Tuesday, March 31, 2015

Marques de Pluma Cosecha Ribera del Duero 2011: Vinho espanhol, Olé!

Sempre em busca dos vinhos diferentes, este é meu lema quando quero aprender e provar coisas diferentes. E com o mar de rótulos que inunda o mercado brasileiro, muitas vezes isso não é difícil de se fazer. A questão é como distinguir o que é bom do que não é, dentre tantas opções? Seguindo dicas, conhecendo alguns produtores e assim por diante. Desta vez resolvi apostar num vinho espanhol de um produtor bem conhecido e difundido por aqui. Estou falando do Marques de Pluma Cosecha Ribera del Duero 2011.


O vinho em questão é produzido pela Bodegas Pinord, cuja historia remonta a mais de cento cinquenta anos, quando em sua propriedade de Sant Cugat Sesgarrigues, a família Tetas começou a elaborar vinhos brancos e tintos, procedentes de uvas de cultivo próprio, que naquela época já eram elaborados e criados seguindo os tradicionais métodos artesanais próprios da região. Em 1942, quando Josep Maria Tetas criou a atual bodega, instalando-a em Vilafranca del Penedès, a tão somente quatro quilômetros da propriedade original. Desta propriedade, precisamente, se escolhe o nome para a marca da empresa, Pi del Nord -Pinho do Norte-, que hoje em dia está reconvertida ao cultivo ecológico e continua produzindo uvas de excelente qualidade.O êxito não se fez esperar e superou as expectativas: em pouco tempo, Pinord começou a exportar seus vinhos por todo o mundo e a bodega experimentou um enorme crescimento. As instalações foram ampliadas e incrementou-se a produção.

Ainda sobre o Marques de Pluma Cosecha Ribera del Duero 2011, podemos acrescentar que é um vinho elaborado com 100% de uvas Tempranillo sem passagem por carvalho. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor rubi violácea de média intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas, em pequena quantidade e com leve coloração tingiam as paredes da taça.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos, mentolado e toques de grafite.

Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidez e taninos finos e macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração.

Mais um bom vinho espanhol provado por aqui, aliás, vinhos que tenho provado pouco mas que tem se mostrado bacanas e diferenciados. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Monday, March 30, 2015

Espumante Miolo Brut Millésime 2011: Celebrem a vida!

Nem sempre temos motivos para comemorar, mas quem foi que disse que é necessário ter sempre motivos especiais? A vida por si só já é motivo de celebrarmos e mais do que isso, a esperança que nos move no dia a dia, a vontade de que todos nossos desejos se realizem são a força necessária para tal. Não sei se a proximidade de meu aniversário ou se o aniversário de casamento, mas eu tenho estado numa onde de positividade e por isso, resolvi tirar o Espumante Miolo Brut Millésime 2011 da adega.


A vinícola Miolo dispensa apresentações, mas supondo que alguém que nos lê ainda não conheça, a Miolo Wine Group é lider do mercado nacional no segmento de vinhos finos (segundo a própria) com cerca de 40% de share. A empresa tem projetos em diversas regiões, dentro e fora do Brasil, e produz uma grande gama de rótulos/produtos. Sua história, em minha humilde percepção, se confunde com parte da vitivinicultura no Brasil, e também acaba se tornando referência de qualidade dentro do mercado nacional. A área de produção, no Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves é enorme, composta basicamente por modernos tanques de inox com temperatura controlada. Nesta planta são produzidos em sua maioria espumantes pelo método tradicional (na proporção de 80%) enquanto que os vinhos tintos são responsáveis pelos outros 20% da produção, mas que as demais unidades do grupo seriam responsáveis pelos demais vinhos.

O Espumante Miolo Brut Millésime é produzido somente em safras excepcionais, com as uvas Pinot Noir e Chardonnay cultivadas pela Miolo no vinhedo São Gabriel, da família a muito tempo, em Garibaldi. A partir da safra 2009 o espumante Brut Millésime passa a ser um produto da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos. A segunda fermentação acontece na garrafa, com temperatura controlada de 12°C. Envelhecimento mínimo de 18 meses sobre as leveduras nas caves subterrâneas e climatizadas. Vamos as impressões?

Na taça o espumante apresentou uma bonita cor amarelo palha com reflexos verdeais, bom brilho e boa limpidez. A perlage era fina, abundante e persistente.

No nariz o espumante apresentou aromas de frutas cítricas e tropicais, toques de mel e panificação.

Na boca o espumante apresentou boa cremosidade e frescor. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Mais um grande exemplo de que os espumante nacionais são realmente de altíssima qualidade. Acompanhou um papelote de salmão com alho poró, tomate cereja e alcaparras. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Thursday, March 26, 2015

Quercus Premium Cabernet Sauvignon 2012: O que a Eslovênia pode oferecer?

Como um bom enófilo, ao menos me considero um, procuro sempre provar e consumir vinhos de outros lugares menos badalados e tento na medida do possível encontrar boas opções para o dia, fugindo dos rótulos comuns de Argentina e Chile que temos por aqui. Me parece ser o caso do Quercus Premium Cabernet Sauvignon 2012, sobre o qual iremos falar por aqui hoje.


