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Tuesday, July 26, 2016

Leone Rosso IGT 2012

Hoje voltamos a Toscana, mais um vez, com aquela vontade de não somente degustar seus vinhos mas de estar de volta àquelas paisagens estonteantes e a alguns dos momentos que mais marcaram minha vida. E nada melhor do que revisar a Toscana degustando um belo vinho vindo de lá, que é o Leone Rosso IGT 2012. Este vinho pode ser considerado um Super Toscano, expressão esta criada para designar vinhos elaborados na região da Toscana, obviamente, mas que usam em sua composição majoritariamente (quando não somente) uvas ditas internacionais em detrimento as uvas autóctones da região (majoritariamente Sangiovese) e portanto, não se encaixarem nas DOCs previamente existentes. Vamos ver o que mais conseguimos saber sobre este vinho?


Propriedade da família Renzis Sonnino desde meados de 1800, o Castello Sonnino, produtor do vinho em questão, era a casa do grande estadista Sidney Sonnino durante os anos de seus governos. Em 1987, a chegada dos Barões Alexandre e Catherine com seus filhos, Virgínia e Leone, marca o início de uma nova temporada. O trabalho de conservação, o compromisso com a proteção do patrimônio histórico e cultural e a retomada do vinho tornaram-no atualmente um dos maiores produtores de Chianti florentino. Localizado em uma região privilegiada, a 20km de Florença, perto das cidades de Siena e Pisa, além de vinhos, a azienda produz azeites de oliva extra virgem de grande qualidade. Sob o comando do barão Alessandro de Renzis Sonnino, o Castello também funciona como hotel e conta com um elegante restaurante.

Sobre o Leone Rosso IGT 2012, podemos ainda acrescentar que é um vinho feito a partir das uvas 60% Syrah, 20% Sangiovese, 10% Canaiolo e 10% Ancellotta sem passagem por madeira. O vinho é fermentado e envelhecido em tanques de cimento por 6 meses, com posterior afinamento de 2 meses em garrafa antes de ser liberado ao mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi violácea de média para grande intensidade, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, espaçadas e ligeiramente coloridas se faziam notar.

No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros e vermelhos, notas lácteas sob um fundo com lembrança de especiarias.

Na boca o vinho apresentou corpo médio, excelente acidez e taninos macios. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e saboroso.

Mais um belo vinho vindo da região da Toscana, aquela que insiste em não sair das lembranças. E que bom que é assim. Eu recomendo a prova.

Até o próximo!


Fontes de pesquisa: site do produtor e www.seloreserva.com.br

Monday, July 6, 2015

Dal Pizzol Ancellotta 2011: vinho brasileiro com alma italiana!

Criada em 1974, a Vinícola Monte Lemos, mais conhecida por Dal Pizzol, surgiu a partir de uma proposta diferenciada que privilegia a produção controlada. Comandada pelos irmãos Antônio e Rinaldo Dal Pizzol, a vinícola elabora anualmente 300 mil garrafas (225 mil litros) e tem como enólogo responsável Dirceu Scottá. A vinícola possui uma ampla variedade de produtos nas marcas Dal Pizzol (62% da produção) e Do Lugar (38%). Deste total, 51% são vinhos tintos, 12% vinhos brancos, 32% espumantes e 5% suco de uva. A Dal Pizzol traz consigo uma tradição na vitivinicultura que remonta o Século XIX (1878), quando os primeiros imigrantes da família chegaram ao Brasil, mais precisamente para o sul do país, em Faria Lemos, Rio Grande do Sul.


Sobre o Dal Pizzol Ancellotta 2011, podemos dizer que o vinho é produzido com 100% de uvas Ancellotta, casta esta que tem origem italiana e é pouco plantada e divulgada por aqui, mesmo com toda imigração e antepassados italianos que Bento Gonçalves e região carregam, e que o vinho não passa por madeira, somente estabilização em tanques de inox (15 meses) e depois um curto período em garrafa (3 meses) antes de ser liberado ao mercado. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou uma bonita cor rubi violácea de média intensidade, ligeiro halo granada, bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, lentas, bastante espassadas e com alguma cor também podiam ser notadas.

