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Monday, October 22, 2018

Beringer Bros Bourbon Barrel Aged Cabernet Sauvignon 2016

Após um bom e merecido período de férias, o blog volta com atividade total e espero conseguir ser mais efetivo com relação ao número de postagens por aqui. E não poderia deixar de contar pra vocês sobre um vinho que eu trouxe na bagagem mas que me conquistou no primeiro gole. Estou falando do Beringer Bros Bourbon Barrel Aged Cabernet Sauvignon 2016. Vamos descobrir um pouco mais sobre a história da vinícola bem como algumas curiosidades do vinho?


A paixão tem o maravilhoso poder de transformar meros objetos em obsessão, transformar tarefas cotidianas em arte. Na vinícola Beringer Bros, tem-se vivido essa paixão por mais de 141 anos. A história da vinícola Beringer Bros remonta ao ano de 1868, quando Jacob Beringer, atraído pelas oportunidades do novo mundo, navegou de sua casa em Mainz, na Alemanha, para Nova York. No entanto, depois de ouvir que o solo rochoso na encosta e o solo fértil do vale se assemelhavam aos vinhedos da Alemanha, Jacob seguiu para o Vale do Napa. Jacob e seu irmão Frederico Beringer compraram 215 acres de terra em 1875 e se tornaram uma das primeiras vinícolas do Vale de Napa. A vinícola Beringer Bros é conhecida por estabelecer muitos "primeiros" como líderes na indústria do vinho. Foram uma das primeiras instalações alimentadas por gravidade e entre as primeiras a operar usando cavernas e adegas cavadas à mão. Foram também os primeiros a dar tours públicos em 1934, iniciando uma tradição de hospitalidade em Napa Valley. Por fim, são a primeira e única adega a ter um vinho tinto e um branco, o vinho nº 1 do ano pela revista Wine Spectator.

Falando um pouco mais do Beringer Bros Bourbon Barrel Aged Cabernet Sauvignon 2016, podemos ainda dizer que o vinho é produzido exclusivamente com uvas Cqabernet Sauvignon dos principais vinhedos da empresa na Califórnia e 20% do vinho permanece em barricas de carvalho americano que anteriormente foram utilizados para a fabricação de bourbon. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração violácea de grande intensidade com bom brilho e limpidez. Lágrimas finas, de média velocidade, coloridas e em grande quantidade também se faziam presentes.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros, chocolate amargo, baunilha e toques de especiarias.

Na boca o vinho se mostrou encorpado, suculento, quase mastigável. Taninos redondos e boa acidez também se faziam notar. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e memorável. 

Um delicioso vinho americano, com a curiosidade do uso das barricas de bourbon pra acrescentar um calor e um toque mais encorpado ao vinho. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Tuesday, March 14, 2017

Café & Vinho: Para aquele que precisa de Energia para Descansar

Se o café ajuda a abastecer o seu dia e vinho ajuda a terminá-lo, prepare-se para uma combinação destas bebidas que poderia ser verdadeiramente, como se diz hoje em dia, lacradora. A Forbes relata que a empresa Molinari Caffe, com sede no Napa Valley, liberou silenciosamente ao mercado uma linha de café com infusão de vinho. O mestre em torrefação artesanal John Weaver (ex-mestre torrador da Peet's Coffee) fornece os grãos para a sua nova bebida favorita que é descrita como "rica" e "encorpada" com notas de pequenos frutos escuros.


De acordo o seu site do produtor, "os grãos de café encorpados relaxam em um belo lote de vinho artesanal, absorvendo todo seu nariz e a história. O café é cuidadosamente seco e torrado manualmente em pequenos lotes".

Embora a adição de álcool ao café não é certamente nada de novo (os italianos têm dominado a arte com grappa, à base de uva, durante anos), parece que esta é a primeira vez que os grãos de café expresso foram embebidos em vinho antes de serem preparados. E isso soa como a melhor maneira de acordar de manhã, ou ir para a cama a noite (a escolha é sua). Por enquanto, a distribuição será local com quantidades limitadas vendidas on-line, mas não ficaríamos surpresos ao ouvir histórias de conhecedores de café tentando fazer mais barato, imitações caseiras. 

As únicas perguntas que podemos fazer são sobre como esta bebida é melhor apreciada. Será que funciona bem com leite? Açúcar? Espuma extra? Seremos repreendidos se ele se fizer presente nas garrafas térmicas do escritório para que possa ser consumido o dia inteiro? Devemos ser esnobes e procurar uma "taça de cristal" adequada?

Basta pensar sobre as inúmeras "utilidades" deste café com infusão em vinho que já vem uma vontade de irmos para um café para uma xícara de um bom expresso ou uma taça de Cabernet. Ou ambos.

O fabricante recomenda que para liberar o melhor sabor que este café tem para oferecer, seja utilizada água filtrada ou engarrafada em uma prensa estilo francesa, embora uma infusão por gotejamento também funcione.

E você caro leitor, ficou com vontade de provar este café? Embora não esteja disponível no mercado nacional, como uma viagem para os EUA é bastante comum por aqui, que tal trazer uma amostra em sua próxima excursão? Se você o fizer e provar o café, volte por aqui e conte-nos sua experiência.

Até o próximo!

Friday, October 23, 2015

Hess Select Cabernet Sauvignon 2012

De volta a realidade do nosso dia a dia e, dando uma pausa nas postagens com dicas de viagem, vamos falar um pouco do vinho que celebrou nosso retorno ao lar e que foi o primeiro degustado em casa depois que voltamos de viagem. Estou falando do Hess Select Cabernet Sauvignon 2012.


A vinícola Hess Collection foi fundada pelo empresário suíço Donald Hess, que iniciou comprando vinhas em Mount Veeder em 1978 e começou a fazer vinho sob o rótulo Hess Collection em 1983. Em 1986, ele começou a renovação da adega histórica, originalmente construída em 1903 pelo Coronel Theodore Gier. A vinícola foi aberta ao público em 1989. A Hess Collection tem vinhas em Mount Veeder, juntamente com os seus vinhedos de Napa Valley - Su'skol e Allomi em Napa Valley, e Shirtail Creek Vineyard em Monterey. Cada uma destas vinhas é sustentavelmente explorada de acordo com a filosofia de Donald: "Nutra a terra, retorne o que você dela retira". Como a primeira das vinícolas Hess Família Wine Estates, a Hess Collection está agora lançando sua 30a safra de Mount Veeder de vinhas plantadas em 1978. Hess Wines oferece três níveis distintos de vinhos de Mount Veeder, de Napa Valley, e Hess Select, que colhe seus frutos das Costas Norte e Central da Califórnia. A Hess Collection distinguiu-se como um produtor premiado de vinhos varietais Cabernet Sauvignon e Chardonnay.

