

Sem dúvida um excelente vinho, que vale o quanto custa e que com certeza degustaria mais vezes.


Até o próximo!

Friday, September 30, 2011

E esta inaugurada oficialmente a Confraria do Meio!

Todos que me acompanham no blog já notaram minha paixão por vinhos. E mais do que isso, puderam perceber que percorri um longo caminho em busca de conhecimento neste mundo dinâmico e de muita história, riqueza de detalhes e fontes de informação. E foi neste mar de informações que eu comecei e terminei de fazer o curso de Sommellerie para Enófilos, disponibilizado pela renomada sommeliere Alexandra Corvo em sua escola, a Ciclo das Vinhas. Muito mais do que conhecimento tive a oportunidade de conhecer pessoas únicas, muita diversidade cultural, e mais do que isso, de manter estas amizades. E como até já comentei por aqui, destas amizades surgiu a idéia de, após o término do curso, nos juntarmos numa base mensal para relembramos temas abordados em aula, tomarmos vinho e enfim, nos divertir. Era o embrião do que mais tarde viríamos a batizar de "Confraria do Meio". O nome é inusitado e acho que no momento oportuno virei a explicar, mas para que este post não se torne longo e massante, tomei a liberdade de deixar este assunto para depois.

Depois de muitas idas e vindas, muitos encontros e desencontros, fechamos o que seria a primeira data (28/09/2011) para a confraria se reunir assim como o tema proposto: vinhos italianos. Nesta primeira reunião deixamos o tema assim um pouco mais abrangente para não dificultarmos nenhum dos participantes a adquirir seu vinho e assim por diante. Discutimos muito sobre qual seria o local ideal para nos reunirmos: salão de festas do prédio de algum dos participantes, restaurantes que não cobram rolha, o que fazer? Ao final nosso confrade Attílio conseguiu com que fossemos a Pizzaria Camelo na Rua Pamplona, zona sul de São Paulo, e que não nos fosse cobrada rolha. Estava definida a primeira reunião da confraria.

Sobre a Pizzaria Camelo, vale um adendo. A casa foi fundada em meados da década de 50 quando era conhecida por vender comida árabe. Na década de 60 foi comprada pela família que atualmente dirige o estabelecimento, mas foi com o passar do tempo que o frango a passarinho e a pizza se tornaram os carros chefe do lugar. Dentre as especialidades, a pizza Pacaembu e notadamente o frango a passarinho, são realmente uma tentação a quem não conseguimos resistir, e que juntamente com os vinhos, fizeram parte de nossa esbórnia enogastronômica. Gostaria mesmo de ressaltar que fomos extremamente bem recebidos pelo gerente da casa, o Sr. Cristiano, tomando todo o cuidado com nossos vinhos e deixando um garçom quase que exclusivamente nos servindo por todo o tempo em que estivemos por lá! Realmente o atendimento e o carisma é um diferencial da casa, a qual eu ainda não conhecia mas recomendo fortemente a quem quiser comer uma excelente pizza em um ambiente agradável e acolhedor. Mas sem maiores delongas, vamos aos vinhos. Nas próximas linhas falarei das impressões dos confrades/confreiras sobre os vinhos trazidos em ordem de preferência, de acordo com a "eleição" que fizemos na reunião.

1o lugar - Caldora Yume Montepulciano D'Abruzzo 2004 - Vinho da região de Abruzzo, no centro-sul da Itália com uma coloração bem viva contrastando sua idade já avançada. Aromas de tabaco (muito), defumado, frutas passa, ameixa e menta, mostrando muita complexidade. Na boca tinha acidez muito boa, taninos médios, firmes e ainda marcantes. Muito equilibrado, taninos, álcool e acidez se conversam muito bem. Final médio tendendo para o longo marcando um retrogosto frutado e mentolado. Recebeu 3,5 de 5 possíveis;

2o lugar - Poggio Bertachio Stucchio IGT 2006 - Um 100% Sangiovese proveniente da Úmbria com coloração já tendendo para o atijolado, denotando evolução. Aromas de café torrado, couro, frutas vermelhas, baú velho, madeira, fumo, bastante complexidade aqui também. Taninos finos, marcantes. Boa acidez. Final médio marcado pelo frutado e café. Recebeu 3,5 de 5 possíveis;