No nariz o vinho abriu com aromas de frutos vermelhos bem frescos, especiarias, champignon e toques animais.

Na boca o vinho tinha corpo médio, acidez gulosa e taninos finos. O retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração. 

Uma ótima opção de vinho nacional que tem aquela alma gastronômica italiana, aquela acidez deliciosa e a vocação para ser o par ideal de um bom prato. No nosso caso, fomos de espaguete integral com molho bolonhesa. Este molho, no entanto, tem uns adicionais como a azeitonas, manjericão, toques de mostarda sem falar na carne que batiza o molho. Prato e vinho deram as mãos e foram felizes para sempre. E nós também, curtindo uma bela refeição.

Até o próximo!

Tuesday, May 27, 2014

Don Giovanni Cuvée 2004: Elegância e estilo do vinho brasileiro


A Vinícola Don Giovanni é um complexo enoturístico, localizado no Distrito de Pinto Bandeira, que reúne além dos vinhedos e da vinícola, varejo para venda e degustação dos vinhos, pousada e restaurante. E tudo isso localizado num terroir a 700 metros acima do nível do mar, entremeado de uma vasta e bela vegetação com estradinhas que por alguns momentos lembram até as da Toscana. São cerca de 18ha plantados com vinhas sendo que entre estas, se encontram as seguintes castas: Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Pinot Noir, Ancellota e Pinot Noir. Possui uma produção média de 120 mil garrafas/ano sendo que destas, cerca de 70% são de espumantes. Além disso produzem ainda um destilado de vinho, o Brandy. Hoje quem cuida da propriedade e de sua produção é a quarta geração da família. O que é também interessante é que eles guardam em suas caves, garrafas de safras mais antigas que podem até ser vendidas, mediante encomenda do cliente.



Falando sobre o vinho, o Don Giovanni Cuvée 2004 pode ser considerado o vinho top da vinícola. Tem em sua composição aproximadamente 40% de uvas Cabernet Sauvignon, 40% de uvas Merlot e 20% de uvas Ancellota. Passa por 12 meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês. Sua graduação alcoólica é de 12,4%. Vamos as impressões?

Na taça o vinho apresentou coloração violácea de grande intensidade, algum brilho e pouca transparência. Lágrimas finas, rápidas e ligeiramente coloridas compunham também o aspecto visual.

Na taça o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos em compota, especiarias e baunilha. Fundo de taça com algum toque de tostado. 

Na boca o vinho mostrou um bom corpo, acidez na medida e taninos finos, macios e bem redondos. Retrogosto confirma o olfato. Final de longa duração.

Mais um bom vinho brasileiro, que continua a confirmar a qualidade do que vem sendo produzido por aqui. E olha que este eu achei por acaso, mesmo tendo visitado a vinícola Don Giovanni mais no começo deste ano, em um passeio a São Roque. Eu recomendo.

Até o próximo!

Thursday, March 20, 2014

Vinícola Dal Pizzol: uma visita "diferente"

Retomando as postagens relacionadas a nossa recente viagem ao Vale dos Vinhedos, nas Serras Gaúchas, chegou a hora de falar de uma visita que sem dúvida nenhuma não é muito convencional, quando falamos de visitas a vinícolas, que foi a visita a Vinícola Dal Pizzol. E vou explicar o por que.

Antes, uma rápida apresentação sobre a vinícola. A Dal Pizzol é uma vinícola familiar que desde 1974 se dedica a elaboração exclusiva de vinhos finos. De uma produção anual de 300 mil garrafas (225 mil litros), a vinícola possui uma ampla variedade de produtos nas marcas Dal Pizzol (62% da produção) e Do Lugar (38%). Deste total, 51% são vinhos tintos, 12% vinhos brancos, 32% espumantes e 5% suco de uva. Agora que sabemos um pouco mais sobre eles, que tal voltarmos aos relatos da visita?