Sobre o Hess Select Cabernet Sauvignon 2012, podemos acrescentar que embora rotulado como varietal de acordo com legislação local, em sua produção encontramos ainda um pouco de Merlot, Malbec, Petit Syrah e Syrah. Mas a maior parte, cerca de 88%, é de Cabernet Sauvignon. É envelhecido em barricas de carvalho francês e americano por cerca de 15 meses. Vamos as impressões?

Na taça o vinho mostrou uma coloração rubi violácea de média para grande intensidade com algum brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, espaçadas e ligeiramente coloridas também se faziam notar.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutas vermelhas e escuras em compota, toques mentolados, de especiarias, chocolate e baunilha. Com algum tempo em taça também se notam algumas notas animais, tipo couro. 

Na boca o vinho era encorpado, com bom frescor, taninos macios e redondos. O retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Um belo exemplar de Cabernet americano, sem exageros nem arestas soltas. Sem dúvida um bom vinho e agradou em cheio. Acompanhou costela suína assada somente com sal grosso. Adoro a combinação e acho que vocês também podem gostar, experimentem.

Até o próximo!

Tuesday, August 4, 2015

Califortune Red Wine 2012: Beba sem moderação!

Eu simplesmente adoro o jeitão americano de fazer vinhos, embora tenha a convicção que agora muitas pessoas começarão a torcer o nariz para tal declaração. Que fique claro, existem bons vinhos e vinhos ruins em qualquer lugar do mundo, e nos Estados Unidos não é diferente. O que eu quero dizer é que os vinhos com os quais eu tenho tido experiências recentes me agradam muito, criando um tipo de vinho que eu tenho mais prazer ao beber. Normalmente são corpulentos, carregados de frutas e em alguns casos de madeira, alcoólicos, enfim, um nicho que tenho gostado, apesar de gostar também de vinhos mais elegantes e complexos. E não é que o vinho de hoje é diferente, apesar de sua origem? Vamos então conhecer mais sobre o Califortune Red Wine 2012.


O vinho de hoje é produzido por uma espécie de cooperativa, a West Coast Wine Group, uma empresa dedicada à missão de trazer a verdadeira essência e carácter dos vinhos da Califórnia para o mundo. Produzem em geral vinhos acessíveis, encorpados, bem equilibrada e a preços comumente mais acessíveis do que as outras marcas de vinhos californianos. Seus vinhos são um convite caso você esteja interessado em um vinho para beber todos os dias. Todas as marcas de vinho por eles produzidos buscam mostrar o potencial da fruta, fáceis de beber e amigos do bom prato - perfeitos para celebrações cotidianas. Os pilares da gama de vinhos são as castas Cabernet Sauvignon e Merlot.

Já sobre o Califortune Red Wine 2012 em si, podemos ainda acrescentar que é um blend de uvas francesas, famosas por integrarem os vinhos de Bordeaux: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot, Merlot, Syrah e Malbec. Além disso, estagiou em barricas de carvalho por 12 meses. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de grande intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, espassadas, lentas e coloridas também podiam ser notadas.

No nariz o vinho abriu com aromas de frutos escuros, especiarias doces, chocolate e algo de tostado no fundo de taça.

Na boca o vinho se mostrou de corpo médio, boa acidez com taninos macios e sedosos. O retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração.

Um gostoso e despretensioso vinho americano que foge um pouco do esteriótipo "bombado" que costumamos ver por ai que aliado ao seu preço em conta, pode aproximar mais nós enófilos brasileiros dos vinhos americanos. Recebi mais esse belo exemplar do Winelands Clube do Vinho, o clube que eu assino e recomendo.

Até o próximo!

Thursday, July 30, 2015

Frog Prince Red Wine 2012

Em 1992, o empresário culinário Pat Kuleto adquiriu cinco parcelas de criadores de gado para criar um rancho de 761 hectares de terra na encosta selvagem da borda oriental do Vale de Napa, com vista para o Lago Hennessey, Pritchard Hill e as cidades de Rutherford e St. Helena. Lá plantou vinhas que incluiam cabernet sauvignon, sangiovese, pinot noir, chardonnay, syrah, zinfandel e muscat, vinhas estas plantadas em altitudes que variam 800-1450 pés. A construção da adega, considerada o estado da arte, foi finalizada em 2001, completando o vinhedo que tinha crescido para incluir pomares extensos, jardins e um rancho de trabalho com ovinos, aves, gado e peixes da propriedade Lake Brunello. O winemaker Dave Lattin e o gerente do vinhedo, Alberto Ochoa, cultivam e cuidam individualmente dos pequenos blocos de vinha em todas as fases do seu desenvolvimento, com foco em lotes tão pequenos como meia tonelada. E assim surgiram os vinhos da Kuleto Estate.


Sobre o Frog Prince Red Wine 2012 podemos acrescentar que é um blend de 58% Cabernet Sauvignon, 21% Merlot, 8% Petit Verdot, 5% Cabernet Franc, 5% Malbec e 3% Syrah e passa por envelhecimento de 27 meses em carvalho francês, sendo 30% destas barricas novas. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor violácea intensa e profunda, com algum brilho e boa limpidez. Lágrimas mais gordinhas, lentas e coloridas também se faziam notar.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos e escuros, coco, especiarias e toques florais.

Na boca o vinho era corpulento, musculoso, com boa acidez e taninos macios. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e saboroso.

Sem duvida mais um belo vinho americano que eu bebo e compartilho com vocês, que vale a prova, eu recomendo.

Até o próximo!

Tuesday, April 14, 2015

Anders Lane Prohibition Old Vine Zinfandel 2012

Como alguns leitores já me conhecem, eu sou um fã assumido de vinhos da uva Zinfandel. Não, não são vinhos considerados top de mercado nem conhecidos por seu potencial de guarda. O que me atrai nestes vinhos é o prazer que ele proporciona quando bebido e a maneira corpulenta e saborosa como costuma se apresentar. Eu diria que este pode ser considerado o "meu" Malbec, que a maioria dos brasileiros gosta acima da média. E hoje estou aqui pra falar de mais um deles, o Anders Lane Prohibition Old Vine Zinfandel 2012, da importadora SmartBuy Wines.


