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Monday, December 5, 2016

Galodoro Branco 2015: Vinho branco português para a #CBE

Com um pouco de atraso, o Balaio do Victor chega com a sua postagem referente ao tema deste mês para a CBE - Confraria Brasileira de Enoblogs. Desta vez, o tema foi proposto pelo Felipe Silva do blog Bebado Vinho, e era: "Como no fim do ano o pessoal gosta de saborear um bacalhau (eu me incluo), e como geralmente a noite de natal é uma noite quente, que tal um vinho branco português para acompanhar? De preferência feito com a uva Arinto (varietal ou com ela na composição). Mas caso não encontre, qualquer branco português está valendo". Como não conseguimos um varietal feito exclusivamente com a uva, fomos de Galodoro Branco 2015, que possui a Arinto em sua composição. 


O vinho é produzido pela Quinta do Conde, uma empresa familiar situada em Alenquer, na região de Lisboa. A família Santos Lima, a quem estas vinhas pertencem há várias gerações, dedica-se desde o final do século XIX à produção e exportação de vinho. Em 2005, esta sociedade deu início ao engarrafamento e à comercialização dos seus primeiros vinhos. Desde então, a “Quinta do Conde” tem vindo a aumentar a sua gama de marcas, contando, atualmente, com mais de 20 referências no seu portfólio.

Falando especificamente sobre o Galodoro Branco 2015, finalmente, podemos acrescentar que é um vinho feito a partir de um corte das uvas Arinto, Fernão Pires, Moscatel e Sauvignon Blanc sem qualquer passagem por madeira. Vamos ver o que este blend de uvas autóctones portuguesas e internacionais pode nos mostrar?

Na taça o vinho apresentou coloração amarelo palha bem clarinha com reflexos esverdeados, bom brilho e ótima limpidez. Lágrimas finas, rápidas e incolores também se faziam presentes.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos tropicais e cítricos, flores e algo de mel.

Na boca o vinho tinha corpo leve para médio com uma acidez crocante. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo.

O vinho foi usado para harmonizar com culinária japonesa mas, dentro do proposto pelo tema do mês, acho que iria bem com pratos a base de bacalhau também. Eu recomendo a prova. É um excelente custo benefício sem dúvida: foi pago 34 reais na rede Pão de Açúcar.

Até o próximo!

Friday, September 4, 2015

Quinta do Ameal Clássico Loureiro: Portugal invadiu o Winebar!!

Em mais uma oportunidade de participarmos do Winebar, desta vez viajamos virtualmente até Portugal e uma de suas regiões que são mal exploradas em nosso mercado, a região dos Vinhos Verdes. E eu falo isso por que seus vinhos crocantes e frescos combinam muito com o clima mais quente que enfrentamos por aqui invariavelmente nos últimos tempos, seja no verão ou mesmo neste inverno de mentirinha. E desta vez, com o apoio da Qualimpor, que irá trazer os vinhos da Quinta do Ameal para o Brasil a partir de então, pudemos degustar o vinho Quinta do Ameal Clássico Loureiro 2014. O responsável por nos apresentar o vinho foi ninguém menos que o o enólogo Pedro Araújo.


A Quinta do Ameal é uma pequena propriedade muito antiga (1710) de rara beleza natural. Lá são criados e produzidos vinhos brancos de excelência feitos a partir de uma casta de uvas portuguesa chamada Loureiro. Esta atinge a sua maior expressão aromática e gustativa neste fantástico Vale do Lima onde a vinícola está situada. Exportado para mais de 15 Países, o Ameal encontra-se nas cartas de muitos dos melhores e mais exigentes restaurantes do Mundo assim como das mais prestigiadas lojas. E chega ao Brasil pelas mãos da Qualimpor, a importadora que entende de vinhos portugueses.

Já sobre o Quinta do Ameal Clássico Loureiro 2014, podemos acrescentar que o vinho é feito com uvas 90% Loureiro e 10% Arinto colhidas no Vale do Lima, onde a casta Loureiro atinge a maior expressão aromática e gustativa. Passa por maturação de 3 a 6 meses em cuba de inox a temperatura controlada. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresenta uma cor amarelo palha bem clarinha, com reflexos quase prateados. Lágrimas finas, rápidas e incolores também se fazem presentes.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos cítricos e tropicais, flores e leve picância.

Na boca o vinho se mostrou de corpo leve para médio e uma acidez elétrica gerando muito frescor. Retrogosto confirma o olfato e adiciona um carácter mineral muito intenso, lembrando salinidade marinha. Final de longa duração.


