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Monday, August 20, 2018

Brandina Vinhos - Diretamente do interior de Sampa

Alguns dias atrás eu estava viajando com minha família em Campos do Jordão, região serrana do interior de São Paulo, quando descobri que existia um novo empreendimento vinícola na região, e resolvi arriscar a visita. E não é que, dadas as devidas proporções, fui surpreendido positivamente? Vamos ver o que eu pude descobrir sobre a Villa Santa Maria - Brandina Vinhos?


Saindo de Campos do Jordão, o passeio se inicia descendo a serra pelo Vale do Baú em pequenas estradas vicinais de terra, areia e pedriscos, o que pode assustar de princípio. Mas a passagem por bosques e muita mata nativa da região vale a vista e a chegada até a sede da produtora de vinhos é deslumbrante.


Recebidos então pelo Cristian (peço perdão caso o nome não seja esse, minha memória não me ajudou neste quesito), começamos a entender a história por trás do empreendimento bem como da produção dos vinhos na propriedade. O projeto teve seu início em meados dos anos 2004 através do empresário Mario Carbonari, que herdou o amor pelo vinho dos avós, italianos da região do Vêneto, e resolveu apostar no seu sonho depois de anos no mercado de tecnologia. Segundo o Cristian, a meta é de se plantar até 90 mil vinhas até o final deste ano. E aqui falamos de Sauvignon Blanc, Syrah, Merlot, Cabernet entre outras. O relevo e clima da região são bem interessantes no quesito luminosidade, amplitude térmica, chuvas moderadas, altitude e solo pobre, criando boas condições para o cultivo de uvas.


Todo o mix de condições descritas acima tem sido comumente chamadas de "terroir de inverno" atualmente, o que obriga ainda os viticultores a fazer a inversão de ciclo das parreiras (em relação ao hemisfério norte) e a utilização da dupla poda das plantas. E para tal a Villa Santa Maria, detentora dos rótulos Brandina Vinhos, conta ainda com a consultoria de Murilo Albuquerque, um dos grandes especialistas nestas técnicas em nosso país.


O projeto Villa Santa Maria, ainda em fase de expansão, tem atualmente as uvas colhidas e enviadas para a EPAMIG, em Minas Gerais, onde passam pelos processos de fermentação, envelhecimento e engarrafamento, antes de estarem disponíveis para a venda. O mais legal disso tudo é que a esposa do Mário, Célia Carbonari, é a arquiteta responsável por todo o projeto da vinícola. Atualmente está em fase final de construção uma grande cave subterrânea e num futuro próximo, um local para produção local também está nos planos.


A propriedade conta ainda com diversos atrativos que complementam ainda mais a visita: trilhas, cachoeiras, bosques para piquenique, quadra de bocha, loja de vinhos e quitutes da região além de uma Bruschetteria, espaço gastronômico da propriedade. O restaurante chama-se Bruschetteria da Villa e está a cargo do chef Guilherme Pazzianotto.


Eu confesso que sempre fui muito cético com vinhos nacionais, embora tenho visto uma boa evolução nos últimos anos, principalmente no tocante ao uso do termo terroir único e coisas correlatas. Afinal, mundo a fora, o termo terroir é empregado a locais "seculares" e que possuem toda uma cultura ancestral quando falamos de cultivo de uvas e produção de vinhos, coisa que o Brasil ainda não tem a curto e médio prazo. De qualquer forma, a descoberta de novas regiões produtoras de vinho de qualidade aqui no Brasil tem despertado atenção e portanto eu, como apreciador da bebida de Bacco, sempre tento conhecer mais sobre o assunto. O grande questionamento que eu deixo aqui é que, dadas todas as variáveis envolvidas no processo produtivo e de vendas de vinho (como a de taxação e impostos, a mais sensível no mercado nacional), o preço aplicado aos vinhos nacionais não me parecem compatíveis com o que o mercado consumidor está disposto a pagar, nem tem condições para tal. Gostaria de saber a opinião de vocês. 


Sobre os vinhos, farei um post específico para eles logo menos.

Até o próximo!

Monday, February 26, 2018

Ravin e Pasquale montam loja de vinho e restaurante

Recebi esta notícia a pouco, embora tenha visto algumas fotos e acompanhado algum barulho sobre, e fiquei muito feliz e vim logo divulga-la aqui no blog para vocês, prezados leitores. A importadora Ravin, do empresário Rogério D’avila, abriu nos Jardins um misto de loja e osteria que oferece 4.000 garrafas de vinho de 11 diferentes países e também serve pratos rápidos da premiada e tradicional cantina Pasquale. Eu que já tive o prazer de comer na Pasquale Cantina em uma outra oportunidade fiquei empolgado pois o casamento com a Ravin, que possui um portfolio muito interessante de vinhos (que variam de R$25 a R$ 3.000), já era um trunfo da casa na zona Oeste.


Situada no número 498 da rua Melo Alves, a Ravin Vinho & Pasta foi inspirada em uma rede italiana. O pequeno ambiente – apenas 30 lugares – é aconchegante e, ao mesmo tempo, despojado e elegante. Nas estantes, 450 rótulos, para todos os gostos e bolsos, ficam expostos no salão com os respectivos preços. As garrafas custam entre R$25 e R$ 3.000, e são vendidas pelo preço da importadora.

Não há carta de vinhos. O cliente escolhe a faixa de preço e o resto fica por conta do experiente sommelier Paulo Trondoli, que mostra as opções disponíveis. Há desde vinhos mais acessíveis como Viña Maipo e Palo Alto até marcas como Sassicaia e Renato Ratti. Além de degustar durante a refeição, é possível comprar vinhos para apreciar em casa.

O cardápio, enxuto, oferece cinco opções de entrada – entre elas a Burrata com Piselli, feita com creme de ervilhas e azeite trufado – e seis pratos, como Spaghetti Carbonara e Penne Caprese, além de duas sobremesas: Tiramissu e Pana Cotta. Os pratos, que vêm da Cantina Pasquale e são finalizados ali, são servidos em menos de dez minutos após o pedido. Para beber, além dos vinhos, há dois tipos de cerveja, suco de uva orgânico e água com e sem gás.

Rogério D’avila fornece vinhos à cantina Pasquale, do restauranteur Pasquale Nigro, há 10 anos, por meio da importadora Ravin. Os dois são amigos. Agora, com a Ravin Vinho & Pasta, acontece o inverso: Pasquale Nigro fornece os saborosos pratos de sua cantina à loja de D’avila.

Ravin Vinho & Pasta
Rua Melo Alves, 498, Cerqueira César
Funcionamento
Loja – De segunda a sábado, das 10h às 23h e domingos, das 12h às 16h00
Restaurante – De segunda a sexta, das 12h às 15h00, sábado das 12h às 16h00 e 19h às 23:30. Domingos, das 12h às 16h00

Eu já estou planejando uma visita, e assim que o fizer, revivirei este post com minha opinião sobre a nova casa. E você, prezado leitor, já visitou ou tem vontade de fazê-lo? Deixe nos comentários sua experiência ou expectativa, divida conosco!