Sequencia de imagens que mostra um pouco da natureza (coelho) e máquinas antigas ao fundo

O dia ainda se espreguiçava e timidamente o sol começava a dar as caras em Faria Lemos quando chegávamos ao portão de acesso ao "Parque Temático Dal Pizzol". Deve ser nesta parte que você, caríssimo leitor, deve começar a se perguntar: parque temático? Pois é isso mesmo que você leu. A proposta aqui é proporcionar ao visitante mais do que simplesmente degustação de bons vinhos e espumantes mas a de fazer com quem não está acostumado em seu local de residência, ter um contato maior com a natureza e recordar um pouco do que foi a história do vinho na região. Tudo isso num espaço de mais de 80 mil metros quadrados onde antigamente funcionava uma olaria, também da família. Lá existem, além dos lagos, toda fauna e flora presentes, um museu de maquinas vinícolas antigas e um outro museu que conta um pouco da história do vinho (chamado de Eco Museu). Neste último, em um espaço aconchegante e instigante, é possível encontrarmos garrafas das mais variadas épocas e países, uma coleção de saca rolhas, ânforas e maquinas usadas muito antigamente no cultivo das uvas e produção de vinhos entre outras atrações.

Quadro onde consta a coleção de saca rolhas

Um pouco de história: garrafas de várias épocas e países diferentes
Outro grande diferencial do lugar é o que por lá é conhecido como "Vinhedo do Mundo", uma coleção de parreiras com centenas de variedades de uvas de todas as partes do mundo! Com estes vinhedos, a vinícola e suas parceiras tendem a fazer estudos de aclimatação e desenvolvimento dos cultivares na região, através de colheitas anuais de diferentes castas, tornando isto inclusive um evento cultural e institucional.

Imagem da placa que explica um pouco sobre as videiras plantadas no "Vinhedos do Mundo": foto retirada do site do produtor

Existe lá também uma enoteca, local este que serve bem ao propósito dos aficionados por vinhos antigos. Instalada dentro de um dos fornos da antiga olaria, o lugar conta com garrafas de diversas safras antigas da vinícola, onde muitas podem ser consideradas raras e por que não, peças que serviriam também ao museu. 

Mas como tudo aqui acaba em vinho, ao término de todo nosso passeio, nos dirigimos ao varejo da vinícola a fim de provarmos alguns de seus rótulos. Para não alongar ainda mais o post e seguindo minha linha de postagem até aqui, vou falar de dois vinhos que me chamaram atenção.

O primeiro vinho degustado, e aprovado, que vou falar por aqui é o Dal Pizzol Ancellota. Como já devem ter visto eu falar por aqui vez ou outra, gosto e sou curioso em provar vinhos diferentes, seja na casta, seja na região, enfim, coisas que ainda não tinha provado. E este vinho se encaixa na descrição. Esta casta tem origem italiana e é pouco plantada e divulgada por aqui, mesmo com toda imigração e antepassados italianos que Bento Gonçalves e região carregam. Feito com 100% da casta, o vinho não passa por madeira, somente estabilização em tanques de inox e depois garrafa, antes de ser liberado ao mercado. Trás uma bonita cor rubi com tendências ao granada, aromas de frutos vermelhos, couro, tabaco e especiarias. Na boca é de médio corpo, taninos marcados e boa acidez. Me lembrou comida, na hora. Gostoso final.

O outro vinho que gostei é o Dal Pizzol Touriga Nacional. Este feito com esta casta de origem portuguesa (100%) também não passa por barrica, adotando o mesmo processo do anterior, com estabilização em tanques e garrafa antes de ser liberado ao mercado. Vinho de coloração mais violácea que o anterior, trás nos aromas muita fruta vermelha e um floral intenso. Em boca tem corpo médio, boa acidez e taninos macios e redondos. Final de média para longa duração.

E assim nos despedíamos de mais um visita, revigorados com este encontro com a natureza e com ma vontade de voltarmos ao lugar para que tudo ao redor possa ser insiguinificante perto do que a mãe terra teria a nos oferecer. Mas tínhamos ainda muito a visitar, a jornada continuava.

Até o próximo!

Friday, March 14, 2014

Don Giovanni: Um complexo enoturístico!