Este é um vinho curioso por assim se dizer. Foi desenhado a quatro mãos para atender ao paladar do brasileiro pela importadora SmartBuyWines e por Philip Zorn, famoso enólogo do Napa Valley. Philip tinha vocação de winemaker já na infância, quando tentou fermentar umas ameixas na lancheirinha da escola. Foi criado na Alemanha e estudou na Technische Hochschule fuer Weinbau und Kellerwirtschaft trazendo uma perspectiva europeia para a criação de vinhos de Napa Valley. Depois de voltar para os EUA em 1984, tornou-se produtor de uma série de melhores vinícolas da Califórnia, incluindo Sunny St. Helena, Gauer Estate, Paraiso Springs e Tria. Através deste processo Philip Zorn ganhou uma profunda compreensão da cultura da uva e produção de vinho na Califórnia. Atualmente trabalha como enólogo da Waterstone Winery mas também participa de projetos em suas propriedades vitícolas particulares e nesta parceria com a importadora SmartBuy Wines. O Anders Lane Prohibition Old Vine Zinfandel 2012 é produzido com uvas Zinfandel de videiras de mais de 40 anos do Vale do Lodi no estado da California, Estados Unidos. Não possui informação sobre envelhecimento em carvalho. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou  uma coloração rubi violácea de grande intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, abundantes, rápidas e coloridas também tingiam as paredes da taça.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos, especiarias e chocolate. 

Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidez e taninos macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Um novo Zinfandel excelente para o dia-a-dia, feito para agradar ao mais exigente consumidor brasileiro e para ser uma alternativa aos famosos Malbec consumidos em profusão por aqui. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Wednesday, March 25, 2015

Você realmente deve temer a contaminação do seu vinho por Arsênico?

Muito se falou na mídia nestes últimos tempo com relação a uma ação judicial que está correndo nos EUA que acusa algum dos maiores vinhos do país (e outros nem tão grandes assim) de possuírem em sua composição uma quantidade elevada, e por que não perigosa, de Arsênico. Mas será que isso deve realmente nos preocupar e nos fazer derramar pela torneira nossas preciosas garrafas de vinho, especialmente os americanos? Vejam o que diz um químico especialista em vinho pela Universidade de Cornell, nos EUA.

A ação cita que um laboratório testou mais de 1.300 garrafas de vinhos para níveis de arsênico. Dentre estas, constatou-se que 83 teriam níveis de arsênico de até cinco vezes o montante do que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) aprova para a água para consumo, por exemplo, mas ainda apenas a metade do padrão do Canadá para tais níveis no vinho. Mais dois laboratórios fizeram os seus próprios testes e obtiveram os mesmos resultados. Para termos uma idéia, o nível máximo da Agência de Proteção Ambiental de arsênico permitido na água potável é de 10 ppb (partes por bilhão). Isso equivaleria a dizer que você, para ser contaminado e ter problemas futuros com tal composto, precisaria beber cerca de 8 copos destes por dia. Levando em conta ainda que o recomendado para o consumo de vinho diário equivale a uma ou duas taças, os níveis de arsênico um pouco mais elevados do que a água não seriam assim tão alarmantes.

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, no entanto, está ligada a uma série de outros efeitos adversos para a saúde e esses perigos são vinculados ao etanol basicamente. Enquanto o arsênico é um elemento tóxico em grandes quantidades, o etanol vai lhe causar problemas em primeiro lugar se você consumir muito álcool. Ainda segundo Sacks (o químico citado no primeiro parágrafo), é possível que as vinícolas citadas no processo já soubessem de tais níveis de Arsênico uma vez que, para exportar seus vinhos para a Europa são necessários tais testes e controles. Elas (as vinícolas) são obrigadas a comunicar essas informações. E não seria rentável para as empresas produzirem diferentes vinhos para os EUA e Europa.

O arsênico é também um composto muito comum e pode ser encontrado em qualquer derivado de uma planta, de acordo com Sacks. Pesticidas baseados em arsênico foram proibidos por um longo tempo nos EUA. Mas você ainda vai encontrar arsênico em muitas coisas, porque é um elemento que ocorre naturalmente no solo. O arsênico é um composto que soa assustador. Ele (o Arsênico) remonta a romances de mistério e de assassinato. Ele também pode ser muito perigoso. A exposição prolongada a níveis elevados de arsênico pode levar ao câncer de pulmão, de pele e de bexiga, entre outras coisas.

Sacks ainda discorre sobre a relação custo x concentração de Arsênico encontrado nas amostras: dos vinhos listados na ação, muitos podem ser comprados por menos de US $ 10. Há uma razão para se encontrar uma maior concentração de arsênico nestes vinhos mais baratos, de acordo com Sacks. A maior parte das uvas usadas nestes vinhos foram cultivadas no vale central e na costa da Califórnia e não em Napa Valley. A concentração de Arsênico nas uvas será baseada na concentração encontrada no solo. Não é incomum para as regiões que dependem de irrigação tenderem a ter mais arsênico, Sacks nos disse. A irrigação é mais comum no vale central e é aí que você geralmente encontra vinhos menos caros em comparação com o Napa Valley.

Mas afinal, devemos ou não parar de consumir estes vinhos ou mesmo buscar alternativas? Segundo Sacks a resposta é não, podemos consumir sem problemas.

E você caríssimo leitor, o que acha de tudo isso?

Até o próximo, com vinho e sem problemas!

Friday, May 30, 2014

Clos Du Val Pinot Noir 2011: Um belo Pinot americano!

Em 1970, o empresário norte-americano John Goelet deu ao enólogo francês Bernard Portet a missão de encontrar um novo território com potencial para produzir vinhos de classe mundial. Dois anos e cinco continentes depois, Portet desembarcou no Napa Valley, Califórnia, onde ele teve um senso dos microclimas de Napa quando dirigiu seu carro pela região com o braço para fora do carro.  Impressionado com as noites frias e terreno idílico do então desconhecido distrito de Stags Leap, ele propôs a área para Goelet. Convencido, Goelet adquiriu 150 hectares de terra e fundou Clos Du Val, um "pequeno vinhedo em um pequeno vale ", em 1972. Logo depois Clos Du Val se tornou uma das primeiras vinícolas a marcar posição em algumas das melhores terras numa encosta na região de clima frio, a região de Carneros comprada em 1973. Abordagem de inspiração francesa do enólogo Portet para vinificação combinado com o caráter extraordinário das uvas do Napa Valley estabeleceu a tradição de vinhos clássicos da vinícola.


Falando um pouco do vinho alvo do post, o Clos Du Val Pinot Noir 2011, é um varietal 100% feito a partir de uvas Pinot Noir da AVA Carneros, no Napa Valley. Passa ainda por 14 meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês, sendo que destes, 20% de primeiro uso. Sem maiores delongas, vamos então as impressões sobre o vinho?

Na taça o vinho apresentou um bonita cor rubi com bom brilho e boa transparência. Lágrimas finas, rápidas e espassadas sem qualquer coloração também faziam parte do aspecto visual.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos maduros, toques de pinho e baunilha.

Na boca o vinho apresentou corpo médio para encorpado, acidez gostosa e refrescante e taninos finos e redondos. Retrogosto confirma o olfato. Final de longuíssima duração, que deixa saudades até!