Até o próximo!

Monday, December 4, 2017

Guaspari Viognier Vista do Bosque 2015

Uma família de origem ligada ao campo, com espírito inovador e empreendedor, chega em 2001 a uma região tradicionalmente cafeeira e identifica condições muito favoráveis à viticultura. Era o começo do sonho que se transformaria na Vinícola Guaspari. As terras altas de Espírito Santo do Pinhal se tornaram sinônimo da convivência em família e do prazer de estar junto. A paixão pelo vinho e o desejo de retribuir à região toda a alegria proporcionada foram acentuados por uma rica e curiosa combinação de fatores: a semelhança da paisagem da fazenda com a da Toscana, a origem italiana da maioria da população local e da família, o terreno granítico, a oportunidade de adquirir videiras de uma estação experimental e o desenvolvimento de uma nova tecnologia por um pesquisador brasileiro radicado em Bordeaux. Em 2006, foram plantadas as primeiras videiras, que ocuparam seis hectares. Eram mudas de diversas variedades francesas, escolhidas em virtude das características do terroir da região. Dois anos após o primeiro plantio, a vinícola foi construída. Tendo nascido em uma antiga tulha de café, com projeto que preservou o estilo arquitetônico das antigas fazendas da região, integrou-se à cultura e à estética locais. O primeiro vinho foi produzido em 2008, de maneira artesanal. Foram apenas 30 garrafas, que reforçaram o potencial do projeto. A partir desse momento, não se mediram esforços para trazer para a Guaspari o que havia de melhor no mercado mundial. Gradualmente a área de plantio de parreirais veio sendo ampliada. Hoje são 50 hectares de vinhedos próprios a partir dos quais todo o vinho é produzido.


Sobre o Guaspari Viognier Vista do Bosque 2015 podemos ainda afirmar que é um vinho feito a partir uvas Viognier advindas do vinhedo Vista do Bosque, com estágio de 10 meses em barris de carvalho francês de 300 e 600 litros. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração amarelo palha com reflexos dourados, muito brilhante e limpidez.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutas tropicais, flores brancas, fósforo com leve toque de especiarias.

Na boca o vinho se mostrou ao mesmo tempo muito fresco e untuoso, com o retrogosto confirmando o que achamos no olfato. O final era de longa duração.

Vou ser sincero, provei alguns dos vinhos desta vinícola e este pra mim, é de longe o melhor deles. É típico, entrega o que promete e apesar do preço um pouco salgado, foi o que mais prazer me trouxe. Eu recomendo e muito a prova.

Até o próximo.

Tuesday, November 14, 2017

Guaspari Cabernet Sauvignon Cabernet Franc Vista da Mata 2014

Uma família de origem ligada ao campo, com espírito inovador e empreendedor, chega em 2001 a uma região tradicionalmente cafeeira e identifica condições muito favoráveis à viticultura. Era o começo do sonho que se transformaria na Vinícola Guaspari. As terras altas de Espírito Santo do Pinhal se tornaram sinônimo da convivência em família e do prazer de estar junto. A paixão pelo vinho e o desejo de retribuir à região toda a alegria proporcionada foram acentuados por uma rica e curiosa combinação de fatores: a semelhança da paisagem da fazenda com a da Toscana, a origem italiana da maioria da população local e da família, o terreno granítico, a oportunidade de adquirir videiras de uma estação experimental e o desenvolvimento de uma nova tecnologia por um pesquisador brasileiro radicado em Bordeaux. Em 2006, foram plantadas as primeiras videiras, que ocuparam seis hectares. Eram mudas de diversas variedades francesas, escolhidas em virtude das características do terroir da região. Dois anos após o primeiro plantio, a vinícola foi construída. Tendo nascido em uma antiga tulha de café, com projeto que preservou o estilo arquitetônico das antigas fazendas da região, integrou-se à cultura e à estética locais. O primeiro vinho foi produzido em 2008, de maneira artesanal. Foram apenas 30 garrafas, que reforçaram o potencial do projeto. A partir desse momento, não se mediram esforços para trazer para a Guaspari o que havia de melhor no mercado mundial. Gradualmente a área de plantio de parreirais veio sendo ampliada. Hoje são 50 hectares de vinhedos próprios a partir dos quais todo o vinho é produzido.


Sobre o Guaspari Cabernet Sauvignon Cabernet Franc Vista da Mata 2014 podemos ainda afirmar que é um vinho feito a partir das castas Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon colhidas manualmente. O vinho estagiou por 19 meses em barricas de carvalho francês para amadurecimento e após engarrafado, descansou por mais 12 meses na garrafa apara envelhecimento antes de ser liberada ao mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração violácea de grande intensidade com bom brilho e limpidez. Lágrimas mais grossas, lentas e coloridas também se faziam presentes.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos, cacau, especiarias, flores e leve toque herbáceo.

Na boca o vinho se mostrou encorpado com taninos redondos e uma boa acidez. O retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Mais um bom vinho que provamos por aqui da vinícola e que tende a agradar os paladares dos brasileiros em geral. Minha única ressalva é o preço, salgado, na minha humilde opinião. De qualquer forma, vale a prova. Eu recomendo.

Até o próximo!

Wednesday, September 27, 2017

Enobrasil 2017: O vinho nacional que surpreende

Como eu já disse a alguns posts atrás, o mercado de vinhos nacionais tem evoluído com uma velocidade muito interessante, transformando regiões até então impensáveis em produtores de vinho. Reforçando o que eu disse por lá, deixemos de lado ainda o termo terroir, empregado a locais "seculares" e que possuem toda uma cultura ancestral quando falamos de cultivo de uvas e produção de vinhos, coisa que o Brasil ainda não tem a curto e médio prazo. E não existe uma maneira melhor de ter contato com este "novo" mercado nacional de vinhos do que um evento como o Enobrasil 2017 que ocorreu no último mês de agosto e que tive a oportunidade de visitar.

A sommelière Mikaela Paim que dentre outras atividades, é sommelière desde 2007, Presidente da Confraria Vinhos do Brasil, colaboradora da Osteria Generale há 15 anos e ainda trabalha com consultorias e Eventos Enogastronômicos além de guiar grupos de viagens enoturísticas com a Agência Stell Tour Turismo, acerta novamente em trazer a um mesmo espaço produtores nacionais de vinhos, queijos, azeites e outros alimentos/bebidas que vem surgindo por todos os cantos do nosso país. Para se ter como base, tivemos vinhos que vinham do Sul (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), Nordeste (Pernambuco), Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e por ai vai. E esse foi o mote do evento: a diversidade de produtos e regiões que o país produz e que ainda não temos acesso.


