Uma das grandes discussões que eu penso existir no mundo dos vinhos é a de que fica quase impossível compatibilizar produção de vinhos de qualidade com produção em larga escala consistente. Imaginemos uma produção de 100.000 caixas de um determinado vinho, ou mais, em um ano. Criar um blend 100% consistente pode ser uma tarefa hercúlea, dado o tamanho dos tanques necessários e por outras restrições produtivas. Este seria então um dos motivos que iria conduzir a uma larga variabilidade do vinho de garrafa para garrafa, gerando também uma variabilidade na classificação deste mesmo vinho. Certo?
Nem sempre. Fazer um vinho de qualidade em grandes volumes não é tarefa fácil, e eu admiro quando é bem feito. Lendo uma matéria para a WineSpectator, encontrei o que dizem alguns enólogos a este respeito. Leiam o que o pessoal da revista disse e comentem ai no blog as opiniões de vocês, prezados leitores.
O enólogo de uma famosa vinícola californiana disse que para misturas maiores eles preparam "misturas base", que são mantidas em tanques separados, e a soma total de todas as misturas base que virão a constituir a mistura final, chamada de "mistura mestre". Ele disse ainda que, normalmente, quatro ou cinco misturas base entram para a mistura mestre. O processo de engarrafamento se dá quando a mistura mestre final está pronta e a vinícola tenta manter a proporção desta mistura ao longo da temporada de engarrafamento, garantindo que mesmo que possam ser engarrafados em um horários diferente, todos os vinhos sejam essencialmente o mesmo quando se faz cada mistura mestre para engarrafamento.
Já outros dizem que o que basta para que se possa aliar a qualidade numa produção massificada é o que certas vinícolas fazem, que é ter um sistema de produção organizado e controlado além de não ter medo de um pouco de matemática no tocante as proporções usadas nos blends.
E ai leitor, o que você acha que pode ajudar neste caso?
Até o próximo!
Matéria original publicada em www.winespectator.com.