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Monday, November 27, 2017

Como foi o 1o Festival do Espumante Frei Caneca

Nada é mais clichê e nada combina mais com o final do ano e todas as festividades que se enfileiram na época, do que muitos espumantes sendo espocados aqui e ali. E este foi o tema de um ótimo evento realizado neste final de semana em São Paulo, mais precisamente no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca.

O ambiente estava propício para tal, afinal o dia inteiro fez muito calor e a descontração com que os vinhos espumantes foram apresentados além do ambiente climatizado, alguns comes muito bem elaborados e a variedade de produtores/importadores, atraiu muitas pessoas para o evento. Também pudera, as seguintes vinícolas e importadoras se fizeram presentes: Adega Alentejana, Bacardi Martini, Barrinhas, Cantu, Casa Flora, Casa Perini, Casa Valduga, Cave Geisse, Decanter, Epice, Interfood, Italia Mais, Lidio Carraro, LVMH, Maison Lanson, Miolo, Pernod Ricard, Qualimpor, Salton, Vinicola Aurora, Winebrands e World Wine

Vale ressaltar aqui que, para um evento deste porte (com o número de expositores mais público visitante), a organização foi impecável. O local era aconchegante, com uma boa disposição entre os expositores, pontos de aperitivos, água e locais de "descanso" além de uma sala para a imprensa. Durante o evento, os vinhos degustados estavam a preços promocionais e muito convidativos lá no Empório Frei Caneca, no mesmo prédio só que alguns andares abaixo. Convenhamos também que, devido ao porte e número de rótulos a se degustar, fica um tanto quanto difícil falar sobre todos eles e, assim sendo (além de respeitar o mote do blog de não se tornar repetitivo/cansativo) optamos por selecionar alguns poucos rótulos para falar sobre. Acompanhem conosco nas próximas linhas.


O primeiro vinho espumante que venho a destacar é o Cusona Brut Spumante di Vernaccia di San Gimignano da Tenute Giucciardini Strozzi e trazido ao Brasil pela importadora ItáliaMais. O vinho espumante produzido pelo método Charmat longo (longo tempo de contato com as leveduras em tanques inox) com uvas Vernaccia di San Gimignano. Apresentou coloração amarelo palha com muito brilho, perlage fina, delicada e persistente, nariz de frutas tropicais, leveduras com final amendoado. Em boca é cremoso e fresco, fácil de beber.


O segundo vinho espumante a se destacar foi o Filipa Pato 3B Rose Brut, feita pela filha do famoso e experiente Luis Pato, família que já está há cinco gerações se dedicando à criação de vinhos na Bairrada,  em Portugal. Este vinho espumante é feito com as uvas Baga e Bical pelo método champenoise, com a 2ª fermentação por 4 meses em garrafa. Como resultado obteve-se um vinho espumante de coloração salmão um pouco mais escuro, com ótima perlage fina, delicada e persistente. No nariz pude notar frutos vermelhos frescos, panificação, tostado, flores e algo mineral. Cremoso, fresco e deixa um longo final em boca.


E para não dizer que eu sou anti nacionalista, destaco por fim os vinhos espumantes da Casa Valduga, os 130 Brut Blanc de Blanc e o 130 Brut. O primeiro um 100% Chardonnay elaborado pelo método champenoise e com 36 meses de contato do vinho com a levedura. O segundo um corte Chardonnay e Pinot Noir elaborado também pelo método champenoise e com 36 meses de contato com a leveduras. Ambos são parte das comemorações e homenagens aos 130 anos da chegada da família italiana, Valduga, ao Brasil. Ambos muito frescos, cremosos e com suas características aromáticas mas que valem sempre a prova.

É claro que tinhamos outros belos espumantes, champagnes e afins mas, como de praxe, a ideia aqui é ressaltar o evento e trazer alguns vinhos que seriam novidades, ao menos por aqui.

Mais um belo evento que pudemos registrar e onde tivemos oportunidade de provar muitos vinhos, da mais variada gama de preços, tipos e origens. Mal podemos aguardar o ano que vem. Se você, caríssimo leitor, participou do evento e quer compartilhar suas experiências, fique a vontade e utilize o espaço de comentários ao final deste post.