Mantendo o padrão que tenho aplicado por aqui, pretendo apontar vinhos e vinícolas que mais me surpreenderam durante o evento (afinal, somos um blog de vinhos). O maior exemplo que tive neste evento foi uma pequena vinícola do interior de São Paulo (mais especificamente de Amparo), a Vinícola Terrassos. O surgimento deste empreendimento em solos paulistas se deu em 2003 com o início da plantação das vinhas (cerca de 20 variedades viníferas foram testadas) e as primeiras garrafas começaram a sair em 2010. Existe ainda o curioso uso da casta Máximo, desenvolvida em solos paulistas pelo cruzamento de uvas Seibel 11342 e Syrah. O vinho apresentado, um blend de Syrah e Máximo, se mostrou rústico e instigante, com aromas de frutos vermelhos e especiarias, além de um certo toque terroso. Em boca corpo médio e taninos marcados. Pareceu bem gastronômico. 


Outro destaque positivo vem do nordeste com a Vinícola Rio Sol e o seu Rio Sal Gran Reserva Alicante Bouschet (não poderia ser diferente, afinal a empresa pertence a Global Wines, com sede na região do Dão, em Portugal, e usar uma casta portuguesa faz sentido aqui, dadas as devidas ponderações). O vinho resultante é de médio corpo, boa acidez e taninos macios. Aromas de frutos vermelhos, especiarias, flores, chocolate e algo de tabaco. Tende a agradar paladares diversos.


Por fim, do Rio Grande do Sul (Campanha Gaúcha) vem o Cordilheira de Sant'Ana Tannat 2005. A vinícola homônima (Cordilheira de Sant'Ana) está localizada numa mesma latitude de grande áreas vinícolas de nossos hermanos mais reconhecidos mundialmente, o que já dá uma dica de que coisas boas podem vir daqui. Foi fundada em 1999 e os proprietários são o casal de enólogos Rosana Wagner e Gladistão Omizzolo. O vinho é muito escuro e denso, mesmo com tanto tempo em garrafa. Trouxe aromas de frutos escuros em compota, especiarias, flores, cacau e toques de minerais e animais. Em boca é encorpado com taninos domados e acidez na medida. Evoluído e elegante, um vinho que empolga.

E como era de se esperar, o Enobrasil 2017 cumpriu seu papel de forma magistral, apresentando o consumidor brasileiro aos produtos disponíveis em seu próprio país e que devem ser consumidos por aqui. Incrível é quebrar paradigmas e verificar que o Brasil pode sim fazer bons vinhos, em diversas regiões do país, e que pode sim competir com alguns de nossos vizinhos. O evento tende a crescer de tamanho e "conteúdo" já para o próximo ano, segundo a Mikaela. É o que nós esperamos. Vale a pena esperar até lá.

Até o próximo!

Monday, September 18, 2017

Visitando a Vinícola Guaspari em SP

Eu confesso que sempre fui muito cético com vinhos nacionais, embora tenho visto uma boa evolução nos últimos anos, principalmente no tocante ao uso do termo terroir único e coisas correlatas. Afinal, mundo a fora, o termo terroir é empregado a locais "seculares" e que possuem toda uma cultura ancestral quando falamos de cultivo de uvas e produção de vinhos, coisa que o Brasil ainda não tem a curto e médio prazo. De qualquer forma, a descoberta de novas regiões produtoras de vinho de qualidade aqui no Brasil tem despertado atenção e portanto eu, como apreciador da bebida de Bacco, quis conhecer mais sobre o assunto. E em mais um "capítulo" da viagem enoturística adquirida junto a Stelltour Viagens, uma agência de viagens que tem como mote viagens com destinos relacionados ao vinho, fomos brindados com a visita a uma das vinícolas que muito tem se falado aqui no Brasil e também em alguns lugares do mundo, a Vinícola Guaspari.



A menos de 200 km de São Paulo encontramos a cidade de Espírito Santo do Pinhal, que possui aproximadamente 50.000 habitantes, onde está localizada a Vinícola Guaspari, uma das mais belas e premiadas vinícolas nacionais. O início da vinícola se deu em 2001, pelo menos conceitualmente, com a chegada de uma família muito ligada ao campo a esta região tradicionalmente cafeeira e identifica condições muito favoráveis à viticultura e depois fisicamente falando, com a aquisição de uma antiga propriedade, já em 2002. A altitude, clima seco, amplitude térmica elevada principalmente na época da colheita e demais característica do local foram o chamariz.




Na companhia de uma enólogo da casa, o passeio se inicia em frente a um imponente logo da empresa e segue até os vinhedos, que aprendemos mais tarde terem sido plantados em meados de 2006 com algumas mudas importadas da França, e que para obter-se o vinho ali, o sistema de dupla poda foi empregado, criando o que chamamos de "colheita de inverno". O termo "terroir de inverno" surge novamente. Aqui descobrimos que cerca de 80 ha da propriedade estão cobertas com vinhas, dentre as quais encontramos Sauvignon Blanc, Syrah, Cabernet Franc e Sauvignon, entre outras. Continuamos então a visita ao restante da vinícola, do recebimento das uvas a parte produtiva, tanques, engarrafamento, caves de envelhecimento em barricas e em garrafa até o derradeiro final na sala de degustação. Tudo com muita tecnologia empregada, afinal o investimento feito ali passa da casa do milhão de reais. Além disso, descobrimos também que a vinícola conta ainda com o enólogo-residente chileno Cristian Sepúlveda e consultoria do americano Gustavo González, que são quem assinam os rótulos. Além do visual acachapante da vinícola e da região, a hora mais esperada é a da degustação, e como de praxe por aqui, iremos destacar dois vinhos para vosso deleite.


O primeiro vinho a destacarmos aqui é o Sauvignon Blanc Vale da Pedra 2015, um vinho que apesar de ser feito com uvas 100% Sauvignon Blanc, passa por um "blend" onde parte da fermentação foi realizada em tanques de inox e tanques de concreto em formato de ovo de concreto (tecnologia que proporciona a micro-oxigenação e uma fermentação mais delicada) e a a outra parte do vinho estagiou em barrica de carvalho francês de 600 litros. Após 12 meses, fez-se uma assemblage do tanque com a barrica. Como resultado temos um vinho de coloração amarelo palha bem clarinha com alguns reflexos dourados. No nariz aromas de frutos cítricos e tropicais, aspargos e uma leve lembrança floral. Na boca apresentou corpo leve para médio, acidez na medida e retrogosto marcado pelo cítrico, mas que confirma o olfato. Um bom vinho, mais equilibrado que muitos chilenos disponíveis por aqui. 


O segundo vinho foi o Syrah Vista da Serra 2014, considerado um dos ícones da vinícola. Como o próprio nome já diz, o vinho é feito com uvas 100% Syrah da parcela que dá nome ao vinho, "Vista da Serra", com amadurecimento de 20 meses em barricas de carvalho francês. Como resultado, observamos um vinho de coloração violácea profunda, escura, com algum brilho e limpidez. No nariz o vinho apresentou aromas de frutos negros em compota, especiarias, chocolate e algo que lembrava eucalipto. Em boca o vinho se mostrou encorpado com boa acidez e taninos redondos. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e saboroso. Excelente vinho, bate de frente com a maioria de seus "concorrentes" chilenos e argentinos.