O vinho é produzido pela Vinícola "Goriška Brda", um dos produtores de vinho esloveno mais renomados e importantes, continuando e melhorando a tradição da produção de vinhos de séculos com sucesso. "Goriška Brda" foi fundada em 1957 como uma cooperativa e ainda hoje é completamente propriedade de seus membros. Desde o seu início a vinícola teve um grande impacto sobre o desenvolvimento econômico da região e do estilo de vida do povo local. A "Goriška Brda" possui 1.000 hectares de vinhas que se espalham a meio caminho entre o mar Adriático e os Alpes. Em média, cada viticultor cooperado cultiva menos de 2 hectares e, portanto, cuida de cada videira com devoção.

A marca Quercus tenta satisfazer o gosto internacional para o vinho e, ao mesmo tempo que carrega uma marca pronunciada da Goriška Brda, onde as uvas amadureceram, e outra da Vinícola Goriška Brda, onde foi cultivado. Quercus é uma linha de produtos frescos, frutados e vinhos mais leves. No caso do Quercus Premium Cabernet Sauvignon 2012 é um varietal 100% Cabernet Sauvignon que estagiou, pós fermentação, em tonéis de carvalho romeno pelo período de 12 meses. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas, espassadas e ligeiramente coloridas também se faziam notar.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros, toques de especiarias e chocolate amargo.

Na boca o vinho tinha corpo médio, boa acidez e taninos bem finos. Retrogosto confirma o olfato e o final era de média duração.

Um bom vinho para o dia a dia, sem grandes expectativas ou presunções. Acompanha tanto uma boa prosa como uma boa comida, sem maiores requintes, enfim entrega o que propõe. Vale para trocarmos um pouco daqueles vinhos pancadões e batidos de nossos hermanos sul americanos. Mais um vinho do clube de vinhos da Winelands, o clube que eu assino e recomendo.

Até o próximo!

Wednesday, March 25, 2015

Você realmente deve temer a contaminação do seu vinho por Arsênico?

Muito se falou na mídia nestes últimos tempo com relação a uma ação judicial que está correndo nos EUA que acusa algum dos maiores vinhos do país (e outros nem tão grandes assim) de possuírem em sua composição uma quantidade elevada, e por que não perigosa, de Arsênico. Mas será que isso deve realmente nos preocupar e nos fazer derramar pela torneira nossas preciosas garrafas de vinho, especialmente os americanos? Vejam o que diz um químico especialista em vinho pela Universidade de Cornell, nos EUA.

A ação cita que um laboratório testou mais de 1.300 garrafas de vinhos para níveis de arsênico. Dentre estas, constatou-se que 83 teriam níveis de arsênico de até cinco vezes o montante do que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) aprova para a água para consumo, por exemplo, mas ainda apenas a metade do padrão do Canadá para tais níveis no vinho. Mais dois laboratórios fizeram os seus próprios testes e obtiveram os mesmos resultados. Para termos uma idéia, o nível máximo da Agência de Proteção Ambiental de arsênico permitido na água potável é de 10 ppb (partes por bilhão). Isso equivaleria a dizer que você, para ser contaminado e ter problemas futuros com tal composto, precisaria beber cerca de 8 copos destes por dia. Levando em conta ainda que o recomendado para o consumo de vinho diário equivale a uma ou duas taças, os níveis de arsênico um pouco mais elevados do que a água não seriam assim tão alarmantes.

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, no entanto, está ligada a uma série de outros efeitos adversos para a saúde e esses perigos são vinculados ao etanol basicamente. Enquanto o arsênico é um elemento tóxico em grandes quantidades, o etanol vai lhe causar problemas em primeiro lugar se você consumir muito álcool. Ainda segundo Sacks (o químico citado no primeiro parágrafo), é possível que as vinícolas citadas no processo já soubessem de tais níveis de Arsênico uma vez que, para exportar seus vinhos para a Europa são necessários tais testes e controles. Elas (as vinícolas) são obrigadas a comunicar essas informações. E não seria rentável para as empresas produzirem diferentes vinhos para os EUA e Europa.

O arsênico é também um composto muito comum e pode ser encontrado em qualquer derivado de uma planta, de acordo com Sacks. Pesticidas baseados em arsênico foram proibidos por um longo tempo nos EUA. Mas você ainda vai encontrar arsênico em muitas coisas, porque é um elemento que ocorre naturalmente no solo. O arsênico é um composto que soa assustador. Ele (o Arsênico) remonta a romances de mistério e de assassinato. Ele também pode ser muito perigoso. A exposição prolongada a níveis elevados de arsênico pode levar ao câncer de pulmão, de pele e de bexiga, entre outras coisas.

Sacks ainda discorre sobre a relação custo x concentração de Arsênico encontrado nas amostras: dos vinhos listados na ação, muitos podem ser comprados por menos de US $ 10. Há uma razão para se encontrar uma maior concentração de arsênico nestes vinhos mais baratos, de acordo com Sacks. A maior parte das uvas usadas nestes vinhos foram cultivadas no vale central e na costa da Califórnia e não em Napa Valley. A concentração de Arsênico nas uvas será baseada na concentração encontrada no solo. Não é incomum para as regiões que dependem de irrigação tenderem a ter mais arsênico, Sacks nos disse. A irrigação é mais comum no vale central e é aí que você geralmente encontra vinhos menos caros em comparação com o Napa Valley.

Mas afinal, devemos ou não parar de consumir estes vinhos ou mesmo buscar alternativas? Segundo Sacks a resposta é não, podemos consumir sem problemas.