Até o próximo!

Monday, March 21, 2016

Tenute Giucciardini Strozzi:Os vinhos da realeza italiana em São Paulo

Eu tomei um cuidado muito grande ao escrever sobre estes vinhos, afinal de contas, não é sempre que falamos sobre os vinhos da realeza não é mesmo? As princesas Irina e Natalia Strozzi Guicciardini, que são a 15a geração na linha de descendência de Mona Lisa, estiveram em São Paulo na última semana e apresentaram seus vinhos milenares a imprensa e especialistas. A degustação, seguida de almoço harmonizado, aconteceu no restaurante Rubaiyat Faria Lima, com organização da importadora ItáliaMais e da CH2A Comunicação.


A Importadora Itáliamais, apesar de nova no mercado nacional (cerca de um ano), tem um braço e uma história muito ligada a Roma, onde já atua a um bom tempo. Com isso se relacionam diretamente com os produtores e garimpam verdadeiros achados. Sua filosofia é de trabalhar com o seguimento de restaurantes e lojas especializadas, não tendo venda ao consumidor final. Possuem cerca de 20 produtores em seu portfólio, grande parte da Toscana e adjacências.

Já a Tenute Giucciardini Strozzi tem mais de mil anos de existência, ao menos é o que dizem os registros históricos, remetendo ao ano de 994 como o ano de fundação da mesma. Por incrível que pareça, permanece ainda como uma propriedade familiar. Está situada em San Gimignano, uma pérola incrustada no coração da Toscana, na Itália. Seus vinhos mais famosos são a base da uva autóctone Vernaccia di San Gimignano, que tem registro de primeira produção ainda nos anos de 1200. Ainda segundo os registros, grandes nomes italianos como Michelangelo, Dante e Boccaccio foram alguns dos que provaram e aprovaram seus vinhos. Mas, afinal, quais os vinhos foram mostrados na degustação? Vamos a eles?


Cusona Brut Spumante di Vernaccia di San Gimignano: vinho espumante produzido pelo método Charmat longo (longo tempo de contato com as leveduras em tanques inox) com uvas Vernaccia di San Gimignano. Apresentou coloração amarelo palha com muito brilho, perlage fina, delicada e persistente, nariz de frutas tropicais, leveduras com final amendoado. Em boca é cremoso e fresco, fácil de beber;


Arabesque Vermentino IGT 2014: vinho branco que apesar de ser rotulado como Vermentino, tem 15% de Sauvignon Blanc na composição e sem passagem por madeira. Como resultado temos um vinho de aspecto palha com reflexos verdes, muito claro e limpido. Nariz franco e direto de frutas cítricas e muito mineral. Corpo leve, muito frescor e final agradável;


Vernaccia di San Gimigniano 1933 Cusona 2013: esse vinho branco a base da uva símbolo da vinícola (100%) pode ser considerado um degrau acima, com uvas selecionadas manualmente, cerca de um terço delas próximas do apassificamento. Tem passagem por barricas de segundo uso por cerca de 2 a 3 meses. Resulta num vinho de aspecto amarelo palha com reflexos já tendendo ao dourado, límpido e brilhante. Nariz amplo e franco de frutas, flores e leve toque apimentado. Bastante mineral, lembrando água do mar. Boca com corpo médio, muito frescor e mais mineral, quase salgado mesmo. Belo vinho;


Momi Rosso di Marema Toscana 2013: este vinho é um corte das uvas Petit Verdot, Cabernet Sauvignon, Sangiovese e Montepulciano d'Abruzzo com passagem de aproximadamente 3 meses. Um vinho de coloração violácea de média para grande intensidade com bom brilho. No nariz apresentou aromas de frutos escuros e vermelhos, especiarias com leve tostado ao fundo de taça. Na boca começa com uma ponta de álcool sobressalente, que arrefece com o tempo, taninos redondos, boa acidez e um quê mineral, num final de média duração. Foi bem com a refeição, denotando um certo carácter gastronômico;


Sòdole Rosso 2009: de longe meu preferido, este vinho é um IGT 100% Sangiovese com passagem de um ano em barricas francesas e mais um ano em garrafa antes de ser liberado ao mercado. O visual é marcado por uma coloração rubi violácea de boa intensidade com leve halo granada. O nariz apresenta frutos negros, flores, especiarias, chá preto e algo mentolado. Na boca o vinho tinha corpo médio, ótima acidez e taninos fininhos. Final longo e delicioso, um espetáculo de vinho!