Sem dúvidas um excelente vinho, guloso, sedutor e denso. Pode-se degusta-lo sozinho ou acompanhando comidas mais delicadas. Este também vem pro Brasil pela SmartBuy Wines. Eu recomendo e muito.

Até o próximo!

Wednesday, April 23, 2014

Chateau Montelena Chardonnay 2010: Final do ciclo de comemorações

Engraçado como determinadas coisas acontecem em nossa vida. A quase um ano atrás eu viria a provar este vinho pela primeira vez, e viria a saciar minha curiosidade devido a toda a história envolvendo o famoso "Julgamento de Paris", sobre o qual já teci algumas linhas por aqui (relembrem aqui). Daquela vez também passava por um bom momento na vida pessoal e, aproveitava o encejo para comemorar abrindo este vinho incrível. E não é que agora, o mesmo vinho (uma safra mais "novo"), serviu também para encerrar um novo ciclo de comemorações? A coincidência ainda foi maior pois enquanto degustávamos o vinho (eu e minha esposa), terminávamos de assistir o último capítulo de um dos seriados mais interessantes que acompanhamos nos últimos tempos (a foto denuncia qual é). Enfim, falo é claro do Chateau Montelena Chardonnay 2010.


Vale sempre relembrar que a história da vinícola começa ainda em meados de 1880 no Vale do Napa, na Califórnia, quando nasce a propriedade e as primeiras plantações de vinhas. A partir dai, muita água se passou embaixo da ponte e houveram momentos de proibição e parada na produção, mudança de posse da propriedade até que a presença de Jim e Bo Barret elevam o tom da qualidade dos produtos do Chateau Montelena e com o advento do Julgamento de Paris (em meados dos anos 70 este vinho venceu uma degustação as cegas onde os grandes Chablis franceses eram maioria), a colocam no cenário vitivinícola mundial com toda a força. Já sobre o vinho, o que dizer? É um varietal 100% Chardonnay de uvas colhidas no próprio Chateau. Não sei ao certo o tempo que passa em madeira, e se passa, mas pelo corpo do vinho e algumas nuances do olfato, deduzo que sim. Tem teor alcoólico de 13,6%. Vamos as impressões.

Na taça o vinho apresentou uma coloração amarelo palha com reflexos levemente dourados, bastante brilho e transparência. Lágrimas finas, rápidas e incolores fechavam o conjunto visual.

No nariz o vinho abriu com aromas de frutas em profusão: tropicais e cítricas. Depois de algum tempo, notas de fósforo e mel. Ao fundo de taça, algo de tostado. O vinho se mostrou bastante complexo olfativamente, assim como da primeira vez.

Na boca o vinho era untuoso, bem gordo e denso mesmo. Tinha uma acidez nada medida. No retrogosto confirmou o olfato. Ficava por um bom tempo no paladar mesmo quando era engolido. Realmente, um vinho para se lembrar.

E assim encerrava um ciclo de comemorações em minha vida, com a certeza mais uma vez de que sou abençoado por ter uma família maravilhosa ao meu lado, por poder apreciar algumas das delícias que a vida pode nos oferecer (assim como este vinho) e enfim, por estar vivo!

Até o próximo!

Friday, November 29, 2013

Stag's Leap Wine Cellars ARTEMIS Cabernet Sauvignon 2010

Dando continuidade ao post sobre o El Carajo, vamos agora falar sobre o primeiro vinho da noite. E como estávamos "na casa deles", ficou por conta do pessoal da empresa escolher o vinho a ser degustado. E os caras não brincam quando o assunto é vinhos e prontamente puxaram um "prata da casa", o Stag's Leap Wine Cellars ARTEMIS Cabernet Sauvignon 2010. 


A Vinícola Stag's Leap ficou mundialmente conhecida em 1976 em virtude do Julgamento de Paris, onde em uma prova a cegas bateu grandes Chateaux de Bordeaux e acabou se tornando o 3o melhor vinho tinto do mundo. Falei um pouco desta história por aqui no blog quando assisti o filme feito a respeito deste evento (aqui). Portanto para não me tornar cansativo nem nada, não vou falar muito sobre o produtor, talvez um dos mais famosos e maiores do EUA.

Já o vinho teve seu nome inspirado em Artemis, deusa da mitologia Grega da caça. Segundo o produtor o nome simboliza bem o que o vinho trouxe de trabalho pra eles, afinal foram buscar as melhores uvas Cabernet Sauvignon da propriedade para fazer este vinho. Uma verdadeira caça em busca das melhores uvas por assim se dizer. Apesar de por legislação poder ser considerado um varietal, tem em sua composição 86% Cabernet Sauvignon e 14% Merlot. O vinho estagia por 18 meses em barricas de carvalho francês, sendo 48% barricas novas. Vamos as impressões.

Na taça uma coloração violácea de grande intensidade, quase sem transparência e impenetrável. Algum brilho. Lágrimas finas, rápidas e coloridas tingiam também as paredes da taça.

No nariz uma mistura de frutas vermelhas e negras, toques de baunilha, flores e especiarias. Muito harmônico e balanceado, o vinho mudava de nuances com o tempo em taça.

Na boca um vinho encorpado, taninos firmes, marcados porém redondos e de excelente qualidade com uma acidez interessante. Retrogosto confirma o olfato em um final de longa duração.

Um baita vinho sem dúvida alguma. Agradeço a oportunidade de provar um vinho desses, pois aqui no Brasil seria altamente improvável que isso acontecesse. Eu recomendo!

Até o próximo!

Monday, April 8, 2013

Guenoc Petite Sirah Lake County 2011

Em um desses dias de jornada longa e cansativa, nada melhor do que chegar em casa e curtir a companhia da família e um bom vinho. Aliás, celebrar faz parte do meu ser, mesmo que não se tenha um motivo específico, brindemos a vida, a nós mesmos, a família, a esposa, enfim, qualquer celebração é valida. E este vinho foi degustado em uma dessas noites, em companhia da minha esposa.


O vinho em questão é produzido pela vinícola Langtry - Guenoc Estate & Vineyards em um local mais a nordeste do Napa Valley, denominado Lake County. O local tem sido muito procurado por enólogos nos últimos anos em virtude de sua formação rochosa e geológica, com presença de pedras vulcânicas e por possuir videiras plantadas desde meados dos anos 1870. Feito exclusivamente com uvas Petite Sirah colhidas na própria propriedade, este vinho amadurece por 9 meses em barricas de carvalho. Vamos as impressões.

Na taça uma bonita cor violácea de média para grande intensidade com pouca transparência e algum brilho. Lágrimas finas, de média velocidade e ligeiramente coloridas completavam o aspecto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de ambos frutos vermelhos e escuros, toques de especiarias e algo de chocolate. 

Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidez e taninos finos e redondos. Retrogosto confirma o olfato trazendo fruta e chocolate num final agradável de média duração.

Mais um bom vinho que me foi apresentado pelo Smart Buy Wines Club e que cada vez mais me deixa com a certeza de um bom negócio ao assinar este clube de vinhos. Adquirido por R$ 79,00 valeu cada centavo. E ainda agradou em cheio a patroa! Eu recomendo.

Até o próximo!

Monday, April 1, 2013

Chateau Montelena Chardonnay 2009

Estou entrando em um mês muito importante pra mim e por isso estou comemorando muito a cada oportunidade que me surge. E comemorar tem rimado com tomar bons vinhos e é claro, em um companhia mais do que especial, minha noiva. E desta vez o escolhido foi o Chateau Montelena Chardonay 2009, o mítico vinho branco americano que em meados dos anos 70 venceu uma degustação as cegas onde os grandes Chablis franceses eram maioria, evento este que ficou conhecido então como "O Julgamento de Paris". Aliás este evento já foi tema anterior aqui no blog quando vi o filme/documentário que fizeram a respeito e descrevi por aqui minhas impressões (relembrem aqui).

A história da vinícola começa ainda em meados de 1880 no Vale do Napa, na Califórnia, quando nasce a propriedade e as primeiras plantações de vinhas. A partir dai, muita água se passou embaixo da ponta e houveram momentos de proibição e parada na produção, mudança de posse da propriedade até que a presença de Jim e Bo Barret elevam o tom da qualidade dos produtos do Chateau e com o advento do julgamente de Paris, a colocam no cenário vitivinícola mundial com toda a força. 


Sobre o vinho, o que dizer? É um varietal 100% Chardonnay de uvas colhidas no próprio Chateau. Não sei ao certo o tempo que passa em madeira, mas pelo corpo do vinho e algumas nuances do olfato, deduzo que sim. Tem teor alcoólico de 13,6%. Vamos as impressões.

Na taça uma bonita cor amarelo com nuances douradas. Lágrimas finas, incolores e rápidas também se faziam presentes.

No nariz o vinho abriu com aromas de abacaxi e pêssego, toques de mel, flores, cítrico e pedras molhadas. Muita complexidade. A cada giro na taça um aroma se colocava em evidência.

Na boca o vinho tinha corpo médio e uma acidez bem refrescnte e viva. Retrogosto confirma o nariz e traz nuances de frutas cítricas e brancas, toques de mel e minerais com um final bastante longo e prazeroso.

Depois de degustar o vinho, uma certeza: não sei se é ou não o melhor Chardonnay do mundo mas sem sombra de dúvidas foi o melhor que já provei. Um baita vinho, que abre uma série de comemorações com chave de ouro. Este foi adquirido nos EUA na rede de lojas Total Wine & Co por 50 dólares. Vale a pena.

Até o próximo!

Thursday, February 14, 2013

Educated Guess Cabernet Sauvignon 2009: Revisitando o passado

Este é o primeiro(e único) vinho degustado neste carnaval. Por incrível que pareça este feriado foi regado a poucos vinhos em detrimento a caipirinhas, cervejas e outros. Não que meu gosto e/ou interesse por vinhos tenha diminuído mas é que realmente as opções e oportunidades que se apresentaram nestes dias foram direcionadas em outro caminho e eu acabei por revisitar um vinho o qual eu já havia provado uma safra anterior e que tinha gostado muito, aproveitando a oportunidade de apresentá-lo também a minha noiva. E as expectativas foram confirmadas, apesar do susto inicial (a rolha apresentava pequenos sinais de infiltração sem alterar o sabor do vinho felizmente).

Como me esqueci de fotografar a garrafa, segue uma foto da rolha devidamente trabalhada com o  conceito da marca.

Como no post anterior sobre a safra 2006 deste vinho (relembrem aqui) eu já falei um pouco sobre a vinícola e o conceito do vinho, vou me ater ao vinho em si. . Com uma composição de 89% Cabernet Sauvignon, 6% Merlot, 4% Cabernet Franc e 1% Petit Verdot, o vinho passa por 12 meses em barricas francesas e americanas para maturação e afinamento. Vamos ver se as impressões sobre o mesmo se confirmaram desta vez.

Na taça o vinho apresentou uma cor violácea intensa e com pouca transparência, quase impenetrável. Lágrimas finas, ligeiramente coloridas e bem rapidas. 

No nariz o vinho se abriu mostrando aromas de frutas escuras. Toques de especiarias e de baunilha complementavam a conjunto. Com um pouco de tempo em taça, leve lembrança de tostado tomou também o ambiente. Álcool um pouco aparente mas que diminui com o tempo.

Na boca um vinho de corpo médio, boa acidez e taninos finos, redondos e macios. Álcool aparece um pouco de início mas some com o tempo, deixando um retrogosto essencialmente frutado e com toques de chocolate. Sem amargor e com um final de média duração.

O vinho confirmou nesta safra a consistência que esperamos quando tratamos de qualidade, somente deixando mais profundas as marcas da boa impressão inicial. Eu recomendo.

Até o próximo!

Monday, May 28, 2012

Duckhorn Vineyards Merlot 2008

Cada vez mais eu fico impressionado que, além de estar em contato com ótimos vinhos nos últimos tempos, a situação, o momento e a companhia podem fazer com que a experiência seja ainda melhor. E foi exatamente o que aconteceu com este vinho, alvo do post de hoje. Considerado pela crítica como um cult, este vinho foi degustado neste último sábado.


Oriundo da AVA Napa Valey, nos Estados Unidos (muito mais famosa por seus cabernets), este vinho tem em sua composição 86% de Merlot, 9,5% Cabernet Sauvignon, 3,5% de Petit Verdot e 1% de Cabernet Franc e passa 16 meses em barricas 100% francesas de primeiro e segundo usos, fazendo com que o vinho tenha toda uma complexidade aromática e gustativa. Tem graduação alcoólica de 14,5%. Vamos as impressões.

Na taça uma bonita cor rubi violáceo de grande intensidade e algum brilho, lágrimas mais espessas, separadas e bem coloridas criavam um mosaico quase intransponível.

No nariz o vinho começou a se mostrar, e era meio mutante. Explico, constantemente os aromas variavam entre frutos vermelhos, mentolado, chocolate, leve floral , pó de café e algo de alcaçuz. A primeira impressão é bem fragrante, ficando mais elegante com o tempo. O álcool espeta um pouco com o tempo, mas vai arrefecendo conforme o tempo vai passando.

Na boca o vinho é encorpado, tem boa acidez e taninos bem vivos e ligeiramente rascantes, mas integrados com o restante dos elementos do vinho. Retrogosto frutado e lembrando café. Final de média pra longa duração.