E você caríssimo leitor, o que acha de tudo isso?

Até o próximo, com vinho e sem problemas!

Tuesday, March 24, 2015

Rodney Strong Alexander Valley Cabernet Sauvignon 2011

Os vinhos americanos surgiram na minha vida como uma paixão mais recente por serem um pouco mais caros e menos disponíveis por aqui. No entanto, descobri uma boa fonte deles e sempre que posso, abro uma garrafinha e me divirto com minha esposa ou amigos. Desta vez o escolhido foi o Rodney Strong Alexander Valley Cabernet Sauvignon 2011.



Quem produz este vinho é a Rodney Strong Vineyards, vinícola considerada uma das pioneiras da região de Sonoma County e que, segundo palavras do importador (SmartBuy Wines), é reconhecida por ser visionária nos estudos dos solos da região e variedades a serem plantadas. Por lá se estabeleceu a mais de 50 anos atrás através de seu fundador, Rod Strong até passar as mãos da família Klein em meados dos anos 1980. Possui vinhedos nas mais famosas apelações de Sonoma, tais como Alexander Valley, Russian River Valley, Chalk Hill e Sonoma Coast. Atualmente a vinícola conta em suas linhas com vinhos Chardonnay, Sauvignon Blanc, Pinot Noir, Zinfandel, Cabernet Sauvignon e alguns blends e single vineyards.

Já sobre o Rodney Strong Alexander Valley Cabernet Sauvignon 2011, podemos complementar dizendo que é um vinho 100% Cabernet Sauvignon de vinhas da apelação Alexander Valley, em Sonoma County, na Califórnia. Passa ainda por 17 meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês (100% do vinho). Vamos as impressões?

Na taça o vinho mostrou uma bonita cor violácea de grande intensidade, quase intransponível com algum brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, abundantes e bem coloridas também.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros, chocolate e algo de especiarias.

Na boca um vinho encorpado, taninos ainda marcados e presentes com acidez na medida. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Mais um bom vinho americano que provamos por aqui, mostrando uma vocação para os bons cabernets e zinfandéis que eu tanto gosto. Recomendo a prova.

Até o próximo!

Monday, March 23, 2015

Château Saint Roch Côtes du Rhône 2012: À francesa!

Inspirados por um final de semana mais tranquilo em casa, resolvemos que iríamos inovar e fazer uma receita diferente (que não havíamos testado ainda). Depois de pensar e pesquisar por um tempo, chegamos a uma conclusão: iríamos fazer um boeuf bourguignon. Com o prato escolhido era hora de voltarmos a atenção ao vinho que iriamos beber para acompanhar o prato. Muito se diz no mundo do vinho que nada mais interessante do que juntar a culinária e a bebida local para se ter um casamento legal. Ao buscar vinhos franceses em minha adega (donde vem também a receita), percebi que não tinha nada da Borgonha. Foi ai que achei o Château Saint Roch Côtes du Rhône 2012 e pensei, por que não? Dito e feito.


O vinho é produzido pelo Château Saint Roch, umas das propriedades da família Brunel. A simples assinatura da família, também proprietária do Château de La Gardine, já impõe respeito e remete a qualidade dos vinhos. Sua tradição na indústria vitivinícola começa em meados do século 17 e está enraizada no Rhône e suas proximidades. Ainda sobre o Château Saint Roch Côtes du Rhône 2012, podemos acrescentar que o vinho é um corte de 70 % de Grenache, 15% de  Syrah e 5% de Cinsault sem passagem por madeira. Vamos as impressões?

Na taça o vinho mostrou um bonita cor violácea de média para grande intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas, em boa quantidade e coloridas tingem as paredes da taça.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros, toques animais e lembrança mineral.

Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidez e taninos finos e granulares, quase mastigáveis. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Um delicioso e despretensioso vinho do Rhône e a um custo bem acessível. Combinou bem com o prato escolhido e foi alegria enquanto durou a garrafa. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Thursday, March 19, 2015

Anbordu 2012: Vinho chileno de classe e potência!

Tem dias que pedem vinhos um pouco mais do que ordinários não é mesmo? Aquele dia em que você recebe algumas boas notícias, mesmo que ainda longe do que você espera, em que a ansiedade parece te consumir, o jeito é relaxar com estilo. E foi por estes motivos, e mais alguns outros, que eu tirei da adega o vinho chileno Anbordu 2012. Vamos conhecer um pouco mais sobre ele?


O vinho Anbordu 2012 é produzido pela Viña Vik, do empresário norueguês Alexander Vik, que se propôs a criar um vinhedo excepcional em 2004, para produzir vinhos únicos. Para atingir este objetivo e encontrar o melhor terroir, estudos e análises detalhadas de terra abrangendo toda a América do Sul foram feitas. A escolha do melhor terroir e as condições climáticas ideais para a viticultura levou a que, em 2006, Alexander Vik comprasse 4.325 hectares no Chile. Estes estudos e trabalhos na vinha hoje são dirigidos por Patrick Valette. Ele, Patrick Valette, é filho de pai francês e mãe chilena, dirigiu por muito tempo o famoso Chateau Pavie. O local escolhido foi Millahue Valley, chamado pelos nativos "Place of Gold", localizada nas encostas do norte de Apalta, no Chile.

