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Friday, August 15, 2014

El Insolente Carignan 2010: Outra grata surpresa do Vale do Itata!


Muito se fala em vinhos de garagem, vinhos de boutique ou coisas similares mas não existe um consenso em cima da definição desta expressão. Eu até já falei por aqui (clique aqui) sobre vinícolas boutique e discuti um pouco de conceitos, mas se vinhos com caráter é um predicado que este tipo de empreendimento deve ter, eis que surgia na Masterclass "Os Extremos do Chile" um vinho que me surpreendeu por ser de uma uva pouco usual no Chile, por ser bastante complexo e por ser de um projeto vinícola que eu não conhecia. Estou é claro falando do  El Insolente Carignan 2010.


O vinho em questão é produzido pela The Rogue Wine ou também conhecida como Itata Bush Vine Revolution, na região do Vale do Itata, no Chile. The Rogue Vine é um projeto feito entre dois amigos, Leonardo Erazo Lynch e Justin Decker, amigos estes que tiveram o desejo de fazer diferentes vinhos, vinhos com caráter. E para conseguir isso, foram em busca de diferentes vinhedos, diferentes terroirs e fazê-los de uma maneira diferente, não havendo outra opção. E as vinhas velhas em formatos de arbustos, esquecidos, quase caindo de morros graníticos íngremes no Vale do Itata foi cenário perfeito para começar este projeto.

Sobre o vinho, uvas 100% Carignan colhidas de vinhas com aproximadamente 60 anos. Processo de fermentação usa leveduras nativas. Passa por 14 a 15 meses em barricas neutras e mais um ano de maturação em garrafa. Foram produzidas 807 garrafas. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média intensidade, bom brilho e alguma transparência. Lágrimas finas, lentas e incolores.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos, azeitonas, toques animais e terrosos. Boa complexidade.

Na boca o vinho mostrou corpo médio, boa acidez e taninos finos. Retrogosto confirma o olfato. Final de média para longa duração.

Mais um belo vinho chileno, este inusitado Carignan de terroirs extremos. Que delícia de aula, quanta informação e quanto vinho diferente. Eu recomendo.

Até o próximo!

Thursday, August 14, 2014

Los Despedidos Pais 2013: Mais um resgate as origens chilenas!

Mais uma surpresa nos aguardava no Masterclass "Os Extremos dos Chile", desta vez um vinho tinto feito com uma uva pouco conhecida mundo a fora e que tem sido resgatada no Chile como uma tradição, como raízes de um povo. É o tipo de uva plantada mais antiga de que se tem notícia no Chile, e que pouco é falada e utilizada em vinhos que chegam aqui no Brasil. Estou falando é claro do Los Despedidos Pais 2013.


O Los Despedidos Pais 2013 é produzido pela Viña San Pedro, fundada em 1865, e é hoje uma das maiores e mais antigas do Chile exportadores de vinho e uma das vinícolas mais importantes do país. O vinhedo principal, adega subterrânea e a centenária adega de San Pedro estão localizados em Molina, no Vale do Curicó, a 200 km. ao sul de Santiago. Lá, a Viña San Pedro tem uma das mais extensas áreas plantadas com vinhas na América Latina, com 1.200 hectares. Enquanto isso, San Pedro tem mais de 1.500 hectares plantados no Vale Central e outros grandes vales vinícolas do Chile, como o Elqui, Casablanca, San Antonio-Leyda, Maipo, Cachapoal, Maule e Bío Bío, sempre à procura de novas e melhores fontes para os seus vinhos. A Viña San Pedro faz parte do grupo chamado VSPT Wine Group, o terceiro maior grupo de vinhos no Chile e o segundo maior exportador de vinho chileno.

Sobre o vinho em si, não resta muito a acrescentar. Feito com 100% de uvas Pais, passa por fermentação tradicional com leveduras nativas. Passa por 3 meses em barricas de terceiro e quarto usos. Foram produzidas apenas 300 garrafas. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor violácea de grande intensidade, bom brilho e alguma transparência. Lágrimas finas, coloridas e de média velocidade fechavam o conjunto visual.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutas vermelhas e notas herbáceas.