Incrível é quebrar paradigmas e verificar que o Brasil pode sim fazer bons vinhos, em diversas regiões do país, e que pode sim competir com alguns de nossos vizinhos. Tudo isso numa paisagem incrível e com muita organização, investimento e coisa e tal. O grande questionamento que eu deixo aqui é que, dadas todas as variáveis envolvidas no processo produtivo e de vendas de vinho (como a de taxação e impostos, a mais sensível no mercado nacional), o preço aplicado aos vinhos nacionais não me parecem compatíveis com o que o mercado consumidor está disposto a pagar, nem tem condições para tal. Gostaria de saber a opinião de vocês.

Conforme eu havia dito anteriormente, esta visita foi parte de um pacote de viagem enoturística preparada e apresentada pela Stelltour Viagens, uma agência de viagens que tem como mote viagens com destinos relacionados ao vinho. Atualmente a agência tem criado pacotes relacionados ao mundo do vinho no Brasil em conjunto com a sommeliére Mikaela Paim, que dentre outras atividades, podemos citar que é sommelière desde 2007, Presidente da Confraria Vinhos do Brasil, colaboradora da Osteria Generale há 15 anos e ainda trabalha com consultorias e Eventos Enogastronômicos. Eu recomendo tanto a visita como os pacotes de viagens da agência.

Até o próximo!

Tuesday, July 25, 2017

Divulgação: Eventos de Vinho pelo Brasil

Confesso que tenho ficado bem contente com o aumento do número de eventos relacionados ao vinho que vem se espalhando por todo o Brasil, mostrando que este mercado ao que tudo indica tem evoluído e crescido por aqui. Abaixo seguem apenas alguns que devem acontecer nos próximos dias:


4ª International Wine Show: Um dos principais eventos do segmento na capital paulista, a “4ª International Wine Show” será realizada no dia 29 de julho (sábado), das 16h00 às 21h00, no Centro de Convenções Frei Caneca, reunindo cerca de 240 rótulos premiados nacionais e internacionais, de mais de 40 importadoras e vinícolas: Adega Alentejana, Barrinhas, Bodega, Bruck, Calix, Cantu, Casa Flora, Casa Perini, Casa Valduga, Caves Santa Cruz, Chandon, Decanter, Devinum, Don Bonifácio, Epice, Galeria do Vinho, Inovini, Interfood, Itália Mais, KMM, La Charbonnade, La Pastina, Lidio Carraro, Lusovini, Miolo, Mistral, Mr. T, Obra Prima Orion, Portus, Premium Drink, Qualimpor, RGB Importadora, Santar, Sogrape, Terra Vinis, TW Vinhos, VCT, Vinci, Vinícola Aurora, Wine Brands, World Wine, Zahil e Vina Carmen;
Serviço:
“International Wine Show 2017”
Data: 29 de julho de 2017 (sábado)
Horário: das 16 às 21 horas
Valor do Convite: R$ 99,00
Compras pelo Ingresso Rápido ou no Empório Frei Caneca 
Local: Centro de Convenções Frei Caneca – 4º Andar
Rua Frei Caneca, 569 – Consolação - São Paulo SP
apenas para maiores de 18 anos


6º Curitiba Expovinhos 2017: Os apreciadores dos bons vinhos já têm encontro marcado em Curitiba. De 11 a 12 de agosto acontece a 6ª edição da Curitiba Expovinhos, um evento que apresentará mais de 500 rótulos de vinhos de 15 países, no setor de orgânicos do Mercado Municipal de Curitiba. O evento, realizado pela Associação dos Comerciantes do Mercado Municipal (Acesme), Mercado Municipal de Curitiba e Prefeitura de Curitiba, deverá reunir aproximadamente 1.000 pessoas nos dois dias de degustação, com diversos expositores oferecendo vinhos aos participantes no local. O evento vai reunir profissionais da área e apreciadores, para conhecer melhor grandes vinhos de diversos países. O formato será o de Wine Show, no qual os expositores apresentam seus produtos para a degustação, em contato direto com os visitantes. As edições anteriores foram um sucesso e este ano a organização espera passar de 1.000 participantes por dia. Será a maior feira do segmento além de ser a única na cidade. Nos rótulos, teremos marcas nacionais e internacionais, com vinhos de diferentes procedências, dos novos aos tradicionais, de diferentes países, para todos os bolsos. Serão mais de 20 expositores das maiores vinícolas do mundo apresentando vinhos de todos os continentes. 
Serviço
6º Curitiba Expovinhos 2017 Data: 11 e 12 de agosto, sexta e sábado Horário: das 16h às 21 (sexta) e das 12h às 18h (sábado) Local: Mercado Municipal de Curitiba End: Rua da Paz, 608 (Setor de Orgânicos) Informações: (41) 3363-3764;


5ª edição do Rio Wine and Food Festival (RWFF): Promovido e idealizado pelo Grupo Baco, o Festival de Vinho e Gastronomia do Rio de Janeiro – o RWFF - é hoje uma das maiores e mais prestigiadas iniciativas envolvendo o mundo do vinho, gastronomia e cultura existente no Brasil, sendo referência também fora do país. Seu formato inovador e democrático, envolve toda cidade e diferentes públicos, movimentando este segmento e impactando positivamente o consumidor final. Para esta quinta edição, uma novidade: o Rio Wine and Food Festival recebeu recentemente o certificado de “Relevância para o Turismo” da Secretaria do Estado de Turismo. Acessando o site do evento, www.riowineandfoodfestival.com.br, é possível checar a programação e clicar no botão que redireciona para o ingressocerto.com.
Serviço
Evento: 5º Rio Wine and Food Festival
Data: de 21 a 27 de agosto de 2017 (pré-abertura dia 19 de agosto)
Local: Rio de Janeiro (vários espaços da cidade)
Programação completa: www.riowineandfoodfestival.com.br
Inscrições e compra de ingressos: ingressocerto.com
Informações para público: contato@riowineandfoodfestival.com.br

Até o próximo!

Tuesday, April 4, 2017

Guaspari Syrah Vista do Chá 2014

O vinho de hoje já despertava minha curiosidade a algum tempo mas, por uma série de motivos que não vem ao caso agora, eu ainda não tinha conseguido a oportunidade de prova-lo. Até agora. A segunda parte da nossa incursão na uva Syrah nos leva ao estado de São Paulo (quem diria) com o Guaspari Syrah Vista do Chá 2014. Vamos ver o que este vinho nos reserva? Mas antes, um pouco de história, diretamente do site do produtor.