Sobre o Anbordu 2012, podemos ainda incluir que este é o segundo vinho da Viña Vik e é um blend de 60% Cabernet Sauvignon, 20% Syrah, 10% Cabernet Franc, 8% Carmenére e 2% Merlot sendo que o vinho é 100% envelhecido por 24 meses em barrica de carvalho de segundo uso. Foram produzidas somente 6.000 garrafas. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração violácea de grande intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, em boa quantidade e coloridas compunham também o conjunto visual.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos, mentolado, especiarias doces e chocolate. 

Na boca o vinho se mostrou encorpado, taninos macios e boa acidez. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa e saborosa duração.

Um belo vinho chileno, saboroso, elegante e potente, com uma complexidade incrível. Foi uma bela indicação do amigo Beto Duarte e eu, na minha humildade, também recomendo a prova.

Até o próximo!

Tuesday, March 17, 2015

Piera Martellozzo Prosecco Incontri VSAQ: Refrescando o final de semana!

Em mais um lampejo de mestre cuca que tivemos em casa, quando compramos um pedaço de atum para fazer em postas, com crosta de gergelim, logo me veio a mente o que poderia combinar com o prato e com o dia um pouco mais quente que se desenhava. Logo comecei a repassar o que havia de vinhos espumantes disponíveis em casa (achei que seriam uma boa pedida) e me deparei com o Piera Martellozzo Prosecco Incontri VSAQ, que seria então o escolhido para tal tarefa.


O vinho espumante é produzido pela vinícola Piera Martellozzo, fundada em 1899 em Camposampiero, perto da cidade de Padova, pelo avô de Piera, Giovanni Martellozzo. Entretanto, foi o pai de Piera, Mario Martellozzo, que realmente expandiu e desenvolveu a empresa tanto na Itália como no mercado externo. Hoje é Piera, a filha mais nova, que continua a levar a empresa para frente e mantém vivas as tradições e os valores de seu avô e de seu pai. Piera tomou a frente da vinícola Piera Martellozzo na região de Friuli, no nordeste da Itália, com a visão de criar vinhos que poderiam se destacar contra os melhores do mundo.

Já sobre o Piera Martellozzo Prosecco Incontri VSAQ, podemos ainda salientar que é feito com 100% de uvas Glera (Prosecco) da região de Trevigiana, no Vêneto. Vamos as impressões?

Na taça o vinho espumante apresentou uma coloração amarelo palha com reflexos verdeais. Perlage fina e consistente com borbulhas muito pequenas e em abundância.

No nariz o vinho espumante apresentou aromas de frutos tropicais e cítricos com um toque de flores brancas.

Na boca o vinho espumante se mostrou muito fresco, com uma ótima acidez, corpo leve e saboroso. Retrogosto confirma o olfato e o final é de média duração.

E não é que o vinho espumante combinou muito bem com a comida? Este é trazido pela Vinea e se sobressai num mar de Proseccos que inundam nosso mercado, muitos deles fracos e sem expressão. Recomendo a prova.

Até o próximo!

Monday, March 16, 2015

La Collina Dei Re Barolo DOCG 2008: O rei foi para a mesa!

Com meu já batido mote "celebrar a vida sempre que possível, não precisamos de outros motivos" inaugurei mais um capítulo por aqui e trouxe pra nossa mesa um vinho que eu tenho uma verdadeira adoração, o Barolo. Considerado por muitos como o rei dos vinhos (ou vinhos dos reis) o Barolo é um vinho produzido na região do Piemonte, na Itália, com uvas Nebbiolo. O escolhido para o dia? O La Collina Dei Re Barolo DOCG 2008. Vejamos o que sabemos sobre ele.


A origem e criação da Azienda Vitivinícola La Collina Dei Re é um pouco confusa pois quanto mais voltamos no passado da história da família de Veglio Osvaldo, mais encontramos raízes na agricultura. Ainda em idos dos anos 1900, era seu avô quem comandava a propriedade, que explorava além do cultivo de vinhas, grãos e criação de animais. Desde então, muitas transformações tecnológicas se passaram por lá mas a empresa continuou nas mãos da família e agregou novas vinhas e outras variedades aos seus Dolcetto, Barbera e Nebbiolo originais. Com a exploração de outros mercados, hoje a maior parte de sua produção se destina às importações.

Para finalizamos, antes das impressões sobre o vinho, alguns detalhes sobre o La Collina Dei Re Barolo DOCG 2008 que podem enobrecer ainda mais nossa discussão até aqui. É feito, como dito anteriormente, com 100% de uvas Nebbiolo e com envelhecimento de 2 anos em barricas de carvalho de 5.000 litros e por 6 meses na garrafa. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi com tendências granada e ligeiro halo aquoso. Lágrimas finas, espassadas e em pouca quantidade também faziam parte do aspecto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos secos como ameixa preta e uvas passa, flores, chocolate e madeira. 

Na boca o vinho se mostrou encorpado, com taninos marcados, firmes e acidez salivante. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa e deliciosa duração.

O vinho é elegante e sutil mas poderoso, como um Barolo que se preze, contando com um bom fator custo benefício em relação a outros irmãos. Se você quer conhecer um Barolo (ou já conhece e gosta), recomendo que prove este. 

Até o próximo!

Friday, March 13, 2015

Cava Negra Malbec 2013: Bom curinga para o dia a dia!

