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Tuesday, April 17, 2018

Fillo Carignan Old Vines 2015

A BOWines nasceu em 2012, devido ao desejo de desenvolver uma paixão pelo vinho através da procura de castas e áreas que permitam produzir vinhos modernos com personalidade e máxima qualidade. BOWines mantém um respeito e compromisso absoluto com a natureza, desenvolvendo uma viticultura que consegue manter e sustentar os diferentes "terroir" chilenos. Além disso, a BOWines entende que a produção de vinhos deve ser uma manifestação de cultura e expressão do ser humano, por isso, mantém um compromisso especial de apoiar a divulgação e o desenvolvimento de todo tipo de manifestações artísticas. Sua experiência e conhecimento no desenvolvimento de excelentes vinhos é a sua maior força. Esta experiência baseia-se no conhecimento adquirido pelo enólogo Alvin Miranda ao longo da sua vida profissional, tanto no Chile como na Europa, onde viveu durante mais de uma década.


Focando agora no Fillo Carignan Old Vines 2015, podemos ainda afirmar que é um vinho feito com uvas Carignan (90%), Merlot e Cabernet Sauvignon (10% entre ambas as duas últimas) de vinhas com mais de 60 anos de idade, localizadas na melhor terra seca do Vale do Maule sem passagem por madeira. A curiosidade fica pelo nome, "Fillo" seria filho, em português. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração violácea de grande intensidade com bom brilho e limpidez. Lágrimas finas, rápidas e coloridas também se faziam notar.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutas vermelhas, com um toque mineral, de pimenta e notas florais.

Na boca o vinho apresentou corpo médio aliado a uma ótima acidez e taninos macios. O retrogosto confrima o olfato e o final era de longa duração.

Mais um belo vinho chileno que provamos por aqui, de uma uva que aos poucos vai caindo na graça dos nossos consumidores e que se mostrou muito elegante aliado a sua potência. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Friday, February 16, 2018

Luis Felipe Edwards 360° Series Carignan 2014

A história de Viña Luis Felipe Edwards (LFE), produtora do vinho, remonta a 1976, quando Luis Felipe Edwards Sr. adquiriu a propriedade Fundo San José de Puquillay, localizado no Vale do Colchágua. A propriedade fica situada em um vale em forma de ferradura isolado, separado do majestoso e coberto de neve Andes pelo de seus cumes, San Fernando. Naquela época, ele plantou 60 hectares de vinhas, entre elas principalmente Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot e Carmenère. No início dos anos noventa, Luis Felipe Sr. decidiu fazer vinho com seu próprio nome e assim construiu uma moderna adega, equipada com a mais recente tecnologia no estado da arte da vinificação. A primeira safra, Luis Felipe Edwards Cabernet Sauvignon 1994, foi lançado no mercado internacional no final de 1995. A Viña Luis Felipe Edwards tem crescido desde então com o intuito de ser a maior empresa de vinhos de propriedade 100% familiar do Chile, com 1.850 hectares de vinhedos e tendo seus produtos exportados para mais de 70 países; duas gerações estão ativamente envolvidas em manter a marca sinônimo de qualidade e os valores familiares tradicionais nos dias de hoje.


Falando agora do Luis Felipe Edwards 360° Series Carignan 2014, o vinho faz parte de uma linha cuja abordagem que procura o melhor clima e solo, da Cordilheira ao Mar, sem restrições e com apenas um objetivo; alcançar a máxima expressão e pureza da variedade, no caso a Carignan. Conforme dito anteriormente, é um vinho 100% feito com a casta em questão e passa por 8 a 12 meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês de primeiro, segundo e terceiro usos. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração violácea de grande intensidade com algum brilho e limpidez. Lágrimas finas, rapidas e coloridas se faziam notar também.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos, chocolate, flores, especiarias e toques herbáceos. 

Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidea e taninos macios. O retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Mais um belo vinho chileno que provamos por aqui, de uma uva que aos poucos vai caindo na graça dos nossos consumidores e que se mostrou muito elegante aliado a sua potência. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Thursday, September 14, 2017

La Conreria Priorat 2010

La Conreria d'Scala Dei, produtora do vinho de hoje, nasce da vontade e do entusiasmo de um grupo de pessoas historicamente ligadas ao Priorat, com o desejo de compartilhar com o mundo os vinhos magníficos que são feitos nesta terra. O nome da adega contém em si uma história e um legado que nos levam a conhecer uma antiga tradição. Situada na antiga vila de Scala Dei, à direita do belo Montsant (montanha santa) e ao lado do mosteiro do século 12, Cartoixa d' Scala-Dei, é hoje o símbolo da região de Priorat. Da antiga propriedade da família Rialp, houve a modernização de suas instalações para fazer os vinhos e compartilhar o legado histórico desta terra e suas pessoas nos magníficos arredores de Scala dei e Priorat e com seus visitantes. Com uma cuidadosa seleção de videiras e clusters, dos 265 hectares arrendados e de propriedade, e com todo esforço por trás de cada uma das 85.000 garrafas que são produzidas anualmente, esses vinhos se tornam realidade com a marca peculiar de El Priorat.


Sobre o La Conreria Priorat 2010, podemos ainda acrescentar que é um vinho feito a partir das castas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Cariñena com fermentação malolática acontecendo em barrica onde permanece para amadurecimento sobre as leveduras por aproximadamente 3 meses. Após, o vinho ainda envelhece 4 meses em garrafa antes de ser liberado para o mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração rubi violácea de média para grande intensidade com algum brilho e limpidez. Lágrimas finas, rápidas e praticamente incolores também se faziam notar.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos, eucalipto, especiarias, ervas, tabaco e algo de café com leite.

Na boca o vinho se mostrou encorpado com boa acidez e taninos redondos. O retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.

Um excelente vinho espanhol provado por aqui. elegante, complexo e que evolui com o tempo em taça. Creio estar em seu ápice. Eu recomendo a prova.

Até o próximo.

Wednesday, August 30, 2017

4o Internationl Wine Show: Sucesso e bons vinhos!