3o lugar - Fontalpino Chianti Clássico 2008 - Proveniente da lindíssima região da Toscana esse vinho feito com uvas Sangiovese mostrou uma cor rubi violácea intensa. Mostrou aromas de grama pós chuva, musgo, presunto cru, um toscano da gema. Bem estruturado, tinha taninos finos, boa acidez e final médio com frutas e algo de chocolate. Aqui vale uma ressalva: houve consenso que o segundo e terceiro lugares ficaram empatados pela qualidade apresentada por ambos. Recebeu 3 de 5 possíveis.;

4o lugar - Barbera D'Alba Batasiolo 2007 - Produzido com uvas Barbera cultivadas nas colinas dos arredores da ciadade de Alba, este vinho apresentou uma bonita cor violácea. No nariz, aromas de chiclete, plástico, pimenta, químico (que depois evoluiu para algo como merthiolate) e frutas vermelhas. Taninos discretos, bem finos com uma boa acidez. Álcool espetou um pouco no princípio mas não chegou a incomodar. Final médio com boa presença de frutas. Recebeu 2,5 de 5 possíveis;

5o lugar - Etna Rosso Tenuta delle Terre Nere 2009 - Produzido na Sicília aos pés do vulcão Etna, esse tinto tinha uma cor rubi clara lembrando muito as cores de um Pinot Noir. No nariz apresentava aromas florais (dama da noite), muita mineralidade, esmalte, bolor, e frutas como morangos e cerejas. Em boca era muito tânico e alcoólico, faltando uma acidez um pouco maior, deixando o vinho um pouco desequilibrado. Tinha um final médio que confirmava em parte o nariz. Aqui vale a ressalva de que foi o vinho mais curioso e original da noite. Recebeu 2,5 de 5 possíveis;

6o lugar - Ripasso Valpolicella Superiore Zonin 2009 - Vinho da região do Vêneto, esse exemplar tem um processo curioso de fabricação: o vinho obtido como Valpolicella passa por um tempo de contato com a borra de vinificação que sobrou do Amarone, obtendo assim mais estrutura, complexidade e aromas. Apesar disso, não foi bem o que notamos aqui. O vinho apresentou uma cor roxa, parecendo artificial. No nariz conseguimos notar apenas groselha e bala toffee. Na boca o vinho era magro, alcoólico e com pouquíssima acidez. Final curto, sem muito o que falar. Recebeu 1,5 de 5 possíveis.



E foi assim, com muita diversão, muita comida e bebida boa e excelentes companhias que terminamos a primeira reunião da Confraria do Meio. E é claro que já deixamos marcado para Outubro o próximo desafio da Confraria, onde o tema será: vinhos Argentinos. Aguardaremos ansiosos pelas surpresas que este dia nos revelará.

Até o próximo!

Saturday, July 30, 2011

Chianti e Chianti Clássico

Tomando como base meu último post que tratava da lenda do Gallo Nero, símbolo de um dos maiores ícones do mundo vinícola italiano e mundial, resolvi trazer pra vocês um texto interessante que fala brevemente sobre Chianti, Chianti Clássico, algumas diferenças e a região da Toscana como pano de fundo disto tudo. Espero que gostem.

Não há quem nunca tenha ouvido falar na reputação dos vinhos de Chianti, ou na beleza desta que é uma das mais antigas gegiões produtoras de vinho da Itália e do mundo (no caso a Toscana). No entanto, ainda hoje existe muita confusão entre Chiante em geral e Chianti Clássico, e no passado a região chegou a sofrer por excesso de fama, por um lado (com uma superprodução de vinhos demasiadamente comerciais, engarrafados naqueles típicos "fiascos" de palha) e, por outro lado, pelas regras excessivamente restritivas da denominação de origem. Os acontecimentos em Chianti Clássico nas últimas décadas marcaram indelevelmente o vinho italiano pra sempre - com o surgimento dos supertoscanos, a transformação das exigências da DOCG e o ressurgimento de Chianti Clássico como uma das mais prestigiosas e elegantes denominaçõs de origem da Itália. Aqui a sangiovese brilha em plena elegância, em contrapartida à potência dos Brunellos di Montalcino, produzidos mais ao sul.