Vale ressaltar que este é mais um excelente vinho que veio na seleção bimestral da Smartbuy Wines e que, mesmo com seu preço elevado, vale a expectativa.

Até o próximo!

Saturday, May 5, 2012

Novy Syrah 2009

Continuando com os vinhos do final de semana/feriado prolongado, chegou a vez de um americano, não tão famoso quanto seus irmãos Zinfandel e Cabernet Sauvignon mas que costumam obter alguns bons resultados, dependendo da onde são plantandas por lá. Estou falando de um exemplar da uva Syrah, que juntamente com a Zinfandel tem se tornado as minhas uvas preferidas ultimamente. 

Este vinho é produzido por uma pequena vinícola familiar localizada no Napa Valley, na Califórnia. De origem Checa, esta família nomeou a vinícola como Novy, que em checo quer dizer novo, simbolizando que apesar de virem de um país do velho mundo, produzem vinhos no novo mundo e tentam passar todo seu amor através destes. Aparentemente não possui outras uvas no corte, mas não obtive confirmação nem tão pouco de envelhecimento em carvalho. Um detalhe, que hoje nem é mais curioso, é que o vinho vem com vedação de tampa de rosca. De qualquer forma, vamos as impressões.


Conforme eu havia comentado a luz não estava permitindo uma avaliação mais precisa, mas este vinho apresentava uma cor violácea muito escura, densa, quase negra com lágrimas finas, espassadas, rápidas e bem coloridas.

No nariz o vinho abriu com muita fruta escura, café com leite, notas terrosas e de pimentas. Tudo muito opulento e vibrante, num vinho que mudava constantemente. 

Na boca o vinho mostrou-se muito encorpado com taninos finos e presentes, em muita quantidade. Acidez gostosa e convidativa. Retrogosto confirma frutas e algo de chocolate. Final delicioso de média para longa duração.

Mais um grande vinho, talvez o melhor da noite desta vez, trazido pela SmartBuy Wines, que tem acertado em quase todas as escolhas para quem faz parte do seu clube de vinhos. Eu recomendo!

Até o próximo!

Tuesday, March 6, 2012

Kuleto Estate Zinfandel 2007

Confesso que apesar de não ser um grande conhecedor dos vinhos norte americanos, sou um apreciador, sempre que entro em contato com eles. Normalmente, e principalmente os oriundos da Califórnia e do Vale do Napa, são vinhos potentes, alcoólicos (faz muito calor na região, com pouca pluviosidade), carnudos, corpulentos, enfim, vinhos bem ao estilo novo mundo e que agradam uma grande parcelo do mercado consumidor por passarem uma falsa impressão de doçura no paladar. Sobre a uva zinfandel, comentei anteriormente sobre as curiosidades que envolvem sua origem e portanto não irei falar sobre isso de novo para não me tornar repetitivo. Quem quiser ler um pouco sobre isso, acesse este post aqui.

A Kuleto Estates tem a história datada de 1992, e nasceu nas mãos de apaixonados por culinária e vinicultura em geral. Aliado ao potencial vinícola da região, criaram um verdadeiro ícone vinícola na região. Sobre o vinho, o mesmo é feito com uvas 100% zinfandel plantadas entre 1200 e 1400 metros acima do nível do mar, o que gera condições únicas de amadurecimento mais lento e progressivo das uvas. Além disso, o vinho passa por um período de 9 meses em carvalho francês para amadurecimento. Mesmo assim o vinho atinge incríveis 14,9% de álcool. Vamos as impressões.


O vinho apresentou na taça uma bonita coloração rubi violáceo sem halo de evolução e com moderada transparência. Lágrimas finas, rápidas e com pouca cor completam o aspecto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutas escuras cozidas numa espécie de licor, algo de terroso e leve lembrança de violetas ao fundo. Com um tempo em taça, algo de lácteo pode ser identificado. Tudo muito integrado e delicado, sem aquela pancada que eu esperava.

Na boca o vinho tinha corpo médio para cheio, boa acidez e taninos finos, redondos e extremamente domados. Retrogosto trazia licor de frutas escuras e algo de chocolate. O álcool podia ser sentido durante toda a degustação, como esperado, mas não prejudicou a degustação.

Outro excelente vinho americano de uvas zinfandel, que apesar de não ser barato, pode ser considerado boa compra em sua faixa de preço. Eu recomendo.

Até o próximo.

Tuesday, December 6, 2011

O "maior" winemaker do Napa: Yao Ming

A estrela da NBA lançou o Vinhos Família Yao, e seu Cabernet do Napa poderia elevar o vinho americano no mercado chinês.

No mercado de rápido crescimento para os vinhos de luxo na China , Bordeaux simboliza grandeza há vários anos. Mas o Napa Valley tem agora um novo embaixador para o mercado de vinhos premium - e um embaixador muito grande. Yao Ming, o recém aposentado e oito vezes All-Star da NBA e a mais proeminente lenda do esporte em sua China natal, diz a Wine Spectator que está lançando seus próprios rótulos de vinho, o Vinhos Família Yao. Yao vai lançar a safra inaugural de Yao Ming Napa Valley Cabernet na China em 28 de novembro (provavelmente já o fez dado que estamos em dezembro).

O pivô de 2,13m do Houston Rockets tornou-se um fã e um reforço do Cabernet da Califórnia durante seu tempo na NBA." Os vinhos do Napa Valley são os vinhos pelos quais me apaixonei quando eu morava nos EUA ", disse Yao, 31 anos, a Wine espectador. "Enquanto eu estava na estrada com os Rockets, os jogadores saíam para jantar juntos e alguns deles sabiam muito sobre o vinho, e eu aprendi com eles."

Há dois anos, Yao e sua equipe decidiram agir com o seu entusiasmo, na esperança de criar um bom vinho para representar o Napa Valley no crescente mercado chinês. Esta semana, a vinícola irá liberar o Cabernet Sauvignon 2009 em Pequim, Guangzhou e na cidade natal de Yao, Xangai. Um Reserva da Família Cabernet Sauvignon vai estrear no próximo ano. A vinícola também começará as vendas no mercado dos EUA no próximo ano.

Para a América, o maior impacto do vinho poderá ser como um símbolo de Napa Valley no crescimento do negócio do vinho no mercado chinês. "A China é o mercado prioritário" para o vinho, de acordo com Con Constandis, presidente e diretor-gerente da Pernod Ricard China, que está importando os vinhos para a República Popular."A California como uma região vinícola goza de prestígio bastante elevado entre os consumidores chineses, e, em particular, vinhos premium do Napa Valley tem uma imagem muito boa e estão gradualmente a se tornando bem aceitos pelos amantes do vinho sofisticado na China."

