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Monday, April 20, 2015

Veldfire Pinotage 2013: A África do Sul muito além de suas belezas

E cá estamos nós viajando por este nosso mundo do vinho e aportando nosso interesse na bela África do Sul. Conhecida por sua exuberante fauna e flora principalmente, poucos sabem que a África do Sul tem excelentes vinhos e até uma uva que por lá chamam de minha: a Pinotage. Chegou a vez de falarmos do Veldfire Pinotage 2013.


A uva Pinotage pode ser considerada ainda jovem no cenário vitivinícola mundial se comparada as grandes uvas europeias como Cabernet Sauvignon e Merlot, por exemplo, mas segundo especialistas é "filha" de duas outras européias: Pinot Noir e Cinsault (também chamada de Hermitage). Sim, prezados leitores, ela é oriunda de um cruzamento genético destas duas outras uvas, gerando mais do que uma união dos nomes das duas uvas (Pinot + Age) mas uma uva de mais fácil trato do que a Pinot Noir (mantendo algumas de suas características) e a resistência e fartura na colheita da Hermitage. Entretanto, a facilidade de amadurecimento e o rendimento elevado nas vinhas faz com que os enólogos tenham muito trabalho desde o plantio até a obtenção do caldo final. 

O vinho é produzido pela Stanford Hills State, uma fazenda que dentre outras atividades, se dedica também a produção de vinhos boutique (relembrem o que é vinícola boutique aqui). A Stanford Hills State se tornou reconhecida pela qualidade superior de seus vinhos da cepa Pinotage, produzidos em quantidades muito pequenas até mesmo nas suas gamas de vinhos mais simples, como o caso da linha Veldfire. A Stanford Hills Estate está situada perto da pitoresca aldeia de Stanford, as margens do Rio Klein. Esta aldeia fica a quase duas horas de carro da Cidade do Cabo e manteve a maior parte do seu charme do velho mundo, com suas casas de época e ruas largas.

Já sobre o Veldfire Pinotage 2013, podemos ainda acrescentar que é um vinho varietal produzido 100% com uvas Pinotage da região de Walker Bay, na apelação Stanford Foothills. A fermentação alcoólica e a fermentação malolática se dão em tanques de aço inox. Terminado este processo, o vinho é envelhecido por 6 meses me madeira antes de ser engarrafado e finalmente liberado ao mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor violácea de média para grade intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas, ligeiramente coloridas e espassadas também se faziam notar.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros, especiarias e toques florais. Fundo de taça com tostado.

Na boca o vinho mostrou corpo médio, boa acidez e taninos macios e sedosos. Retrogostos confirma o olfato e o final é de média para longa duração.

Uma boa opção de vinho para o dia a dia, para aqueles que como eu gostam de fugir do lugar comum e conhecer outras castas/países/vinhos. Recomendo a prova. Mais um vinho do clube de vinhos da Winelands, o clube de vinhos que eu assino e recomendo.

Até o próximo!

Friday, May 9, 2014

Degustação de Vinhos Africanos na Vinhos de Bicicleta

Ontem a noite tive a oportunidade de participar de uma degustação bem bacana com vinhos africanos preparada pela Vinhos de Bicicleta, em São José dos Campos. A idéia principal da degustação era difundir um pouco mais os vinhos sul africanos, não tão bem conhecidos por aqui, e mostrar que existem diferenças de terroirs por lá também o que gera vinhos diferentes mesmo utilizando-se a mesma casta. E olha que a história vitivinícola africana é muito antiga, remetendo às tradições do Velho Mundo mas com a cara bastante influenciada pelos estilos do Novo Mundo.


A Vinhos de Bicicleta nasceu primeiramente como um clube de vinhos, depois de uma viagem de seu fundador, Rodrigo Ferraz, a Mendoza na Argentina. Esta viagem tinha como foco bodegas de pequeno porte, as chamadas bodegas boutique ou familiares (já falei sobre isso aqui) e a atmosfera intimista com os vinhos artesanais de cada lugar. Rodeado de história, aromas e sabores, inebriado pela paisagem percorrida, Rodrigo veio com a idéia de fundar um clube de vinhos com foco neste estilo de vinho, e começou a garimpar exemplares ao redor do mundo. Algum tempo depois conseguiu ainda abrir uma loja física com espaço para eventos/degustações e voilá, lá estávamos na sede da Vinhos de Bicicleta. E devo dizer que a loja física deles é muito bacana, uma boa seleção de rótulos, espaço aconchegante e muito bem localizada em São José dos Campos, no interior de São Paulo.