As vezes, como diz o ditado, menos é mais, certo? Eu concordo com a afirmação e é muito engraçado no mundo do vinho quando você toma um vinho simples e sem pretensões, já vem a polícia virtual esculachando e dizendo que é porcaria, que não deveria postar e coisas do gênero. Pois bem, muitas  vezes o consumo de vinho da maioria das pessoas reside nestes vinhos simples, sem pretensões mas que são gostosos e valem o quanto custam. Eu particularmente não tenho dinheiro pra tomar um Champagne todo dia, embora adoraria o fazer. Bem, falei tudo isso por que hoje vou falar de um vinho que se enquadra na região do simples e gostoso: Cava Negra Malbec 2013.


O vinho é produzido pela Bodega Barberis, cuja tradição da família no mundo do vinho começa por volta do ano 1895, no Piemonte, Itália. De lá partiram os bisavós da família, que hoje ainda se encontra em poder da vinícola, como muitos europeus em direção a América em busca de um sonho. O destino, a Argentina. A primeira bodega, ainda pequena e rudimentar, é construída em 1910 pelo avô de Humberto Barberis, Bernardo Domingo Barberis, onde começa a fazer vinho usando métodos tradicionais, métodos aprendidos na Itália. De lá para cá, entre muitas idas e vindas, vendas e compras de propriedades, chegamos a estrutura atual do que é a Bodega Barberis, em Mendoza, e seu alcance no mercado nacional e internacional.

Sobre o Cava Negra Malbec 2013, podemos dizer que faz parte de uma linha de entrada da vinícola que tem como mote vinhos jovens, harmônicos, de estrutura mediana e sem envelhecimento. Como eu disse, simples e despretensiosos como os vinhos do dia a dia podem e devem ser. É feito com uvas 100% Malbec de Mendoza, na Argentina. Vamos as impressões?

Em taça o vinho apresentou uma cor violácea muito brilhante, já mostrando toda sua jovialidade. Presença abundante de lágrimas, espassadas entre si, incolores e bem escorregadias.

No nariz o vinho apresentou um ataque inicial com frutas vermelhas sem conseguir identificar claramente qual seria e depois de um tempo algo de floral também. Álcool levemente perceptível no início, mas que arrefeceu com o passar do tempo.

Na boca o vinho se apresentou de corpo leve para médio, taninos quase doces e macios com acidez na medida. Retrogosto confirma o olfato. Final de curta para média duração.

O vinho acompanhou bem uma conversa de fim de noite e uma refeição composta de pintado na brasa com arroz a grega. Não esperem muito, mas bebam e sejam felizes. Vale a prova.

Até o próximo!

Thursday, March 12, 2015

República Missiones Reserva Tannat 2011: Surpresa da Campanha Gaúcha!

É interessante ver como os vinhos brasileiros tem evoluído nos últimos tempos e, mais ainda, como tem surgido pequenas vinícolas aqui e lá (de norte a sul do Brasil) e cada vez mais tem se discutido o papel do vinho e seu consumo na sociedade. E é sobre uma destas gratas surpresas que iremos falar hoje: República Missiones Reserva Tannat 2011.


O vinho é produzido pela República Missiones, uma pequena boutique de vinhos da região da Campanha Gaúcha (vizinha ao Uruguai) que elabora pequenas quantidades de vinhos, sucos e espumantes especiais, sendo que seus vinhos serão somente lançados em safras excepcionais. Por lá utilizam a melhor tecnologia na elaboração de seus vinhos, do mosto à barris de carvalho de primeiro uso e rolhas de cortiça, sempre buscando expressar o sabor do terroir do pampa gaúcho. A linha de vinhos República Missiones é uma homenagem aos Sete Povos das Missões, localizada na região missioneira , sendo o berço dos costumes e da colonização gaúcha, os vinhos tem lotes limitados e com o que tem de melhor do terroir do Rio Grande do Sul. Contam ainda com a consultoria do especialista em vinhos nacionas, Fernando S.Weber.

A região da Campanha, que recebeu seus primeiros vinhedos na década de 70 e expandiu-se ao final dos anos 90, situa-se no Paralelo 31 - o mesmo das melhores regiões produtoras de vinhos do mundo. Distingui-se pelo rigoroso inverno, luminosidade, amplitude térmica, solos privilegiados e poucas chuvas durante a maturação. A topografia de suaves coxilhas permite a mecanização da cultura e técnicas especiais de manejo do solo. Tudo isso favorece o amadurecimento pleno dos frutos, traduzindo-se em vinhos aromáticos, frutados, potentes e de boa graduação alcoólica natural. Características para um terroir perfeito nos harmoniosos e elegantes vinhos da Campanha Gaúcha. Além disso, todos os vinhedos da região são cultivados no sistema espaldeira, que permite a produção de uvas de qualidade superior. Atualmente, a região é considerada um pólo de produção de vinhos finos. (Fonte: Associação dos Vinhos da Campanha)

Sobre o República Missiones Reserva Tannat 2011, podemos acrescentar que é feito com 100% da variedade Tannat em Sant´Ana do Livramento, divisa do Brasil com Uruguai e que passa por 18 meses de maturação em barricas de carvalho Francês. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor violácea de grande intensidade, bom brilho e limpidez. Lágrimas finas, rápidas e bastante coloridas tingiam também as paredes da taça.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos e escuros, tabaco e baunilha.