Ocra Bolgheri Rosso 2014: a palavra "Ocra" tem um significado de sangue da terra segundo a língua etrusca, além é claro de remeter a cor de mesmo nome (ocre). É um vinho feito a partir de um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah com passagem de 12 meses em barricas francesas. Como resultado um vinho de aspecto violáceo de grande intensidade e com algum brilho. No nariz, aromas de frutos escuros, especiarias, toques animais e algo de floral. Em boca é encorpado, elegante, taninos firmes e boa acidez. Belo final;


Vignaré Bolgheri Superiore 2011: este vinho pode ser considerado o irmão mais velho do vinho anterior e é um corte de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot vinificado e maturado por 18 meses em barricas de carvalho francesas e novas. Como resultado temos um vinho de coloração rubi violácea de grande intensidade com algum brilho. No nariz temos frutos escuros, especiarias, leve toque mineral e algo de tostado no fundo de taça. Na boca é encorpado, taninos macios e boa acidez. Final longo;


Millanni 2007 Supertoscano: a surpresa da noite ficou por conta deste vinho que não estava previsto mas foi trazido pelas princesas. Um corte de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Merlot com 12 meses de envelhecimento em barricas francesas. Um vinho de aspecto rubi de média para grande intensidade com halo granada. No nariz apresentou aromas de frutos vermelhos, especiarias, baunilha, flores e madeira seca. Na boca era encorpado, suculento, acidez ainda muito viva e taninos domados com o tempo. Tem estrutura para evoluir mas se encontra em seu ápice. Belíssimo vinho e belíssima surpresa.


Uma belíssima e agradável tarde ao lado de boas companhias, bons vinhos e mais uma vez, show de organização da CH2A Comunicação. À importadora Itáliamais, parabéns pelos belíssimos vinhos e pela parceria. O único senão fica por conta dos preços dos vinhos, que estão um pouco acima da média quando falamos de mercado nacional. Entretanto, recomendo a prova, valem a experiência.



Até o próximo!

Tuesday, November 12, 2013

Santa Chiara Vernaccia di San Gimignano 2011: lembranças eternas!

Na última sexta feira fui surpreendido com um jantar especial preparado carinhosamente por minha esposa: uma bela bacalhoada à portuguesa com muito azeite, batatas, cebola, pimentão, azeitonas pretas e ovos cozidos. Haviam inúmeros motivos para comemorarmos, e não irei aqui listá-los por não ver a necessidade. Só que a ocasião pedia é claro um vinho mais especial. Confesso que diante deste prato eu  sempre gosto de ter um bom vinho tinto português a mão, um alentejano ou duriense, mas que na hora por falta de um e pela vontade de trazer boas memórias a tona (logo falarei mais sobre isso), optei por este branco Santa Chiara Vernaccia di San Gimignano.


Este vinho é feito na comuna de San Gimignano, na Toscana, centro sul da Itália. A uva Vernaccia di San Gimignano não é muito conhecida por aqui nem tão pouco é muito difundida mundo a fora, se concentrando basicamente em fazer vinhos para o mercado interno italiano principalmente por não ser largamente plantada. Entretanto este produtor, a Tenute Niccolai, é um grupo grande que possui vinhedos e vinícolas em alguns lugares estratégicos na Itália e principalmente na Toscana, fazendo desde vinhos brancos que podem ser considerados mais simples até os potentes Brunellos de Montalcino. Dito isto, tem distribuição no Brasil pela importadora Vinea.

Sobre o vinho em si, como dito anteriormente, é feito com uvas 100% Vernaccia di San Gimignano de vinhedos com altitude média de 300 metros acima do nível do mar e que passam apenas por envelhecimento e afinamento nos tanques de inox e na própria garrafa, por um mínimo de 6 meses antes de ser liberado ao mercado. Se maiores delongas, vamos as impressões.