Todos os vinhos da noite seriam oriundos de uma região africana conhecida como "Western Cape", área esta litorânea mais ao sul do país que inclui a famosa Cidade do Cabo (sua capital) e que dentre outras características, é bastante influenciada pelas correntes marítimas vindas principalmente do Atlântico. Possui ainda solos graníticos na proximidade com o litoral o que acaba por transmitir ao vinho certa mineralidade. Passando aos vinhos degustados, postarei a seguir minha impressão sobre cada um deles. Vamos lá?


O primeiro vinho da noite foi o Out of Africa Pinotage 2012. Este vinho é da vinícola African Terroir, que possui diversas linhas de vinhos, mas talvez a mais conhecida no Brasil seja sua linha de entrada, a Tribal. O vinho em questão é um exemplar feito 100% com uvas Pinotage (cuja origem já foi discutida aqui) colhidas no período noturno(o clima notoriamente mais frio evita que a fermentação das uvas comece antes da entrada na adega). Ao que tudo indica não passa por madeira. De coloração violácea bem intensa, o vinho não apresentava qualquer halo de evoluação e denunciava sua jovialidade, contando ainda com lágrimas finas, rápidas, coloridas e abundantes. Aromas de frutos vermelhos silvestres e toques florais. Com algum tempo em taça evolui para compota de frutos vermelhos e algo de chocolate. Na boca o vinho tinha corpo leve para médio, acidez bastante pronunciada e taninos bem fininhos. Final de média duração com um leve toque mineral perceptível. Me pareceu um vinho bem gastronômico, apesar de estar um pouco desequilibrado, mas com tendência a evolução.


O segundo vinho provado foi o Quantum Pinotage 2011, vinho este que também é feito com uvas Pinotage só que desta vez nas mãos da cooperativa Du Toitskloof Winery. A cooperativa se estabeleceu em meados dos anos 60 com cerca de 6 produtores mas atualmente este número já supera os 20 cujos vinhedos estão todos dentro de um raio 10 quilômetros da adega. Está localizado perto da cidade de Rawsonville no vale do Rio Breede. Este já passa por 8 meses de barricas. A coloração não muda muito do primeiro vinho. Nos aromas a diferença é mais pronunciada, com aromas de frutas em compota, chocolate, baunilha e toques terrosos. Apresenta mais corpo, acidez mais regulada e taninos macios. Mais equilibrado que o anterior. O final decepciona, passa rápido pela boca. Não evolui muito com o tempo em taça. Declínio é rápido.


O terceiro vinho da noite foi o BlouVlei Red Blend 2008, quando a coisa começou a se tornar mais séria e deveras interessante. Este vinho é um corte das uvas internacionais Cabernet Sauvignon, Merlot, ShirazCabernet Franc produzido pela Mont du Toit Kelder. Seus vinhedos estão aos pés do monte Hawequa. Este vinho já passa por 18 meses em barricas de carvalho francês. A coloração já acusa um pouco da idade, sendo que o vinho mostrou cor rubi sem brilho e com certo halo tendendo ao granada. Lágrimas já quase incolores. Aromas de frutos negros e vermelhos em compota, chocolate, baunilha, pimenta e toques animais (couro). Na boca uma surpresa, encorpado, taninos mais presentes e acidez na medida. Retrogosto com algo vegetal, distanciando o paladar do olfato. Vinho interessante e saboroso. O preferido da noite, sem dúvida.


E chegamos ao último vinho da noite, o Roodeberg Red Blend 2010, vinho este produzido pela KWV que também é uma cooperativa de produtores da África do Sul. No entanto, a própria KWV incentiva e permite que cada produtor mantenha as características dos seus vinhos, criando a possibilidade de se mostrar as características de cada pedacinho de terra da região. Este vinho nasce assim, um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot. Passa por 10 meses em barricas. Apresentou coloração violácea de boa intensidade, brilho e lágrimas finas e ligeiramente coloridas. Aromas de compota de frutas vermelhas e escuras, pimenta, chocolate e algum tostato. Vinho encorpado, taninos marcados e com boa acidez. Retrogosto confirmando o olfato. Final de longa duração. Grande vinho sem dúvidas.

Ao final a noite, depois também de aproveitarmos uma mesa com azeites, queijos e antepastos especialmente preparados para o evento, com o intuito de harmonizarmos com os vinhos, era hora de nos despedirmos de mais um evento sensacional. Além dos bons vinhos, pude conhecer pessoas interessantes como o próprio Rodrigo, proprietário da loja, ou Raul, português que trabalha trazendo vinhos lá da terrinha e desaguando por aqui. Ainda quero ter a oportunidade de provar seus vinhos. E espero também ter a oportunidade de visitar a Vinhos de Bicicleta novamente em breve. Eu mais do que recomendo!