A quarta edição da “International Wine Show” - tradicional evento de degustação de vinhos de todo o mundo - aconteceu no último mês de julho no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista. No total foram mais de 40 expositores participantes e cerca de 270 rótulos de vinhos de mais de 120 vinícolas, diversos deles premiados pelos melhores guias de vinhos do mundo, dentro os quais podemos destacar as importadoras e vinícolas: Adega Alentejana, Barrinhas, Bodega, Bruck, Calix, Cantu, Casa Flora, Casa Perini, Casa Valduga, Caves Santa Cruz, Chandon, Decanter, Devinum, Don Bonifacio, Epice, Galeria dos Vinhos, Inovini, Interfood, Italia Mais, KMM, La Charbonnade, La Pastina, Lidio Carraro, Lusovini, Miolo, Mistral, Mr. T, Obra Prima, Orion, Portus, Premium Drink, Qualimpor, RGB Importadora, Santar, Sogrape, Terra Vinis, TW Vinhos, VCT, Vinci, Vinícola Aurora, Winebrands, Worldwine, Zahil e Vina Carmen.


Vale ressaltar aqui que, para um evento deste porte (com o número de expositores mais público visitante), a organização foi impecável. O local era amplo, com uma boa disposição entre os expositores, pontos de aperitivos, água e locais de "descanso". Porém, a grande sacada da organização este ano foi atender a um pedido recorrente de jornalistas e formadores de opinião: a abertura antecipada em uma hora para que este público especializado pudesse ter acesso aos importadores/produtores ainda com a possibilidade de se conversar com mais calma e atenção dos mesmos. E funcionou muito bem. Além disso, durante o evento, os vinhos degustados estavam a preços promocionais e muito convidativos.


Convenhamos que, devido ao porte e número de rótulos a se degustar, fica um tanto quanto difícil falar sobre todos eles e, assim sendo (além de respeitar o mote do blog de não se tornar repetitivo/cansativo) optamos por selecionar alguns poucos rótulos para falar sobre. Acompanhem conosco nas próximas linhas.


O primeiro vinho que venho a destacar é o Inconsciente Tempranillo Blanco 2015, produzido pela Bodegas Mateos e trazido ao Brasil pela Importadora Bodegas de Los Andes. Este vinho era um lançamento na feira e me chamou a atenção justamente por ser vinificado em branco a partir de uma casta tinta. Feito em Rioja, na Espanha, o vinho passa pelo processo de leve esmagamento dos bagos a fim de se obter seu suco e pouco após o término deste processo, as cascas e outros agentes "corantes" são removidos a fim de se manter o mosto "branco". É feita então a fermentação e após o processo, o vinho permanece sobre as leveduras por 6 meses em tanques de inox. Finalmente o vinho é engarrafado e liberado ao mercado. Como resultado obtêm-se um vinho de cor amarelo dourada com reflexos verdeais, límpido e com bom brilho. No nariz, o vinho trouxe aromas de frutos tropicais e algo de frutos cítricos, toques minerais e florais. Na boca o corpo era médio e a acidez muito boa com o retrogosto confirmando o olfato. Um bom vinho e uma ótima surpresa, sem dúvidas.


O próximo vinho que iremos destacar é o Léon Perdigal Côtes du Rhone 2015, um tradicional corte de uvas da região do Rhône (Grenache, Syrah, Cinsault, Carignan e Mourvèdre) cultivadas em quatro diferentes zonas dentro da região. O vinho é produzido e nomeado em homenagem a um famoso toneleiro da região de Ogier. Não tem passagem por madeira o que nos dá como resultado um vinho de coloração violácea de média intensidade com bom brilho e limpidez. No nariz o vinho trouxe aromas de frutos vermelhos e especiarias (pimenta preta em destaque). Na boca, corpo médio e boa acidez criam um bom conjunto com os taninos suaves. Um vinho considerado de entrada mas que surpreende pela qualidade. É trazido ao Brasil pela Épice


Por fim, gostaria de falar dos vinhos Toscanos do tenor Andrea Bocelli. Flutuando entre algumas das regiões mais famosas da Toscana (Chiantti, Bolgheri, Morellino) por quase 3 séculos, o tenor e sua família tem produzido vinhos da mais alta gama e espalhado um pouco da cultura italiana pelo mundo. Aqui destaco dois vinhos, o Bocelli Chianti DOCG e o Bocelli Tenor Red IGT. O primeiro é um blend de 80% Sangiovese e 20% Merlot com passagem em inox e concreto para amadurecimento. Trás muita tipicidade nos aromas com frutos vermelhos, flores, especiarias e algo de chocolate. Já o segundo é um vinho feito a partir de um corte de partes iguais de Cabernet Sauvignon (Bolgheri), Sangiovese e Merlot (Morellino) sendo que cerca de 10% do mosto amadurece em barris de carvalho francês por 8 meses. Com isso temos um vinho mais encorpado, denso com aromas de frutos escuros, especiarias, café com leite e leve tostado. Dois baita vinhos que representam bem o estilo toscano de fazer vinhos. São trazidos ao Brasil pela importadora Itália Mais.

Mais um belo evento que pudemos registrar e onde tivemos oportunidade de provar muitos vinhos, da mais variada gama de preços, tipos e origens. Mal podemos aguardar o ano que vem. Se você, caríssimo leitor, participou do evento e quer compartilhar suas experiências, fique a vontade e utilize o espaço de comentários ao final deste post.

Até o próximo!

Thursday, August 4, 2016

J. Bouchon Canto Sur 2014

Com tantos eventos e vinhos degustados ultimamente, fica difícil manter em dia os posts por aqui mas vez ou outra, prometo que tentarei com todo meu esforço atualizar vocês, meus caros leitores, com alguma coisas boas que provei por ai. O vinho de hoje, o J. Bouchon Canto Sur 2014 foi uma grata surpresa que conheci no International Wine Show do Frei Caneca. Espero que gostem.