Na boca o vinho mostrou corpo médio, boa acidez e taninos macios. Retrogosto confirma o olfato Final de média duração. 

Mais um bom e curioso vinho chileno, com uma uva pouco usual por aqui mas que pode ser considerada símbolo do país vizinho, talvez mais que a própria Carmenére. Enfim, vale a prova.

Até o próximo!

Tuesday, August 12, 2014

Outer Limits Old Roots Cinsault 2013: Mais do Vale do Itata na taça!


Talvez em decorrência da localidade de nascimento do nosso querido Héctor Riquelme ou mesmo por ser uma região até então pouco explorado pelo Chile ou mesmo nenhuma destas opções. Eu acho mesmo é que muitas coisas boas estão vindo desta região e muitas novidades desta região foram mostradas na Masterclass "Os Extremos do Chile" do 4o Tasting Wines of Chile em SP. E este também é o caso do Outer Limits Old Roots Cinsault 2013, produzido pela gigante Viña Montes.


Foi em 1987 que Aurelio Montes e Douglas Murray, dois fundadores originais, ambos profissionais do vinho altamente experientes, quiseram realizar seu sonho de produzir vinhos chilenos com qualidade muito superior aos padrões da época. Em 1988, eles se juntaram aos outros dois fundadores, Alfredo Vidaurre e Pedro Grand, que trouxeram suas próprias habilidades e experiências complementares para o empreendimento. E assim nasceu a Viña Montes, primeiramente com o nome de Discover Wine. O primeiro vinho feito por lá, ainda nos anos 80 (final) foi um Cabernet Sauvignon que logo ganhou notoriedade mundo a fora como primeiro vinho chileno premium a ser exportado. E a partir dai cada um dos grandes vinhos da Montes fez seu nome. Já o projeto "Outer Limits" é muito interessante, pois busca exatamente mostrar estes "extremos do Chile", buscando terroirs pouco explorados até então seja pela localização ou pela geografia apresentada ou mesmo redescobrindo vinhas antigas.

O Vale do Itata, no sul do Chile, a 450 quilômetros de Santiago, é um importante local histórico, uma vez que nele foram plantadas as primeiras mudas de vinha, há aproximadamente 500 anos. Hoje, seu passado tem sido redescoberto e mais uma vez seu potencial vinicultor tem sido explorado. A região atualmente é o retrato do novo e do velho: colinas recém-cultivadas dividem a paisagem com vinhedos veneráveis, sem qualquer irrigação, crescendo à moda antiga. O vale é cortado pelo rio Itata, e nessa latitude o clima é frio e as chuvas são abundantes (700mm em um ano normal). Ventos constantes vindos da costa moderam a temperatura durante os dias mais quentes do verão. Solo profundamente vermelho, granítico e com quartzo abundante.


Para finalizar, sobre o vinho, um exemplar que apesar de ter em seu rótulo a denominação de varietal, leva além da Cinsault, 15% de Mourvédre para complementar. Passa por 4 meses de envelhecimento em barricas de terceiro uso para arredondamento e atinge 14% de álcool. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou cor rubi violáceo de média intensidade, bom brilho e pouca transparência. Lágrimas finas, de média velocidade e em pouca quantidade. 

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos e toques herbáceos. 

Na boca o vinho se mostrou de corpo médio, boa acidez e com taninos finos. Retrogosto confirma o olfato. Final de curta para média duração.

Mais um grande vinho chileno, gostoso, vibrante e que vai muito bem por si só. Eu estava adorando a Masterclass até ali. E recomendo a prova.

Até o próximo!

Gallardía Del Itata Cinsault 2013: O primeiro tinto do #WinesofChileSP

E começávamos a saga dos vinhos tintos chilenos durante a Masterclass do 4o Tasting Wines of Chile, vinhos estes selecionados por Héctor Riquelme, o afamado enólogo chileno que organizou e selecionou os vinhos da degustação. E o primeiro vinho tinto é o Gallardía Del Itata Cinsault 2013, da Viña De Martino.