Até o próximo!

Friday, August 2, 2013

Curiosidade: A origem da uva Pinotage

A algumas semanas atrás tivemos um Winebar com vinhos sul africanos (relembrem aqui) e dentre os vinhos degustados havia um em especial, feito a partir da uva considerada símbolo do país no tocante ao plantio e produção de vinhos, a Pinotage. Depois do evento fiquei curioso em tentar descobrir um pouco mais sobre esta uva intrigante, que normalmente gera vinhos mais porrada mas que vem conquistando merecida atenção no mercado e fui atrás de mais informações sobre ela. Agora, venho ao blog dividir um pouco do que aprendi com vocês, caríssimos leitores.


A uva Pinotage pode ser considerada ainda jovem no cenário vitivinícola mundial se comparada as grandes uvas europeias como Cabernet Sauvignon e Merlot, por exemplo, mas segundo especialistas é "filha" de duas outras européias: Pinot Noir e Cinsault (também chamada de Hermitage). Sim, prezados leitores, ela é oriunda de um cruzamento genético destas duas outras uvas, gerando mais do que uma união dos nomes das duas uvas (Pinot + Age) mas uma uva de mais fácil trato do que a Pinot Noir (mantendo algumas de suas características) e a resistência e fartura na colheita da Hermitage. Entretanto, a facilidade de amadurecimento e o rendimento elevado nas vinhas faz com que os enólogos tenham muito trabalho desde o plantio até a obtenção do caldo final. 

Os vinhos desta uva tem ainda  algumas características geralmente associadas como por exemplo, taninos mais rústicos e difíceis de se controlar; aromas remetendo a frutas escuras e vermelhas, especiarias e em alguns casos florais e chocolate; não menos comum, a acidez é um pouco mais baixa do que o desejável tornando o vinho um pouco enjoativo entre as mais comumente encontradas.

Entretanto, com o crescimento do consumo e produção de vinhos na África do Sul, muito tempo, dinheiro e dedicação tem sido aplicado no campo vitivinícola do país em prol da obtenção de vinhos sedosos, aveludados, voluptuosos e de certa maneira, sedutores. Hoje no Brasil já existe uma boa gama de vinhos desta uva disponível no Brasil e um recente evento realizado em São Paulo, prova que esta evolução é real.

E vocês, prezados leitores, qual experiências tem com esta uva e com estes vinhos Sul Africanos? Tem mais informações a cerca desta uva? Dividam conosco aqui nos comentários ou mesmo se utilizando da Fan Page do blog no Facebook.

Até os próximos! 

Wednesday, July 24, 2013

Winebar com House of Mandela: Impressões!

Conforme eu havia avisado a vocês, queridos leitores (aqui), na noite de ontem aconteceu mais um Winebar ao vivo, desta vez com vinhos Sul Africanos da "House of Mandela" com a parceria da importadora Ravin. Para os mais desavisados, vale lembrar que o Winebar é um lugar na internet onde se promovem experiências únicas para os apaixonados pelo vinho e gastronomia através de transmissões AO VIVO, onde você pode provar junto com produtores, importadores, formadores de opinião e afins os melhores vinhos do mundo falando diretamente com eles, enviando seus comentários, dúvidas e tudo que achar pertinente.

Sobre a House of Mandela, complementando um pouco da informação dada no post anterior sobre o assunto, vale dizer que é uma marca criada pela família Mandela para licenciamentos relacionados ao vinho e que utiliza outras vinícolas do país para produção de seus vinhos, vinícolas estas criteriosamente selecionadas a fim de associar o nome da família a produtos de qualidade. Um ponto muito interessante e bonito também sobre a vinícola é que ela segrega parte dos lucros obtidos com a vendagem dos vinhos para auxiliar a fundação que leva o nome de Mandela no auxílio as famílias em dificuldades na África.

Os vinhos degustados na noite de ontem foram:

HOUSE OF MANDELA THEMBU COLLECTION SAUVIGNON BLANC 2012: vinho feito com uvas 100% Sauvignon Blanc da região de Western Cape, na África do Sul. Passa por um interessante e não usual processo de 4 meses de fermentação em tanques de inox antes de ser engarrafado. Na taça mostrou uma coloração amarelo palha bem clarinha, límpida e brilhante com lágrimas finas, rápidas e incolores. Já com relação aos aromas, dominado por frutas cítricas e tropicais além de toques de aspargos. Na boca é que o vinho realmente se mostra, com uma acidez crocante, corpo médio e muita fruta. Final de longa duração. Extremamente fresco, combinou perfeitamente com filets de Saint Peter temperados com limão siciliano, pimenta e sal assados em papelotes de papel alumínio e arroz com brócolis. Fácil afirmar que combina bem com frutos do mar, entradas e saladinhas além de ser ótimo pra se beber por si só!