De fato, os Chianti Clássico dos melhores produtores são vinhos de marcante finesse, com uma deliciosa acidez que os permite ser o acompanhamento perfeito para um grande número de pratos. São vinhos que vão especialmente bem com a comida, e que são estilosos, preciosos, moldados no ponto certo. Muitos dos melhores vinhos têm destacado carácter mineral, ou um toque terroso, com um belo perfume e proporções perfeitas. No entanto, existe uma diferença enorme entre a denominação de Chianti Clássico e Chianti em geral. Os vinhos de Chianti Clássico são somente aqueles produzidos em uma zona muito mais restrita - a zona histórica de Chianti, demarcada em 1716, que inclui comunas como Castellina in Chianti, Gaiole in Chianti, Radda in Chianti e Greve in Chianti. Deve também respeitar todas as regras determinadas pela denominação de origem, com rendimentos mais baixos, uso de determinadas uvas (80% de sangiovese mínimo), e assim por diante. A zona histórica de Chianti foi expandida em 1932 para incluir uma área muito maior - quase toda a Toscana! A diferença de qualidade pode ser gritante, na verdade. Passaram a existir vários outros "Chianti", dependendo da zona de produção, como Chianti Colli Fiorentini, Chianti Colli Senesi, Chianti Montalbano, Chianti normal...nenhuma destes é Chianti Clássico, e não é só o terroir, como também as regras de produção (e a qualidade) são muito diferentes.

Até o próximo!

Texto original retirado e adaptado do catálogo de outono da Mistral.

Friday, July 29, 2011

A lenda do Gallo Nero

Todo mundo tem suas histórias e lendas e como não poderia deixar de ser, o mundo dos vinhos também possue as suas. E a algum tempo eu estava lendo esta história e resolvi compartilhar com vocês. Como a maioria dos leitores já sabe, o símbolo que vem nos selos das garrafas dos famosos vinhos Chianti Clássico é um galinho preto. Mas todos já pararam para se perguntar da onde vem e qual a história por trás deste famoso galinho? Segue uma lenda sobre o tema e caso vocês leitores tenham mais alguma a respeito, por favor compartilhem-na comigo!

Na verdade, desde sempre o galo negro é o símbolo de toda a região de Chianti, com origens remotas, perdidas no tempo. Não é possível determinar exatamente quando e como o Gallo Nero surgiu, mas ele já era o emblema da Liga do Chianti, que governava a região desde o princípio do século XIV. No famoso e antigo Palazzo Vechio, em Florença, os belos tetos pintados por Giorgio Vsari já mostram o galo como alegoria da região de Chianti, no Salão dos Quinhentos.

http://www.chianticlassico.com/


Segundo uma lenda, para colocar fim a uma interminável rivalidade e guerras entre Siena e Firenze na Idade Média, as duas cidades decidiram fixar suas fronteiras com base em um duelo. Dois cavaleiros deveriam parir de manhã cedo de suas respectivas cidades, ao primeiro canto do galo, cada um em direção ã cidade rival. Onde quer que eles se encontrassem seria demarcada a fronteira entre as duas potências toscanas. Os elegantes habitantes de Siena escolheram um belo e refinado galo branco, que passou a ser tratado como uma celebridade e logo engordou bastante, com todo o excesso de ricas comidas que lhe eram servidas. Os florentinos, ao contrário, escolheram um galo negro e esfomeado. Ele foi deixado em tamanho jejum que, no dia da competição, se despertou e cantou antes mesmo do nascer do sol. Com isto, o cavaleiro de Florança partiu muito antes do cavaleiro de Siena, e ambos se encontraram a apenas 10 km desta última, na altura de Fonterutoli. E com isto a região histórica de Chianti veio a ser dominada quase que integralmente por Florença.