Na Bouchon Family Wines, tudo começou no século 19, quando um jovem enólogo francês de 22 anos, chamado Emile Bouchon, chegou ao Chile, vindo mais especificamente de Bordeaux para o Vale do Maule para fundar sua própria vinícola. Depois de muitos anos de trabalho duro, ele conseguiu adquirir uma antiga vinícola no Vale do Colchágua chamada Angostura (com vinhedos de mesmo nome), onde começou a cultivar as variedades típicas francesas como Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Sauvignon Blanc. Emile conheceu e casou com Germaine Fauré, cuja família também deixou a França para o Chile em busca de novas oportunidades, e tiveram quatro filhos juntos. Seus dois filhos, Abel e Antonio, passaram a estudar agronomia na Universidade do Chile e mantiveram a tradição vinícola da família viva, assim como o filho de Antonio, Julio, faria muitos anos depois. Hoje a quarta geração da família é quem toca os negócios.

Falando agora especificamente do J. Bouchon Canto Sur 2014, podemos ainda acrescentar que este vinho é um blend das uvas Carménère, Carignan e País (70% da primeira e 15% de cada uma das outras duas). A fermentação acontece em tanques de concreto onde ocorre também o envelhecimento, por cerca de 4 meses. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração rubi violácea de grande intensidade, bom brilho e limpidez.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos e escuros maduros, especiarias (mais voltado para pimentas) e café espresso.

Na boca o vinho se mostrou encorpado com boa acidez e taninos sedosos. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e saboroso.

Um belo vinho chileno, num corte inusitado e que vale a prova. Elegante, corpulento e harmônico. Eu recomendo.

Até o próximo.

Tuesday, April 5, 2016

Pasquale Cantina & Montessu IGT: A Itália em sua melhor forma!

Um passeio em família que culmina com um belo almoço, merece sempre o bom e o melhor. E, imbuído desta missão, procurei um lugar que apresentasse um comida que nos confortasse, um ambiente que nos acolhesse e que coubesse no bolso. Foi ai que descobri a Pasquale Cantina, no coração do bairro boêmio da Vila Madalena, zona Oeste de São Paulo. Afinal era por ali que aproveitávamos que era feriado e a cidade estava mais vazia e menos tumultuada para fazer um pouco de turismo em São Paulo.

A Pasquale Cantina é um dos restaurantes em São Paulo certificados pelo "Ospitalità Italiana", cujo objetivo é avaliar a hospitalidade e a tradição italiana, sendo que os requisitos para a certificação englobam desde a presença de, ao menos, um funcionário fluente em italiano até a proposta gastronômica, que deve conter pratos e vinhos da tradição do país e serem elaborados com produtos comprovadamente de origem italiana. E isso não é difícil para o Sr. Pasquale Nigro, dono do lugar, e sua origem lá na Puglia. Tendo suas portas abertas em 2001, a cantina se viu obrigada a diversas expansões ao longo do tempo, dada a fama que se abateu por lá. Entretanto, conseguiu ao longo destas mudanças, manter as tradições e o bom atendimento do passado, aliado a um ambiente rústico e sem formalidades. O único por menor é que como existem ambiente abertos, não existe ar condicionado e em dias mais quentes, pode ser um problema. Existe ainda por lá uma bela seleção de antepastos e entradinhas caseiras que valem conhecer. Além disso, o lugar funciona também como um empório, onde você pode comprar massas frescas, molhos prontos, antepastos, vinhos e acessórios.


Os pratos que pedimos estavam dentro de uma seleção "mais vendidos" do cardápio, e não decepcionaram. Eu optei pelo famoso Pene à “Pérola Negra” (molho a base de tomate picado, mozarella de búfala, alho, azeitonas pretas, pancetta, manjericão e pecorino romano), simplesmente perfeito, rústico nos sabores, que eram harmônicos entre si e com a massa al dente, exatamente como eu gosto. Já minha esposa foi no tradicional “Spaghetti à Carbonara” que também não decepciona e você pode ainda, alternar entre a pancetta e o bacon para compor seu molho. Por fim, minha filha foi de Orecchiette à Caprese, com bastante mozarella de búfala, manjericão e tomate cereja numa massa que parecem pequenas conchinhas, cozidas a perfeição.


Uma refeição destas não poderia deixar de contar com um belo vinho para acompanhar. E a escolha recaiu sobre o Montessu IGT 2010. Este vinho é produzido pela Agricola Punica, uma joint venture entre Sebastiano Rosa, o homem por trás do vinho Sassicaia, a Cantina de Santadi, a Tenuta San Guido, Antonello Pilloni presidente da Santadi e do lendário enólogo Giacomo Tachis. Em 2002, a Agricola Punica comprou uma terra de 170 hectares dividida em duas propriedades: Barrua e Narcao, situadas na zona sudoeste da Sardenha, em uma área conhecia como "Sulcis Meridionale". As vinhas situadas em Barrua e Narcao caracterizam-se por 15 hectares de Carignano, plantados em 1990 e 50 hectares de novas plantações de Carignano, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot. Os solos são muito profundos e rochosos, com uma boa parcela de argila. A Agricola Punica produz dois vinhos com base na uva Carignano, Barrua e Montessu ambos IGT Isola dei Nuragui, nome que remete às torres antigas de pedra construídas por nuraghes que habitaram esta ilha do período neolítico até 238 AC, quando a Sardenha passou a fazer parte do Império Romano.

Sobre o Montessu IGT 2010, podemos ainda acrescentar que é um vinho feito a partir de uvas Carignano, Syrah, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot. Passa ainda por amadurecimento e envelhecimento em barricas de carvalho francês durante 15 meses. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi de média para grande intensidade com ligeiro halo granada nas bordas. Algum brilho, boa limpidez e lágrimas finas, rápidas e sem cor.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos negros, café com leite, alcaçuz, especiarias, chá preto e algo mentolado também.

Na boca o vinho era encorpado, taninos marcados, rústicos mas de boa qualidade e uma gulosa acidez. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e marcante. 

Uma bela refeição e um belo vinho italiano para fechar um passeio em família de maneira magistral. Eu recomendo a prova, da cantina e do vinho. Quem ainda não foi, deve ir . Penso que não se arrependerá.

Até o próximo!