E assim se foi mais um delicioso Winebar com mais um belo e interessante vinho, desta vez da terrinha lusitana. E para acompanhar este vinho, afinal toda essa acidez e frescor pedia uma comidinha, fomos de pescada branca com tempero de pimenta, sal e limão coberto com alcaparras e alho poró. E olha que o casamento foi muito bom.

Até o próximo!

Friday, September 26, 2014

Masterclass Vinhos do Alentejo: A Arte do Corte

No último dia 15 de Setembro aconteceu no Hotel InterContinental São Paulo a Masterclass ‘A Arte do Corte’, conduzida pelo crítico de vinhos português Rui Falcão através da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana. O evento foi organizado pela Essência do Vinho e integra a programação do Tasting anual da CVR Alentejana, que aconteceu no mesmo dia. A assessoria de imprensa ficou a cargo da sempre competente Alessandra Battochio Casolato através da CH2A Comunicação, mestre no quesito. Na prova, Rui Falcão falou sobre como o Alentejo tem conseguido combinar diferentes variedades de uvas alcançando vinhos que são um conjunto superior à soma das partes. Complicado né? Vamos ver a seguir se consigo simplificar um pouco o que aconteceu por lá.


Primeiro é preciso dizer que, se você um dia tiver a oportunidade de visitar Portugal (eu ainda não tive, mas vou ter) nunca diga que você quer um vinho de corte. Eles não vão entender! Afinal quase tudo que se faz por lá é a mistura de mais de uma uva. E mais, lá se você quiser realmente conversar sobre o assunto, fale em vinho de "lote". Enfim, particularidades da língua. E foi mais ou menos assim que Rui começou a aula, ou melhor, o show.


Mas a pergunta que começou a povoar a cabeça dos presentes (mentira, começou a povoar a minha cabeça) era o por que do uso quase que integral de cortes dos vinhos ao invés de se pensar em vinhos varietais. E Portugal, através de Rui Falcão, justificou: pluralidade de uvas autóctones, complementação de uma uva com a outra (características distintas), preferência pura e simples entre outros motivos. O mistério começava a se desfazer. 


Antes porém é preciso ressaltar que o Alentejo é uma das regiões mais consumidas no mundo. Some-se a isso o fato de se produzir vinho por lá a milhares de anos e as recentes inovações tecnológicas que por lá se empregaram para termos uma região muito interessante para se provar. E nada melhor do que provar vinhos e tentar entender o que acontece por lá. De brancos a tintos, muita coisa boa passou pelas taças. Vamos aos astros principais:


Adega de Borba Tinto 2012: corte de Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet com uma cor bastante escura e vibrente, frutos escuros, caramelo e toques florais no nariz. Na boca tem um corpo médio, boa acidez e taninos marcados. Final de médio para longo;

Cortes de Cima Tinto 2011: aqui já entram uvas internacionais como Petit Verdot e Syrah com as tradicionais Touriga Nacional e Aragonês. Violáceo de grande intensidade, fruta, flor, especiarias e tostado no nariz e confirmado no paladar. Taninos marcados, bom corpo e acidez na medida;

Esporão Reserva Branco 2013: feito a partir das castas Arinto, Antão Vaz, Roupeiro e Semillon, este branco tinha coloração amarelo palha bem clarinha e brilhante, aromas de maracujá, lichia, coco e tostado. A acidez era marcada com um corpo médio e um final de média duração;

Vila Santa Reserva Branco 2012: este tem em sua composição Arinto, Alvarinho e Sauvignon Blanc. Mostra alguma evolução para um amarelo dourado com toques herbáceos, de abacaxi e maracujá no nariz. Na boca é untuoso, mineral e fresco com um final de longa duração;

Tinto da Talha Grande Escolha Tinto 2009: talvez um dos melhores, senão o melhor da noite, feito com um corte simples Alicante Bouschet/Touriga Nacional já apresentava traços evolutivos granada com muita complexidade aromática: fumo, fruta, floral, medicinal e toques terrosos. Na boca mostrou corpo e acidez invejáveis com taninos bem marcados e um final longo e delicioso;

Dona Maria Reserva Tinto 2008: corte de Alicante Bouschet, Syrah e Petit Verdot trazendo aromas frutas, balsâmico e toques animais. Guloso e encorpado na boca, com taninos macios e uma boa acidez. Um vinho mastigável e delicioso;

Paulo Laureano Premium 2012: famoso bigode do mundo do vinho, seu vinho é um corte de Alicante Bouschet, Trincadeira e Aragonês de coloração violácea escura e sem transparência, com muita fruta e especiaria em primeiro plano. Encorpado, taninos marcados e de boa acidez.