Na boca o vinho mostrou corpo leve para médio, acidez mediana e taninos macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de média duração.

Um bom vinho brasileiro, o qual eu não conhecia, e que difere um pouco do que esperamos quando falamos de Tannat pois era menos rústico, mais fácil de beber. De qualquer modo, o vinho era saboroso, sem pretensões e adequado ao momento. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Wednesday, March 11, 2015

Otero Ramos 30 Yardas Malbec 2011: Simplicidade e qualidade!

Mudando radicalmente de estilo e de local produtor de vinho, vamos falar um pouco agora dos vinhos que mais são consumidos no dia a dia por aqui: vinhos argentinos. Ao lado dos vinhos chilenos, são notoriamente os vinhos mais vendidos em nosso território, seja pelo preços atrativos, seja pela facilidade de compreensão dos rótulos, disponibilidade, enfim, uma série de fatores. E hoje falaremos de mais um bom exemplo de custo benefício interessante de uma bodega que já falamos por aqui, mas de uma linha mais básica e que surpreendeu pela qualidade. Hoje falaremos do Otero Ramos 30 Yardas Malbec.


O vinho é produzido pela Bodega Otero Ramos, bodega cuja história data de mais de uma década de muito trabalho, tendo nascido de um sonho e da busca por este sonho de Manuel Otero Ramos, que se materializou e começou a colher os frutos com vinhos de muita qualidade, amplamente divulgados pelo mundo a fora. A primeira colheita e respectiva safra para venda foi a de 2006 e desde então suas mudas de Malbec, Cabernet Sauvignon, Tannat, Pinot Noir, Petit Verdot, Chardonnay e Sauvignon Blanc vem gerando vinhos interessantíssimos.

Sobre o Otero Ramos 30 Yardas Malbec 2011, podemos acrescentar que é um varietal 100% Malbec de uvas provenientes de Luján de Cuyo, em Mendoza, na Argentina e não passa por envelhecimento em barricas, somente um tempo de estabilização em garrafa (6 meses). Vamos a ele?

Na taça o vinho mostrou uma coloração violácea de grande intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas mais gordinhas, coloridas e espassadas também faziam parte do conjunto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos, flores, especiarias e baunilha.

Na boca o vinho mostrou corpo médio, acidez na medida com taninos macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração.

Um bom vinho, trazido pela Vinea e que abriu os trabalhos de uma noite dessas qualquer. Que venham os próximos. Eu recomendo a prova.

Até lá!

Tuesday, March 10, 2015

Ora Pois Restaurante: Bacalhau & Casal da Coelheira Tinto 2008

No último domingo, 08 de março, foi comemorado o Dia Internacional das Mulheres. A data entretanto, criada a partir de uma grande manifestação em uma fábrica de tecidos de Nova Iorque, é muito mais do que comemoração. O intuito é tentar diminuir e, quem sabe um dia, eliminarmos com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história. De qualquer forma achei justo que pudesse propor as mulheres de minha vida um almoço diferente. No dia anterior, almocei com minha mãe em sua casa e pedi comida para que ela não se preocupasse. Já do dia 8 mesmo, fui a um de meus restaurantes preferidos com minha mulher, filha e sogra: o restaurante português Ora Pois.


Localizado na charmosa e aconchegante Serra da Cantareira, o restaurante Ora Pois é uma filial de uma casa já aclamada que existe até hoje na Vila Madalena, bem junto ao burburinho característico da região. Fundada por dois Lisboetas sonhadores, a casa conta com pratos típicos a preços competitivos e uma carta de vinhos honesta e com algumas opções interessantes. E destas opções, escolhemos o vinho Casal da Coelheira Tinto 2008, sobre o qual iremos falar um pouco hoje.

O vinho é produzido pela Quinta do Casal da Coelheira, um ambicioso projeto no Ribatejo que nos dias de hoje é uma paixão familiar de três gerações, que crescendo nas margens do rio Tejo, junto à Vila de Tramagal, e que se estende por uma área com cerca de 250 hectares, distribuídos entre vinhas e diversas culturas arvenses protegidas por uma pequena área de pinhal. A diversidade paisagística da propriedade tem permitido a permanência de algumas espécies cinegéticas - a perdiz, o pato bravo, o javali e, muito especialmente, o coelho, espécie abundante que teria dado origem ao nome da propriedade - a Quinta do Casal da Coelheira.

Sobre o Casal da Coelheira Tinto 2008, podemos complementar dizendo que o vinho é um corte das castas Alicante Bouchet, Touriga Nacional e Touriga Franca que é parcialmente estagiado em carvalho Americano. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de grande intensidade, ligeiramente opaco e límpido. Lágrimas finas, rápidas, espassadas entre si e com alguma cor também compunham o aspecto visual.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos escuros, especiarias, flores e algo de tabaco. 

Na boca o vinho mostrou corpo médio, boa acidez com taninos finos e redondos. Retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Mais um bom vinho português que provamos por aqui, sem duvida foi muito bem com os pratos a base de bacalhau que escolhemos. Eu recomendo a prova, do vinho e do restaurante.

Até o próximo!