Bom pessoal, esta é a história, espero que tenham gostado. Gostaria também de deixar um pedido: usem os comentários, deixem suas críticas e/ou sugestões e proponham assuntos a serem abordados, afinal de contas vocês são o motivo deste blog existir!

Até o próximo.

Thursday, July 7, 2011

Os vinhos mais subestimados mundialmente por Matt Kramer

Provavelmente é justo dizer que nenhum amante de vinho, uma vez além do nível básico de pegar uma garrafa para jantar no supermercado está ciente do que poderia ser chamado de "a injustiça do mundo do vinho." Esta injustiça é realmente uma questão de reconhecimento que, muitas vezes por razões não aparentes, alguns vinhos muito bons recebem pouca atenção. Eles são, em uma palavra, "subestimados".

Antes de irmos adiante, vamos considerar esta palavra potente. À primeira vista você pensaria que "subestimados" envolve - prepare-se - pontuações. No macartismo moderno daqueles que acusam os críticos de vinho de terem distorcido o mundo do vinho através da utilização de sistemas de pontuação, permita-me sugerir que o conceito de subestimados tem pouco a ver com tais pontuações.

Ah, claro, se um vinho recebe, digamos, 100 pontos, todos vão sentar e tomar nota. Mas isso tem menos a ver com a pontuação em si do que com a idéia de que alguém, em algum lugar, encontrou um vinho especial para ser perfeito. Por definição, esse evento é tão raro como ser intrinsecamente digno de atenção.

Em vez disso, a noção de subestimado é melhor expressa e compreendida através da lente do que é, indiscutivelmente, o sistema mundial de pontuação mais poderoso: o dinheiro.

Se eu aprendi alguma coisa na minha vida até agora, é esta: o dinheiro é a forma mais sincera de elogio. Você pode examinar todas as pontuações mais altas para vinhos que você se importa, mas se o vinho em questão não apelar para o paladar popular, então as pessoas não vão votar com suas carteiras. Pontuações são-me perdoe-superestimadas.

Quer uma prova? Dê uma olhada na pontuação de qualquer crítico que você escolher para examinar, e eu prometo que você vai encontrar vários vinhos de sobremesa doce de Sauternes, Áustria, Hungria, Califórnia, Austrália e Alemanha, que regularmente, mesmo habitualmente, recebem pontuações que estão sempre acima dos 90 pontos, puxando sempre para quase 100. Será que esses vinhos comandam preços elevados correspondentemente , especialmente tendo em conta os custos desproporcionalmente altos de produzi-los? Não. Nem, na maioria das vezes, eles são cobiçados. O mesmo aplica-se, a propósito, aos vinhos do Porto. E eu não vou nem discutir a situação do Jerez.

Tudo isto mostra que as pontuações são, para usar uma frase, além do ponto. É o dinheiro que importa. É o dinheiro que nos diz se um vinho é "subestimado".

Deixe-me dar um exemplo. Vinte anos atrás, você poderia dizer com segurança que Barolo foi seriamente subestimado. Em todos os lugares, críticos concordaram que o Barolo era o melhor vinho tinto da Itália, mas o seu preço era irrisório, tanto dentro como fora da Itália. O mesmo aconteceu com o Barbera outrora humilde. Não mais.

Os Pinot Noir do Oregon são subestimados? Dê uma olhada nos preços e você me diz. Idem para os Pinots do Russian River Valley.

O Cabernet Sauvignon do Napa Valley é subestimado? Eu acho que todos nós sabemos a resposta para isso. Mas e sobre o Cabernet de Sonoma County? Seus defensores, olhando com inveja para os preços do Napa para a variedade, dizem que o Cabernet de Sonoma é realmente subestimado.

Bordeaux é subestimado? Certamente não no nível dos classificados, mas muito provavelmente sim quando o vinho se encontra no status abaixo dos de elite. O Champagne francês, incluindo os pequenos produtores, é subestimado? Olhem para os seus preços. Eu acho que não.

