A derradeira aventura do ogro Shrek. Esta é a principal premissa do filme cujo título está descrito acima. Esta quarta aventura do verdão mais querido do mundo dos desenhos animados trás de volta todos os personagens que consagraram a série ao longo de seus capítulos no cinema, e isto inclue o Gato de Botas, Burro, Fiona, Dragão, etc. E é claro que apresenta mais uma vez bom divertimento e uma história pra lá de instigante e que me fez pensar, ao contrário do que temos como idéia pré concebida de que desenhos animados são somente alguns minutos de diversão pra mulecada.
Shrek se vê as voltas com sua família e levando uma vida rotineira no pântano com todos deveres e obrigações inerentes a um chefe de família, tendo virado inclusive atração turística da região, afinal sua história é bem conhecida por todos do reino. Acontece que na véspera e durante o aniversário de seus filhos, o ogrão começa a questionar se a vida não era melhor e muito mais simples quando era apenas um ogro temido por todos e tinha todo o sossego do pântano a sua disposição. Será que toda mudança desde o salvamente do Fiona da torre valeu a pena? E é ai que aparece Rumpelstiltskin, um cara que ganha a vida enganando as pessoas com acordos mágicos que sempre tiram vantagem de quem os assinam. Quando a vida de Shrek cruza o caminho de Rumpelstiltskin é que tudo vai por água abaixo. Shrek acaba por assinar o acordo mágico achando que ganharia apenas um dia como os de antigamente. Mas nada é o que realmente parece e Shrek se vê as voltas com um mundo em que é como se ele nuca tivesse nascido . E este é o ponto de partida do nosso herói, em busca de desfazer a burrada que acabara de cometer.
Mas para mim o grande assunto do filme/desenho é a discussão de que até que ponto estamos satisfeitos com nossas vidas, nossas realizações a ponto de buscarmos novos ares, novos desafios? Até que ponto a pressão até mesmo da sociedade nos obriga a buscarmos sempre mais e mais e satisfazermos uma vida que nem sempre é aquela com que sonhamos? Desde a infância somos condicionados que sucesso profissional,pessoal é atrelado a formação/educação superior, aprendizado de linguas, escolha da carreira ainda na adolescência e por ai vai. Mas e se a satisfação pessoal estiver ligada a outras coisas, na simplicidade da vida?
Muitas vezes também a sociedade é preconceituosa a ponto de achar que você aos 30 anos, morando com seus pais e solteiro é quase que um sinônimo de fracasso pessoal e profissional, afinal de contas como ainda não possui sua própria casa, como ainda não se casou ou na maioria das vezes onde estão seus filhos? Tá certo que isso vem mudando um pouco com o tempo mas o Brasil como um país que vem envelhecendo esta é ainda uma característica que tende a perdurar por um tempo ainda em nossas raízes culturais.
Na verdade a minha opnião é um meio termo onde, a linha que divide fracasso e sucesso é muito tenue, e que cada sucesso/fracasso depende basicamente das metas que cada um põe pra si e isto não tem relação direta com idade e posses materiais. Particularmente eu sou mais ambicioso e busco sempre bem estar e satisfação pessoal. Mas pode ser que em determinadas situações o simples seja a maneira mais simples de se atingir isto.
Desculpem se mudei totalmente o foco do post mas, entendo que os assuntos se entrelaçaram de maneira quase instantânea. Qual a opnião de você, caro leitor?
Quanto ao filme, ele é muito bacana e entrega muita aventura satisfazendo os fãs do ogrinho. Muita aventura até que finalmente o gran finale se levante na tela. Como fã da série e do personagem, sinto que ficarei órfão de uma boa franquia dos cinemas, mas levarei comigo as aventuras e caretas inerentes do verdão. A boa notícia é que ao que parece nascerá uma aventura solo derivada da série com o personagem Gato de Botas.
E que venha tal aventura solo!