De acordo com funcionários da empresa, o Yao Ming Napa Valley Cabernet será vendido a 289 dólares uma garrafa, no segmento de mercado ultra premium, onde os rótulos de status de Bordeaux e Champagne residem. Quando a nova classe rica da China começou a beber os vinhos importados, clássicas regiões francesas, como Bordeaux, Champagne e, mais recentemente, Borgonha, foram suas primeiras aquisições. Os produtores do Napa têm trabalhado para ganhar uma posição na China nos últimos anos, mas pode ser um mercado difícil de entrar. Segundo dados alfandegários da China, a França possuía 47 por cento do mercado de vinho engarrafado importados em 2010. Os EUA veio em sexto, com uma participação de 6,4 por cento.

Yao Ming fez uma parceria com o enólogo Tom Hinde para criar seu rótulo de Cabernet do Napa. Yao tem observado o crescimento vigoroso da cultura do vinho na China nos últimos anos e vê potencial para um maior consumo de vinhos da Califórnia entre os consumidores. "Enquanto os vinhos franceses já criaram uma boa impressão até agora, as pessoas estão começando a descobrir os vinhos da Califórnia", disse ele. "A Califórnia tem uma boa reputação na China por seu estilo de vida, como um ótimo lugar para férias e para se divertir. Eu não só quero compartilhar [os vinhos] com o povo chinês, mas também compartilhar a cultura e a beleza do Napa Valley."

Para esse fim, Yao contratou o enólogo Tom Hinde para supervisionar a produção.Hinde trabalhou anteriormente como gerente geral da Estates Kendall-Jackson Wine, bem como presidente da Flowers Vineyard and Winery de Sonoma. (Yao é o principal acionista no projeto, enquanto Hinde e quatro outros investidores têm participações minoritárias.). A vinícola atualmente recorre a uvas de vários vinhedos do Napa Valley, incluindo Sugarloaf Mountain Vineyard, Turmalina Vineyard e Broken Rock Vineyard."Temos diversos inputs a maneira como as uvas são cultivadas nestas fazendas, por isso não estamos simplesmente comprando estas uvas", disse Hinde. O 2009 Napa Valley é uma mistura de 82 por cento Cabernet Sauvignon com Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot. É envelchecido por cerca de 18 meses em carvalho. De acordo com Hinde, o Família Yao produziu cerca de 5.000 caixas do Napa Valley e menos de 500 caixas do Reserva da Família para a safra de 2009. O último é envelhecido de 22 a 24 meses em carvalho antes do lançamento. 

Yao, que disse que seu estilo favorito é de grandes tintos (ele também gosta de vinhos doces), adaptou seus vinhos para o seu gosto. "Yao direciona o estilo do vinho", disse Hinde, e ele participa ativamente no blend do vinho. "Ele não é um especialista em vinho, mas ele é um aficionado pelo vinho e muito apaixonado. Yao é muito consciente das sutilezas texturais no vinho, a sensação na boca e a uniformidade, fruta e carvalho."

Agora, algumas uvas para a safra de 2011 ainda estão em cubas de fermentação, e os próximos meses continuarão a ser movimentados. Após as promoções de lançamento na China, haverá celebrações mais ligados ao Ano Novo Chinês no final de janeiro. Além disso, Hinde espera que o empreendimento possa comprar ou construir uma vinícola no Napa de maneira permanente. A produção permanecerá no mesmo nível para as safras de 2010 e 2011, mas podem haver muitas oportunidades para a expansão.Por agora, disse Yao, "Nosso objetivo é fazer vinhos de classe mundial no Napa Valley."

Thursday, July 7, 2011

Napa Valley a perigo num futuro não muito distante?

Produção de vinhos top no Napa Valley pode ser impossível em 30 anos de acordo com um estudo sobre a mudança climática.

Cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia analisaram quatro condados vitícolas  nos Estados Unidos ocidental - Santa Barbara County e Vale do Napa na Califórnia, no Condado de Yamhill Willamette Valley no Oregon e Walla Walla County no Columbia Valley no estado de Washington.

Os cientistas afirmam que até 2040 poderemos ter 50% menos terras adequadas para o cultivo de uvas para vinhos especiais de alto valor em áreas no norte da Califórnia.

No entanto, algumas partes mais frias do Oregon e de Washington se tornariam correspondentemente melhores para o cultivo de uvas.

O estudo examinou as mudanças climáticas nos próximos 30 anos, Noah Diffenbaugh do Instituto Woods para o Meio Ambiente na Universidade de Stanford, disse.

Este é "um período de tempo durante o qual as pessoas estão realmente considerando os custos e benefícios de tomar decisões no chão", disse ele.

Estes resultados seguem estudo dos pesquisadores sobre o clima de 2006, que projetou que até 81% da área cultivada com uvas para vinhos top no país poderia tornar-se inadequado para algumas castas até o final do século.

Para o presente estudo a equipe assumiu um aumento de 23% dos gases de efeito estufa até 2040, o que equivaleria a um aumento de 1oC na temperatura global.

Os pesquisadores usaram um modelo climático incorporando as condições locais, regionais e globais, incluindo fatores como condições de vento e variações costeiras. O modelo foi testado com dados reais entre 1960 e 2010.

Eles previram que até 2040 todas as quatro regiões vinícolas invariavelmente irão ​​experimentar temperaturas médias mais elevadas durante a estação de crescimento das uvas e um aumento no número de "dias muito quentes" quando a temperatura atinge 35oC.

Em Napa, a temperatura média pode aumentar em 1,1oC, com 10 dias muito quentes a mais.

Como resultado, a quantidade de terra para cultivo Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Chardonnay encolheria pela metade. Em Santa Bárbara, a perda correspondente de terra adequada seria de 20%.

Em Willamette Valley no Oregon  haveria ligeiro aumento em terrenos adequados, mas na Columbia Valley, em Washington, haveria uma redução de 30%.

Diffenbaugh salientou que, enquanto há "muito mais do que a temperatura quando se vai fazer um vinho", a temperatura é um fator consistente que pode ser medido em décadas.

Produtores têm duas opções, os autores do relatório advertem. Eles podem encontrar variedades de uva que podem suportar até 45 dias muito quentes, ou eles podem mover suas operações em crescimento e empregarem uma série de estratégias, tais como novos métodos de condução e irrigação, para manutenção da vinha a uma temperatura mais baixa.