A Viña De Martino foi fundada em 1934 por Pietro De Martino Pascualone, que veio da Itália em busca de satisfazer sua paixão pela produção de vinhos. Em sua busca pelo lugar perfeito, ele encontrou a Isla de Maipo, localizada no Vale do Maipo, entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico. O lugar tem o nome da cidade que, até o início do século XX, estava no meio de vários braços do rio Maipo. Depois de um forte terremoto estas ramificações secaram, deixando apenas um grande braço do rio. Seus vinhedos estão localizados exatamente onde costumava passar um destes braços do rio, que lhe dão características únicas e especiais para área de produção de vinho. Hoje a propriedade cresceu dramaticamente, aumentando para 300 hectares sob manejo orgânico, mantendo a essência de uma vinícola familiar. A terceira e quarta gerações da família De Martino estão atualmente trabalhando na viña.

Sobre o Gallardía Del Itata Cinsault 2013, é um vinho feito com 100% de uvas Cinsault vindas de Guariligüe, no Vale do Itata no Chile, lugar onde ainda se conservam técnicas ancestrais de cultivo das videiras, com manejo sustentável e manutenção das tradições. O vinhedo que da origem a estas uvas está localizado a 22 km do Oceano Pacífico e 500km ao sul de Santiago, numa região montanhosa de solos graníticos e vinhas velhas. Na fermentação, os grãos inteiros passam por tal processo em tanques de aço inox com leveduras nativas sendo que a maceração total do mosto é de 40 dias. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma cor rubi violácea de média intensidade com um excelente brilho e uma linda transparência. Lágrimas finas, rápidas, incolores e em grande quantidade.

No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos frescos.

Na boca o vinho se mostrou de corpo leve para médio, uma boa acide e taninos finos. Retrogosto confirma o olfato. Final de média duração.

Um vinho que me pareceu simples, despretensioso mas muito agradável e delicioso, daqueles que a garrafa se vai facilmente. Me parece que o vinho não sofre maceração carbônica porém me lembrou muito um beaujolais. Eu recomendo.

Até o próximo!

Monday, August 11, 2014

Los Patricios Chardonnay 2010: Outro belo vinho branco do Chile

Ainda lembrando da Masterclass e do 4o Tasting Wines of Chile, finalizamos os vinhos brancos com mais um belo exemplar vindo do vale do Itata, no Chile. O vinho? Desta vez o Los Patricios Chardonnay 2010.


Este vinho é feito pela Viña Pandolfi Price,  um projeto familiar que até alguns anos atrás não tinha nada a ver com uvas e vinho. Sua história começou em 2002, quando chegaram a Santa Inês, um vinhedo único nas margens do Larqui com uma vinha de Chardonnay, plantada em 1992, refletindo o potencial do terroir da região, a magia de seu entorno e a força do Vale do Itata. A viticultura da empresa é feita com o máximo de respeito ao meio ambiente, com o maior respeito com as uvas e a busca pela pureza do terroir no seu melhor. Os vinhedos que originam este vinho são plantados em solos de cinzas vulcânicas sobre materiais argilosos glaciais. 

Já o vinho é um varietal 100% Chardonnay com uvas colhidas à mão e fermentadas em barricas de carvalho de 225 litros. Estagiou em barricas de carvalho francês durante 20 meses. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor amarelo palha com reflexos verdeais, transparente e com um bom brilho.

No nariz o vinho mostrou aromas de flores brancas, mel, frutas tropicais maduras e algo que me lembrou pão na chapa.

Na boca o vinho se mostrou de corpo médio para encorpado e uma boa acidez. Retrogosto confirma o olfato e adiciona um carácter mineral ao vinho. Final de longa duração.

E assim finalizávamos os vinhos brancos da Materclass e partíamos aos tintos. 

Até o próximo!