Finalizando nossa visita pelos Vinhos de Montanha de Pinto Bandeira, nos dirigimos a Vinícola Don Giovanni e posso dizer que além das paisagens que nos guiaram até lá, o que vi quando finalmente adentramos o complexo enoturístico realmente me espantou. Explico: tinha a idéia de que, até por não ser tão divulgada aqui na terra da garoa, a vinícola fosse menor e com uma linha de produtos mais enxuta. Não foi bem o que eu vi por aqui.


A Vinícola Don Giovanni é um complexo enoturístico que reúne além dos vinhedos e da vinícola, varejo para venda e degustação dos vinhos, pousada e restaurante. E tudo isso localizado num terroir a 700 metros acima do nível do mar, entremeado de uma vasta e bela vegetação com estradinhas que por alguns momentos me lembravam minha viagem a Toscana. São cerca de 18ha plantados com vinhas sendo que entre estas, se encontram as seguintes castas: Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Pinot Noir, Ancellota e Pinot Noir. Possui uma produção média de 120 mil garrafas/ano sendo que destas, cerca de 70% são de espumantes. Além disso produzem ainda um destilado de vinho, o Brandy. Hoje quem cuida da propriedade e de sua produção é a quarta geração da família. Interessante ver que eles guardam em suas caves, garafas de safras mais antigas que podem até ser vendidas, mediante encomenda do cliente.


Mantendo o ritmo das outras postagens, escolherei aqui dois produtos que mais gostei e escreverei sobre eles algumas linhas seguir. Notem que como a linha de produtos deles é muito grande, desde espumantes charmat e champenoise, passando por vinhos brancos e chegando aos vinhos tintos, posso não agradar a gregos e troianos.

A primeira escolha não é obvia se levarmos em conta que a casa conta com uma maior produção de espumantes. Estou falando do Don Giovanni Merlot, um vinho simples porém que me cativou por dosar na medida certa a fruta e madeira, sem mascarar a verdadeira essência. Frutas negras em primeiro plano, algo de tostado e tabaco sem exageros. Boa acidez e taninos marcados porém de excelente qualidade. Fácil de beber sozinho, deve acompanhar bem uma pizza portuguesa, minha preferida.


Depois, e como não poderia deixar de ser, a segunda escolha é um espumante: Don Giovanni Brut. Também de um linha mais de entrada da vinícola, me cativou por apesar de ser produzido pelo método tradicional, não ficou pesadão e manteve o frescor e a fruta vivas, apesar da coloração já tendendo a uma amarelo ouro mais escuro. Boa formação de perlage, bem persistente e com borbulhas bem pequeninas. Aromas de frutos de polpa amarela bem maduros, seguidos de leve toque de fermento e algo de mel. Em boca continua complexo sem pesar com uma acidez na medida, nem agressiva nem "mole". Delicioso, com certeza daqueles que evaporam da garrafa.

E assim nos despediamos dos vinhos de montanha com a certeza de que as descobertas aqui feitas, entrariam de vez em nossas vidas enquanto consumidores de vinhos e que a qualidade dos vinhos que íamos encontrando surpreendia cada vez mais. Será que mais surpresas viriam por ai? É esperar para ver.

Até o próximo!

Monday, July 15, 2013

Faces, os vinhos oficiais da Copa do Mundo de 2014

O blog acompanhou o lançamento oficial dos vinhos Faces em São Paulo

Na última sexta feira (12/07) o blog teve o privilégio de acompanhar em São Paulo o lançamento dos vinhos oficiais da Copa do Mundo de 2014. E o local escolhido não poderia ter sido melhor: a churrascaria Vento Haragano na região do Itaim, zona sul da capital.


A vinícola escolhida pela Fifa, após muita disputa com outras vinícolas nacionais e internacionais, foi a Lídio Carraro e seus vinhos de boutique, e para quem não conhece a vinícola, um breve histórico: Fundamentados no conceito de vinícola boutique (já discutido aqui no blog), seus vinhos tendem a expressar o "terroir" no qual são plantados através da busca pela integridade e quebra de paradigmas, de maneira sustentável e pouco ou nenhum uso de recursos externos para controle dos vinhedos/vinhos (baixo uso de defensivos químicos, não utilização de carvalho para correção dos vinhos, etc). Como também já comentei um pouco sobre os seus vinhos em outras oportunidades (aqui, aqui ou aqui) não irei me alongar muito nisso.