E foi assim que essa intrigante região vinícola, eleita como umas das melhores do mundo para se visitar por uma publicação americana, se apresentou neste dia. Muita diversidade, muitas uvas e muito vinho bom.

Até o próximo!

Friday, February 14, 2014

Espumante Aliança Reserva Bruto 2010: Harmonizando um bom portuga com peixe!

Retomando a fase borbulhante aqui do blog, hoje é dia de colocarmos no ar um vinho e sua respectiva harmonização. Veja, antes é necessário relembrar que harmonização não é ciência exata e o que eu transcrevo aqui é o que fizemos em casa e gostamos, simples assim. E claro que a vontade de compartilhar com meus poucos e fiéis é que motiva a isso. Enfim, hoje é dia de espumante luso por aqui, o Aliança Reserva Bruto 2010.


Diretamente do site do produtor, um pouco de sua história: "Foi em 1927 que 11 associados liderados por Domingos Silva e Ângelo Neves decidiram fundar, em Sangalhos (Anadia), a Aliança, que conta já com mais de 80 anos de vida. Esta iniciou a sua atividade exportando de imediato para o Brasil, África e Europa e hoje, mais de 50% da sua produção destina-se à exportação, sobretudo de vinhos, espumantes e aguardentes, imagem de marca da Aliança em Portugal e nos cerca de 60 países para onde exporta. Em 2007, a Bacalhôa Vinhos de Portugal adquiriu o capital maioritário da Aliança, passando esta a pertencer ao Grupo Bacalhôa, tendo sido a designação social das Caves Aliança S.A alterada para Aliança Vinhos de Portugal S.A., momento em que se procedeu igualmente a uma mudança da imagem institucional". Como vemos, história é o que não falta por aqui e claro que toda essa tradição veio junto com nosso colonizadores e se enraizou por aqui nestes longos anos de descobrimento até o que a então colonia se tornou hoje.

Já falando um pouco do espumante, um corte inusitado de 65% Bical, 25% Baga e 10% Arinto, todas vindas da região da Bairrada, em Portugal e elaborado pelo método tradicional (segunda fermentação em garrafa) com direito a 15 meses de contato com as leveduras. Atinge 12,5% de graduação alcoólica. Vamos as impressões.

Na taça uma bonita cor amarelo palha com reflexos verdeais, bastante brilho e boa transparência. Borbulhas pequenas, abundantes e bem persistentes formando uma boa coroa na taça.

No nariz aromas de frutos cítricos e brancos, toques florais e leve lembrança de fermentação.

Na boca excelente acidez, corpo médio, boa cremosidade gerada pelo colchão de bolhas e bem refrescante. Retrogosto confirma o olfato com muita fruta e com um final de longa duração.

E para acompanhar? Se preparem para as delícias que vem na sequência. Minha esposa preparou magnificamente um filé de Saint Peter enrolado com farofa a lá Buddy Valastro (do programa televisivo Kitchen Boss no canal de tv pago Travel and Living Channel) numa cama de abobrinha refogada com anchovas. Vamos ao preparo.

A farofa a la Buddy Valastro é simples: pegue pães amanhecidos e faça uma farinha de rosca, acrescente salsinha, queijo pecorino ralado, alho desidratado, ervas finas e voilá, está pronto. Reserve. Pegue os filés de peixe, passe um fio de azeite em cada um e coloque uma quantia generosa de sua farofa. Enrole o peixe com a farofa dentro, fazendo um rocambole. Prenda com um palito e reserve. Prepare uma assadeira untada com um pouco de azeite, coloque rodelas de limão siciliano e ajeite um peixe enrolado encima de cada fatia de limão siciliano. Regue cada peixe com um pouco de azeite e cubra com mais uma pequena quantidade da farofa. Acrescente uma xícara de chá de vinho branco na assadeira. Coloque a assadeira em um forno pré aquecido por vinte minutos. 

Já a abobrinha também é bastante simples. Pegue quantas abobrinhas quiser (para servir as pessoas que estarão contigo) e corte em fatias nem muito finas nem muito grossas, quase como se fosse a espessura de um macarrão talharim (um pouco mais). Depois tempere-as um pouco com pimenta do reino e reserve. Pegue dois dentes de alho e amasse. Coloque um pouco de azeite em uma panela, acrescente o alho amassado e um pouco do óleo que vem junto com os filés de anchova. Quando começar a fazer o barulhinho característico de que o óleo já está quente acrescente os filés de anchova (a gosto) e faça com que eles desmanchem. Acrescente a abobrinha e refogue, sempre provando até que a mesma esteja cozida. Ajuste o sal, caso necessário.