Monday, March 9, 2015

Paulo Laureano Premium Tinto 2012: O final de semana foi dos patrícios

Em mais um final de semana enofílico e em companhia das pessoas queridas que compõe a minha vida, aproveitei para beber bons vinhos. E, em virtude disso, meu passeio foi pelos vinhos portugueses, sabidamente entre os meus favoritos. E para começarmos bem, o sábado teve o vinho Paulo Laureano Premium Tinto 2012. Vamos ver o que podemos falar sobre ele, seu produtor e afins?



O vinho em questão é feito pela Paulo Laureano Vinus, do famoso enólogo português homônimo. Segundo o site do mesmo: "Paulo Laureano é um dos mais conceituados enólogos portugueses e uma referência dos vinhos no Alentejo. Agrônomo, enólogo formado entre Portugal, Austrália e Espanha, depois de ensinar na Universidade de Évora durante 10 anos, resolveu dedicar-se, em exclusivo, aquilo que o move desde 2003, desenhar vinhos. Sobretudo na empresa que criou com a família em 1999 e que foi assumindo uma importância cada vez maior na sua vida. Paulo Laureano define-se como um enólogo minimalista. Para ele desenhar vinhos é uma paixão, desvendar os seus aromas e sabores, avaliar e optimizar as razões da sua identidade e personalidade, promovendo-os como verdadeiras fontes de prazer, são os pontos-chave da sua filosofia. A sua aposta exclusiva nas castas portuguesas, traduz a sua maneira de estar, encarando o vinho como fator de cultura e civilização". 

Paulo Laureano trabalha com o terroir do Alentejo, que além de ser umas das regiões europeias ambientalmente mais bem preservada, abriga uma das mais importantes áreas de produção de vinho em Portugal. Um clima quente, chuvas reduzidas, solos pobres e excelentes exposições permitem locais de excepcional qualidade para a produção de vinhos. O vinho Paulo Laureano Premium Tinto 2012 é um corte das uvas portuguesas Aragonês , Trincadeira e Alicante Bouschet com estágio em madeira. Vamos as impressões da degustação do vinho?

Na taça o vinho mostrou um bonita cor rubi violácea de grande intensidade com leve halo granada. Lágrimas finas, rápidas, ligeiramente colorida e em grande quantidade também compunham o aspecto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos, toques florais, chocolate e madeira.

Na boca o vinho mostrou corpo médio, boa acidez e taninos macios. Retrogosto confirma o olfato e o final é de longa e saborosa duração.

O que falar? Mais um bom vinho português degustado por aqui, o que só comprova a qualidade dos mesmos e minha predileção. Eu ainda acho que dado o custo benefício, os vinhos portugueses ainda estão na frente Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Friday, March 6, 2015

Intipalka Valle do Sol Malbec 2013: Mais vinho do Peru!

Nos últimos tempos andei provando vários vinhos do Peru, sim do Peru vejam só, e estou cada vez mais convicto de que, quando se trabalha com afinco e com dedicação, o resultado é sempre satisfatório. Vejam, antes que venham me achincalhar dizendo que eu não sei do que estou falando, não estou aqui a comparar os vinhos Peruanos com nenhum outro do mundo, estou apenas constatando que podemos ter opções de vinhos fora do usual (Argentina e Chile) para o nosso dia a dia. E hoje foi a vez do Intipalka Valle do Sol Malbec 2013.


Um dos maiores produtores de Pisco (bebida destilada a base de uvas) do mundo, o Peru também começa agora a figurar entre os países produtores de vinho, ainda que em uma menor escala. E um produtor que tem apostado e alto neste mercado, e claro, coincidentemente é o produtor do vinho de hoje, Santiago Queirolo, nas cercanias de Lima, no Peru. Sua fundação se deu em 1880, com a fabricação de Pisco e de vinhos coloniais (ou de garrafão) feitos a base de uvas de mesa. Entre mudanças da localização dos vinhedos à modernização da bodega, a terceira geração da família assume o controle da vinícola e o grande salto qualitativo acontece. E esta modernização inclui a aquisição e plantio de vinhas na região do do Vale do Ica, região mais ao sul de Lima, da onde vem as uvas Malbec que compõe o vinho de hoje. Por ser da linha de vinhos jovens varietais, não passar por envelhecimento em barricas. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita coloração violácea de média intensidade, bom brilho e limpidez. Lágrimas finas, rápidas, em boa quantidade e com alguma cor também compunham o aspecto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros, chocolate e leve toque terroso.

Na boca o vinho mostrou-se de corpo médio, boa acidez e taninos macios. Retrogosto confirma o olfato e o final era de média duração.

Um bom vinho no quesito custo benefício, que pode compor refeições mais simples e ser um curinga para o dia a dia. Recebi mais esse bom vinho do Winelands Clube do Vinho, o Clube que eu assino e recomendo.

Até o próximo!

Thursday, March 5, 2015

Castiglion Del Bosco Rosso Di Montalcino 2012: Ah, Toscana amore mio!

Primeiramente sei que devo desculpas a vocês, prezados leitores deste pedacinho da internet que carinhosamente apelidei de "Balaio do Victor". Estive ausente nas últimas 3 semanas com pouquíssimas postagens, principalmente devido a carga de trabalho que tenho tido e também a uma viagem, também a trabalho, em meio a tudo isso. Sei que não é desculpa para nada, mas vou tentar colocar as coisas em dia por aqui e ampliar o número de postagens, afinal tenho coisas boas pra dividir com vocês. E para começar este "retorno" com chave de ouro, que tal falarmos de um vinho que vem de uma das regiões que tenho mais apreço neste mundo vitivinícola, que é a Toscana? Hoje falaremos do Castiglion Del Bosco Rosso Di Montalcino 2012.