Thursday, January 28, 2016

La Vieille Ferme Rouge 2014

Complementando o post anterior, ter a oportunidade de passar por tamanha experiência sensorial com o jantar no Provence Cottage & Bistrô (relembrem aqui) realmente necessitava de um bom acompanhamento. E olha só que barato, a carta de vinhos do restaurante é escrita a mão e num moleskine. É muito mimo. Depois de pensar muito sobre o assunto optei pelo La Vieille Ferme Rouge 2014, pensando num bom coringa para acompanhar os pratos até então desconhecidos. Olha, acho que eu acertei em cheio.


La Vieille Ferme tem sido popular entre os amantes do vinho há mais de 40 anos. Produzido em uma região tranquila e ensolarada do Sul do Rhône, na França, cada vinhedo é uma expressão de seu terroir: o vinhedo localizado em Côtes du Ventoux traz elegância e estrutura para os vinhos tintos e rosados; a altitude do vinhedo localizado em Côtes du Luberon traz frescor e delicadeza aos brancos. La Vieille Ferme é feita com grande cuidado e integridade pela Família Perrin, proprietários de Chateau de Beaucastel. Os maiores críticos de vinho de todo o mundo têm elogiado os produtores deste vinho por a sua qualidade irrepreensível, que alcançou reconhecimento internacional. O notável prestígio adquirido ao longo dos anos pela família Perrin garante sua presença entre o PFV (“Primum Familiae Vini”), associação formada por 11 dos maiores produtores de vinho do mundo, dentre eles Château Mouton-Rotschild, Vega Sicilia e Hugel & Fils, produtor da Alsace. A Perrin & Fils hoje é gerenciada por 6 membros da família Perrin da 5ª e 6ª gerações. Usando as mesmas técnicas empregadas no Château de Beaucastel, a família Perrin ter acrescentado algumas denominações interessantes em sua já impressionante lista de vinhos.

Sobre o La Vieille Ferme Rouge 2014, podemos acrescentar que é feito a partir das castas típicas da região do Rhone, a saber: Carignan, Cinsault, Grenache e Syrah. O vinho é então fermentado em cubas de cimento de 150 e 300 hectolitros. Depois da fermentação o vinho é mantido em ambas as cubas e grandes barris de carvalho por dez meses, em seguida, engarrafado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média para grande intensidade, algum brilho e limpidez. Vale ressaltar que devido a iluminação mais aconchegante, intimista, esta avaliação ficou um pouco difícil.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutas vermelhas frescas, especiarias, baunilha e algo de tostado ao fundo.

Na boca o vinho mostrou corpo médio, boa acidez e taninos macios. O retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração.

Um bom exemplar de vinho francês da região do Rhône, que mostrou seu potencial e frescor, escoltando bem todos os pratos do jantar. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Tuesday, June 30, 2015

Les Chèvrefeuilles 2013: Côtes du Rhône, agora na taça!

Em busca do prazer que o vinho e uma boa comida pode nos proporcionar, fui buscar um vinho de uma país que, apesar de ser um dos maiores produtores, tenho provado pouca coisa, que é a França. Muito se deve ao fato de que é mais complicado desenrolar bons vinhos a preços competitivos no nosso mercado. mas dia desses fiquei sabendo de um importadora, a de la Croix vinhos, que trás muita coisa boa e a preços interessantes. Fui lá com um objetivo: encontrar um vinho da região de Côtes du Rhône de um bom custo benefício para uma brincadeira de harmonização em casa. E eis que cheguei ao Les Chèvrefeuilles 2013


O vinho é produzido pelo Domaine de la Réméjeanne, que se encontra situado num ambiente natural exuberante, perto da cidade de Bagnols-sur-Cèze. Em 1960, os pais de Remy Klein se mudaram de volta para a França, vindos da Tunísia, e compraram uma pequena propriedade de 5 hectares em La Réméjeanne. Pouco a pouco, os vinhedos foram se expandindo e eles começam a engarrafar seu próprio vinho em 1975. Remy Klein assumiu os negócios em 1988 e continuou os expandindo também para oliveiras e figueiras, mantendo entretanto o foco no trabalho artesanal, tradicional e autêntico, gerando vinhos que expressam o terroir em sua plenitude. Atualmente a propriedade compreende 38 hectares de vinhas, 2 hectares de oliveiras e 0,5 hectares de figueiras. Os vinhos Côtes-du-Rhône são produzidos principalmente nas encostas orientais (Sol Nascente), entretanto, os Côtes-du-Rhône Villages são produzidos nas encostas orientais do Sul (mais quentes). Em 2007 foi iniciado o processo de conversão para agricultura orgânica, sendo que a propriedade foi certificada em meados de 2010. Em 2012, todos vinhos engarrafados já são certificados.

Sobre o Les Chèvrefeuilles 2013 podemos acrescentar ainda que é um blend de 70% Syrah, 10% Grenache,10% Mourvèdre, 5% Carignan e 5% Marselan. Segundo o produtor, somente a variedade Carignan passa por um processo de maceração carbonica. Depois de feita toda fermentação, o vinho é envelhecido em tonéis de madeira por cerca de 12 meses. Vale ressaltar que o vinho não tem adição de sulfitos e passa por leve filtração. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita coloração violácea de média para grande intensidade, algum brilho e alguma limpidez. Lágrimas finas, lentas, em pouca quantidade e coloridas se faziam notar também.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos e escuros e algo de grafite. Ao fundo, toques de mentolado.

Na boca o vinho tinha corpo médio, boa acidez e taninos finos e granulares. Retrogosto confirma o olfato e ressalta um toque mineral. Final de média duração.


A brincadeira de harmonização ficou por conta de maminha assada na cama de sal grosso com batatas rústicas e, particularmente, gostei do que aconteceu. Não houve competição entre prato e vinho, mas também não houve a mítica criação de um terceiro sabor. Ambos se complementaram bem. O vinho também pode ser consumido por si só pelo carácter mais frutado sem se tornar pesado. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!