Os vinhos da copa são dois até o momento, um branco e outro tinto, e até o final do ano teremos ainda uma terceira opção, um rosé. O conceito da marca "Faces" , criada para a Copa do Mundo é no entanto, o que   mais me chama a atenção. Com a tentativa de resgatar a "brasilidade"e o mix de povos e culturas que acabou por formar o que hoje chamamos de brasileiros serve de base para todo o projeto, que nos foi muito passionalmente apresentado pela Enóloga e Diretora Técnica da vinícola, Monica Rossetti. Aliás, uma curiosidade e também motivo de grande orgulho pra nós brasileiros apreciadores de vinhos: além do trabalho para a Lidio Carraro, a Monica também presta consultoria para vinícolas italianas no Piemonte e na Toscana.

O Faces branco é um vinho de corte produzido a partir de três uvas: Chardonnay, Moscato e Riesling Itálico na proporção de 1/3 para cada na composição final e como de praxe os vinhos não passam por madeira. Pelo que a Monica nos passou, apenas o Chardonnay passa por fermentação malolática. Um vinho de cor amarelho palha com reflexos verdeais. Aromas de frutas cítricas e tropicais, toques de flores e leve lembrança de baunilha. Corpo leve para médio. Acidez refrescante. Fica um tempo médio em boca. Um vinho bacana, e se o preço for mesmo o que foi revelado, em torno de 40 dinheiros, acho um bom vinho para o dia a dia.


Já o Faces tinto é um pouco mais "complicado". Explico. É um vinho de corte que utiliza 11 uvas em sua composição, lembrando alguns pesos pesados do mundo do vinho europeu (apenas em termos de composição, algo não muito familiar ao brasileiro acostumado com vinhos varietais). A idéia aqui complementa ainda a campanha Faces pois simula a escalação de um time de futebol (e seus 11 jogadores). E estas uvas são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Pinot Noir, Touriga Nacional, Malbec, Nebbiolo, Alicante, Ancellotta, Teroldego e Tempranillo. Na taça uma cor violácea, trás no nariz aromas de frutas vermelhas e escuras frescas misturadas além de toques de especiarias. Na boca um corpo de leve a médio, boa acidez e taninos bem finos e suaves. Sem defeitos, agrada mas não tanto quanto o branco. Com o mesmo preço do branco, empolga menos mas mesmo assim ainda é justo.

Depois disso ainda pude rever alguns vinhos das outras linhas da Lidio Carraro, conversar com a equipe Lidio Carraro presente na apresentação (Leonardo Khouri - Gerente de Contas e Ana Cristina - Representante Comercial para São Paulo) sobre vinhos, mercado, etc além é claro de um belo almoço com os já aprovados cortes de carne disponíveis na casa.

Mais do que apresentar os vinhos da Copa do Mundo para a imprensa e lojistas, o evento e a campanha da Lidio Carraro tem que servir para despertar o consumidor brasileiro e o produtor nacional para que juntos façamos o mercado crescer. Agradeço mais esta oportunidade e vamos junto na divulgação.

Até o próximo!

Tuesday, November 22, 2011

Viagem a Bento Gonçalves (Vale dos Vinhedos) - Vinícola Don Laurindo

Depois da visita a Almaúnica e toda história contada pelo Márcio Brandelli confesso que fiquei muito curioso em conhecer o restante da família e seu trabalho, portanto não haveria escolha mais óbvia para a segunda visita do que a vinícola Don Laurindo. E foi pra lá que eu rumei.

Chegando ao lugar, já pude perceber a primeira diferença: como a vinícola já tem digamos "mais idade" e mais tradição (20 anos como Don Laurindo), não tem aquela arquitetura moderna e chamativa, mas mesmo assim lembra um lugar muito acolhedor. Outro detalhe é que não houve preparação para o uso da gravidade na elaboração dos vinhos, o que teoricamente pouparia esforços para bombeamento e também energia. De qualquer forma nada que influa no resultado dos vinhos, se estes forem cuidadosamente feitos.