Os vinhos austríacos são subestimados? Se você é um fã pode-se dizer que eles não tenham sido dado o seu público cativo. No entanto, eles estão longe de ser baratos. Vinhos austríacos desfrutam de uma platéia local fervorosa e um igualmente fervoroso, se menor, círculo de torcedores estrangeiros. Ambos estão dispostos a pagar preços bastante respeitáveis.

E o que dizer de Borgonha, você pergunta? Dada a intensidade da demanda e os preços geralmente altos, eu quase não acho que ninguém poderia legitimamente descrever a Borgonha como subestimada.

Agora deixe-me alargar o âmbito. Quais os vinhos que você acha que são subestimados hoje? Quais os vinhos não estão recebendo os preços que eles merecem dada a sua excepcional qualidade e / ou e isto é importante, a sua originalidade?

Permitam-me apresentar alguns vinhos os quais eu entendo que se encontram nesta "categoria":

Apenas tudo do Vale do Loire

Pode existir qualquer outra área do mundo, e incluo nações inteiras como Argentina e Chile nisto, onde os vinhos são mais subestimados do que no Vale do Loire na França? Quando você pensa sobre os dois, a originalidade e a qualidade exemplar, exibida pelos melhores produtores em Chinon, Bourgueil, Saumur, Sancerre, Vouvray, Muscadet, Savennières, de Quarts Chaume, Bonnezeaux e Coteaux du Layon, pode haver qualquer dúvida de que estes vinhos são subestimados?

Cada vez mais, acho que as compras para minha adega são desproporcionalmente de vinhos do Vale do Loire, especialmente os grandes Cabernet Francs de Chinon e Bourgueil e os brancos de Muscadet. Olhe para os preços, mesmo dos melhores produtores das zonas, e você vai concordar que a única palavra que cabe aqui é "subestimado".

Chianti Classico

Claro, por sua própria culpa que os produtores de Chianti fizeram tal confusão de coisas nos últimos 25 anos. Houve muita Cabernet Sauvignon, muita Merlot, muita Syrah, muita barrica nova de carvalho francês, muita experimentação e pouquíssimo foco em sua própria e excelente variedade de uva tinta autóctone, a Sangiovese.

Mas esses dias estão, se não acabados, desaparecendo rapidamente. Na última década, os melhores vinhos de Chianti Classico são muito provavelmente tão bons quanto qualquer um que esta antiga zona já produziu. O uso de barricas novas de carvalho tem diminuído dramaticamente; o emprego de cortes com variedades internacionaisé agora muito mais criterioso, e há um novo orgulho em apresentar todo o potencial da Sangiovese.

Contudo, o preço conta outra história: o Chianti Classico ainda não foi redimido aos olhos do público ou palato. Eu diria que ele permanece no lado subestimado do livro.

Cru Beaujolais

Agora, aqui está um exemplo de uma categoria de vinhos que não é meramente subestimada como quase auto-destrutiva. Os produtores de Beaujolais consagraram-se com a categoria ignorantedo Beaujolais Nouveau. Conseqüentemente, as últimas décadas viram uma corrosão dos preços e de estima pública que só agora está começando a ser revertida.

Aqui está a minha previsão: embora o melhor cru Beaujolais se encaixar perfeitamente na categoria subestimado hoje, o pêndulo está se movendo. Eu prevejo que dentro de cinco anos, cru Beaujolais já não será legitimamente subestimado. E, claro, vamos pagar em conformidade com a categoria dos vinhos.

A lista de possibilidades em todo o mundo é considerável, até mesmo extensa. Ela inclui lugares como Alsácia, Sicília, Grécia, Hungria, Argentina, Chile, Tasmânia e a Croácia, para citar apenas alguns exemplos.

Ou talvez essa discussão pode ser servido através da ótica da variedade de uva: Teroldego, Gamay Noir, Lagrein, Pinot Blanc, Zinfandel, Touriga Nacional, Tempranillo e até mesmo Riesling.

Você me diz. Qual é a sua definição de "subestimado"? Quais os vinhos que você acredita se enquadram nessa categoria, e por quê? Todos nós podemos obter algumas dicas de boas compras nestas listas!