Wednesday, May 6, 2015

Cims Del Montsant Garnatxa I Samsó 2010

A cada vinho espanhol que tenho provado ultimamente, mais tenho me surpreendido e ficando com mais vontade de conhecer esse país e suas regiões vinícolas. Os vinhos que tenho provado em contra partida aos que conhecia até então pouco se parecem: os de hoje em dia tem muito mais classe, mais sabor e qualidades muito superiores. Não é a toa que tenho encontrado mais e melhores opções em todos os lugares que tenho frequentado, sejam feiras, degustações, lojas e afins. E hoje é dia de falarmos por aqui do Cims Del Montsant Garnatxa I Samsó 2010.


O vinho é produzido pela Cellers Baronia del Montsant, em uma região de paisagens difíceis e tortuosas, embrulhado pelo maciço Montsant. A bodega nasceu em agosto de 1998 na bonita vila de Cornudella de Montsant, em Tarragona. Esta área é reconhecidamente no mundo vitivinictultor como uma área de vinhos tintos, complexos e aveludados, sendo que a orografia característica da região, com inclinações acentuadas, torna difícil e duro o trabalho dos agricultores. Entre as variedades que mais aparecem por lá, podemos citar a Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Tempranillo (Ull de Llebre), Cariñena (Samsó) e Garnacha.

Sobre o vinho em si, Cims Del Montsant Garnatxa I Samsó 2010, podemos acrescentar que o nome Cims del Montsant remete ao topo de uma das mais emblemáticas cadeias montanhosas da Cordilheira de Montsant, cujos os picos tendem a atingir mais de 1.000 metros acima do nível do mar. É um blend das castas Grenache e Carignan com passagem de 5 meses em barris franceses e americanos. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas e incolores faziam parte do conjunto visual também.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros, vermelhos, especiarias, flores e algo de tostado.

Na boca o vinho se apresentou com médio corpo, boa acidez e taninos finos e macios. Retrogosto confirma o olfato e o final é de média para longa duração.

Mais um belo vinho espanhol que degustamos por aqui. Complexo e elegante, tem no equilíbrio e na harmonia de seus aromas e características sua principal característica. Recomendo a prova.

Até o próximo!

Friday, November 21, 2014

Ferrari-Carano Dry Creek Zinfandel 2010: vinhaço na taça!

As vezes cometemos certas loucuras e em noites ordinárias abrimos vinhos que talvez merecessem uma ocasião que pedisse um algo a mais. Mas como o ditado sempre disse:"A vida é curta demais para bebermos vinhos ruins", eu pratico o desapego. Um por que eu sei que minha esposa merece sempre provar o melhor e dois, eu não sou colecionador nem nada. Tenho uma ou outra garrafa guardada pensando em ocasiões especiais mas de resto, vamos bebendo à vida! Eu falei tudo isso e me enrolei, como de costume por aqui, só pra introduzir a ocasião em que o Ferrari-Carano Dry Creek Zinfandel 2010 saiu da adega e foi parar na nossa mesa.


A Ferrari-Carrano possui quase vinte vinhedos em cinco apelações distintas do Estados Unidos: Alexander Valley em Sonoma (conhecido por produzir excepcionais Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Syrah); Anderson Valley em Mendocino (reconhecido pelos Pinot Noirs); Dry Creek Valley em Sonoma (Pinot Noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc); e Carneros entre Napa e Sonoma. É uma das últimas vinícolas de grande porte que ainda não foi adquirida por um dos conglomerados de marcas famosas. Há duas sedes, uma que produz vinhos tintos em Alexander Valley e outra que produz os brancos em Dry Creek Valley. Esta última é lar da Ferrari-Carano e é conhecida como Villa Fiore Wine Shop & Tasting Room, ou simplesmente de Estate Winery, sendo construída em 1981. Todos os vinhos Ferrari-Carano são vinificadas e mantidos em lotes separados até o momento do engarrafamento.


Agora falemos mais um pouco sobre a estrela do post, o Ferrari-Carano Dry Creek Zinfandel 2010. Apesar de ser um varietal Zinfandel, sua composição é a seguinte: 87% Zinfandel, 9% Petite Sirah e 4% Carignan. Lotes individuais foram transferidos para barris, em seguida, misturados e envelhecidos em barris de carvalho francês, americano e húngaro por 16 meses antes de ser engarrafado e depois por mais 12 meses em garrafa antes do lançamento ao mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração violácea de grande intensidade, pouca transparência e um bom brilho. Lágrimas mais gordas e mais lentas porém muito coloridas.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos e escuros, baunilha, chocolate e leve toque especiado. 

Na boca o vinho se mostrou encorpado, com taninos macios e redondos e uma acidez gostosa. Retrogosto confirmou o olfato e o final é de longa duração.

Mais um ótimo vinho americano da uva Zinfandel que provamos por aqui, comprovando nossa paixão por estes exemplares. Confirmou toda expectativa. Foi acompanhado de um fondue de carne ao vinho. Excelente!

Até o próximo!

Friday, August 15, 2014

El Insolente Carignan 2010: Outra grata surpresa do Vale do Itata!


Muito se fala em vinhos de garagem, vinhos de boutique ou coisas similares mas não existe um consenso em cima da definição desta expressão. Eu até já falei por aqui (clique aqui) sobre vinícolas boutique e discuti um pouco de conceitos, mas se vinhos com caráter é um predicado que este tipo de empreendimento deve ter, eis que surgia na Masterclass "Os Extremos do Chile" um vinho que me surpreendeu por ser de uma uva pouco usual no Chile, por ser bastante complexo e por ser de um projeto vinícola que eu não conhecia. Estou é claro falando do  El Insolente Carignan 2010.


O vinho em questão é produzido pela The Rogue Wine ou também conhecida como Itata Bush Vine Revolution, na região do Vale do Itata, no Chile. The Rogue Vine é um projeto feito entre dois amigos, Leonardo Erazo Lynch e Justin Decker, amigos estes que tiveram o desejo de fazer diferentes vinhos, vinhos com caráter. E para conseguir isso, foram em busca de diferentes vinhedos, diferentes terroirs e fazê-los de uma maneira diferente, não havendo outra opção. E as vinhas velhas em formatos de arbustos, esquecidos, quase caindo de morros graníticos íngremes no Vale do Itata foi cenário perfeito para começar este projeto.