Entrando na vinícola fomos recepcionados por uma simpática "guria" que seria nossa guia da visita. Infelizmente não guardei seu nome, mas ela disse que seria sobrinha do Márcio e portanto, deve saber de quem estou falando. Fomos apresentados então a área de recepção das uvas (de vinhedos próprios) que fica logo na entrada da local destinado aos tanques de fermentação, em sua maioria em aço inox com temperatura controlada. Evidentemente que ainda são mantidos alguns tanques de madeira mais turisticamente do que produtivamente, neste caso. Após esta área fomos apresentados as caves onde os vinhos envelheciam em barricas e também em garrafas. Existe ainda uma parte das caves separadas para criar um histórico da vinícola, com diversas garrafas de safras mais antigas ficando armazenadas para quem sabe um dia servirem para se verificar o tempo de guarda de determinados vinhos. Achei a iniciativa muito interessante.













E a hora esperada por nós chegou: tínhamos uma vasta gama de produtos para degustação e nem vou falar de um por um, afinal nem é este o intuito do post, mas vou falar de alguns que me chamaram mais a atenção. Pequeno parentese aqui: vocês leitores do blog já perceberam que sou tarado por vinhos tintos, portanto e principalmente ao longo desta série de posts não estranhem meu destaque maior para este tipo de vinho, ok? Voltando ao que interessa, eu destacaria os seguintes vinhos lá provados: um Malvasia de Cândia 2010 muito fragrante com notas de lichia e floral ao mesmo tempo sendo muito leve e fresco em boca; um tinto Ancellota 2007 com muita fruta vermelha, bom corpo e acidez, fácil de beber e por último um Merlot DO Vale dos Vinhedos 2009, especiado, muita fruta vermelha e escura, estruturado com bom corpo com taninos já fundidos no vinho que tornam a experiência muito agradável!  Vale ressaltar que provei muitos outros vinhos que apresentavam muita qualidade, mas escolhi alguns para destacar.

Satisfeitos com nossas provas, partimos rumo à próxima visita.

Até o próximo!

Monday, March 21, 2011

Reserva Milantino Ancellotta 2005

Este vinho foi uma grata surpresa dentre os vinhos nacionais. Eu tenho lido muito e estou tendendo a concordar que o Brasil deve apostar em uvas pouco cultivadas/conhecidas no restante do mundo, com exceção claro de seu local de origem, para surpreender neste imenso mar de vinhos que temos acesso no mundo inteiro. Vejamos o exemplo da uva ancellotta, oriunda da Itália e usada em cortes e na elaboração do famoso Lambrusco. É claro que os vinhos com ela como atriz principal não são vinhaços, vinhos de guarda nem nada mas fogem do habitual cabernet sauvignon/merlot/malbec novo mundistas e trazem um prazer agradável para quem os consome, ao menos em minha opinião.

A vinícola Milantino por sua vez está localizada no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul – na famosa Serra Gaúcha. A área plantada é de 7 hectáres, sendo cultivadas as seguintes variedades: Cabernet sauvignon, Merlot, Malvasia de Cândia, Ancellotta, Tannat, e Teroldego. Me parece que tem trabalhado em vinhos de muito boa qualidade e que tem tido boa aceitação. Este exemplar me foi indicado pela Dna. Cecília, da loja DO Brasil e ela mais uma vez acertou em cheio. Vamos as impressões.

Na taça apresentou uma coloração rubi bem forte, escura e brilhante com quase nenhuma transparência. Lágrimas abundantes, finas, rápidas e com muita cor. Veja que estamos falando de um vinho 2005 e pelo visto este ainda poderia envelhecer um pouco mais em garrafa sem maiores prejuízos.

No nariz o vinho era exuberante e franco, logo ao abrirmos a garrafa já era possível sentir os aromas de frutas vermelhas frescas, muito herbáceo e ao fundo ainda um pouco de café.

Na boca o vinho tinha taninos finos, elegantes, aveludados, quase doces. Boa acidez, trouxe de volta muita fruta, lembrando quase um chiclé tutti frutti. Final de média persistência com bom extrato.

Um vinho honesto, sincero, entrega o que se propõe e não apresenta defeitos aparentes. Sinceramente, achei muito bom e vale conhecer e ter alguns em casa.

Saúde!