Uma família de origem ligada ao campo, com espírito inovador e empreendedor, chega em 2001 a uma região tradicionalmente cafeeira e identifica condições muito favoráveis à viticultura. Era o começo do sonho que se transformaria na Vinícola Guaspari. As terras altas de Espírito Santo do Pinhal se tornaram sinônimo da convivência em família e do prazer de estar junto. A paixão pelo vinho e o desejo de retribuir à região toda a alegria proporcionada foram acentuados por uma rica e curiosa combinação de fatores: a semelhança da paisagem da fazenda com a da Toscana, a origem italiana da maioria da população local e da família, o terreno granítico, a oportunidade de adquirir videiras de uma estação experimental e o desenvolvimento de uma nova tecnologia por um pesquisador brasileiro radicado em Bordeaux. Em 2006, foram plantadas as primeiras videiras, que ocuparam seis hectares. Eram mudas de diversas variedades francesas, escolhidas em virtude das características do terroir da região. Dois anos após o primeiro plantio, a vinícola foi construída. Tendo nascido em uma antiga tulha de café, com projeto que preservou o estilo arquitetônico das antigas fazendas da região, integrou-se à cultura e à estética locais. O primeiro vinho foi produzido em 2008, de maneira artesanal. Foram apenas 30 garrafas, que reforçaram o potencial do projeto. A partir desse momento, não se mediram esforços para trazer para a Guaspari o que havia de melhor no mercado mundial. Gradualmente a área de plantio de parreirais veio sendo ampliada. Hoje são 50 hectares de vinhedos próprios a partir dos quais todo o vinho é produzido.

Já sobre o Guaspari Syrah Vista do Chá 2014, podemos ainda acrescentar que é um vinho feito 100% com uvas Syrah de vinhedos próprios da região de Espirito Santo do Pinhal e que passa por envelhecimento por 24 meses em barricas de carvalho francês. Sem mais delongas, vamos as impressões.

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea profunda, escura mas brilhante e límpida. Lágrimas finas, rápidas e coloridas também se faziam notar.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros bem maduros, especiarias (principalmente as picantes), flores, cacau e chocolate. Ao fundo da taça ainda foi possível sentir leve tostado. 

Na boca o vinho apresentou corpo médio, muita suculência e taninos redondos. O retrogosto confirmou o olfato e o final era longo e bem saboroso.

Um bela e grata surpresa em se tratando de vinho brasileiro que pode ser comparado a alguns bons vinhos da mesma casta produzidos mundo a fora. Ainda questiono um pouco o preço mas, vale e muito a prova.

Até o próximo!

Thursday, December 22, 2016

Café Journal & Torrevento Bolonero Castel del Monte 2014

Um dia desses que já ficou pra trás neste apressadinho ano que se esvai, tive a oportunidade de revisitar um local que a muito tempo não o fazia e que para corroborar com minha última visita, continua num nível de excelência gastronômica muito alta. Estou falando do Café Journal, na Zona Sul de São Paulo.

Parafraseando um post meu anterior, posso dizer que a casa consegue aliar com maestria um ambiente rústico e requintado ao mesmo tempo. Detalhes como tijolos a vista, antiguidades, obras de arte e cada mesa com sua vela fazem do local muito aconchegante e ideal para uma visita a dois. Embora se intitulem como um restaurante de gastronomia paulistana, entendo que a influência italiana é grande na escolha dos pratos, com massas e cortes de carne bem interessantes. Conta também com uma invejável carta de vinhos, que pode ser consultada em um Ipad além de uma enomatic, máquina onde você pode provar mais de um tipo de vinho, devidamente preservado a vácuo, e em porções menores, mantendo sempre sua qualidade. Uma coisa interessante de se notar é que, muito da qualidade do atendimento e do que lá é servido tem o dedo do proprietário, Denis Rezende, que está sempre por lá supervisionando sua turma.

No quadro de cima o Ossobuco, abaixo o bife ancho.

Sapeando o cardápio, não tive dúvidas do meu prato: Ossobuco de Angus com Polenta Cremosa, preparado sob lenta cocção e a baixas temperaturas, resultando em uma carne extremamente suculenta, soltando do osso e de sabor inigualável. Isso sem falar do tutano que preenche o centro do osso, uma iguaria rica em sabor e textura. Detalhe para o charme da panelinha onde a polenta é servida. Já minha esposa escolheu o Bife Ancho com arroz Biro Biro, também feito a partir de um corte de carne Angus servido com com molho chimichurri e Arroz Biro Biro com coco. O casamento do corte da carne com o molho tipicamente argentino é especial e o coco dá uma crocância a mais para o arroz.


O vinho escolhido para a hercúlea tarefa de acompanhar esta incrível refeição foi o Torrevento Bolonero Castel del Monte 2014, um vinho proveniente da região da Puglia, na Itália. A vínicola Torrevento está situada na zona mais dura e selvagem da região, no noroeste de Murgia, aos pés do imponente Castel del Monte, construção fortificada que servira de defesa para a propriedade em tempo ancestrais. Esta zona é chamada Torre do Vento (Torre del Vento, ou Torrevento numa contração), onde um antigo mosteiro do século XVIII, cercado por 400 hectares de terra, acolhe o coração da fazenda desde 1948. Falando sobre o Torrevento Bolonero Castel del Monte 2014 em si, o vinho é um blend das uvas Nero di Troia e Aglianico, sem passagem por madeira, somente um período em tanques de aço inox. Resulta em um vinho de coloração rubi violácea de média intensidade com bom brilho e limpidez. Nos aromas o vinho surpreende, contrastando sua simplicidade com certa complexidade, variando de frutos vermelhos para especiarias, folhas de ervas e chá e algo de defumado. Na boca tende a ficar entre um corpo médio e encorpado, com ótima acidez e taninos aveludados. O retrogosto confirmou o olfato e o final era de média para longa duração. Entendo que foi uma boa escolha levando-se em conta os pratos escolhidos.

Uma bela refeição e um belo vinho italiano para fechar um passeio romântico de maneira magistral. Eu recomendo a prova, do restaurante e do vinho. Quem ainda não foi, deve ir. Penso que não se arrependerá. Esta minha visita só veio a corroborar com a visão da qualidade gastronômica e atendimento especial que eu já possuía do local. Aproveite sem moderação. Não é barato, mas vale o quanto cobra.

Até o próximo!

Wednesday, April 20, 2016

Divulgação: 4 º Malbec World Day - São Paulo

Em todo o mundo, abril é o mês do Malbec. E novamente, a Wines of Argentina, entidade responsável pelo posicionamento do vinho argentino no mundo, celebrará, junto ao Ministério de Relações Exteriores e Culto da Nação e à Corporação Vitivinícola Argentina, o Malbec World Day!


Durante o mês de abril, mais de 70 cidades de 54 países do mundo - de Nova York a Hong Kong - fazem grandes festas para degustação de vinhos argentinos desta uva. E São Paulo não poderia ficar de fora dessa! A cada edição, um tema serve de inspiração para a elaboração das comemorações. Em 2015, a magia do cinema foi premiada, e 2016 traz a contemporânea gastronomia de rua como temática para o grande dia. São Paulo tem sua quarta versão do Malbec World Day, que será realizada exclusivamente no dia 28 de Abril em um espaço inédito: o Vila Butantan, espaço de convivência para compras, lazer e gastronomia.