Sobre o vinho, uvas 100% Carignan colhidas de vinhas com aproximadamente 60 anos. Processo de fermentação usa leveduras nativas. Passa por 14 a 15 meses em barricas neutras e mais um ano de maturação em garrafa. Foram produzidas 807 garrafas. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média intensidade, bom brilho e alguma transparência. Lágrimas finas, lentas e incolores.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos, azeitonas, toques animais e terrosos. Boa complexidade.

Na boca o vinho mostrou corpo médio, boa acidez e taninos finos. Retrogosto confirma o olfato. Final de média para longa duração.

Mais um belo vinho chileno, este inusitado Carignan de terroirs extremos. Que delícia de aula, quanta informação e quanto vinho diferente. Eu recomendo.

Até o próximo!

Monday, May 12, 2014

Éden Vinoteca Apresentou Vinhos Chilenos da Viña Ventisquero

Sábado foi dia de fazer um mini tour enofílico e visitar lugares que eu já conhecia mas que a alguma tempo não visitava mais (sejam quais forem os motivos) e também de visitar lugares que eu ainda não conhecia mas a algum tempo já tinha a intenção de visitar. E a primeira parada do dia foi na Éden Vinoteca, boutique de vinhos e bebidas em geral, localizada próxima ao bairro do Paraíso, em São Paulo que sob a batuta da Dna. Cecília (proprietária) trouxe o Nicolás Farias, Embaixador da Marca da Viña Ventisquero para a América Latina, para apresentar alguns vinhos chilenos da marca.


Anteriormente conhecida como DO Brasil, a boutique Éden Vinoteca era originalmente  focada em vinhos brasileiros, mas segundo a proprietária, por falta de apoio e parcerias com os produtores nacionais, resolveu ampliar seu portfólio e buscar amparo em vinhos importados. E tem tido melhor resposta com as parcerias com importadoras como a Cantu (que trás os vinhos chilenos da Viña Ventisqueiro para o Brasil).

Nicolás apresentou um pouco da história da Viña Ventisquero, uma velha conhecida do público brasileiro, seja pela grande variedade de vinhos disponíveis mas também por uma inegável qualidade associada a estes. A vinícola começou suas atividades em 2000 e desde então com o lançamento de cada novo vinho, vem se consolidando como um grande player no mercado. Hoje a vinícola possui vinhedos em todas as grandes regiões vitivinícolas do Chile: Maipo, Casablanca, Leyda e Colchágua. Foram 4 vinhos apresentados por ele, dois vinhos da linha Queulat Single Vineyard e dois vinhos da linha Grey. Os primeiros (linha Queulat) são a criação do enólogo Sergio Hormazabal, que tira o nome de seus vinhos da maior geleira pendurada do sul do Chile, e que trás a denotação de imponência e elegância aliadas. São vinhos cujos frutos vem de vinhedos específicos, selecionados em cada terroir chileno disponível. Já a linha Grey exemplifica o conceito de terroir, feito pois a identidade de cada uva vem de blocos específicos dentro de determinado vinhedo da região do Alto Maipo, Casablanca e Apalta. Como de praxe por aqui, destacarei os vinhos que mais me agradaram.


O primeiro vinho que chamou minha atenção foi o Ventisquero Grey Syrah 2010. Este é um varietal feito com 100% de uvas Syrah do Vale do Colchágua cuja altitude tem aproximadamente 350 metros acima do nivel do mar. O vinho, após todo processo fermentativo, passa por 18 meses de barricas de carvalho das quais apenas cerca de 30% são de primeiro uso. Na taça o vinho apresentou coloração violácea de grande intensidade, com bom brilho e lágrimas finas, rápidas e coloridas. No nariz aromas de frutos vermelhos silvestres, pimenta e baunilha. Na boca um vinho de corpo médio para encorpado, boa acidez e taninos firmes mas prontos para serem consumidos. Final de média para longa duração. Belo Syrah de média gama este da Ventisquero.


E por fim, o outro vinho que chamou minha atenção, este meu preferido de longe: o Ventisquero Grey GCM 2012. Este vinho é um corte feito a partir das uvas Garnacha (grenache), Cariñena (Carignan) e Mataro (Mourvédre), ao melhor estilo Languedoc ou semelhante ao Rhone, na França. O vinho passar por ligeiro estágio de 6 meses em barricas de quinto uso, com o claro intuito de preservar a fruta. Na taça o vinho se mostrou de coloração violácea de média intensidade, bom brilho com lágrimas finas, rápidas e coloridas. No nariz o vinho apresentou notas de frutos vermelhos frescos, notas terrosas e de especiarias (pimentas). Na boca o vinho se mostrou de médio corpo, boa acidez com taninos macios e suaves. Final de média para longa duração. Um vinho delicioso, despretensioso e que deve ser daqueles cuja garrafa seca bem diante dos nossos olhos.

Grande oportunidade de conversar com o Nicolás, de conhecer alguns vinhos interessantes e de passear num sábado. Eu recomendo, caso não conheçam, que provem os vinhos chilenos da Viña Ventisquero citados acima, vale a prova.

Até o próximo!

Tuesday, August 20, 2013

Confraria Pane, Vinum et Caseus: Vinho e Golf "Harmonizam"?

Essa era a dúvida que deveria ser sanada na fria tarde de domingo em São Paulo. Era tarde de mais uma reunião da Confraria Pane, Vinum et Caseus e desta vez em um local diferente. Era a primeira vez (ao menos pra mim) que iríamos a um restaurante/bar anexo a um campo de golfe. O Local escolhido era o Eagle Golf Point, nas proximidades do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. E para o cardápio, iguarias hermanas: bife de chorizo, chimichurri e papas fritas. Teríamos grande lotação, a maioria dos confreiros e confreiras havia confirmado presença. Vamos ver o que deu?


Chegando ao local já era possível ver as redes de proteção e os barulhos das tacadas. A vista do salão em que a confraria seria acomodada era incrível, dava a sensação de estarmos fora de São Paulo não fosse pelo barulhos espaçados dos aviões pousando em Congonhas. Muito verde em um espaço enorme davam a sensação de paz e tranquilidade necessários para que o encontro dos amantes do vinho se passasse da maneira mais agradável possível.


