O domingo tinha uma cara feia, carrancuda e cinzenta. Estávamos em casa eu, minha esposa e minha enteada quando comentei com ela que eu havia descoberto um bar perto de casa que pertencia a maior banda de rock independente da cena nacional e que vendia somente cervejas artesanais brasileiras. A pergunta veio: Você quer ir conhecer? É claro que eu queria. Foi então que rumamos a Rua do Horto, 594 para conhecermos o Velhas Virgens Rockin'Beer, bar temático de cervejas especiais e loja da banda, no bairro do Tremembé em Sampa.
Chegando na porta já tivemos a melhor impressão possível: no telão um DVD do Ultraje a Rigor rolando e nas prateleiras e geladeiras muita cerveja diferente pra conhecer. Sentamos e pensamos, qual vai ser a primeira cerva para experimentarmos? Pensamos em começar mais de leve e portanto fomos de Bamberg Weizen, cerveja de trigo feita pela micro cervejaria de Votorantim de mesmo no nome, no interior de Sampa. É um estilo tradicional na escola alemã de cervejas, principalmente na Baviera. Tem o visual dourado e meio turvo por que não é filtrada e possui uma espessa camada de espuma. Aromas muito frutados com toques cítricos. Leve e refrescante, vai bem com dias mais quentes. Uma delícia, não podíamos ter começado melhor.
Pedimos uns aperitivos para acompanhar as cervas e continuamos conversando, rindo e curtindo o som. Ai a coisa começou a ficar séria. A primeira cerveja já tinha ido e era hora de escolhermos a próxima. Neste momento começou a rolar um show do Black Label Society no telão e eu falei: temos que ir pra algo mais forte. A escolha recaiu então para a Velhas Virgens Indie Rockin' Bier, uma Indian Pale Ale que carrega o nome da banda e é produzida pela Cervejaria Invicta, também no interior paulista (Ribeirão Preto). Esta de alta fermentação, coloração acobreada e espuma puxando para um bege. Sabor marcado, muito corpo e amargor final marcante.
Precisávamos agora fechar com chave de ouro nossa primeira visita ao bar (sim, primeira de muitas eu espero). Eu havia escolhido uma outra IPA pesadona pra passar a régua, mas diante da falta da mesma pedi pro nosso atendente que desse uma dica e ele cravou: fechem com a Imperial Stout da Cervejaria Invicta. Fomos na dele e não poderíamos ter sido mais felizes: cerveja escura, quase negra, espuma âmbar e aromas de chocolate e café torrado. Na boca um monstro de corpo e muito amargor final além é claro de um café forte também. Esta porém não agradou muito minha esposa, pelo amargor final. De qualquer maneira uma baita cerveja. Quase uma sobremesa de cerveja, se isso fosse possível!
Gratificante descoberta do ladinho de casa que tende a ser visitado mais vezes. Segundo a galera por lá, hoje tem cerca de 48 rótulos nacionais que pretendem expandir para até 90. Fica a dica pra quem mora na região ou quer se aventurar e botecar um pouco. A única ressalva talvez é que poderiam ter mais opções de comes para acompanhar as cervejas. E olha que de vez em quando a galera da banda comando o balcão ou o som pra tornar a estadia ainda mais bacana. De qualquer maneira eu recomendo fortemente a visita!
Até o próximo!