Na taça uma bonita cor amarelo palha com reflexos verdeais, muito brilho e transparência. Lágrimas finas e rápidas também podiam ser notadas.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutas cítricas, florais e toques de pedra molhada. Um vinho extremamente fragrante. 

Na boca um vinho fresco com boa acidez, corpo médio e com um retrogosto que confirma o olfato trazendo muita fruta cítrica e toques salinos que lembram água do mar. Um final longo e saboroso.

Realmente o vinho confirmava minhas expectativas. E além disso trouxe memórias, agora descritas, pois foi com este vinho que brindei meu casamento em meio aos vinhedos da vinícola, em San Gimignano. O único arrependimento, por assim se dizer, é não poder e não ter trazido mais do vinho em minha mala. 

Até o próximo!

Friday, October 25, 2013

Toscana: um guia rápido para seus principais vinhos

Eu sempre penso com muita saudade e carinho sobre minha lua de mel no último mês de Abril, quando fiz uma viagem incrível pela Itália, mais especificamente pela região da Toscana. A região é conhecida por sua gastronomia, por seus vinhos, artistas, herança cultural, sobrenomes italianos famosos das famílias que viveram ou ainda vivem na região e pelo visual deslumbrante. Pensando nisto e com base no que vi e experimentei de vinhos por lá, resolvi fazer um pequeno apanhado dos principais vinhos da região. E esta tradição vem de muito tempo atrás, provavelmente desde a época dos etruscos na região.


Não é de hoje que não exista uma refeição, seja almoço ou jantar, na Toscana que não tem como acompanhamento uma garrafa de vinho, conforme a tradição manda. Se você não está muito familiarizado com os vinhos da região, espero que este pequeno guia lhe ajude nos primeiros passos. O mais conhecido deles são os vinhos tintos de Chianti , o Brunello di Montalcino, o Nobile di Montepulciano, e os chamados Super Toscanos, conforme veremos abaixo:

Chianti Classico : A área entre Florença até Siena, toda coberta de vinhas e olivais, é uma das mais famosas regiões vitivinícolas do mundo. Embora feito a partir da uva Sangiovese local, vinhos Chianti podem variar muito de um para o outro. Alguns produtores adicionam frequentemente outras variedades de uva com a Sangiovese , enquanto outros preferem métodos mais tradicionais . Existem alguns nomes famosos , mas a melhor coisa a fazer é explorar a região e provar vinhos diretamente de pequenos produtores de vinho.

Brunello di Montalcino : a bela cidade montanhosa de Montalcino é famosa em todo o mundo pelo seu precioso vinho vermelho rubi. Foi durante a metade do século 19 que Clemente Santi começou a fazer experiências com o plantio de clones da Sangiovese na região. Hoj , depois de mais de um século de experimentações, é um dos vinhos mais famosos e caros da Itália. Definitivamente o vinho para ocasiões muito especiais!

Nobile di Montepulciano: Este vinho vem das vinhas cênicas em torno Montepulciano, cidade maravilhosa na colina localizada ao sudeste de Siena. É feito a partir de uvas Sangiovese, com Canaiolo como opcional, e outras variedades locais da província de Siena.

Vernaccia di San Gimignano: Apesar da Toscana produzir vinhos tintos, há alguns bons vinhos brancos, como de fato o Vernaccia di San Gimignano, o primeiro vinho a ganhar a denominação DOC em 1966.

Super Toscanos: Na década de 1960 algumas vinícolas decidiram experimentar usando castas internacionais, como Cabernet Sauvignon e Merlot. Estes vinhos, como o Bolgheri, Sassicaia e Ornellaia, não podem possuir denominação DOCG (denominação de origem controlada e garantida), como aliás, tem todos os vinhos descritos acima, mas classificação entre os vinhos mais requisitados e incrivelmente caros do mundo.

Vamos a Toscana? Conhecedor de vinhos ou não, eu recomendo a viagem!

Até o próximo!