Estarão disponíveis rótulos consagrados de mais de 20 produtores, além de seus lançamentos, para brindar esse evento anual e concorrido, o Malbec World Day. O público, altamente selecionado, entre imprensa, gourmets, fãs de vinho e curiosos, o evento contará com food trucks que venderão 4 estilos diferentes de comidas para harmonizar com os diversos estilos de vinho que cada vinícola oferecerá. Cada stand oferecerá 4 categorias de vinhos: Malbecs Jovens, Malbecs Concentrados, Blends de Malbecs, e uma alternativa de brancos, rosados e/ou espumantes. O público terá a possibilidade de participar de bate-papos de 20 minutos de duração, nos quais obterão conselhos práticos e recomendações para harmonizar o Malbec com as propostas gastronômicas dos food trucks no evento.

Uma seleção de food trucks participa do evento com sugestões que vão do burger até criações das cozinhas de várias nacionalidades. Algumas em extrema harmonia com os Malbec! Além disso, DJs de lounge music e atrações performáticas dão um charme extra para a nossa noite gourmet.

Data: Dia 28 de abril / das 18h às 23h

Local: Rua Lemos Monteiro, 170

O ingresso custa R$ 150,00, é individual e dá direito à livre degustação dos vinhos. O valor de R$ 40,00 será revertido em fichas para consumo nos food trucks e entregues ao público na entrada do evento.

Tuesday, April 5, 2016

Pasquale Cantina & Montessu IGT: A Itália em sua melhor forma!

Um passeio em família que culmina com um belo almoço, merece sempre o bom e o melhor. E, imbuído desta missão, procurei um lugar que apresentasse um comida que nos confortasse, um ambiente que nos acolhesse e que coubesse no bolso. Foi ai que descobri a Pasquale Cantina, no coração do bairro boêmio da Vila Madalena, zona Oeste de São Paulo. Afinal era por ali que aproveitávamos que era feriado e a cidade estava mais vazia e menos tumultuada para fazer um pouco de turismo em São Paulo.

A Pasquale Cantina é um dos restaurantes em São Paulo certificados pelo "Ospitalità Italiana", cujo objetivo é avaliar a hospitalidade e a tradição italiana, sendo que os requisitos para a certificação englobam desde a presença de, ao menos, um funcionário fluente em italiano até a proposta gastronômica, que deve conter pratos e vinhos da tradição do país e serem elaborados com produtos comprovadamente de origem italiana. E isso não é difícil para o Sr. Pasquale Nigro, dono do lugar, e sua origem lá na Puglia. Tendo suas portas abertas em 2001, a cantina se viu obrigada a diversas expansões ao longo do tempo, dada a fama que se abateu por lá. Entretanto, conseguiu ao longo destas mudanças, manter as tradições e o bom atendimento do passado, aliado a um ambiente rústico e sem formalidades. O único por menor é que como existem ambiente abertos, não existe ar condicionado e em dias mais quentes, pode ser um problema. Existe ainda por lá uma bela seleção de antepastos e entradinhas caseiras que valem conhecer. Além disso, o lugar funciona também como um empório, onde você pode comprar massas frescas, molhos prontos, antepastos, vinhos e acessórios.


Os pratos que pedimos estavam dentro de uma seleção "mais vendidos" do cardápio, e não decepcionaram. Eu optei pelo famoso Pene à “Pérola Negra” (molho a base de tomate picado, mozarella de búfala, alho, azeitonas pretas, pancetta, manjericão e pecorino romano), simplesmente perfeito, rústico nos sabores, que eram harmônicos entre si e com a massa al dente, exatamente como eu gosto. Já minha esposa foi no tradicional “Spaghetti à Carbonara” que também não decepciona e você pode ainda, alternar entre a pancetta e o bacon para compor seu molho. Por fim, minha filha foi de Orecchiette à Caprese, com bastante mozarella de búfala, manjericão e tomate cereja numa massa que parecem pequenas conchinhas, cozidas a perfeição.


Uma refeição destas não poderia deixar de contar com um belo vinho para acompanhar. E a escolha recaiu sobre o Montessu IGT 2010. Este vinho é produzido pela Agricola Punica, uma joint venture entre Sebastiano Rosa, o homem por trás do vinho Sassicaia, a Cantina de Santadi, a Tenuta San Guido, Antonello Pilloni presidente da Santadi e do lendário enólogo Giacomo Tachis. Em 2002, a Agricola Punica comprou uma terra de 170 hectares dividida em duas propriedades: Barrua e Narcao, situadas na zona sudoeste da Sardenha, em uma área conhecia como "Sulcis Meridionale". As vinhas situadas em Barrua e Narcao caracterizam-se por 15 hectares de Carignano, plantados em 1990 e 50 hectares de novas plantações de Carignano, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot. Os solos são muito profundos e rochosos, com uma boa parcela de argila. A Agricola Punica produz dois vinhos com base na uva Carignano, Barrua e Montessu ambos IGT Isola dei Nuragui, nome que remete às torres antigas de pedra construídas por nuraghes que habitaram esta ilha do período neolítico até 238 AC, quando a Sardenha passou a fazer parte do Império Romano.

Sobre o Montessu IGT 2010, podemos ainda acrescentar que é um vinho feito a partir de uvas Carignano, Syrah, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot. Passa ainda por amadurecimento e envelhecimento em barricas de carvalho francês durante 15 meses. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi de média para grande intensidade com ligeiro halo granada nas bordas. Algum brilho, boa limpidez e lágrimas finas, rápidas e sem cor.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos negros, café com leite, alcaçuz, especiarias, chá preto e algo mentolado também.

Na boca o vinho era encorpado, taninos marcados, rústicos mas de boa qualidade e uma gulosa acidez. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e marcante. 

Uma bela refeição e um belo vinho italiano para fechar um passeio em família de maneira magistral. Eu recomendo a prova, da cantina e do vinho. Quem ainda não foi, deve ir . Penso que não se arrependerá.

Até o próximo!

Monday, March 21, 2016

Tenute Giucciardini Strozzi:Os vinhos da realeza italiana em São Paulo

Eu tomei um cuidado muito grande ao escrever sobre estes vinhos, afinal de contas, não é sempre que falamos sobre os vinhos da realeza não é mesmo? As princesas Irina e Natalia Strozzi Guicciardini, que são a 15a geração na linha de descendência de Mona Lisa, estiveram em São Paulo na última semana e apresentaram seus vinhos milenares a imprensa e especialistas. A degustação, seguida de almoço harmonizado, aconteceu no restaurante Rubaiyat Faria Lima, com organização da importadora ItáliaMais e da CH2A Comunicação.


A Importadora Itáliamais, apesar de nova no mercado nacional (cerca de um ano), tem um braço e uma história muito ligada a Roma, onde já atua a um bom tempo. Com isso se relacionam diretamente com os produtores e garimpam verdadeiros achados. Sua filosofia é de trabalhar com o seguimento de restaurantes e lojas especializadas, não tendo venda ao consumidor final. Possuem cerca de 20 produtores em seu portfólio, grande parte da Toscana e adjacências.

