A amizade, segundo o dicionário, tem alguns significados: sentimento de estima ou de solidariedade entre pessoas, grupos etc; pessoa amiga; relação de caráter social; sentimento ou estado de entendimento entre pessoas, grupos, países etc; apego de alguns animais pelo homem e benevolência. Entretanto, em minha opinião, tais significados tem pouco importância. O que mais importa é estar entre pessoas que você gosta, se sente bem e quer sempre estar junto. Imbuído deste sentimento, aproveitei a passagem de mais uma primavera de minha vida para reunir pessoas que entendo fazerem parte deste sentimento de vários significados, reunidos ao redor de uma boa mesa, bons vinhos e boas conversas.
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| Naked cake de brigadeiro, foto by Cuecas na Cozinha |
E para receber amigos, nada melhor do que a inspiração de minha esposa para montar um cardápio de dar inveja: das entradas com lascas de polvilho, manteigas aromatizadas e queijos aos pratos principais como cogumelos recheados e o famoso "Coq au Vin", que ficou cozinhando por 3 horas e soltava do osso com o fechamento com chave de ouro com o "naked cake de brigadeiro e coberto de frutas silvestres", tudo foi meticulosamente pensado com o intuito de fazer os amigos se sentirem em casa. E claro que tudo isso regado a vinhos muito especiais, vinhos estes que falaremos um pouco na sequência.
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| Estrelas do Brasil Nature Rosé Champenoise |
Para brindarmos a presença de todos por aqui, o primeiro vinho a ser degustado foi o Estrelas do Brasil Nature Rosé Champenoise, obtido pelo método champenoise (segunda fermentação em garrafa), a partir de um corte das uvas Pinot Noir, Chardonnay, Viogner e Rieslig Itálico. Este espumante é encorpado e volumoso em boca, apresentou uma coloração rosa clara com perlage persistente e de bolhas minúsculas. Aromas terciários em evidência, lembrando terroso, fermentação, defumado e com frutas em segundo plano. Ótima acidez, sem se tornar agressiva, conta ainda com um final de longa duração. Às cegas diria se tratar de um bom champagne.
| Ferrari Maximum Brut |
Continuando a sequência de brindes, foi a vez de abrirmos um espumante que carrega um sobrenome de peso: o Ferrari Maximum Brut. Este espumante foi trazido diretamente da Itália por nossa amiga Evelyn, do blog Taças e Rolhas. A Ferrari é o maior nome italiano quando falamos da produção de espumante pelo método clássico. Possui mais de um século de história ligada a esta bebida festiva, o vinho espumante, que tem sido a base de todas comemorações e festividades em seu país, a Itália. Foi fundada em 1902 por Giulio Ferrari na região do Trento. Teve seu controle passado a família Lunelli pouco mais de 50 anos depois e vem escrevendo seu nome no mercado de vinhos de maneira brilhante desde então. Existe ainda o reforço a marca pela associação, mesmo que errônea, a famosa escuderia da fórmula 1. Voltando ao vinho, este é produzido 100% com uvas Chardonnay e passa por 36 meses de contato com as leveduras. Um espumante de cor amarelo com toques dourados, perlage fina, pequena e muito persistente. Aromas de frutos cítricos, panificação, mel e toques tostados. Na boca é cremoso, de bom corpo e com acidez refrescante. Retrogosto confirma o olfato. Final de longa duração. Um delicioso espumante, sem dúvida, um dos melhores e deve fazer frente a bons champagnes.
| Canepa Finisimo Sauvignon Blanc 2012 |
Para fecharmos esta noite de celebração, passamos a um vinho produzido por um país vizinho e por uma cepa bem conhecida por aqui: o Canepa Finisimo Sauvignon Blanc 2012. Este vinho é produzido pela chilena Canepa, e é um exemplar 100% Sauvignon Blanc sem passagem por madeira. A Vinícola Canepa tem sua história datada de 1930, quando Giuseppe Canepa Vacarreza veio de Gênova na Itália e aportou em Valparaíso, no Chile. De lá para os dias de hoje, diversas inovações e marcos importantes fizeram a Canepa figurar entre as principais vinícolas do Chile. O vinho em questão apresentou uma coloração amarelo brilhante com reflexos verdeais. No nariz aromas de frutos cítricos, grama recém cortada e toques minerais (ok, esta discussão de que existem ou não aromas minerais pode ter me confundido um pouco, mas o que se aproxima do que senti é aquele aroma de pedra molhada, maresia e tais aromas são classificados como minerais, portanto...). Na boca um vinho de médio corpo, boa acidez e com um retrogosto que confirma tudo que o olfato nos mostrou com um delicioso e duradouro final. Não poderíamos ter fechado de melhor forma a parte "etílica" da noite.
Para rebater os vinhos (uma mera desculpa, na verdade) aproveitamos para nos esbaldar com o "naked cake" e nos despedirmos dos amigos, com a certeza de que mais encontros como esse virão. A "Confraria Ainda Sem Nome" voltará a se reunir e quem sabe até lá, poderemos chama-la pelo seu nome.
Até o próximo!


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