HOUSE OF MANDELA THEMBU COLLECTION PINOTAGE 2012: vinho feito com uvas 100% Pinotage da mesma região do vinho anterior com maturação de 6 meses em barricas de carvalho. Na taça mostrou cor violácea de média intensidade, pouca transparência e bom brilho. Lágrimas finas, rápidas e ligeiramente coloridas completavam o visual do vinho. No nariz o vinho apresentava aromas de frutos escuros e especiarias. Na boca taninos firmes, marcados mas de boa qualidade somados a um corpo médio e boa acidez. Retrogosto confirma olfato com fruta escura em evidência e leve picância num final de média duração. Vinho sem defeitos mas na minha opinião inferior ao branco, principalmente se levarmos em conta o custo x benfício. Harmonizou bem com uma maminha assada com batatas. 


Dois vinhos bacanas e com muita história por trás. Existe quem critique a exploração do nome Mandela, ainda mais com sua atual situação de saúde, mas acho válido principalmente por destinar parte do lucro para ajudar a um povo extremamente sofrido. Aproveitou ainda o boom do consumo de vinho que a Copa do Mundo de 2010 ajudou a promover por lá. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Tuesday, October 9, 2012

Raka Figurehead 2004

Já faz um tempo que eu tenho voltado os olhos para os vinhos sul africanos e sua grande vocação no quesito custo benefício, além é claro da existência da Pinotage, que na minha humilde opinião faz vinhos muito bacanas, carnudos e potentes sem aquele apelo de suco de madeira existente em alguns dos vinhos de nosso hermanitos. De qualquer forma este é mais um exemplo de que estes vinhos ainda devem ser mais explorados, quando pensamos em colocar nosso suado dinheiro em vinhos importados.


Eu confesso que não conhecia este produtor mas como obtive muitas boas indicações sobre o mesmo, resolvi arriscar. A vinícola está situada próxima a cidade do Cabo, na fazenda da família Dreyer, que a adquiriu em meados dos anos 80, sendo que a plantação de vinhas teve início no final da década de 90 com as primeiras mudas de Cabernet Sauvignon. Passado este primeiro estágio, ano após ano mudas de vinhas de diversas variedades foram sendo acrescentadas criando o que hoje já se encontra em torno de 68 ha de vinhas plantadas. A proximidade do oceano e também de terrenos elevados/montanhas criam um ambiente deveras propicio para o cultivo de uvas de qualidade e o empenho dos enólogos trazem gratas surpresas.

Falando um pouco do vinho, o mesmo é feito num corte de 45% Cabernet Sauvignon, 15% Cabernet Franc,15% Merlot, 14% Pinotage 7% Malbec, 4% Petit Verdot e é maturado em carvalho francês por 12 meses, sendo que o engarrafamento aconteceu em junho do ano seguinte. Vamos as impressões.

Na taça o vinho apresentou uma cor rubi já tendendo ao granada, com leve halo aquoso. Lágrimas finas, rápidas e incolores completavam o conjunto visual.

No nariz o vinho mostrou-se evoluído e complexo, abrindo com aromas de frutos escuros, especiarias, passando depois a notas balsâmicas e toques animais. Quanto mais tempo o vinho permanecia aberto e na taça, mais você conseguia extrair de aromas. 

Na boca o vinho se mostrou de corpo médio para encorpado, taninos macios e redondos com uma acidez ainda viva, mostrando que o vinho aguentou bem o tempo em garrafa. Retrogosto trazendo lembrança das especiarias e frutos num final de média para longa duração.

Agradeço ao João Filipe da Vino& Sapore e ao Beto Acherboim pela indicação, afinal foi por causa deles que eu comprei o vinho. Valeu muito a pena, ainda mais que estava em promoção por volta de R$ 67,00. Eu pretendo provar outras safras e outros vinhos do produtor. Eu recomendo!

Até o próximo!