Já a Tenute Giucciardini Strozzi tem mais de mil anos de existência, ao menos é o que dizem os registros históricos, remetendo ao ano de 994 como o ano de fundação da mesma. Por incrível que pareça, permanece ainda como uma propriedade familiar. Está situada em San Gimignano, uma pérola incrustada no coração da Toscana, na Itália. Seus vinhos mais famosos são a base da uva autóctone Vernaccia di San Gimignano, que tem registro de primeira produção ainda nos anos de 1200. Ainda segundo os registros, grandes nomes italianos como Michelangelo, Dante e Boccaccio foram alguns dos que provaram e aprovaram seus vinhos. Mas, afinal, quais os vinhos foram mostrados na degustação? Vamos a eles?


Cusona Brut Spumante di Vernaccia di San Gimignano: vinho espumante produzido pelo método Charmat longo (longo tempo de contato com as leveduras em tanques inox) com uvas Vernaccia di San Gimignano. Apresentou coloração amarelo palha com muito brilho, perlage fina, delicada e persistente, nariz de frutas tropicais, leveduras com final amendoado. Em boca é cremoso e fresco, fácil de beber;


Arabesque Vermentino IGT 2014: vinho branco que apesar de ser rotulado como Vermentino, tem 15% de Sauvignon Blanc na composição e sem passagem por madeira. Como resultado temos um vinho de aspecto palha com reflexos verdes, muito claro e limpido. Nariz franco e direto de frutas cítricas e muito mineral. Corpo leve, muito frescor e final agradável;


Vernaccia di San Gimigniano 1933 Cusona 2013: esse vinho branco a base da uva símbolo da vinícola (100%) pode ser considerado um degrau acima, com uvas selecionadas manualmente, cerca de um terço delas próximas do apassificamento. Tem passagem por barricas de segundo uso por cerca de 2 a 3 meses. Resulta num vinho de aspecto amarelo palha com reflexos já tendendo ao dourado, límpido e brilhante. Nariz amplo e franco de frutas, flores e leve toque apimentado. Bastante mineral, lembrando água do mar. Boca com corpo médio, muito frescor e mais mineral, quase salgado mesmo. Belo vinho;


Momi Rosso di Marema Toscana 2013: este vinho é um corte das uvas Petit Verdot, Cabernet Sauvignon, Sangiovese e Montepulciano d'Abruzzo com passagem de aproximadamente 3 meses. Um vinho de coloração violácea de média para grande intensidade com bom brilho. No nariz apresentou aromas de frutos escuros e vermelhos, especiarias com leve tostado ao fundo de taça. Na boca começa com uma ponta de álcool sobressalente, que arrefece com o tempo, taninos redondos, boa acidez e um quê mineral, num final de média duração. Foi bem com a refeição, denotando um certo carácter gastronômico;


Sòdole Rosso 2009: de longe meu preferido, este vinho é um IGT 100% Sangiovese com passagem de um ano em barricas francesas e mais um ano em garrafa antes de ser liberado ao mercado. O visual é marcado por uma coloração rubi violácea de boa intensidade com leve halo granada. O nariz apresenta frutos negros, flores, especiarias, chá preto e algo mentolado. Na boca o vinho tinha corpo médio, ótima acidez e taninos fininhos. Final longo e delicioso, um espetáculo de vinho!


Ocra Bolgheri Rosso 2014: a palavra "Ocra" tem um significado de sangue da terra segundo a língua etrusca, além é claro de remeter a cor de mesmo nome (ocre). É um vinho feito a partir de um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah com passagem de 12 meses em barricas francesas. Como resultado um vinho de aspecto violáceo de grande intensidade e com algum brilho. No nariz, aromas de frutos escuros, especiarias, toques animais e algo de floral. Em boca é encorpado, elegante, taninos firmes e boa acidez. Belo final;


Vignaré Bolgheri Superiore 2011: este vinho pode ser considerado o irmão mais velho do vinho anterior e é um corte de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot vinificado e maturado por 18 meses em barricas de carvalho francesas e novas. Como resultado temos um vinho de coloração rubi violácea de grande intensidade com algum brilho. No nariz temos frutos escuros, especiarias, leve toque mineral e algo de tostado no fundo de taça. Na boca é encorpado, taninos macios e boa acidez. Final longo;


Millanni 2007 Supertoscano: a surpresa da noite ficou por conta deste vinho que não estava previsto mas foi trazido pelas princesas. Um corte de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Merlot com 12 meses de envelhecimento em barricas francesas. Um vinho de aspecto rubi de média para grande intensidade com halo granada. No nariz apresentou aromas de frutos vermelhos, especiarias, baunilha, flores e madeira seca. Na boca era encorpado, suculento, acidez ainda muito viva e taninos domados com o tempo. Tem estrutura para evoluir mas se encontra em seu ápice. Belíssimo vinho e belíssima surpresa.


Uma belíssima e agradável tarde ao lado de boas companhias, bons vinhos e mais uma vez, show de organização da CH2A Comunicação. À importadora Itáliamais, parabéns pelos belíssimos vinhos e pela parceria. O único senão fica por conta dos preços dos vinhos, que estão um pouco acima da média quando falamos de mercado nacional. Entretanto, recomendo a prova, valem a experiência.



Até o próximo!

Thursday, February 18, 2016

Octavio Café: Ajudando você a aprender mais sobre café e vinhos!

Você, prezado leitor, que está sempre em busca de mais conhecimento neste mundo maravilhoso que é o mundo do vinho ou mesmo o mundo do café, tem um aliado de peso para facilitar esta busca, o Octavio Café, localizado no coração da avenida Faria Lima em São Paulo, considerado um templo do café e a maior cafeteria da América Latina, proporciona aos clientes uma experiência gastronômica por meio da cultura do café. O Octavio Café oferece diversos cursos na cafeteria e também em suas fazendas, a profissionais e apaixonados por café e possui três salas para reuniões e treinamentos, além dos espaços “Latte" e “Deck” para grandes eventos. 


O Octavio Café está com inscrições abertas para os cursos Coffee Lovers e Barista, que têm suas primeiras edições do ano neste mês. Indicado para todas as pessoas com interesse em aprofundar seu conhecimento sobre o mundo do café, o Coffee Lovers será realizado no dia 19 de fevereiro, sexta-feira. Os temas possibilitarão aos participantes aprender técnicas para melhorar o paladar e o olfato, identificar o melhor café na gôndola do supermercado, conhecer o processo produtivo – da semente à xícara -, degustar cafés das espécies robusta e arábica de diferentes regiões produtoras, além de conhecer variados métodos de preparo. Já o Barista tem duração de dois dias e ensina técnicas de regulagem de moinho, extração de espresso e para o preparo de bebidas à base do grão. Capacita o interessado para a profissão de barista, que ganhou força com o crescimento do consumo de cafés especiais. Será realizado nos dias 27 e 28, das 9h às 17h. A supervisão é da barista e gerente de atendimento e qualidade da casa, Tabatha Creazo. Inscrições e mais informações pelo telefone (11) 3074-0110 ou e-mail cursos@octaviocafe.com.