Fomos recebidos pelo "presidente" Fabio, que logo nos apresentou a alguns vinhos diferentes. Primeiro um exemplar vindo do Vale do Rhône, na França: Château d`Or et de Gueules Costières de Nîmes 2010. Com uma composição típica da região (corte de Grenache, Carignan, Syrah e Mourvèdre) o vinho se mostrou de cor rubi violácea escura, meio opaca e com lágrimas finas e sem cor; aromas um pouco fechados de frutas negras e toques terrosos; na boca um tanto quanto ligeiro, de corpo médio e com taninos finos e suaves. Em seguida, um vinho patrício: Quinta da Pedra Alta Tinto 2007, representante duriense que auxiliou nas boas vindas. Composição típica para um português de respeito (Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Franca). Mais fragrante que seu antecessor, mostrou toques de frutos silvestres, flores e ligeira lembrança de madeira. Em boca é de médio corpo, macio e fácil de beber. Como curiosidade, o vinho é feito em lagar com pisa a pé e envelhece por 6 meses em barrica. A partir daí foi um desfile de vinhos e comida.


Entre alguns petiscos e muita conversa, alguns outros vinhos nos foram servidos, sendo que a maioria já esteve por aqui em uma ou outra postagem e por isso pouparei meus leitores de muita repetição. O embate do almoço entretanto se daria entre dois argentinos: o Dolium Malbec 2010, um vinho que se mostrou jovem, bem violáceo e que trouxe no nariz aromas de frutas silvestres e lembrança de baunilha. Taninos macios e fácil de beber. Para o dia a dia; do outro lado vinha o Sotano Reserva da Família Malbec 2008, esse já conhecido por aqui e mais elaborado e afinado, trouxe bela cor violácea de grande intensidade, aromas de frutos escuros em compota, florais e chocolate ao fundo. Encorpado e redondo, se mostrou mais do que pronto pra beber. Acho que já tínhamos um vencedor. 

Ao final, o Sotano acabou por agradar a maior parte das pessoas e harmonizou de forma clássica com os pratos de bife de chorizo. E para adoçar a vida, um mousse de chocolate para encerrar com chave de ouro mais uma esbórnia enogastronomica. 

Vocês devem estar perguntando: Mas e o golfe? Confesso que depois de tudo isso, o golfe acabou sendo esquecido. Alguns corajosos ainda tentaram dar umas tacadas mas eu não sei a resposta se o este esporte e o vinho harmonizam. Quem sabe alguém possa nos ajudar?

E que venham as próximas reuniões da Confraria.

Até lá!

Sunday, July 29, 2012

Faugères e as novidades da Cave Jado

Ontem foi mais um dia de esbórnia enogastronômica que começou cedo, diga-se de passagem. A uns dias atrás em um das degustações que participei com o Beto (Papo de Vinho), a Dorotheé (dona da importadora Cave Jado) havia me comentado que a importadora estava trazendo diversas novidades para os próximos dias e que nos próximos sábados aconteceriam sempre degustações bem especiais para mostrar ao consumidor tais novidades. E ela não estava de brincadeira. Este sábado pude comprovar em parte o que ela havia dito.

Eu como bom blogueiro, que não sou, não tirei fotos e portanto me utilizo da foto do release da própria Cave.

As novidades deste final de semana vinham diretamente do Languedoc, mais especificamente da apelação de Faugères, ao sul da França em um dos solos mais antigos do mundo. Todos os 5 vinhos apresentados são produzidos pelo Château Des Estanilles, que está situado numa região entre o Mediterrâneo e o sopé das montanhas de Espinouse e Cévennes, na aldeia de Lenthéric, sendo parte do município de Cabrerolles, uma das sete aldeias da denominação Faugères. As vinhas se estendem ao longo de 35 hectares de encosta, a 300 metros de altitude, sobre um dos solos a denominação de melhor qualidade, o nome do domaine vem da junção do nome das parcelas Estagnols e Fontanilles. O produtor sempre se utilizou de uma agricultura limpa, orgânica e sem químicos e defensivos agrícolas sendo que a partir de 2010 seus vinhos levarão no rótulos o selo de vinhos orgânicos/biodinâmicos. Mas sem mais delongas, vamos aos vinhos.

Começamos então com o Château des Estanilles Blanc 2007, um vinho feito num blend de 70% de uvas Marsanne e 30% de Roussanne sendo que parte do vinho fermenta e amadurece em barricas por 9 meses. Com coloração já dourada, o vinho mostra muita evolução com aromas cítricos e de mel com própolis. Na boca tem corpo médio, certa untuosidade e apesar da idade ainda apresenta uma acidez viva e deliciosa. O segundo vinho era o Château des Estanilles Tradition 2007, primeiro tinto da tarde, um blend de cinco uvas (Grenache, Cinsault, Syrah, Mourvédre e Carignan) sendo que 3 destas são vinificadas juntas e outras duas separadamente onde finalmente 20% do vinho passa por barrica para afinamento. Vinho essencialmente frutado, com aromas de frutas vermelhas, algo de especiarias e leve toque de madeira. Na boca corpo médio, boa acidez e taninos finos e macios além de uma lembrança mentolada. A partir daqui a coisa passaria a fica séria. O terceiro vinho foi o Château des Estanilles Cuvée Prestige 2005, tinto blend de Syrah, Grenache e Mouvédre sendo que o vinho já passa por um ano em madeira. É visível a mudança aqui com aromas mais evoluídos, muita especiaria, algo terroso e animal num vinho com mais corpo, boa acidez e taninos mais marcados, porém de excelente qualidade. Já o quarto vinho Château des Estanilles Gran Cuvée 2004, um vinho basicamente feito com Syrah e com 13 meses de barrica mostrando toda sua força, muito corpo, frutas escuras e pimenta, algo de couro e toques de madeira. Suculento, um grande vinho sem dúvida. E chegamos a estrela da degustação, o Les Clos de Fou 2006, outro vinho baseado na Syrah com envelhecimento em barricas porém com uma proposta diferente, mais intenso e potente tanto em aromas (notas animais, frutas escuras e muita especiaria) como no paladar, num vinho muito musculoso, encorpado e com taninos marcados e num final longo que fica na lembrança por muito tempo. É difícil porém elencar destaques, mas pensando no custo benefício apresentado, eu ficaria com o branquinho e com o cuvée prestige.