A montagem do prato é interessante. Faça uma cama com a abobrinha recheada primeiro e depois acrescente o filé de peixe por cima, retirando o palito. Está pronto pra servir! O casamento entre o espumante e o prato foi perfeito. Tentem fazer em casa.

Até o próximo!

Sunday, August 5, 2012

Fiuza 3 Castas Branco 2010

Mais um dia de calor e a vontade de tomar um vinho refrescante me levou a procurar em minha adega algo que se encaixasse na descrição. Foi quando me deparei com este vinho do já discutido por aqui Fiuza & Bright. Eu considero este e o tinto (já comentado aqui) como vinhos curiosos pela "mistura" de uvas típicas portuguesas com uvas internacionais que acabam por se complementar. No caso deste vinho, especificamente, é composto pelas uvas Chardonnay, Arinto e Vital, sem proporções identificadas. Vinho que tem apelo jovem e que deve ser consumido resfriado. Vamos as impressões.


Um bonita cor amarelo dourado com reflexos ligeiramente esverdeados compunham o aspecto visual juntamente com lágrimas finas, rápidas e incolores.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutas tais como pêssego e abacaxi, toques de mel e flores além de algo que lembrava um pouco de fósforo. Tudo muito bem integrado e sem se tornar enjoativo.

Na boca um vinho de corpo médio, uma boa acidez e retrogosto que confirma as frutas e flores do nariz num final de média duração.

Mais um vinho bacana de bom custo benefício que pode ser adiquirido na Vinea por aproximadamente R$ 40,00. Eu recomendo.

Até o próximo!

Friday, April 22, 2011

Grainha Branco 2008

Normalmente a sexta feira santa é sinônimo de pratos a base de bacalhau na casa de muitas pessoas, cristãos ou não, principalmente pelo simbolismo adotado no país fundamentalmente católico. E aqui em casa não poderia ser diferente e a receita é a padrão: feita no forno, com batatas, pimentões, cebola, alho, azeitonas e muito, muito azeite de boa qualidade. E uma oportunidade única para a escolha de um bom vinho para acompanhar a refeição. Como o prato tem sotaque português, procurei um vinho de mesma ascendência para harmonizar. E o escolhido da vez foi um branco proveniente do Douro, o vinho Grainha Branco.

A região do Douro é famosa principalmente pelo vinho do Porto, mas é muito mais do que isso. Ultimamente a região tem sido reconhecida pela qualidade de seus vinhos não fortificados. De uma região improvável para o cultivo de qualquer agricultura, em virtude das grandes inclinações de seus terrenos, o Douro conseguiu transformar os terraços de vinhas em paisagens cinematográficas. E mais do que isso, se tornou uma das regiões emblemáticas de Portugal para o mundo.

Sobre o vinho, a maior curiosidade a meu ver é o nome do vinho, Grainha, que na verdade significa semente das uvas. Durante o processo produtivo as grainhas (sementes) são separadas do mosto antes da fermentação a fim de evitar que sejam extraídos proteínas, taninos, e outros componentes das mesmas. O rótulo trás ainda a palavra grainha escrita em diversos idiomas. Ainda sobre o processo produtivo, a seleção das uvas é manual em tapete de escolha, na entrada da adega. Depois disso, é feito o desengace total e prensagem direta das uvas brancas. Cerca de 50% do mosto fermenta e estagia seis meses em barricas novas de carvalho francês, sofrendo battonage semanal. O restante fermenta em inox a baixa temperatura. Finalmente o vinho tem em sua composição as seguintes castas: 25% Gouveio, 25% Viosinho, 25% Rabigato, 15% Boal, 10% Arinto. Vamos às impressões.

Na taça apresentou uma bonita cor dourada, límpida e brilhante, com poucas e lentas lágrimas incolores.

Ao nariz o vinho se apresentou tímido de começo mas com pouco tempo e mtaça mostrou toda sua complexidade. Abriram-se notas de frutas cítricas, mel, amêndoas e ao fundo, um leve tostado. Nada muito gritante mas denotando boa complexidade.

Na boca o vinho se mostrou gordo, untuoso e preenchendo bem toda a mesma. Confirmou as notas cítricas, mostrando ainda alguma coisa de mineral com um final quase salgado, se vocês podem me entender. Acidez muito viva mantém o frescor do vinho, que se mostrou um pouco quente também, de início, sensação esta que diminuiu com o tempo.Casou bem com o bacalhau preparado aqui em casa.

Mas um bom vinho, de um país que eu já devo ter comentado por aqui ser um de meus preferidos, pelo excelente custo benefício que sempre apresenta em seus vinhos. Este foi adquirido na importadora Vinea por meio de suas degustações semanais aos sábados. Valeu a compra.

Saúde.