Thursday, September 6, 2012

Stellenzicht Golden Triangle Pinotage 2010

E eu já via o final do meu ótimo final de semana se aproximando quando cheguei em casa, domingo a tardezinha, já no poente do sol para seu merecido descanso após tanto nos aquecer durante ambos o sábado e o domingo. E como eu estava radiante, só encontrava motivos para comemorar, resolvi que iria abrir mais uma garrafa de um bom vinho para acompanhar o jantar, fosse este qualquer. E não é que chego em casa e descubro que tinha polenta e ossobuco pra comer? O deleite foi completo e o escolhido na hercúlea tarefa de escortar estes pratos foi o sul africano que dá titulo ao post, oriundo da região de Stellenboch.


A região de Stellenboch se caracteriza como uma das mais importantes, se não a mais importante, em termos vitivinícolas sul africanos e é de lá que saem alguns dos mais famosos vinhos do país. E é nesta região que se encontra o chamado "Golden Triangle", segundo especialistas um terroir diferenciado e com muito potencial, demarcado entre o Monte Stellenboch, o Monte Helderberg e uma estrada, e que dá nome ao vinho em questão. A produtora, Stellenzicht Vineyards (o que curiosamente quer dizer "Vista de Stellenboch") tem suas vinhas plantadas nesta região, bem próximos ao mar e em elevações que variam de 100 a 400 metros acima do nível do mar. Todos estes fatores somados a uma variedade de solos característicos da região fazem com que as uvas ali plantadas e colhidas sejam de muita qualidade, qualidade esta repassada aos vinhos da vinícola. 

Falando um pouco sobre o vinho, o mesmo é feito de uvas 100% Pinotage colhidas manualmente e fermentadas em tanques de inox e parte em barricas de carvalho. Depois da fermentação, o vinho final passa por um período de 16 meses de maturação em carvalho americano e francês. Possui ainda 14,5% de graduação alcoólica. Vamos as impressões.

Na taça uma bonita cor violácea profunda e brilhante quase sem nenhuma transparência. Lágrimas finas e relativamente lentas mas com muita cor tingiam as paredes da taça e complementavam o aspecto visual.

No nariz o vinho abriu com aromas de frutas escuras passando depois por aromas de madeira, canela, toques herbáceos e de pimenta. Um vinho deveras complexo e elegante, os aromas se mostravam harmônicos e exuberantes.

Na boca o vinho se mostrou encorpado, carnudo, com taninos marcados porém com muita qualidade e uma boa acidez, tornando o vinho bem suculento. Retrogosto trazia muita fruta escura e lembrança de canela. Final de longa duração.

Realmente um baita vinho, foi muito bem com a comida e serviu ainda pra fechar com chave de ouro o final de semana. Foi comprado no free shop do aeroporto de Guarulhos por cerca de R$ 40,00 e se fosse encontrado por este preço, seria uma compra certa. Eu recomendo.

Até o próximo!

Monday, June 6, 2011

Morkel Atticus 2003

Neste final de semana desenterrei um exemplar sul africano de minha adega um pouco cético quanto ao que o vinho poderia oferecer, afinal de contas já tem seus quase 8 anos de vida. É claro que sua composição e bom acondicionamento me deram um pouco de esperança, mesmo por que quando o degustei no final do ano passado ainda estava muito vivo e saboroso. Sem mais delongas vamos a ele.

Elaborado pela Bellevue Estate Wine da África do Sul, este vinho é um corte de 49% de Cabernet Sauvignon, 34% Pinotage e 17% de Petit Verdot. Passou por afinamento em barricas de carvalho francês e americano por 12 meses sendo que destes, 25% eram barricas novas. Possui 13% de álcool.

Na taça o vinho apresentou uma cor já tendendo para um granada, mostrando toda sua evolução. Lágrimas lentas e incolores. Entretanto o vinho se apresentou límpido e até certo ponto brilhante, com boa transparência.

No nariz a primeira surpresa: o vinho estava bem complexo e apresentava ainda muitos aromas. Abriu com alguma coisa de groselha e ameixa preta, depois mostrou ainda fundo de especiarias e um toque de animal, lembrando carne defumada. No final ainda era possível sentir um pouco de baunilha, proveniente de seu estágio em barricas. Muito interessante.

Já em boca a segunda surpresa: o vinho se mostrou muito vivo ainda, com certa acidez, taninos finos e fundidos com o conjunto do vinho. Confirmou em boca ameixa e baunilha com um leve toque de chocolate ao final. Persistência média.

O vinho estava excelente, ainda vivo mas já apresentando sinais de entrada em declínio. Quem tiver alguma garrafa deste vinho sugiro toma-lo logo. Foi uma grata surpresa para se fugir um pouco do convencional, e por convencional entenda américa do sul e/ou cortes estilo bordalês. Enfim, um vinho recomendado, comprado em um “bota fora” da D’Olivino que valeu cada centavo!

Até o próximo.