A Castiglion Del Bosco é uma antiga propriedade imersa no Vale d'Orcia, um castelo, uma igreja, um burgo suspenso no coração da paisagem rural. É um lugar para viver e uma história de criar laços: com os campos, as paisagens, os bosques, os vinhedos; com a herança artística, o saber artesanal, a dedicação camponesa. É uma história de familiaridade reencontrada nas casas de campo dos séculos XVII e XVIII, que revivem e resplendem resgatando um tempo de profunda elegância, na harmonia impecável dos serviços de hospitalidade, nos rituais, nas memórias, na elegia às cores, aos sabores e valores transmitidos pacificamente. É a história de um arraigado modo de vida toscano. Sete rótulos capturam as características das terras, o “terroir” nos montes secos e arejados de Capanna e das terras mais húmidas ao norte, nos arredores de Gauggiole, e nos falam dos terrenos prenhes de argila, arenito e da típica marga toscana, que nutrem as uvas Sangiovese da região de cultivo do cru Campo del Drago DOCG, do Brunello di Montalcino DOCG e do Rosso di Montalcino. Uma empresa histórica, quinta maior produtora de Brunello em 51 dos mais de 60 hectares de vinhedos, Castiglion del Bosco é membro fundador do Consorzio del Vino Brunello di Montalcino em 1967. A colheita, feita por duas seleções manuais como no século XVIII, com envelhecimento na cantina de quatro mil metros quadrados. Rituais sob a cura da enóloga Cecilia Leoneschi. (texto retirado do site do produtor, aqui). 

O vinho Castiglion Del Bosco Rosso Di Montalcino é proveniente de um vinhedo denominado Gauggiole, no lado norte da propriedade. É feito 100% com uvas Sangiovese e passa por 6 meses em barricas francesas, 20% novas e 80% usadas uma ou duas vezes. Por fim passa por mais 6 meses em garrafa antes de ser liberado ao mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi de média para alta intensidade com um bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, espassadas e sem cor também compunham o aspecto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos silvestres, terrosos, couro e madeira. 

Na boca o vinho apresentou corpo médio, excelente acidez e taninos finos. Retrogosto confirma o olfato e o final é longo, delicado e saboroso.

Um excelente vinho, uma boa oportunidade de conhecer a rusticidade aliada a delicadeza dos vinhos bem feitos da Toscana a partir da uva Sangiovese. Foi comprado no Oba Horti Fruti e valeu a pena, recomendo que provem.

Até o próximo!

Sunday, March 1, 2015

KM 0 Río de La Plata Gran Reserva Pinot Noir: Uruguai para a #CBE

É mais uma vez aquela época do mês em que os enoblogueiros espalhados por este Brasil (e mundo) afora se unirem em mais uma degustação virtual, a já conhecida por aqui #CBE - Confraria Brasileira de Enoblogs. Pela segunda vez desde que entrei para esta turma bacana, tive a honra de escolher o tema, que foi: "um vinho varietal tinto ou branco do Uruguai qualquer, menos Tannat". A minha escolha foi um pouco óbvia: KM 0 Río de La Plata Gran Reserva Pinot Noir. Vamos ver como foi a degustação?


Já cometei algumas vezes por aqui sobre a vinícola e sua história, mas não custa nada relembrar: "A Bodega Irurtia, produtora do vinho em questão, nasceu com a chegada ao Uruguai do imigrante Vasco Don Lorenzo Irurtia nos primeiros anos do século passado. Sua paixão pelos bons vinhos e a dedicação ao trabalho no cultivo da videira dão seus frutos em 1913 com a primeira vindima. A quarta geração da Família Irurtia ainda está estabelecida em Carmelo e hoje administra os negócios da família. Cinco irmãos, filhos e filhas de Dante Irurtia e Estela González assumiram o legado da família e o desafio de ir junto com seus antepassados por uma ​​estrada infinita, através da melhoria da qualidade de seus vinhos com a mesma paixão e dedicação de seus antepassados e a responsabilidade de manter e aumentar o reconhecimento internacional dos vinhos Irurtia, da cidade de Carmelo e do orgulho uruguaio".

Sobre o KM 0 Río de La Plata Gran Reserva Pinot Noir, podemos acrescentar que é um varietal 100% de uvas Pinot Noir da região de Carmelo, no Uruguai que passa por todas etapas de fabricação em tanques, até a fermentação malolática, sendo que após este período, o vinho passa por 12 meses em barricas de carvalho. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bela coloração rubi brilhante e límpida com tendências granada. Lágrimas finas, rápidas, medianamente espassadas e sem cor também compunham o aspecto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos silvestres, terrosos e ervas. Leve toque de baunilha ao fundo.

Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidez e taninos finos. Retrogosto confirma o olfato e o final é de longa e saborosa duração.

Tarefa dada é tarefa cumprida, #CBE em dia! Um vinho fresco, complexo e elegante que combina bem tanto com o verão que enfrentamos por aqui quanto com dias mais frios. Recebi mais esse bom vinho do Winelands Clube do Vinho, o Clube que eu assino e recomendo.

Até o próximo!