Mas para quem pensa que as surpresas paravam por aqui, um ledo engano. Tivemos também a participação especial do chef Nicolas Barbé com suas criações gourmet. De sua parte, nos deleitamos com pastéizinhos de pato deliciosamente preparados e delicadamente saborosos e uma sopa de cenoura com toques de limão siciliano sensacional. Sinceramente, comeria ao menos uma dúzia destes pastéis num piscar de olhos! O chef dá aulas de gastronomia e faz preparações especiais. Quem quiser entrar em contato com ele, escrevam para: contato@barbegastronomia.com.br .

Sou suspeito para falar da Cave Jado e da Dorothée pois como eu não canso de dizer, além de ter popularizado o acesso aos vinhos franceses, a Dorothée por si só é um doce e uma simpatia, sendo que este conjunto com certeza transforma a Cave em uma de minhas importadoras preferidas, se não for a preferida! Vale cada visita que faço a Cave. Eu recomendo que façam a visita, principalmente aos sábado quando temos degustações especiais, e se deixem levar com a conversa e os vinhos.

Até o próximo!

Thursday, December 15, 2011

Degustando Chile as Cegas

Este post aqui não terá muitos detalhes técnicos sobre vinhos ou descrição de aromas, sabores, texturas, etc, pois isto eu vou deixar pros feras. Na verdade servirá um pouco mais de agradecimento pelo oportunidade de aprendizado.

Na última terça feira tive uma grande oportunidade de junto a muitos outros blogueiros, jornalistas e entusiastas de participar de uma degustação as cegas de vinhos chilenos preparada pelo jornalista e blogueiro Beto Duarte (do blog Papo de Vinho), que servirá de base de dados para um guia que o mesmo está escrevendo junto ao Cristiano Orlandi (do blog Vivendo Vinhos), em uma sala cedida pela importadora Ravin em seu novo endereço na Vila Mariana. Nesta oportunidade foram degustados 25 rótulos de vinhos passando por brancos frescos até tintos mais encorpados. E olha que dentre os vinhos, diversos vinhos considerados tops e com grandes pontuações. A lista de vinhos é extensa, mas alguns destaques pessoais: William Cole Sauvignon Blanc Columbine Special Reserve 2010, Vernus Pinot Noir 2009 (Santa Helena), Polkura Syrah 2007 (já falado aqui), Chamán Syrah Gran Reserva 2006, Medalla Real Gran Reserva Syrah 2007, Rayun Cabernet Sauvignon 2008, Viu 1 Vintage 2007 e Parinacota Limited Edition Carignan Syrah 2009.

A foto foi tirada pelo Evandro, e espero que ele não se importe de eu te-la usado aqui.

Confesso que fiquei um pouco intimidado diante de tanta gente que entende do assunto e que já estava a mais tempo participando das degustações mas não poderia deixar de lado esta oportunidade de entrar em contato com estas pessoas, e de aprender sempre. Aliás este é meu lema em relação ao vinho, aprender sempre! Além dos já citados acima, ainda pude conhecer e compartilhar estes momentos de prazer e conhecimento com o Evandro do Confraria2Panas , a Vanessa Sobral do Falando sobre Vinhos, o Walter Tommasi que entre outras atividades (editor de revistas, consultor, etc.) tem o blog Tommasi no Vinho , o Fabio Barnes sócio proprietário da VinhocClic e editor do blog Vinhos por Barnes, o Rogério da Ravin e algumas outras pessoas que eu infelizmente não guardei os nomes/atividades (minha memória só me faz passar vergonha mesmo). Entretanto a oportunidade de estar entre estas pessoas me fez apenas relaxar e aproveitar cada momento, ficar atento a cada comentário e tentar adquirir conhecimento nesta noite agradável e de bons vinhos.

Espero que uma nova oportunidade como esta surja pois será sempre muito bem vinda. Aos participantes e organizadores, o meu muito obrigado pela oportunidade e pela receptividade, e me coloco a disposição, caso seja de interesse, de participar de futuras degustações.

Até o próximo!

Sunday, June 26, 2011

Chateau Du Donjon Grande Tradition 2008

Eu não me canso de dizer a Cave Jado realmente democratizou o acesso ao vinho francês em São Paulo. E isso se deve a diversos fatores mas principalmente aos grandes vinhos que eles trazem de pequenos e médios produtores, os preços acessíveis que eles praticam (geralmente até R$100,00) e é claro a simpatia dos sócios da empresa, sempre promovendo degustações aos sábados, conversando com você e mostrando muito empenho em te explicar todos os vinhos que distribuem. E é deles o exemplar comentado hoje.

Produzido na AOC Minervois, dentro do Languedoc, mais ao sul da França, este vinho já se mostra diferente dos usuais lá da França por um motivo: seu grau alcoólico é um pouco mais elevado (14,5%). Isto se deve em parte ao clima mediterrâneo da região, muito quente no verão e com alguma influência oceânica que auxilia também a alta maturação das uvas. Composto por um corte de uvas Syrah, Grenache e Carignan sem proporções conhecidas. Vamos as impressões.

Na taça o vinho apresentou uma bela cor violácea bem escura com um leve halo granada nas bordas. Lágrimas finas, rápidas e incolores completam o conjunto visual.

No nariz o vinho se mostrou muito elegante e vibrante com aromas de ameixa, mas daquela mais azedinha, com a casca sabe? Juntamente com a fruta era possível sentir muita especiaria, do tipo pimenta e das doces como cravo e canela. Ao fundo ainda era possível sentir um pouco de coco.

Na boca o vinho continuou muito bem, com corpo médio, taninos finos e integrados, confirmou o nariz com a ameixa e as especiarias bem evidentes além de uma ótima acidez que convidava ao próximo gole. Leve lembrança de uma madeira tostada ao final, que era de média persistência.

Enfim, mais uma grande vinho, um ótimo custo x benefício que por volta dos R$ 55,00 , valeu cada centavo!

E que venham os próximos.

Abraços!