Além dos tradicionais cursos acima, o Octavio Café recebe, em fevereiro, o curso WSET Nível 2 em Vinhos e Destilados da Eno Cultura – escola credenciada pelo Programa de Provedor Aprovado da WSET (WSET Approved Program Provider). O curso será ministrado por Thiago Mendes, diretor da Eno Cultura, Educador Certificado pela WSET, embaixador e juiz do International Wine Challenge para Brasil e México. A Certificação de Nível 2 em vinhos e destilados aborda a característica das principais uvas e seus países e regiões de origem, além de ensinar técnicas de degustação WSET, serviço de vinho e harmonização. São degustados mais de 50 vinhos e destilados. O curso acontece de 24 a 27 de fevereiro, de quarta a sexta no período das 18h às 22h30, e no sábado das 9h às 17h. O valor do investimento é de R$ 2.950. Mais informações: info@enocultura.com.br.

Se você estava procurando obter mais conhecimento sobre estes dois temas fascinantes, café e vinho, a hora é essa. Tudo em um mesmo lugar e com profissionais conceituados.

Até o próximo!

Tuesday, January 5, 2016

Restaurante Elle 5: Experiência muito além da gastronomia!

Se você é, assim como nós aqui do blog, bom de garfo e fã de uma comida caseira, bem feita, reconfortante e a um preço razoável, não pode perder a dica de hoje. Imagine-se em sua própria sala de jantar só que sendo servido e tendo uma cozinheira de mão cheia preparando o que você vai comer. Esta é quase a premissa do que você vai encontrar ao visitar o Elle 5 e que vamos descrever para vocês nas linhas a seguir. O Elle 5 leva o conceito de "comfort food" e "slow food" ao nível máximo.

Não espere encontrar um vasto salão, muitas mesas e diversos funcionários. O Elle 5 é de longe diferente disso. Imagine um sobrado numa região que alterna entre residencial e comercial. Continue com a imagem em vossa cabeça. Suba algumas escadas e se depare com uma varanda que conta com uma mesa para 6 lugares. Entre na sala de jantar e encontre mais 3 mesas que comportam no máximo 4 pessoas. Ao fundo um lavabo e mais adiante é possível ver a cozinha. A primeira recordação que vem a cabeça é de estarmos na sala de jantar de casa. E é assim que somos recebidos pela Dona Bárbara, proprietária, garçonete e cozinheira do Elle 5.

Dona Bárbara é muito simpática e acolhedora. Se apresenta e nos deixa com os cardápios, perguntando ainda se temos algo em mente para bebermos. Como havia levado um vinho, pedi apenas água para acompanhar. E olha só que bacana, o Elle 5 não disponibiliza carta de vinhos e você pode levar qualquer vinho que quiser pois não é cobrado rolha, sendo que só é cobrado 10% de serviço nestes casos (normalmente o serviço não é cobrado). 

Os deliciosos azeites preparados pela Dona Bárbara

O Elle 5 tem um cardápio baseado na culinária italiana, uma vez que a Dona Bárbara morou muito tempo por lá e trouxe consigo esta experiência gastronômica. O couvert é baseado em um pão caseiro quentíssimo e leve que sai do forno na hora e azeites temperados preparados por ela mesma (com orégano, alecrim, manjerição, alho, calabresa e várias ervas). Todas as massas e demais pratos são preparados também na hora, nada é pré cozido ou fica pré pronto, o que da uma sensação ainda mais prazerosa. E não é por ser um pequeno restaurante que existam poucas opções no cardápio. Alguns tipos de massas e diversos tipos de molhos além de risotos, carnes e peixes. Eu fui no tradicional espaguete a carbonara enquanto minha esposa escolhera a mesma massa mas com molho pomodoro (molho de tomate com muzarela de búfala) e minha filha foi de risoto de abobrinhas. Porções fartas, massas e arroz do risoto perfeitamente al dente, cozidos a perfeição e molhos deliciosos traziam ainda mais a sensação de que comíamos uma comida caseira, feita com amor e carinho.

Meu delicioso carbonara

Para fechar a tarde com chave de ouro pensamos em uma sobremesa. Olhadela pelo cardápio e chegamos a um doce que era o surpreendente "tipo tiramissu". Não sei ao certo a composição da receita, mas ia um creme de chocolate e um tipo de bolacha ao fundo para dar a textura e crocância da receita. Delicioso. Finalizando com um belo e autêntico expresso italiano.

O que dizer de tal experiência onde você paga por uma refeição mas leva muito mais que isso, leva humanidade, afeto e amor? Eu resumiria dizendo que talvez tenha sido um dos melhores restaurantes de cozinha italiana que visitei em São Paulo. Não só pela comida, mas por toda experiência que nos circunda quando o visitamos.

Vocês devem estar se perguntando se não irei comentar sobre o vinho que levei, certo? Bem, dado que me alonguei propositadamente neste post, deixarei o vinho e suas nuances para um próximo post. Espero vocês lá também!

Até o próximo!

Tuesday, July 21, 2015

A 4º edição do Encontro de Vinhos chega a Campinas dia 25 de julho

O Encontro de Vinhos desembarca em Campinas pelo quarto ano consecutivo e promete ser o mais completo evento itinerante de vinhos da cidade. Além dos mais de 200 vinhos que serão oferecidos livremente aos visitantes, 8 food trucks oferecerão o melhor da gastronomia local. 


Mais de 30 expositores já confirmaram presença, entre eles: Casa Valduga, Domno, Dunamis, Miolo, TodoVino, Ideal Drinks, Excelência Vinhos, Perini, Vinos & Vinos, Adolfo Lona, Vinícola Garibaldi, La Cristianini, Pericó, Geisse, Vinícola Cassone, Kaiken, Terrazas, Amalaya, Alta Vista, Benegas, Bodegas del Fin do Mundo, Bodega Filos, Casamonte, Domínio del Plata, Casa Bianchi, Ravin, Vinhos Batalha, LPG Wines e Genaro Cacace.

Também já estão confirmados para o Food Truck Experience os seguintes nomes: PizzStop, Yakissoba do Chef, Maria Panqueca, Clássicos Hot Dog, Maria Coxiña, Madruga Pizza entre outros.

Além de muita diversão para a família toda, o Encontro de Vinhos também oferece cultura e aprendizado. Este ano haverá duas palestras e uma delas será ministrada por Deco Rossi, representante da Wines of Argentina no Brasil, que falará sobre a “Diversidade Argentina”. Inscrições limitadas a 20 pessoas por palestra, ambas com degustação exclusiva.

E, por falar em parceria, a 99 Táxis oferecerá descontos de R$ 15,00 pela corrida. Bebida e direção não combinam. Vá de táxi!

Conheça mais sobre o evento. Acesse: www.encontrodevinhos.com.br


Quando: 25 de julho, das 14h as 22h


Onde: Av. Guilherme Campos, 500, Bloco II (Anexo ao Parque D. Pedro Shopping)

Quanto: R$ 80,00 e R$ 40,00 (meia) pelo site e R$ 90,00 no local do evento

Eu já estive em uma das edições anteriores e posso atestar que a experiência é única e vale muito! Se eu fosse você não perderia.

Até o próximo!