Texto original de Adam Lechmere para o site da revista Decanter

Monday, June 27, 2011

Bell Napa Valley Cabernet Sauvignon 2006

Desde que comecei a me interessar por vinhos, vi que diversas importadoras criaram clubes de vinhos, confrarias, e projetos afins com o intuito de em determinados períodos de tempo e por quantias de dinheiros que iriam de mais ou menos 150 a 300 reais, enviassem duas a quatro garrafas de vinhos para seus associados para que estes pudessem descobrir alguns bons vinhos escolhidos por elas. Depois de muito pesquisar acabei me associando ao Smart Buy Wine Club e posso dizer que até agora não me arrependi. E o exemplar alvo deste post é mais uma prova disso.

Oriundo da Califórnia, nos EUA, este vinho é produzido num corte quase ao estilo bordales, com 84% de Cabernet Sauvignon, 7% de Petit Verdot, 5% de Mertlot, 3% de Cabernet Franc e 1% de Merlot. Foram produzidas 22048 garrafas deste vinho e a minha era a de número 7086. Conforme notas do produtor, este vinho teve suas uvas colhidas entre 10 de setembro e 2 de novembro de 2006. Passou por 20 meses em carvalho (70% francês e 30% americano) sendo que 43% das barricas eram novas. Vamos as impressões.
 
Na taça apresentou uma bonita cor rubi violáceo, levemente transparente, brilhante com algum halo granada nas bordas denotando um pouco de evolução e ainda apresentou lágrimas lentas, finas e ligeiramente coloridas.
 
Ao nariz o vinho se mostrou de certa maneira complexo, com aromas de frutas vermelhas em compota, côco, chocolate, pimentão e algo de especiarias. Tudo muito potente, exuberante.

Na boca o vinho apresentou corpo médio para cheio, boa acidez, taninos médios, integrados e quase mastigáveis. Confirmou o nariz lembrando geléia de groselha, chocolate meio amargo e pimentão. Ao fundo algo de tostado também.

O vinho foi harmonizado divinamente com uma rabada reduzida em vinho, com tomates frescos e uma polenta cremosa com queijo parmesão. Mais uma bela escolha da Smart Buy Wines e seu clube de vinhos. Não é um vinho barato mas que valeu o quanto foi pago por ele.

E até o próximo gole.

Monday, April 18, 2011

Educated Guess Cabernet Sauvignon 2006

Desde que comecei a me envolver mais no mundo dos vinhos eu descobri os clubes de vinhos. Sim, quase como confrarias, você se associa a um deles e em determinados períodos (mensalmente, bimestralmente, etc.) recebe de duas a seis garrafas de vinho (depende do clube ao qual se associou, sua possibilidade de pagar por mais ou menos, etc.) escolhidas pelo enólogo da loja/importadora/gestora do clube, geralmente por preços promocionais tendo em vista os preços praticados no mercado de uma forma geral. Depois de muito pensar e estudar um pouco sobre resolvi me associar ao SmartBuy Club, da importadora SmartBuy Wines. Já recebi duas remessas, que são bimestrais e constam de três vinhos cada mas ainda não havia provado os vinhos, até este final de semana. E é sobre um deles que gostaria de falar.

Primeiramente gostaria de falar um pouco sobre a importadora, que tem como diferencial o foco principalmente em vinhos californianos, mas que também trabalha com algumas vinícolas de outras regiões do mundo. O fato é que os vinhos por ela trazidos são normalmente muito bem vistos pela crítica mundial (inclusive com boas pontuações, geralmente 90 ou mais pontos) e normalmente com preços relativamente competitivos se levarmos em conta os preços praticados em nosso mercado. Além de tudo a importadora se utiliza de muito bom humor e relembra a época da lei seca nos EUA, brincando com o fato de que seus vinhos possuem preços mais camaradas por serem fruto de contrabando, utilizando inclusive embalagens disfarçadas de embalagem de material de escritório para a entrega dos vinhos em nossa residência. Por enquanto, tenho tido boas experiências com eles.

Voltando um pouco pro vinho propriamente dito, este exemplar veio diretamente do Napa Valley, na Califórnia e produzido pela Vinícola Roots Run Deep. Fundada em 2005, a vinícola se propõe a fazer vinhos sem paralelos produzidos na região mas que possuem preços mais módicos e de maior acessibilidade do que suas concorrentes. A linha Educated Guess é a linha de lançamento da vinícola e também já pode ser considerado sua linha mais icônica. Uma curiosidade é que o nome vem da expressão mais ou menos como “chute aproximado”, ou seja, quando você não tem muita certeza da decisão mas levando em conta alguns parâmetros, pode fazer um chute mais certeiro por assim se dizer. Dizem na vinícola que esta idéia veio pelo enólogo que dizia que muitas variáveis podem afetar a qualidade de um vinho e que desta maneira ele fazia alguns chutes aproximados quando formulava os vinhos. Outro destaque é o rótulo do vinho, que trás algumas fórmulas e equações químicas advindas do processo produtivo do vinho, induzidas ou naturais, e que mostram onde muitas vezes o enólogo pode fazer seu “educated guess”. Sem mais lenga lenga, vamos ao vinho.
O vinho tem uma composição deveras curiosa. Apesar de ostentar o nome da cabernet sauvignon no rótulo (85%), possui ainda 12% de merlot, 3% de Petit Verdot e 3% de Cabernet Franc. Esta composição varia de acordo com a safra. Preciso verificar se existe alguma legislação sobre isto nos EUA. Além disso o vinho estagiou por 12 meses em carvalho francês e americano, sendo que destes 60% eram novos.

Na taça mostrou uma coloração rubi violácea bem concentrada, levemente transparente, muito brilhante e bonita. Lágrimas finas, abundantes e coloridas tingiam a taça mostrando ainda muita potência frente aos 5 anos do vinho.

No nariz o vinho se mostrou deveras exuberante. Abriu com um belo aroma de frutas, lembrando cereja e cassis. Depois de um tempo podia-se sentir um toque de especiarias, detacando-se pimenta e também um pouco de baunilha. Aliás, depois de mais um tempo em taça esta baunilha evoluiu para algo perto de capuccino e abriram ainda um leve tostado e lembrança de alcaçuz. Muito interessante este nariz!

Na boca o vinho se mostrou com bom corpo, taninos finos, aveludados, de muita qualidade. Acidez e álcool balanceados, sem que qualquer um dos dois se mostrasse mais que o outro. Confirmou na boca o frutado, a baunilha e o final tostado, bem leve e sem apresentar qualquer amargor residual. Muita personalidade que só foi melhorando com o tempo em que passou em taça. Casou lindamente com uma rabada preparada neste domingo em casa, reduzida também num molho de tomate e vinho.

Excelente início com os vinhos da SmartBuy e mais ainda com os cabernet californianos, pois ainda não tinha tido a oportunidade de provar. Mais do que aprovei e recomendo! Estou muito curioso com os demais vinhos enviados pela importadora. Assim que prová-los, conto a experiência pra vocês.

Saúde!