Friday, April 10, 2015

Don Melchor 2006: Degustando um ícone em meio as comemorações!

Antes de mais nada só queria deixar bem claro que não estou aqui querendo dizer que o vinho só é bom, ou não, por que tem fama, nome e coisa do gênero. Nem sei se tais vinhos podem ser descritos e discutidos mas a questão é que quando se pensa em algumas comemorações que fazem parte de nossa vida, tais como aniversário, aniversário de casamento e coisas do gênero, procuro sempre degustar um vinho que considero especial e único, pois não é sempre que conseguirei prova-lo (se é que provarei de novo, dado preço e outras condições que o circundam). Dito isso, aproveitando que meu aniversário passou e que, além da Páscoa tinha também a comemoração pelos 2 anos do meu casamento, resolvi tirar o Don Melchor 2006 da adega por entender que era hora de conhecer o "mito".


O Don Melchor, como já é sabido pela maioria dos leitores que me acompanha, é produzido pela Viña Concha Y Toro (se você não sabia, que bom que pude apresentar uma informação nova pra você!), grande player vitivinícola (senão o maior) do Chile. Quando falamos de Concha Y Toro quase que obrigatoriamente falamos talvez um dos nomes/marcas mais famosas que existem no mundo com relação a produção e comercialização de vinhos. E talvez o Brasil seja um dos principais mercados que alimenta essa fama. Quando a exploração vitivinícola estava só começando no Chile, o grande político e empresário chileno Don Melchor Concha y Toro encarregou nobres cepas francesas da região de Bordeaux e plantou as vides em Pirque, Valle del Maipo. Além disso, contratou o exímio enólogo francês monsieur Labouchere para elaborar seus vinhos. Com este grande gesto visionário, a Vinha Concha y Toro foi fundada no ano de 1883. Ir além do que foi acima e tentar reproduzir a história desta gigante do mundo vitivinícola mundial nas linhas que se seguem me parece ser um erro, uma vez que sua história e linhas de produtos é devidamente conhecida e divulgada no mercado brasileiro de vinhos. Deixemos então de lados as "apresentações" sobre a Concha Y Toro e passemos a falar do vinho em si.

Segundo a própria Viña Concha Y Toro, o Don Melchor é um dos primeiros (senão o primeiro) vinhos ícones do Chile. Em meados dos anos 80, o Chile ainda caminhava a passos vagarosos rumo a produção de vinhos considerados de topo de gama, mas o trabalho na Viña Concha Y Toro tomava forma quando se juntaram à iniciativa visionária de Don Eduardo Guilisasti Tagle quem incitou seu filho Rafael e o enólogo da época, Goetz Von Gersdorff, a visitar, em Bordeaux, França, o reconhecido mestre francês Emile Peynaud, considerado o pai da enologia moderna e a reconhecida qualidade dos Cabernet Sauvignon provenientes do terroir de Puente Alto, no Chile. Nascia então o Don Melchor, um vinho composto de  96% de uvas Cabernet Sauvignon e um pequeno acréscimo de 4% de uvas Cabernet Franc (da safra 2006, a qual falamos aqui) provenientes do Vale do Maipo (Puente Alto). Além disso passa por 15 meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês. Vamos então as impressões?

Na taça o vinho apresentou um coloração rubi violácea de média para grande intensidade, ainda brilhante e límpida. Lágrimas finas, mais lentas e ainda coloridas também tingiam as paredes da taça e sinceramente, não demonstravam que o vinho já tinha 9 anos.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutas vermelhas, especiarias, mentol, grafite e toques de chocolate. O vinho mudava toda vez que colocava a taça no nariz dada sua complexidade.

Na boca o vinho se mostrou encorpado, com acidez ainda viva e taninos sedosos e macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa e saborosa duração.

O que falar de um mito? Sem acrescentar muita coisa, aprecie sem moderação. É sem dúvida um baita vinho chileno, sem discutirmos preço, disponibilidade e afins. Eu gostei. Se eu tiver outra chance como essa tomaria de novo.

Até o próximo!

2 comments:

  1. Que maravilha de vinho Victor. Parabéns pelos aniversários ( seu e de casamento ).

    Abraços!!!!

    ReplyDelete
    Replies
    1. Rodrigo,

      Um baita vinho sem dúvidas.

      Obrigado e até mais!

      Delete